Frederico Barbosa

Frederico Barbosa

1961-02-20 Recife PE
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Rarefato

Outra trilogia do tédio

I

Nenhuma voz humana aqui se pronunciachove um fantasma anárquico, demolidor

amplo nada no vazio deste desertoanuncia-se como ausência, carne em unha

odor silencioso no vento escarpacorte de um espectro pousando na água

tudo que escoa em silêncio em tempo ecoa

II

Sentia o término correndo nas veias.Há pressa: via.Houve um momento grave.(O filme era ruim. O cinema, lotado.Na luz neblina, escondido, um cigarro.)Impossível escapar ao pânico,prever o vazio provável.De repente: o estalo.Terminal,a consciência do zero rondando.Estado, condição, estado.Abre:

III

Dominado pela pedra, insone,descolorido, o crime principianas altas horas de noite vaziaganha corpo no decorrer do dia.

Ganha corpo no decorrer do dia,dominado pela pedra insonedor de náusea delicada e infame,das altas horas da noite vazia.

Dor de náusea delicada, infame,nas altas horas na noite vaziaganha corpo no decorrer, no diadominada pela pedra, insone.

Ganha corpo no decorrer do dia,dor de naúsea delicada e infamedescolorido, o crime principiaalia-se ao tédio impune e some.

Poema em espanhol
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