Jonathan Freitas

Canção de acordar


Acordo ouvindo
As piores canções que gosto.
Rementencia as lembranças
Que machucam de saudade.
Prazer, saudoso relembrar,
Re-sentir...
Me venho todo de volta
Para mim.
Platos...
Equacionar-me no de agora sentido,
De momento vivido,
Que de certeza sem volta.
Em causa lamento misto,
Dor doce sofrer alegre lembrar...
Janela dos quinze anos
Em nova lembrante abertura,
Sofrendo de mim mesmo,
Instantes doces momentos
Da exata melhor vivencia
Do mais puro ser perdido alcançado.
Onde a ademais alma passada
De agora atentada vivenciada,
Discorre ante olhos.
Busco novo infortuito abraço,
Que de cada vez mais longe
Afasta-se de mim.
Até desaparecer, sumir de mim,
E das vista que alcanço em lembranças,
Ao findar canção de acordar.

Estrelas.


Cerrei meus olhos,
Deparei-me com o mais
Lindo sorriso imaginado.
Olhos de carinho...
Semblante de luz...
Aproximei-me,
Mãos em suave toque as minhas.
Terno e longo abraço.
Boca...
Doce boca a minha tocar,
Beijo de rasuras temporais,
Emocionais, racionais...
Estrovengando sentidos.
Calor do corpo.
Coração junto ao meu,
Pulso compasso sentido.
Quero-me sempre assim,
Junto...

Em dormente sono,
Em sonho te vi ao longe,
Horizonte,
Ao por do sol.
Junto ao astro se indo,
Em ofusca silhueta.
Desaparecendo em chegada escuridão.
Estrelas em lento surgimento.
Olho-as em adivinhação,
A qual contemplar?
A qual dedicar meus versos e canções?
A qual dedicar flores
Com beijos da alma?
Do coração...
De amor...

Vago noites,
Olho e aponto estrelas,
Faço-me em canções,
Noites serenatas...

Canções estrelais busco ouvir.
A voz...
O brando som...
Desejo de branda voz a clamar-me.
Uma só vez que seja...

Coração de teu ser...

Faço-me em orações de bem querer...
Guardar-te em carinho.
Na oculta,
Desconhecida,
Ou inexistente estrela.
No imaginário sonho do som
Que espero ouvir...

Anseio de noitificar-me
Por estrela.
Estrela da flor.
Estrela da canção.
Estrela...

Anjos vivenciais.


Acaso anjos contigo
Presentes soneiam?

Acaso anjos à volta
Revoltam fantasias?

Acaso anjos ministram
Magias para deleite encanto?

Acaso anjos luminescentes
Emanam clarescencias noturnas?

Acaso anjos matinos
Decretam luz, sons e aromas alvorecentes?

Acaso anjos laborais auxiliadores
Alegrarão a compulsa?

Acaso anjos medicais
Profilaxiarão tristezas dores e mágoas?

Acaso anjos risonhos
Dançaram envoltos na alegria?

Acaso anjos de lágrimas
Derramarão juntos em emoção?


Acaso anjos de amor e paixão
Frissoneiarão em arrepios medulais?

Acaso anjos de conforto
Aquecerão o âmago?

Acaso anjos carpideiros
Tristearão em afagos e consolos
Selando por fim a paz?

Acaso anjos jazigoais
Velarão pelo eterno sono?

Acaso anjos espoliais
Cuidarão dos germens descendentes?

Se assim o for, talvez,
No concernente olhar,
Terá sido plenamente feliz.

Aromas.


Chegada hora de estrelas,
Trago para dentro do peito
Aromas do mundo...
Aromas de muitas cores,
De todas as luzes,
Da mais brilhante reluzente,
A mais escura e sombria...
Aromas de emoções,
Muitas emoções,
Nem sempre boas de lembrar...
Aromas das sensações,
Aromas de idos...
Aromas dos ventos carregadores de canções,
Aromas dos versos, dos poemas,
Aromas dos trinos, dos hinos eleitos,
De muitos sonhos, desejos e amores,
Aroma de flores,
Aromas de fantasias, magias e lendas...
Aromas...

Ao alvejar de amarelo azul o céu,
Expelir no sopro do dia
Aromas tragados da noite ao peito,
E cessar respirar,
Até chegada hora de estrelas,
De aromas...

Alegria.


É sempre assim doce,
Vira tudo feliz de novo...
Adversidades vez por outra,
Só pra referenciar,
Não deixar descuidar muito,
Reciclar a malemolência,
Em mais uma emoção,
De lembrar, contar,
Cantar...

Guardar alegrias
Das boas safras,
Para dias tristes...
E somar ao combustível
De recomeçar.

Asas de voar,
Pés de caminhar,
Mãos de cuidar e afagar,
Alma de sentir,
Dom comum de amar...

A rocha rompe-se
Na última investida,
O polimento se dá
No último carinho,
O horizonte é sempre
Lindo e distante...