Bandarra II
Portugal, sim, o Quinto Império!
Pessoa repousa em catedral serena
Cairá da terra todo o mistério
Quando deixar a alma de ser pequena
Quando a simples mente for a grande
Por se juntar a todas as que encontrar
Que ninguém acredite, que ninguém mande
Quando a Terra Humana for o nosso mar
Da língua sim, mas não da nossa,
Partirá a flecha da Nova Guerra
Império sim, mas que Homem possa
sem Imperador mandar na própria Terra
O pão alvo virá feito em coro
E em justiça será repartido
Da mulher riso, do homem choro
Por nós foi o ceptro de ouro derretido
Pondera o padre, candeia num vale fundo
Duvida da Ideia, o supremo poeta
A Verdade, a que é dona do mundo
Diz que o Messias é um humilde profeta.
Não morreu por alguém
Em vida não foi mais que humilde sapateiro
Mas não me desmente ninguém:
Quando digo que agitou Portugal inteiro.
Mas virá a razão, numa manhã de nevoeiro
Ao longe trombetas do querido passado
Do Encoberto vem o exército inteiro
Dar o mito fatal por morto e acabado
Chora a fonte, na velha aldeia
Alguém fez as malas ao das terras senhor
Ignoram idosos que a nova ideia
À fonte dará forte e velho fulgor
A nós espia a Europa inteira
Tremem as pernas ao viril soberano
Mas os povos se inspiram de igual maneira
Do Novo Mundo Livre Portugal é decano!
Zé Faia