Das profundezas
Dores enraizadas no íntimo
Chagas abertas em mim
Temores das angustias e
Da amargura sem fim
Tormentas e tempestades iradas
Corroem o tempo, como traças.
Escurecem o ser luminoso
Destroem e só causam desgraças
Semente podre do caos diabólico
Fermenta a raiva no peito
Uma desesperança no futuro
E o monstro está feito
Bebe a bílis, como água.
Come a carne, como doce.
Lambe a ponta dos dedos
Sente feliz, como se fosse.
Das profundezas do abismo
Chamando os pobres desavisados
Soam ecos e lamurios.
Um chamariz pra serem tragados
Odor fétido e pútrido
Um mar de lama e podridão
Mata a alma e fere a mente
E só aumenta a escuridão
Ha quem ache um exagero,
Viver nesse breu total
Mas quem nasceu pra morte
Nunca desejou ser real
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