Classicismo       1527 - 1580

Em arte, classicismo refere-se ao mundo antigo, ou seja, à valorização da Antiguidade Clássica como padrão por excelência do sentido estético. A arte classicista procura a pureza formal, o equilíbrio, o rigor ou, segundo a nomenclatura proposta por Friedrich Nietzsche, pretende ser mais apolínea que dionisíaca.
 
Os escritores classicistas retomaram a ideia de que a arte deve fundamentar-se na razão, que controla a expressão das emoções. Por isso, buscavam o equilíbrio entre os sentimentos e a razão, procurando assim alcançar uma representação universal da realidade, desprezando o que fosse puramente ocasional ou particular. Os versos deixam de ser escritos em redondilhas (cinco ou sete sílabas poéticas) – que passa a ser chamada medida velha – e passam a ser escritos em decassílabos (dez sílabas poéticas) – que recebeu a denominação de medida nova. Introduz-se o soneto, 14 versos decassilábicos distribuídos em dois quartetos e dois tercetos. A literatura se enriquece com a incorporação de muitas palavras latinas.
 
Contexto histórico
O classicismo espalhou-se rapidamente pela Europa, com a criação da imprensa as informações eram divulgadas com maior rapidez. O classicismo ocorreu dentro de um grandioso momento histórico social, o Renascimento, como o próprio nome sugere, o Renascimento foi um período de renovação, momento de grandes transformações culturais, políticas e econômicas. A Europa saía da idade das trevas(visão depreciativa da idade média) como ficou conhecida a Idade Média, para encontrar-se com a luz, representada pelo conhecimento, que foi extremamente difundido no Renascimento, principalmente após a invenção da imprensa, que possibilitou a divulgação dos autores gregos e latinos.
 
Esse período foi marcado pelas grandes navegações, o desenvolvimento da matemática, o estudo das línguas e o surgimento das primeiras gramáticas, com isso, o homem passou a achar-se poderoso, o centro do universo, originando, assim, ao (homem em evidência), em substituição ao teocentrismo, (Deus em evidência) da Idade Média.
 
Características:
Criação e imitação( retomaram os princípios de Aristóteles)
Razão: tentativas de explicar os sentimentos e as emoções humanas
Resgate da poesia clássica: temas amorosos, ou seja , amor puro de absoluta devoção a mulher amada, dona de uma beleza perfeita ou bucólica, em que a natureza é caracterizada como espaço em que a harmonia a simplicidade e o equilíbrio são expressão da natureza.
Uso de paradoxo, ou seja , uma associação de idéias contraditórias , ex: 'viva a morte',usado na tentativa de conciliar razão e sentimento.
Uso de antítese: expressa modos diferentes e opostos de caracterizar um mesmo elemento, ex: coisa boa e coisa má (referindo-se ao amor).
Perspectiva humanista, ou seja, compreender a mecânica dos movimentos, representar o corpo humana de modo harmônico ,proporção entre as partes do corpo, beleza, e simetria.
Tendência a Universalidade: em lugar de esperar que o conhecimento do mundo lhe seja dado por revelação divina, o novo indivíduo procura observar a natureza,  documentar e analisar o que vê.
 
Linguagem e Forma:
- Predomínio de sonetos
- Versos de 10 sílabas métricas chamadas de medidas nova substituindo a preferencia medieval e humanista de 5 a 7 sílabas métricas chamadas de medida velha
- Uso de antíteses e paradoxos.
 
 
Características gerais
- Imitação dos autores clássicos gregos e romanos da antiguidade
- Uso da mitologia dos deuses e o uso de musas como inspiração
- Racionalismo: Predomínio da razão sobre os sentimentos
- Universalismo: Abordagem de temas universais como, por exemplo, os sentimento humanos.
- Antropocentrismo: o homem como o centro do Universo
- Perfeição formal (rigor em busca da pureza formal)
- Busca do equilíbrio entre razão e sentimento.
- Influência do pensamento humanista
- Influência greco-latina. Mitologia greco-romana, aborda temas com lendas e mitos clássicos, sereias, monstros, reis.
Sá de Miranda
Comigo me desavim
Francesco Petrarca
Dante Alighieri