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Nasci num casarão velho, de esquina, Escondido entre salsos pensativos. E foi lá que a minha alma, ainda menina, Olhando dia e noite os poentes vivos, Aprendeu a viajar no pensamento. Eu fui uma criança sem infância. Senti, desde pequena, esse tormento Que o sonho traz depois de cada ânsia, E que é o maior dos males que conheço! Às vezes, noite alta, eu levantava, Vestia minha roupa pelo avesso E saía sozinha (a lua espiava!) Para olhar as estrelas e os céus altos... O quintal era um mundo diferente, Que eu percorria sem temer assaltos. Meu corpo, que já era um pobre doente, Tiritava de frio e de emoção Quando o vento arrepiava os velhos salsos Que arrastavam os braços pelo chão... Meia-noite... Fantasmas... Bruxas brancas... Eu sozinha vagando pelo escuro... Minha casa fechada com mil trancas, E as pedras a cair do velho muro... Quando a lua fugia, já cansada, Meus passos, silenciosos, apagados, Voltavam pelas pedras da calçada Que a nossa casa tinha de um dos lados. De manhã: os olhares, as perguntas... (Eu estava tão branca. Tão sem cor. As olheiras iguais às de defuntas...) — 'Era o vento!' 'Era o frio!' 'Era o calor!': A mentira que achava na ocasião... E de noite, outra vez, às escondidas, Abandonava o velho casarão... Publicado no livro De Mãos Postas (1938). In: RIPOLL, Lila. Ilha difícil: antologia poética. Sel. e apres. Maria da Glória Bordini. Porto Alegre: Ed. da Universidade/UFRGS, 1987. p.1
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Lila Ripoll
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