Juó Bananére

Juó Bananére

Juó Bananère era o pseudônimo usado pelo escritor, poeta e engenheiro brasileiro Alexandre Ribeiro Marcondes Machado para criar obras literárias num patois falado pela numerosíssima colônia italiana de São Paulo na primeira metade do século XX, que aportava na capital em busca de oportunidades de trabalho, tornado a cidade o maior centro de imigração italiana do país. Muitos deles não conseguiam seu objetivo, amargando subempregos e uma sofrível condição social. Mas, pelo menos, contavam com alguém na imprensa para representá-los, escrevendo nos seus dialetos de origem.

1892-04-11 Pindamonhangaba SP
1933-08-22 São Paulo SP
35934
0
7

Sunetto Crassico

Sette anno di pastore, Giacó servia Labó,
Padre da Raffaela, serrana bella,
Ma non servia o pai, che illo non era trouxa nó!
Servia a Raffaela p'ra si gazá c'oella.

I os dia, na speranza di un dia só,
Apassava spiano na gianella;
Ma o páio, fugino da gombinaçó,
Deu a Lia inveiz da Raffaela.

Quano o Giacó adiscobri o ingano,
E che tigna gaido na sparella,
Ficô c'um brutto d'um garó di arara,

I incominciô di servi otros sette anno
Dizeno: Si o Labó non fossi o pai d'ella
Io pigava elli i li quibrava a gara.


In: BANANÉRE, Juó. La divina increnca. 2.ed. Pref. Mário Leite. São Paulo: Folco Masucci, 1966

NOTA: Publicado em O Pirralho, São Paulo, n.201, 4 set. 1915. Paródia do soneto "Sete Anos de Pastor Jacó Servia", de Luís de Camõe
1458
0


Quem Gosta

Quem Gosta

Seguidores