Nathanael

Nathanael

Apenas mais um amante caloroso da dúvida.

1996-10-26
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Conflito em Silêncio

Escorre da alma
O suco amarelo do medo
Escorre escorre pelo chão 
Virado em vermelho sangue
Que chega até as paredes 
Criadas pelo senhor
Mas quem é o senhor?
Nem eu sou 
Meu próprio senhor
Admito que sou vil
E uma das responsabilidades 
Da liberdade 
É lidar com a própria vileza
Como olharei nos olhos
Do senhor, agora?
Eu o reconheço 
Mas não o conheço 
Teu silêncio sangra-me 
O corpo maltratado
E emaranha-se a razão 
No desabrochado e rosado
Ouvido do céu 
As veias clamam
Por perdão 
 E no fundo do olho do poço 
Não sou tua imagem 
Nem semelhança 
Teu silêncio machuca-me
E pergunto se
Meu grito que rasga o céu 
Alcança-te
Este é o silêncio que corta
a minha carne 
e sangro-me alaranjado
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