Homens de Corda

Fixam-nos.
Esperam-nos.
Enquanto isso, nem coração, nem mente.
Tudo pára.
Aguardam num sossego que nos desassossega o silêncio,
a calma...
Aguardam que sejam vistos.
Aguardam que sejam tocados,
não na pele no coração.
Aguardam. 

[A arte de aguardar é uma capacidade que fascina
mas eu, eu prefiro a impaciência.] 

Aguardam.
Dá-se corda e eles vivem.
uma espécie de sub vida
uma espécie de sombra da nossa vida
Vivem-nos ao segundo
porque são de corda
e sabem que a corda gira no segundo
da vida que passa.
E na lentidão do derradeiro segundo que passou
fixam-nos de novo
mais uma vez
todas as vezes até a mais um fim
e o recomeço
a corda que gira de novo
o primeiro passo
novos segundos
de vida, sub vida
sombra de vida do segundo que passa.

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