Alexandre Rama

Alexandre Rama

1987-11-19 Jaraguá do Sul
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OLHARES

Tantos olhares machucados.

Tantos olhares perdidos no transcorrer da vida.

Tantos olhares que julgam, sentenciam e condenam conflitando com tantos outros que perdoam, amam e libertam.

Tantos olhares que desejam. Desejam coisas que teríamos medo se um dia viessem à tona. Levaria embora com a força de uma avalanche todas as representações que construímos durante anos de nossas vidas “cegas”.

Tantos olhares apaixonados que buscam a todo instante nos olhos das outras pessoas o olhar da pessoa amada.

Tantos olhares de desconfiança que manifestam sua própria visão interior; olham para o mundo manifestando os rótulos existentes dentro de si, contaminando a existência com conceitos imaginários.

Tantos olhares de desespero que gritam por socorro no silêncio de cada retina.

Tantos olhares que tem fome, inveja, raiva, choro. Olhares que não acabam mais, mas em cada olhar uma história querendo se acabar.

Tantos olhares que me atacam a todo instante que até já desejei em ser cego para não precisar vê-los. Mas quando dou por mim, lembro-me que de fato sou.

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