Volúpia errante
Navegar é ir de encontro
Ao som inaudito do verso
Ainda a ser concebido
É uma tara, um manifesto
Contra a homofonia
De tudo que já está mapeado
Visto, lido e digerido
É partir em busca de si próprio
Lançando-se ao desconhecido
Sob o risco de encontrar-se
Emaranhado nas rédeas soltas pela loucura
Lendas, mitos e estrofes - o mar a desferir golpes
Para o navegante não triunfar
Inconsequência, eis a arrogância do desbravador
Ah! A pequenez de governar
Deixo aos monarcas de todas as eras
Corruptos, medíocres, medrosos
Dos tronos, escravos irreparáveis
Eu quero é desbravar!
Entrar para a história por uma outra porta
Que já existia, mas estava oculta
Até antes de eu chegar
(Bernardo Almeida)
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SergioRicardo
Outra surpresa, outra pancada bem dada, um novo poema assombroso (já são dezenas de autores diferentes e assombrosos neste site) a assustar, melhor explicaria 'alegrar', quem considere poesia, mãe de toda literatura e filosofia e, poético, o primeiro sentimento do primeiro ser humano a ter raciocinado um dia.
Volúpia errante segue por várias linhas, ou seja, um meta poema, um feixe de sentidos que a partir de uma fúria transcendental oferece a revolução, aqui não denominada, mas igualmente intrigante, ainda que perigosa...
30/setembro/2017