Fernando Oliveira Granja

Ao Entardecer


Ao entardecer

Ao entardecer a areia fustigando meu corpo,
envolvendo-o de pedrinhas reluzidas do entardecer,
prolonga a doçura do calor do sol.
Anoitece, e a mesma cai a meus pés, como um manto.
Mar adentro!
O mar ondeia ondas que se arrastam até mim,
oiço o burburinho do retirar............

F. Granja

Há... O ladrar dos Cães?!


Há... O ladrar dos Cães?!
Pela manha, o cão nosso vizinho, ladrou.
Ladrou... Au.. Auau. Au. Auauau. Au. Auau. Au. Auauauau. Au. Au. Aauau
Surgiu, o ladrar de outro cão.
AUUUUUUUUOOO.
No meio do resmungo
O cão nosso vizinho, silênciaaauuuuuuo!


F. Granja

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Não apresses a fuga


Não apresses a fuga,
O lugar para onde fugir queres está vazio, frio, sem ti.
Fugir de ti é excluir a pessoa que és.
Não apresses a fuga,
Vá-lá, diz aquilo que no coração te vai,
escreve ao mundo o quanto te dói esse ai.
Não apresses a fuga,
encontra-te!

F. Granja

Eco do Despertar


10.000cc.

Brom, brom.... Brrrooom. Brrrooooom. Brrroooooooom.

As coisas vão rápido demais!!!

- Muitas delas, estão dentro de nós trancadas,

Sem conhecer meio de expressá-las,

Quanto mais libertá-las!!!

Falar! Falar! Falar!

De tudo aquilo que vimos e sentimos e

D'aquilo que já não ouvimos mais!

Não temais! Não temais! Não temais!

A barafunda de sons são os nossos ais!!!


F. Granja

Cabeça Gigante


Esta cabeça gigante,

Tanto mergulha como à tona ressurge

Batendo-se, sem nunca desistir de resistir,

Enfrentando as ondas do mar,

Com a ideia de um dia desprender-se,

E às braçádas navegar


F. Granja

A ENTREVISTA


A ENTREVISTA

I

Não sei se era teu seio ilha encantada ..

Paraíso de canto,

De perfume, d`amor e formosura..

Se um templo à beira-mar... Um templo santo.

De luz e aroma cheio...

Não sei ... Pois sabe alguém sua ventura?

Não dormia embalada no teu seio

Minh'alma sossegada.

II

Um suspiro prece...

Leva-os o vento pela noite escura!

Sonho! Um sonho que esquece!

Mas não se esquece o sonho da ventura!

Que fantasma nos brada avante avante,

Esquecer! Esquecer!

O coração não quer! Não quer ... Não pode!... Luta vacilante!

Onde teve seu ninho e seu amor,

Aí há-de ficar, pairar no céu deserto,

Ave eterna de dor

III

-Nunca mais! Nunca mais!

Que diz a onda à praia? Há um destino

Triste partido, em seu gemer divino,

E um mistério infeliz naqueles ais!

- Nunca mais! Nunca mais!

- E o coração que diz às mortas flores

- Do seu jardim d'amores?

- Como a onda jamais!

VI

Se eu pudesse sonhar ? Ah ! Posso ainda

Sonhar... se for contigo!

Sempre! Sempre a meu lado, imagem linda...

A noite é longa... Vem falar comigo!

Estende os teus cabelos...

O céu da tua Itália, não, não brilha

Como brilham meus sonhos, vagos, belos,

Se me falas à noite em sonhos, filha!

V

Levaram-te! Levou-te a onda dos mares!

A asa da águia! O vento!

Geme cativa- Chora sem alento,

Pomba d`amor, saudosa dos teus lares !

Teu ninho agora , é triste, glacial...

Um leito conjugal!

Antes a terra escura, pobre escrava,

Aonde-sob a abóbada sombria-

Tua alma os voos livres entendia...

E o coração amava!

Angelo Poliziano, Poeta Italiano (1459-1494)

Edgar Allan Poe "The Assignation"

Traduçao de: Antero de Quental

-A Entrevista-

A Dança


A dança
liberdade da alma
a navegar os diferentes portos
ligando o visivél com o invisivél

A dança
criação de gestos sensuais
em que me dou
aos ritmos musicais

A dança
uma dinâmica do espirito
que gira em energia
e espraia em alegria

F. Granja



 
 
 
 

Luz e Sombra


Um dia destes ao sair de casa, senti nos olhos a luz e achei-me estranho estar dentro... Havia rua, casas, céu, coisas e coisas e tantas coisas....Observei, pensei e perguntei-me; sou eu que sinto esta luz contudo o que nela contém? -A bicicleta rolou a luz me acompanhou, a paisagem modificou. -Ia eu dentro da paisagem,... pedalando, o ar arrumava-se à minha passagem. Objectos presentreavam-se como uma maquina de filmar ao desenrolar o que visto tinha para mais tarde recordar.- Sentimento sem sentido, sentido sem sentimento, a luz do dia, nao sou eu, sou so sensivelmente o lugar onde sinto e penso.

Fernando Granja

Candy


Estás belíssima

com essa cor Roxa

que te reveste e

com essa linha curva

que tanto me apetece.

Apetece-me sonhar-te

e ver-te caminhar,

ver esse corpo moldar

ao desenrolar-se

teu leve andar

e meus olhos a mirar-te.

Miragem?

Talvez...Sejas no sonho

que sonho,

no sonho em que

tão desejoso do teu vale

entrei-te pela porta principal.


F. Granja

Pensa-se a duplicar


Ao pensar,

Pensa-se a duplicar

A corrigir o andar

Da palavra a adicionar.


F. Granja

A Ricochet (as cordas)


A esta música cósmica, lancei-lhe a corda e a ela me amarrei.

Desde então, arrisco o salto de estrela em estrela.

Amarrada às estrelas, baloiça a corda em vão

e do ponto mais alto ao mais baixo,

de olhos vendados iluminados,

deslizo suavemente pelo tunel da corda abaixo

sentindo os Manuelinos na pele,

abandono-me ao ninho, embalado pelo vento quente e cósmico.


Fernando Granja

A Gaiola dos Sons



Do meu quarto, tenho por diante de meus olhos cerrados, abandonados,

Imagens, dos sons da via publica:

O Kru, Kru das Pombas...

O ladrar dos Caes...

Motorizados deslocando-se em todas as Direçoes...

O apitar do carro em cada Cruzamento...

O som de abrir e fechar de Portas...

O som dos Passos...

O correr da Agua...

O som do aviao, deslizando, deslocando o AR...

O som do meu Respirar...

Tudo isto, faz lembrar-me o lado de Fora...A Gaiola dos Sons!

Gostei!

Até ouvir o meu pesado respirar Barulhento.

Abri os Olhos...


F. Granja

O triângulo


Esta manhã ao acordar,
minhas mãos a apalpar
bolas de sebo para amar,
Estremeci ao saborear.

Gradualmente deslizei
ao encontro e penteei
as folhas e desvendei
o triangulo e penetrei.

Todo eu a iluminei,
ondulava, que nem eu sei
como guia-la-ei
neste maremoto... e me fiquei...

F. Granja



A ilha qu' habito


Um cheiro a odor de flores
Do mar salgado e seus amores
A profundeza da dor
Num cesto de flores

O odor exhalado do mar
Incorporado dela
Eis que me faz tremer
O mar e ela

Fernando Granja

A música do amor


A música do amor
São os gemidos meus e teus sem dor
É o correr do rio no seu fervor
No esplendor da chama do amor

F. Granja

Ide passear as almas


Ide passear as almas de mãos entrelaçadas...
Desentralaçem-nas, passem-nas suavemente pela vossa imaginação...
Ide ao encontro do que mais profundo vos dá a vida

Fernando Granja

No meu outono


Isto já não vai para a frente como dantes, não vai demorar muito tempo que tudo isto; pensamentos, carne e prazer siga o caminho para debaixo de terra, servindo a cadeia animã). Ainda que por vezes...(todo o conteúdo do texto escrito nas celulas grisalhas se foi embora) voltou...!?...como pudemos ir e voltar?... Há, se eu tivesse o poder de voltar de não jamais ter partido, seria por volta dos meus 40 anos e por aí ficava, com essa força do desejo, (com essa vontade de ter o mundo em mim) da imortalidade! Mas,a verdade é que este outono que o sou ainda, se desmaia e se desmairá dorénavant com stress até atingir o inverno glacial.- Isto não são palpites! Isto é a PDV!!!
F. Granja

Gata


Gata,
estás belissíma
com essa cor roxa que te reveste
com essa linha curva que tanto me apetece.

Apatece-me sonhar vendo-te caminhar
ver esse corpo moldar
ao desenrolar esse leve andar.

Apetece-me luminar o lugar
vindo tu para mim como um astro
cheirando meu rastro,
teu apetecer é apalpar
o que de mim roga,
a descarga eléctrica, o lugar

Fernando Granja


Mente viciada


Meu sonho...?

Roubado e não conquistado,

Refugiando-se no que já pensado e trabalhado está.


F. Granja

Nesta viagem


Nesta viagem, 
Vi Portugal com olhos de quem gosta ver: 
Amigos e Gente Portuguesa,
Serras, Estradas com curvas,
Pedras, Ruas e Muros,
Mar, Rio e Chuva,
Terra, Árvores e Céu Azul,
O Cão Vizinho que Ladrava:
Au...auau.auauauau.au....
E Gente com quem eu falava.

F. Granja

Buscaste-me


Buscaste-me, levaste- me, estreitaste-me
Em ti e afagaste- me
Lambeste-me, mordeste-me, abraçaste-me
Agafonhado em ti afogaste-me
Com mil beijos beijaste-me
Em meus lábios deixas-te
Teu supremo ardor
A fogueira e o teu amor.

F. Granja

Da Flor que éramos, da Flor que advimos...


Pois é João Lourival, na altura caminhavas para o planalto, e havia pernas, agora, também as há para as descidas. O que é bom fazer é a tal paragem, ver como nunca tinhamos visto as cores das estações. Pois por elas me comparo nas minhas emoções.

F. Granja

No reflexo da minha imagem


No reflexo da minha imagem, se reflecte a teia que vou sendo.

O espelho que não sou


Olhar minha imagem na água é como se quizésse compreender o que vai dentro de mim, mas em vez disso topo o meu natural à vista, o espelho que nunca saberei quem sou.

O flagelo


As tuas jogadas, o caminho k te levou a ires matar o vicio ao Motel conheces de olhos fechados, de cor e salteado ...pagar com a carta bancária é coisa para pessoas que são libres ... A tua conversa anda à volta de, eu amo te, dis que me amas, (sobretudo as palavras, diz que me amas... precisaste de um leque de sons da palavra "amo-te" para poderes introduzir o teu Às de espadas) palavras repetidas sem fim, jogo de palavras a achacar!!! É isto do k me falavas das mulheres portuguesas, k andam todas por aí ...( atacar, cheias de tédio a achacar?) Pobre criaturas e coitado dos corações k são frequentados por elas. Como pode teu coração amar se tanto o desprezas, o flagelas com o iceberg do teu olhar...! Gostas que te chamem ladra, minha desgraçada...! O que k sentes quando defronte estás com a tua filha ainda menina...? E de qual gaveta sairá a tua nova aventura? Dizias k estavas louca por mim...? Louca és de certeza e não sabes porquê...Prematuramente vives na abóboda escura, cadáver adiado!
F. Granja

O amor é uma pedra


O amor é uma pedra que cai do céu e nos bate na cabeça.
É uma brasa que nos incêndeia o comando e ganha-nos o gemer.
O amor é uma pedra que cai do céu e nos bate no coração,
É o correr do nosso sangue em alta definição
Que quando me apalpas as veias
Sentes latejar o teu coração

Fernando Granja

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Já fui, já vim!


Já fui, já vim!
Voltei como ia,
de alma vazia,
nao encontrei
o suposto que queria.

Fernando Oliveira Granja

Se não fosses tão bela...


Se não fosses tão bela,
amaria...o charme do teu olhar,
o arrepio no olhar ao ver-me aproximar,
minhas mãos trémulas a sublimar teus ferventes seios a arfar,
meus braços enliados em nossos abraços,
teus lábios a tremer dos soluços de sufocados sons,
se não fosses tão bela, amaria...
beijar-te, morder-te os lábios,
com a intensidade do nosso olhar,
se não fosses tão bela...
não te tinha roubado o sorriso mais belo do mundo

Fernando Granja

Já fui, já vim!


Já fui, já vim!
Voltei como ia,
de alma vazia,
nao encontrei
o suposto que queria.

Fernando Oliveira Granja

Kem me dera...



Quem me dera agora poder
abraçar-te beijar-te no amor
ficar louco por ti perdido,
sem perder ganhar o teu amor?
Quem me dera poder,
desgastar quanta carne nossa é,
cheia dos gritos da nossa loucura...
Quem me dera,
sem o socorro a transporte,
passear o homem sem ter que
sentir a raça das calças?
Quem me dera....!

O amor


O amor sentia que dava... depois passou um camião e atropelou-o.
Quando o coração ainda vacilante lutava, chegou um mau vento e apagou-o.
O vento soprou duas vezes e logo o atiçou,
a chama que de lado nenhum se escondia sorriu e abraçou
O amor baixou as pálpebras e tudo se acabou.

F. Granja

Kem me dera


Quem me dera agora poder
abraçar-te beijar-te no amor
ficar louco por ti perdido
sem perder ganhar o teu amor?
Quem me dera poder
desgastar toda quanta carne nossa é,
cheia dos nossos gritos da nossa loucura,
sem o socorro a transporte
passear o homem sem ter que
sentir a raça das calças?
Quem me dera....!

Para fora da abóboda celeste


Por vezes faz-me falta ir para qualquer lado descansar, lugar esse onde a existência é nula e nada se procura.

O trânsito do respirar


O trânsito do respirar, tràz-me
lembranças que não são minhas,
já antes de eu cá estar.
É o arfar seguido do burburinho das ondas
por quem... espero encontrar.
É essa distância, no tempo de esperar, que torço, por amar.
É o querer e não ter com quem compartilhar...
É o estar só, a foder o andar!

Fernando Oliveira Granja

Tantos k sou


Quando com uma certa distância para mim olho, vejo-me no vértice de qualquer um dos que sou e por vezes tenho medo de um dos que sou e nunca sei ao certo qual deles vai primar

O amor


O amor sentia que dava... depois passou um camião e atropelou-o.
Quando o coração ainda vacilante lutava, chegou um mau vento e apagou-o.
O vento soprou duas vezes e logo o atiçou,
a chama que de lado nenhum se escondia sorriu e abraçou
O amor baixou as pálpebras e tudo recomeçou .


F. Granja

A caminho de Portugal


A caminho de Portugal
E desejoso de ver o mar,
Là vou eu a voar,
Entre tecto cintilante
E algodao a almofadar,
A minha espera estao meus sonhos,
A quem eu me vou dar

F. Granja