Freyja

1980-09-22 Lisboa
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Os dias

A janela nada me diz,
Nada de novo me conta
A porta lembra-me somente o passar dos dias…

Caminho as mesmas calçadas,
O mesmo vento,
As mesmas folhas,
As pessoas nunca são as mesmas.

O frio, só esse é mais seco e gelado.

Só a música me acompanha.
Nos devaneios, nos passos, no passar.
Só ela permanece, fiel e segura.

Tudo muda, os pensares,
Os comportamentos,
Volátil petrificação de tudo.

Corro as cortinas dos meus olhos,
Fecho o casaco e seguro o cabelo.
O vento, sopra cada vez mais forte,
Eu estou cada vez mais leve…

Infiltra-se o silêncio…


Estou cada vez mais longe de tudo de todos.
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