Do Corpo à Cálida Desgraça

Nudos peitos desnudos
Coxas alvas e ao mundo
Num harém de pecados desmedidos
E profundos
No toque de recorrer de outrora ou
Na galhofa do clicar de um fotógrafo
De leda estirpe e olho fundo

Inocência vendida por vintém
E a pureza que hoje
Sabe-se lá quem ainda a têm
Registradas em retangulares quadros de uma vida
Periódica

Nos desejos de criança sujo à óleo ou graxa
Ou entorpecidos de dinheiro sujo
Que nos proporciona um corpo límpido
De aspirações mortas

Da germinal dobra rósea exposta
Servida em qualquer esquina como uma suja hóstia
Disposta a engordar a confissão
De qualquer trágico beato
E ao padre o sermão

Sermão e raiva reprimida de também
Ele, pároco cético de seu credo
Não ter aproveitado
Em Eva o pecado original
Ou de tê-lo feito
Escondido em regalias seminais
Nos seminários
Nada angelicais
De nossas desgraças

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