Feito alma.
Feito carne. Feito dor.
Feito santo criador?
Oh! Desatam d’alma os nós das personas quão os opostos da incônscia, ó bardo?
Azo a sós, dê-se em essência parido, teces, opilas pelo bico da Parkinson jângais (dê) versos idem léxicos que os alinhavais a ponto perfeito?
Não o ranço? Não o vil escárnio que o encana entoado, vertendo rimas, esputa versos em escarros.
Oh! A de não tê-las n’outras cartilhas o verbo ser-dor sido purgado, alma arreboza para sê-la carne?
Vês? Vês que dor se for [do que duvido!] por não saber-se dor e não saber-se o nada, não é dor purgada a dor quê não se guarda: não é verbo conjugado; nem anima sofregada para
sê-lo arte encantada.
Vês? Vês que dor se for (do que duvido) não é dor para sê-la cria;
Não é carne para sê-la afim;
Não é alma autista para ser às sós: nem verbo cavo, martírio que não se faz.
Feito dor.
Feito verbo.
Feito carne.
Feito alma malcriada?
És preciso tu, ó Narcísico [a], espelha rasa aquém do útero, fragma d'um Eu despedaçado, venera estampa, refugo da carne afeada, que o pensa sê-lo: o "nell'oblio" remido; o frame ali por um segundo: o mito no rito da punga, a gira; a blague imaginária para o desengano; o verbo tosco, opaco, ultor? Ó sede vós além dos umbrais ancestrais dos vossos avós.
És preciso tu, ó Escárnio infame, escória que o pensa sê-lo, mais que tudo: o Deus, o Verbo e o Nada? Sido purgado, verbo ser essa dor; alma e carne depurada; poesia para ser arte? Ó sede vós além dos nós alinhavados dos vossos ilhoses.
Então, ousas a ti dizeres, ó bardo? Ou é-me essência parida? Ou de fenestra a ambrósia dos mortais.
*"nell'oblio" [Língua itáliana = esquecimento]
Comentário: Inês de Castro intelectual e fotografa.
Caro amigo Esse bate papo é muito legal. Percebo, porém que meu ritmo não acompanha o seu. Vc se comunica com muita gente. Eu não. To vivendo enclausurada no Arpoador, é mole? Vou tentar passar uma mudança que percebi nos teus textos. Ñ é uma análise literária, apesar de eu ter estudado letras na USP (ñ me formei, é claro).achei engraçada a sua mudança de estilo e norma conforme o veículo. Foi nesta ordem que as percebi:· Na poesia vc se expande. Vc fala na interseção dos planos universal/individual. Seu inconsciente (Junguianamente falando) se apodera de suas línguas, de sua palavra, de sua parole (Saussure) que são lançadas nas ondas reais e virtuais da grande rede. Aqui a norma ñ é culta nem inculta, aqui vc é Serrões. Vc as declama tb, nas tertúlias da Ilha?· Nos e-mails, vejo o advogado formado no Recife: norma culta, plano universal, formal, barroco quase pomposo, um discurso imponente e impressionante aliada a uma certa malandragem de comerciante que eu já havia ouvido, mas nunca lido. Lembre-se que o pai de minha filha era um pernambucano comunista e político que, aos 15 anos ganhou um concurso de oratória da Assembléia Legislativa de Pernambuco com o tema da prostituição, defendendo as putas e concorrendo contra políticos adultos conhecidos. E olha que eu acho os meus e-mails formais demais (rimou).· Não sei como se chama aquela conversa escrita on-line que nós tivemos. Pois, é. Ali eu reencontrei o velho Serrão que eu conhecia de ouvido com sua linguagem cotidiana por um lado muito maranhense, por outro trazendo outras vivências e uma pitada das formas acima descritas, tudo isso no plano individual e informal. É coloquial, regional, mais a pitada de apuro. Eu sei que sou lenta e complicada, mas não tinha, até então, me aberto com ninguém. Tenho esta trava com "autoridades constituídas que me atrapalha muito. Serrão, responde, vai!Bjs,Inês NOTA: Na imagem [Inês de Castro, João Batrista do Lago e Manoel Serrão] às margens do Rio Una, Cidade de Morros [MA] . |
Ó “Poseidon” -, D’us dos Mares -, Guardiã das Águas profundas e das marés rasas.
Ó tu imortal que ao sal das vagas emerge das entranhas líquidas, que desaba em fúria severa sobre o tombadilho, e quão um punho em brasais, esbatia-se contra o rochedo do "Náutilos": arremessa-o contra o tempo pelo eterno; desafia-o num só gesto à morte; e, atormenta-o nos interiores pelos seus contrários o mundo ao redor.
Ó inda que mal traçada a rota pelo azimute, acaso D’us, viste-os vencidos? Vês são bravos “Vernes” rumo às “Ilhas” desérticas de suas almas etéricas. Vês, lá d’onde o homem-criança [os bons], reinventa o mundo, povoa-o, fecha-o e nele em claustro na caixa Nau se encerra, e a tornar-se retina viajante, é a mesma Nau que, de leve, afagam infinitos e causa amiúde partidas.
Ó Bendicto! Não vês? São heróis mortais sem desonra -, escutai-os e guardai-os só para vós no coração: por que não poupais os bons e os maus mandem-nos a purga de Hades? Ó se até o “Celeste” que outrora fora ao pique em cresta e brasa, nem à cais do porto – o destino -, a Sagração o salvara? Ó se até o “Bateau ivre” de Rimbaud, a exora, nau que se dissera “eu”, e, liberto de seu banker, fizera do Homem-pequeno homúnculo das sombras, passar de sua caverna a uma sublima alma poética?
Ó vês, inda que suprima da matéria o homem e deixeis a nau às sós: nada escapará ao ectoplasma, nem mesmo o mais remoto esférico e liso dos Universos infinitos.
Então, espiais? De Gaia, o Ponto virá a ti...
Ó "Eólio" -, D’us dos Ventos -, ó tu imortal de os teres consigo a soprar-lhe as vê-las do reino humano até voar: o vento suão; o furacão; o temporal; o vento gélido; a tempestade; e, o vento cáustico às vossas erigidas ameias aos céus do Olimpo ruiu - o destino – virara estrelas encarnadas e a imortalidade quebrando as madrugadas o alcançara.
Ó D’us que o indago e proclamo ser teu aliado: e que homem sem sonhos aos céus pode chegar? Por que não haveria de vagar pelos campos à colheita do sonho? Nossos sonhos são como um sopro dos ventos, mais que tudo precisão: a própria vida do Ser que se quer ser existido.
Ó imortal, como me vos desfizestes! Não vedes que nós, mortais são-nos destinos, e nossos dias de imortais são-nos contados.
Então, espias? De Gaia, Urano virá a ti...
Ó d’osgemeos” fúria do vento e do mar, entre - humanos e divinos – os diferentes, urge-te do estro unguento da poesia quão o sábio Gilgamesh o mais antigo que o Dilúvio – o épico do poema. Sim! Aquele que tudo vira que singrou os mares, que soubera de todas as coisas, e fora aos céus pelos ventos.
Então, espiais? De Gilgamesh, a Poesia virá a ti...
Ó dize-o tu, severo Mito? Por que acusas os mortais dos sonhares e do mal que há imortal no homem não vos dás a cura? Acaso vós sabeis dos mares vindos da corrente que os arrastam para longe, para sempre, a rota de voltar à morte para a vida, o caminho?
Acaso vós sabeis? Sabeis? Ó severo Mito, assustado, sabeis dos reveses que vos afliges quão o rito de mantê-lo à tona vivente no presente revivido?
Então, espiais? Do Rito, o Mito virá a ti...
Ó d’osgemeos dos mares e dos ventos, acaso procurareis vento no meio dos ventos? Água no meio dos mares? Ó se ali Deus imortal dela vos serás; morto ali o homem em vão dela não serás.
Ó D’us imortal “Poseidon”, agora que somos vida para amar. Ó D’us imortal “Eólio”, agora que somos sonhos para sonhar.
Ó que sejamos Vida e Sonhos, não vês? A Vida no “Berçário da Evolução” a ti virá dos Homens!
Mas dos Homens que devemos aprender a morrer para o que somos, e renascer pelos sonhos.
Então, espiais? Só assim, de Zeus, o Olimpo virá a ti...
Mhario Lincoln
Presidente da Academia Poética Brasileira
Curitiba, 14.02.2018.
Mhario Lincoln é editor-sênior da www.revistapoeticabrasileira.com.br - Acredito eu que a POESIA e a Literatura especificamente, deveriam ter um tratamento mais razoável neste País chamado Brasil. Que não só os folhetins novelescos repetitivos e enfadonhos a se perpetuar, cada vez mais, no ilusório coletivo. A poesia deveria (como estamos tentando fazer em nossas publicações) ter um lugar especial. Por exemplo, Antonio Candido de Mello e Souza, sociólogo, literato e professor universitário brasileiro, estudioso da literatura brasileira e estrangeira, pensa igual: 'A literatura é pois um sistema vivo de obras, agindo umas sobre as outras e sobre os leitores; e só vive na medida em que estes a vivem...'. Então, se não há produção literária, não há leitores e não havendo leitores, não sobrevive, por si só, a literatura.(...)" #domeulivro ML
Mhario Lincoln é editor-sênior da www.revistapoeticabrasileira.com.br
Qu’inda à escave.
Qu’inda à esterque.
A vida, mais que tudo:
É sempre O ater-se,
E nunca O atar-se.
Esta obra, ora analisada, dispõe de um palavriado ‘alienígena’ muito pertinente às ideias diferenciadas de Serrão, em sua construção lírica. Até, muito pertinentes às escritas por Gaston Bachelard: "O exterior e o interior formam uma dialética de esquartejamento, e a geometria evidente dessa dialética nos cega tão logo a introduzimos em âmbitos metafóricos. Ela tem a nitidez crucial da dialética do sim e do não, que tudo decide. Fazemos dela, sem o percebermos, uma base de imagens que comandam todos os pensamentos do positivo e do negativo".
Na minha interpretação geral, como pintar uma tela com um milhão de cores invisíveis, porém, com a sensibilidade indelével de se fazer notar a olho nu. Leia:
“Qu’inda à escave./ Qu’inda à esterque./ A vida, mais que tudo:/ É sempre O ater-se, / E nunca O atar-se.”.
Este é Manuel Serrão que Thomas Stearns Eliot deveria ter conhecido, se em carne e osso ainda aqui estivesse. Talvez reforçaria a sua frase ódica mais lembrada entre os poetas:
“Um clássico só pode aparecer quando uma civilização estiver madura, quando uma língua e uma literatura estiverem maduras; e deve constituir a obra de uma mente madura. E a importância dessa civilização e dessa língua, bem como a abrangência da mente do poeta individual, que proporcionam a universalidade. (...)”.
Mhario Lincoln
Presidente da Academia Poética Brasileira
Curitiba, 14.02.2018.
Mhario Lincoln é editor-sênior da www.revistapoeticabrasileira.com.br - Acredito eu que a POESIA e a Literatura especificamente, deveriam ter um tratamento mais razoável neste País chamado Brasil. Que não só os folhetins novelescos repetitivos e enfadonhos a se perpetuar, cada vez mais, no ilusório coletivo. A poesia deveria (como estamos tentando fazer em nossas publicações) ter um lugar especial. Por exemplo, Antonio Candido de Mello e Souza, sociólogo, literato e professor universitário brasileiro, estudioso da literatura brasileira e estrangeira, pensa igual: 'A literatura é pois um sistema vivo de obras, agindo umas sobre as outras e sobre os leitores; e só vive na medida em que estes a vivem...'. Então, se não há produção literária, não há leitores e não havendo leitores, não sobrevive, por si só, a literatura.(...)" #domeulivro ML
Mhario Lincoln é editor-sênior da www.revistapoeticabrasileira.com.br
Nota: [“João Batista do Lago, maranhense, pode ser considerado, atualmente, um dos mais completos poetas e cronistas do Brasil, haja vista a consciência plural e significativa de sua intuição cultural, fato que o faz passear entre musgos históricos gregos e o modernismo clariciano, espargindo o pensamento poético alemão, americano ou inglês, sem esquecer-se das taças Sab ore antes dos vinhos que inebriaram o cismar dos poetas franceses como BAUDELAIRE (Charles Baudelaire), MALLARMÉ (Stéphane Mallarmé), FRANÇOIS COPÉE (François Édouard Joaquim Copée) e MUSSET (Louis Alfred de Musset) – o poeta do amor. Como eu, o Maranhão e o Brasil também, crêem, se orgulha de João Batista do Lago, uma das maiores expressões literárias do mundo moderno. Fato que, realmente não deixa a desejar se comparado a nenhum dos franceses acima citados”. Marconi Caldas Poeta, escritor e advogado São Luís – Maranhão – Brasil 2007].
Afago que não passa troco.
Afago que sonega o outro:
É poço que afoga o choro.
É vento que apaga o fogo.
É fel que amarga o doce.
Afago, sonegado ou pouco,
O que há de não fazer no afogo,
quando o afago sonegado ou pouco,
Não o afaga solto?
Ó tanto mais se si ilude!
A troco d'um afagar,
ao se dar se pensa pouco.
O que há de não fazer chorar?
Dali com Freud
Ou contra Kant,
Mas nunca sem
Da Vinci?
Para Picasso,
Dali há quem pinte!
Desbrio cromo, rude anômalo.
Ethos aléxico, nude atímico.
Xeno-imago, anon-imato o atávico.
Divisa enfadonha da psique e da soma.
Neo-autômato, risus sardonicus.
Dândi inseto, desafeito o afeto.
L’infâme do não-ser o afago.
O héxis no desfrute da Távora.
Voro animi, mori o cordi cida? Suicida!
E eis que medra e habita no vacante o Matrix:
O nada ser visto.
O não-acontecido.
O irreal. O invisível.
O silente insidia tornado exílio que apaga o Outro.
Mhario Lincoln adicionou uma foto e um vídeo.
21 de julho às 21:53 · Minha satisfação é imensa em receber um dos maiores poetas vivos da geração 60. ManoelSerrão SilveiraLacerda. Pessoa a quem respeito muito. Ele mandou-me uma poesia fortíssima, dentro dos axiomas que ele bem sabe interpretar, mas para mim, foi deveras difícil acompanhá-los e produzir esse vídeo em cima de sua "DÂNDI ATÍMICO [O NADA [A] SER VISTO]". Tentei. Meu amigo Serrão, seja sempre bem-vindo. Perdoe-me se não foi como o desejado. Publicarei na página da Academia Poética Brasileira os outros poemas.
Mhario Lincoln é editor-sênior da www.revistapoeticabrasileira.com.br - Acredito eu que a POESIA e a Literatura especificamente, deveriam ter um tratamento mais razoável neste País chamado Brasil. Que não só os folhetins novelescos repetitivos e enfadonhos a se perpetuar, cada vez mais, no ilusório coletivo. A poesia deveria (como estamos tentando fazer em nossas publicações) ter um lugar especial. Por exemplo, Antonio Candido de Mello e Souza, sociólogo, literato e professor universitário brasileiro, estudioso da literatura brasileira e estrangeira, pensa igual: 'A literatura é pois um sistema vivo de obras, agindo umas sobre as outras e sobre os leitores; e só vive na medida em que estes a vivem...'. Então, se não há produção literária, não há leitores e não havendo leitores, não sobrevive, por si só, a literatura.(...)" #domeulivro ML
Mhario Lincoln é editor-sênior da www.revistapoeticabrasileira.com.br
Comentário de Lustato Tenterrara em 22 maio 2010 às 17:25 Lindo poema, Poeta. Saiba que muito nos honra tua presença em nossas redes sociais.Parabéns pela brilhante inspiração, tão forte, tão febril, tão crua e nua que teu poema Sal e Calcerca-nos, leitores, com a visão sinistra de uma miséria mil vezes dita e que continua muda em face da falta de consciência dos Governos-Estados, dos países dito "ricos". E são ricos não à custa da fome que assola nosso planeta, pois recente estudo oriundo do Gabinete da Presidência da República (Brasil) revelou que com a metade dos recursos "doados" aos grandes bancos por ocasião da crise financeira de 2009, seria suficiente para acabar com a fome no planeta. Uma vergonha que a fome dos desvalidos irá cobrar no Dia do Juízo, de todos aqueles que, dolosamente, omitiram-se ou deixaram de agir.Um abraço. PS.: A gravura de Portinari, além de lindíssima, inteira toda a trama, dá vida, mais ainda, ao holocausto do século 21. Portinari, com sua tela crua; Manoel Serrão, com suas palavras ferinas. Comentário de Lustato Tenterrara ao poema Sal e Cal, de Manoel Serrão. |
Ouça! Ouça! Escute sempre, converse com os olhos até bater com as orelhas nos dentes.
Na sesma o sol estia, torra, tisna, estila, assola, opila, recrudesce o árido.
Seca a lavra, a sebe, a parelha, o estipe, a húmus, o barro e dissipa a mata.
Na sesma o sol na pedra lasca, o esterco seca, o calhau e na tapera resseca a palha.
Na sesma o sol cego, ceifa a gleba, o perau, queima a roça tocada a fogo pela “coivara”. Seca a bilha, roga a fé, reza a novena, ferra a boca, cala o berro, arrebenta a fome e estorrica a couraça.
Na sesma o sol subjaz do cacto o espinho do mandacaru a flor, e na serra o poial quebrar-se racha.
No latifúndio a chuva abunda, rega d'água o cio o grão que semeia o pasto.
É gota "santa" que faz dar a benta ração para a engorda no curral ao rebanho castro.
No latifúndio a bátega é dádiva que aduba a fécula para o festo lauto do repasto farto.
No latifúndio o dilúvio farta o clã, o feudo e do vil metal a fecunda para o jugo imposto da prata.
É dominus secular imperado pelo grão-senhor da terra; o feudatário que berra: "O Estado aqui sou Eu!”.
No latifúndio a “joia da coroa” é dote "podre" sem igualha, dívida imoral que ceva em saca o silo da safra,
Engorda a díade do amo oligarca, sacia a corte e o legado primitivo da casta.
Na sesma o sol flagela, impõe a dor, o martírio, o claustro, e na caatinga adusta do ser a honra, impõe a penúria, ceifa vidas, ceifa sonhos e amordaça o homem sem Pátria.
São nó e laço que cata e apeia o peão no passo. Cala o berrante, o aboio, e faz Asa Branca adejar sem grão um piar sem graça.
Na sesma o sol faz do pau Ipê cipó cavo sem polirrizo, das folhas restolho que enxameia a terra, e de toda a porção rasa sem chão mão-de-obra escrava.
Na sesma o sol a pino pune na canga - cruz - que pesa como purga à rês do canzil,
Divisa entre cancelas vidas secas tangendo para o êxodo o homem “invisível” retirante sem terras, Ó desterra-o!
Na sesma, a seca é cão sem braço nefasto que mata a soco de côvado sem abraço, e a golpe de língua a morte chega de antevéspera, e anuncia-se!
Na sesma o sol da sexta parte é martírio do corpo e d'alma que descarna da pele os ossos e da "grei" miúda a nervura até que no juízo final o separe, jaz na cova e acaba!
E eis, que entre.
Pedras e cactos.
Destinos e sorte.
Entre
O pó e a cal.
O sol e o sal.
Entre
A luta e a fome;
O martírio e a sede;
O sacrifício e a fome;
A bravura e a sede.
Entre
A servidão e a fome de uma raça qu’inda não receberam da Vida senão a dor, e os restos de migalhas...
Na sexta parte onde a forca da fome demora, o destino é a morte.·.
Imagem: Tela Retirantes Nordestinos - Vidas Secas - Cândido Portinari.
ToRtA.
AsSimÉtRicA.
I
n
c
l
i
n
a
d
A...
A culpA dEsconstrói A verdAde,
E constrói A desculpA.
É O desconstruir-do-mais-que-perfeito!
Comentário: A “Tortuosa” dialética do exterior e do interior do Ser esquartejado por
© DE João Batista do Lago:
Comentário de João Batista do Lago [“João Batista do lago, maranhense, pode ser considerado, atualmente, um dos mais completos poetas e cronistas do Brasil, haja vista a consciência plural e significativa de sua intuição cultural, fato que o faz passear entre musgos históricos gregos e o modernismo clariciano, espargindo o pensamento poético alemão, americano ou inglês, sem esquecer das taças saboreantes dos vinhos que enebriaram o cismar dos poetas franceses como BAUDELAIRE (Charles Baudelaire), MALLARMÉ (Stéphane Mallarmé), FRANÇOIS COPÉE (François Édouard Joaquim Copée) e MUSSET (Louis Alfred de Musset) – o poeta do amor. Como eu, o Maranhão e o Brasil também, creio, se orgulham de João Batista do Lago, uma das maiores expressões literárias do mundo moderno. Fato que, realmente não deixa a desejar se comparado a nenhum dos franceses acima citados”. Marconi Caldas Poeta, escritor e advogado São Luís – Maranhão – Brasil 2007].
A inserção do poema, ou do poeta, num determinado campo literário é algo complicado, posto que, quando o Poeta produz o faz a partir da sua - e somente sua - cosmovisão, ou ainda, da sua mundanidade ou mundidade representacional, ou mais especificamente, do seu universo holístico. Contudo, por mais que não queiramos, a literatura exige que encaixemos o texto num determinado discurso. Apesar disso, ouso aqui não intentar, para esta belíssima obra de Manoel Serrão, uma Escola Literária para, assim, fixá-lo nela.
"Tortuosa" é um poema que traduz uma carga de significados excepcional. Mas não só isto: o poema traz, em si, ainda, o conteúdo de seus significantes (também!). Ao inferir este pensamento quero, desde logo, chamar a atenção para o campo teleológico, ou seja, do argumento, conhecimento ou explicação que relaciona um fato com sua causa final.
E o que é que se relacionam neste poema? Ouso responder: a dialética dos universos "externo" e "interno", que se traduzem e re-traduzem na concretude de entes que se digladiam na extensividade da dialética do sim e do não, aqui entendidos como a construção e a descontrução do discurso do poema-de-si.
É muito interessante, e salutar, perscrutar este poema mínimo porque, de cara, ele nos revela e desvela uma questão fundante: não é preciso um trem de palavras para se atingir o fato com sua causa final. Neste caso, por exemplo, Manoel Serrão não precisou mais que dezoito palavras para atingir, belíssimamente, a causa final: a tortuosidade assimétrica da “verdade”.
E essa constatação se torna efetiva na mesma proporção em que o sujeito que fala no poema se internaliza tanto no espaço externo quanto no espaço interno, dialetizando a verdade pelo viés da culpabilidade.
E de posse da "culpa", uma característica da essencialidade da "verdade", produz-se o processo da construção e da desconstrução do Ser e do não-ser: não é à-toa que a palavra "inclinada" vem grafada verticalmente.
Ora, isso nos sugere uma tipologia de torre (seria a Torre de Babel?) construída e desconstruída assimetricamente, isto é, há uma relação de correspondência desse corpo, seja na forma, seja na grandeza, assim como na localização entre as partes existentes de um lado e do outro de determinada linha, plano ou eixo.
"O exterior e o interior formam uma dialética de esquartejamento, e a geometria evidente dessa dialética nos cega tão logo a introduzimos em âmbitos metafóricos. Ela tem a nitidez crucial da dialética do sim e do não, que tudo decide. Fazemos dela, sem o percebermos, uma base de imagens que comandam todos os pensamentos do positivo e do negativo" - (BACHELARD, Gaston, in A POÉTICA DO ESPAÇO, P. 215).
Porventura, não é de fato um esquartejamento visceral dessa verdade "inclinada" se movimentando de um lado para o outro como se fosse um pêndulo sustentado por um fio metafórico ou a representação pessoal da mente do sujeito que fala no poema? É claro que sim!
Mas, quem é que está sendo esquartejado, construído e desconstruído, na verticalidade “inclinada”? É o “O” do último verso.
Eis, pois, aqui e agora, o Ser da construção e da desconstrução. E quem é esse “O”? É exatamente o Homem (homem/mulher), que se auto constrói e se auto desconstrói, numa tentativa desesperada de se fazer sentido, de se dar sentido como o Ser de significados e significantes.
__________
Curitiba – Paraná
11/fev./2009
Quando a Vejo!
Sou o Ver do olhar
Atravessando-lhe inteira!
Depois, invoco-a!
As
so
vio
em
vi
va a Voz d’boca
ao pé do
ouvi[N]do
O silêncio da terceira Orelha.
Ó tivéssemos! Tivéssemos... Inda tivéssemos as epopeias homéricas – a ilíada e a Odisseia – a visão olímpica da existência, a expressão do deus Apolo de Delfos. Tivéssemos o modos respeito à efígie, o sujeito ético não objeto, a "justa medida" – a valorativa proporção em comedida porção por todas as fases da vida.
Ó tivéssemos! Inda tivéssemos... Tivéssemos a sertaneja epopeia – a saga d’a Pedra do Reino -, a visão dual sobrenatural, a expressão de Dom Pedro-Quaderna. Ó tivéssemos o modus sublime de olhar por meio da imago o universo popular. Tivéssemos os dois rochedos a sangue humano regados. Tivéssemos os fiéis sacrificados feito todos poderosos imortais ressuscitados. Ó tivéssemos!
Ó tivéssemos! Tivéssemos... Ó tivéssemos salvos os povos das florestas; Anastácias, Dandaras das cafuas, Luíses da Gama e os Zumbis da escravidão. Ó tivéssemos a dessedenta do Nordeste: a sebastiânica redenção. Tivéssemos dado cabo aos filhos da servidão. Tivéssemos as Cabras da Peste, o Rei do Cangaço -, Virgulino Lampião à sua imagem e semelhança. Ó sim sinhô! Tivéssemos Catulos, Vitalinos, Machados e Suassunas. Tivéssemos Joões do Vale, Patativas, Lobatos, Amados e Brennand's. Tivéssemos Montelos, Sousândrades, Gullas, Nauros e Gonzagões! Ó inda tivéssimos!!
Ó tivéssemos! Tivéssemos... Inda tivéssemos o drástico da tese; a cura pura para a incúria da peste; a norma culta menos culta distraida informal; o oblio obus para os corruptos e perversos! Tivéssemos o perplexo insano, os dês perfeitos, o imorredouro perpétuo!
Ó Índia bela! Bela São Luís das tabas, upaon-açú das matas onde Tupã turgira e o Tupi reinara.
És tu, ó nativa encarnada da pele vermelha, do canto tribal das ocas e de todas as caças.
És tu, ó – antropofágica das clavas, dos arcos e flechas e das zagaias de "hasta ferro" afiadas.
É tu, mãe guerreira dos Tupinambás – chão ancestral dos Maranha guaras: oh! Quanto Céu...
Quanto Sol resplandecente, quanto Mar em vós a Terra hoje triste chora por teus Filhos extintos da Mata!
Ó Lusa bela! Bela São Luís grã-fina, esplendor da corte quão do arrojo dos cristãos novos de Portugal.
És tu, ó divina Atenas -, a’ voz do verso e da prosa de sustê-la na poesia o verbo amar.
És tu, ó verve magnética de imporessina refinada, - a guardiã da plêiade e do panteão dos sábios imortais.
Oh! Quanta beleza deu-te D’us a vós por altiva colossal -, a coroar-te em eiras - mirantes - e beiras quão uma poesia de pedra e cal.
Ó Negra bela! Bela São Luís odara, bendicta deidade “negra-mina” da raça.
És tu, ó África do fausto e da gloria do Negro Cosme na luta pela liberta escrava.
Ó sincrética do "averequete" e do Vodu encantado, o mais rico legado de São Benedicto - à Casa de Mina consagrada.
É tu, a voz do quilombo que se levanta contra martírio das senzalas: a resistência da raça que a bravura do filho não tarda.
Ó c’roa airosa imorredoura séc’la dos mourejares que se aformoseia ao pé do mar.
És tu, Ilha bela São Luís qu'inda bela ‘stá da pedra d‘alcantaria desenhada.
Ó vetusta ambígua do abraço do novo e do velho pela vida, rosa que nunca se basta.
És tu, ó régia, o elo da tríade, a pétala livre da rosa, a exora étnica unitiva - idílio universal - mais viva das raças.
Ó joia poética de fascinar a íris de aquarelas e praias mais belas! Bela como o azul do céu refletida no azul do mar.
És tu, ó Ilha bela! Beleza orlada de luz e banhada em vivas águas, a ascese mística de Iemanjá.
És tu, ó deia, que só, a vós escrevo e só por vós minh. ‘alma dou-te, e dou-te, porque te amo,
E amo-te, porque preciso amar-te!
Ó São Luís encantada das velas rebelas que passeia por esse "Mar'Anhan" do passado e presente.
És tu, ó Ilha de peregrina beleza, onde a vida entre ruas e becos corre-lhes em récitas como os versos do poeta;
És tu, ó onde o ungido Rei Sebastião por vós se fez da ápode encantado, a lenda e o mito atemporal dos magos.
Ó tu que no amanhecer em veste de folhas novas e maresia cheirosa, surges entremeia inda mais bela na brumosa alvorada.
Ó enamorada, inda quero-te chegar e aos éditos dos teus mistérios amorosos abraçarem-te!
És tu, ó São Luís do eflúvio das rosas e das gotas de orvalho que escorre pelos galhos cheirosos.
Ó assim, te quero com o sempre azul do céu e do mar anil beijando a cais na Sagração de paz, te quero!
Ó como assim te quero o mar que atravessa o Bacanga e o zéfiro soprando leve um suave murmurinhar.
Ó Bela! Bela! Bela São Luís da Praia Grande bela, quermesse de luz, fé e calor. Folgança bela de punga gira e tambor.
Ó Bela criação tu és como o luar encantado de amor, onde os telhados refulgem como espelhos o luar,
E as paredes dos teus casarios brilham preciosos de azulejos no rosto das madrugadas tu'alma de fleur.
Ó mademoiselle, Minh ‘alma e rainha, ah, minha amada Ilha imortal São Luís meu amor.
Ó filha da vontade poderosa Rei que por coroar-te a cabeça Vossa Alteza te criou;
És tu, ó eternal guardiã dos abraços incontidos das raças a Nova Luz.
E assim, a vós, e somente, a vós cabeis à posse definitiva dos pores-do-sol da nova França.
Oh! Então que sejais assim amada, por Amor de Deus e de Nós? Eterna Luz, O Novo Sol!
Por Zeus e Mnemósine, ó cria de Urano e Gaia!
Que me-a fizestes?
Que me-a fizestes, ó Calíope?
Que me-a fizestes, ó rainha da epópeia.
Ó Deusa da eloquência e da poesia épica, que me-a fizestes?
Por Zeus e Mnemósine, ó filha de Urano e Gaia!
Que me-a fizestes?
Que me-a fizestes, ó Érato?
Que me-a fizestes, ó musa da lira.
Ó Deusa dos hinos e da poesia lírica, que me-a fizestes?
Deos, que me-a fizestes?
Ó régia de encantar os afetos?
Ó “fleur” delibada de cortejados dons?
Que me-a fizestes?
Tomaste-me às mãos.
Tomaste-me o corpo e as vestes.
Tornaste-me a essência.
Tomaste-me do avesso o inverso.
Não vês que já de pé, se comprazem e se alegram os meus versos?
Não vês que já pulsão, guirlandas de flores adornam-me o coração?
E que pétalas de rosas atapetam a chã d’alma, entorpece-me?
Ó ditosa, tece e ama!
Como desejo onde tu ‘stás, e aqui, devora-me,
Um’ hora, por toda parte a querer-te anseio mais.
Amostrade-mh-a Eros que no céu, d’agora,
No-lo - ás cirros gris nem cerúleo de azul igual.
No-lo - ás decassílabos de versos brancos nem rimas pobres,
Tampouco pranto no imo dantes quão inelutável aguaçal.
Por Pausânias,
Amostrade-mh-a Eros?
Não vês que o arco-íris no porto cais da poesia já não chora a dor sem amor na vida.
Ó vernal primavera de reflorescer a verve.
Ó ambrósia de suster no regalo o verbo.
Ó pôr Deos, que me-a fizestes, ó musa?
Ó oceano aberto, mar sem fronteiras,
Contigo irei até onde navegarem as velas.
Ó que me-a fizestes, Deia?
E ei-los ai distraídos!
Anjos belos mais-que-perfeitos,
Ó deixai-os livres, deixai-os...
Vês que às vós e nós se assemelham.
Ó vês, n'almas ocultas, onde a beleza se elabora?
Guardais o elo, os nós, e sê-lo-emos todos iguais e diversos,
Anjos imperfeitos que dessemelham inda mais belos!
Figura de beija-flor, colibri furta cor... Não queria suas asas bater, mas já estava lá: Terno, sombrio e contido em sua mala de lágrimas e contos mil. Contos de fados. E quão fados soaram nesses diásporos dias.
Oh! Pássaro ferido que viaja todo o corpo e deixa o coração. Uma andorinha.
Foi assim a despedida. O mundo que criamos acabara naquela noite sem lua. O sonho voou e eu ouvi, ou devo ter ouvido como Gullar em “fotografia aérea” o ronco do avião passar sobre o telhado, anos atrás, em São Luis do Maranhão.
Uma madrugada silenciou sem tangos nem boleros. Somente o ronco do avião interrompera o silêncio desse quarto estreito e de pouca luz que me conserva.
Pássaro do mundo, que em Porto Velho aterrissou em fuga de si mesmo. Pássaro fujão, com o penar amigo, deixa a saudade nessa terra crua e verde o seu canto de Serrão. Decolo o poeta que em mim voara junto. Bico ávido, ouço gorjeio soado, gozado melancólico poema alto. Cheira alfazema e folhas ciprestes esse ato. Alçou vou e em cruzeiro, rasga os céus por essa noite úmida e quente e inesquecível das nossas vidas todas, toadas.
Manhã seguinte em versículo. Meu poeta louco, sano poeta rouco. Um pássaro apenas. Ferido, cá eu no Porto Velho em que me deixas, ouço teu canto longe, porto pequeno, portinho, Madre de Deus. Seu verdadeiro oráculo.
Que tua ânsia e a santa onisciência do teu ser sejam então eternas. Velarei por toda a noite. Longa noite.
Oremos distantes e em terra, olhando aos céus. Em nome do pai, do filho e da grande asa que voa no pássaro que me fizeste enxergar. A última lágrima recai ao travesseiro. Boa Noite. Adormeço, amém...
Porto Velho-RO 20-06-2010
Luis Mário de Oliveira - Poeta Maranhense [Livro: Poesias "Amores & Amoras], Cineasta e Ator.
Ó d'ímpia Hécate, - A Distante - do ext’rio Olímpo.
Qu’iria-me enfeitiço, restolho rés a te assenhorear?Vejo avessa à gangue a tribo.
Vejo o “avir” do vezo aviso.
Vejo o vício, o viço, o ambíguo.
Vejo a Vogue, a Veja, a crise.
Vejo o VIP, a voile, o yuppie.
Vejo o vil, a van, o viso.
Vejo o surdo, a Vox, o mudo.
Vejo o véu, a urb. Um puzzle!!
Vejo o obus, o ópio, o óbolo.
Vejo o ódio, o óbito, o órfão.
Vejo o ócio, o óbvio, o óbice.
Vejo o ópio, o ágio, o opus.
Vejo o arbítrio, o abuso, o brigo.
Vejo o rito, o mito, o Sísifo.
Vejo a réstia, o injusto, o grito
Vejo o luxo, a vida acabar no lixo.
Vejo o lombo, o arrombo, o tombo.
Vejo o vômito, o soluçado, o pânico.
Vejo o vômer, o “esperto”, o tonto”.
Vejo o ranço, o ronco, o pranto.
Vejo o Papa, o Bispo, o dízimo.
Vejo a Toga, o antro, o cancro.
Vejo o Bem, o Mau, o “Santo”.
Vejo o Rapa, o Mala, o Banto.
Vejo O Pai, o “dolar” – O Nóia.
Vejo a senha, o “trovão”, a prova.
Vejo o tira, o canhão, a pólvora.
Vejo O "Boca", O berro, O Humano.
Vejo o PIB, o desemprego, o adorno.
Vejo o perjúrio, o corrupto, o furor.
Vejo o sonho, o engano, vejo a dor!
Vejo claros, vejo pardos e negros.
Vejo magros, caricatos e vermelhos.
Vejo o todo, vejo o tudo, vejo o nada...
Vejo que não há por detrás dos muros para os homens,
Outros planos! Ó desenganos... Desenganos...
Empina, lanceia o Ego, guina o ID
Partiu-se a zero, rompeu-se o elo
Quebrou-se o Self e poder do Rex.
Na ronqueira da pipa solta?
O vento zumbe, a incônscia zoa.
E a razão livre da pessona tola,
Cambalhota alta pelo céu avoa...
Cali grama.
Cali etimo fragma.
Cali nu xeno anêmico.
Cali etno noso a fago.
Cali trama.
Cali da claquer o cálix.
Cali cine o logo da hoste.
Cali éter o anemo da gag.
Xeno sofo.
Xeno eco o cosmo.
Xeno oniro.
Xeno o filo Teo de andro e gino.
Xilo sema.
Xilo o gene e geo.
Xilo o xisto.
Xilo iso a fos e a tanas...
Ó Cali grama!
Cali O miso radical-grego que maceta os ossos.
Ó cali grama! Cali O caco carcinoma na testa do mito CEO.
Ó D'us? São-nos humanos?
Homens às duras penas acenando, vão-se no adeus!
Ó D'us? São-nos humanos?
Não o ícone necro objeto do ofício!
Ó "Há um mundo lá fora... Vidas... Bocas de comer com os olhos..."
Este é Manuel Serrão que Thomas Stearns Eliot deveria ter conhecido, se em carne e osso ainda aqui estivesse. Talvez reforçaria a sua frase ódica mais lembrada entre os poetas:
“Um clássico só pode aparecer quando uma civilização estiver madura, quando uma língua e uma literatura estiverem maduras; e deve constituir a obra de uma mente madura. E a importância dessa civilização e dessa língua, bem como a abrangência da mente do poeta individual, que proporcionam a universalidade. (...)”.
Pois é Sr. T.S. Eliot. Imagina a interlocução (às vezes, desproporcional) entre a linguagem de uma civilização madura e a abrangência da mente de um poeta como Manuel Serrão. Acrescento que até aqui, não houveram tsunamis destruidores; nem da linguagem, nem da lógica de Serrão, pois no fundo de toda essa extraordinária manipulação de palavras, há explícita linguagem humana de um mesmo poeta amante, maldizente ou querençoso. Se não, leiamos: “Cali grama. / Cali etimo fragma./ Cali nu xeno anêmico./ Cali etno noso a fago. (...) O miso radical-grego que maceta os ossos./ O caco carcinoma na testa do mito CEO. / Homens? Apenas homens./ Não o ícone necro objeto do ofício!/ Há um mundo lá fora... vidas... Bocas de comer com os olhos..."
Eis como vejo o trabalho incansável desse obreiro nascido nos idos de 1960, em São Luís do Maranhão, formado em Direito, no Recife, pela Universidade Federal de Pernambuco. Dito isso, cabe a mim, agora, e apenas, fazer meu, um dos versos mais aplaudidos de Horácio: “Carpe diem quam minimum credula póstero.”
Mhario Lincoln
Presidente da Academia Poética Brasileira
Curitiba, 14.02.2018
Mhario Lincoln é editor-sênior da www.revistapoeticabrasileira.com.br - Acredito eu que a POESIA e a Literatura especificamente, deveriam ter um tratamento mais razoável neste País chamado Brasil. Que não só os folhetins novelescos repetitivos e enfadonhos a se perpetuar, cada vez mais, no ilusório coletivo. A poesia deveria (como estamos tentando fazer em nossas publicações) ter um lugar especial. Por exemplo, Antonio Candido de Mello e Souza, sociólogo, literato e professor universitário brasileiro, estudioso da literatura brasileira e estrangeira, pensa igual: 'A literatura é pois um sistema vivo de obras, agindo umas sobre as outras e sobre os leitores; e só vive na medida em que estes a vivem...'. Então, se não há produção literária, não há leitores e não havendo leitores, não sobrevive, por si só, a literatura.(...)" #domeulivro ML
Mhario Lincoln é editor-sênior da www.revistapoeticabrasileira.com.br
Ó tu que dizimas em torturas a Terra que se consome.
Que subtrai das piracemas a vida contra a corrente.
Que poluís rios, veios d’águas, bicas, oceanos e mares.
Que atiras à rés floresta, matas ciliares e árvores.
Que ceifas aves, insectos e todos os seres criados.
Ó tu que dizimas em torturas a Terra que se consome.
Que baforas dos canos monóxido de carbono.
Que sufoca de fumaça tóxica e metano o Ox dos ares.
Que lanças ao colo Mater: o lixo do luxo do vosso conforto.
Que selas de betume o barro e asfalto a verdejante relva.
Ó tu que dizimas em torturas a Terra que se consome.
Que arranha-céus de concreto e aço enfeando o espaço.
Que alteras os célsius e roazes geleiras avultando os mares.
Que degradas a bioface e a Geo matéria física da Terra.
Que condenas o futuro da era natural gravada na pedra!
Ó tu que dizimas em torturas a Terra que se consome.
Não vês qu'tua sorte contra o tempo e a morte, será apenas lembrança tatuada na pedra lascada?
Ó Ser contra o Sol que se apaga, haverá de vir outro sol se acender?
Ó Ser contra a Lua de Jorge, haverá de vir outra lua por sorte?
Ó Ser contra as forças do Universo, tornarás mutáveis o que são imutáveis?
Ó não vês? Estúpida humana que hecatombes e reboados trovões estão por chegar?
Ó não vês? Estúpida humana, que almas pias serão escravas d'um sistema que se anuncia?
Ó não vês? Estúpida humana, que deveis do mundo cuidar, evoluir e transformar.
A dimensão coletiva do sujeito?
Sabeis! Se dela não vos tendes piedade, dela não tereis no destino, à vossa piedade no futuro!
Há um formigueiro de bocas com Oito bilhões de outros, enramando-se sobre a Terra coberta de pedra!
Sabeis! Se não sabeis! Sabeis que a vossa eternidade não irá de além da curva dos dias,
Como a soma da humanidade em partes sequer resultará num só homem [inteiro].
Ó cioso [a] Deus [A] Universo que tudo sabe, ordena, prevê, defende e repara:
É da Gaia aos humanos o desejo que desses erros, os pudessem perdoar,
E os fizessem da culpa saber que estão perdoados por cuidar.
Ó eia o Xis da questão, onde habita o Ponto de Mutação!
O presente indigente mais que imperfeito está doente...
Ó Gau! E eles não sabem que jazem?
O QUINTO CONSTITUCIONAL, PREVISTO NO ARTIGO 94 DA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988 É UMA VERDADEIRA EXCRECÊNCIA QUE FERE FRONTALMENTE A HARMONIA DOS TRÊS PODERES CONCEBIDOS POR MONTESQUIEU – O AUTOR DO ESPÍRITO DAS LEIS [Manoel Serrão].
Com previsão no artigo 94 da Constituição Federal de 1988, a regra do quinto constitucional prevê que 1/5 (um quinto) dos membros de determinados tribunais brasileiros sejam compostos por advogados e membros do Ministério Público Federal ou Estadual, a depender se Justiça Federal ou Estadual. São os Tribunais Regionais Federais e o Tribunal de Justiça de cada Estado e do Distrito Federal e Territórios. Os integrantes do Ministério Público precisam ter, no mínimo, dez anos de carreira, e os advogados, mais de dez anos de exercício profissional, notório saber jurídico e reputação ilibada. CRFB/88, Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.
Além dos Tribunais de Justiça e dos Tribunais Regionais Federais, após a Emenda Constitucional nº 45/2005, que ficou conhecida como a reforma do Poder Judiciário, o Tribunal Superior do Trabalho e os Tribunais Regionais do Trabalho também passaram a seguir a regra do quinto constitucional, conforme dispõe os artigos 111-A, inciso I, e 115, inciso I, apesar de o artigo 94 não ter sofrido qualquer modificação pela referida emenda. CRFB/88, Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:
I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94; CRFB/888, Art. 1155. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:
I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;
(...)
Assim, quatro são os tribunais que atendem à regra do quinto constitucional:
a) Tribunais de Justiça;
b) Tribunais Regionais Federais;
c) Tribunais Regionais do Trabalho;
d) Tribunal Superior do Trabalho.
Vitaliciedade, inamovibilidade e outras garantias do judiciário
De grande importância para a tripartição de poderes, as garantias do judiciário asseguram a independência deste poder para decidir livremente, sem a pressão dos demais. A doutrina divide essas garantias em 2 categorias: garantias institucionais, que protegem o poder judiciário como instituição, e as garantias funcionais, que asseguram a independência e imparcialidade de seus membros.
Garantias institucionais do poder judiciário
São garantias do judiciário de ordem institucional a sua autonomia orgânico-administrativa e sua autonomia financeira. Fonte de pesquisa: [GUSTAVO SOUSA é autor dos artigos do Blog de Constitucional. Graduado em Ciência da Computação e Direito pela Universidade de Brasília, foi aprovado em vários concursos públicos, como Técnico em Informática do SERPRO, Técnico Judiciário do STJ e STF, Analista do Bacen e Perito Criminal Federal da Polícia Federal. É criador de método de estudo baseado em "autocoach”].
Isto posto, é ponto pacífico o preceito normativo inserto no bojo do artigo 2º da Constituição da República Federativa do Brasil, ao definir in ver bis que:
“São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário".
Ocorre que na teoria o pré-citado princípio da independência e harmonia da tríade dos três poderes constituídos e legitimados no caput da norma constitucional supramencionada, coube, a Montesquieu, jurista e filósofo francês [Charles de Sécondat, Barão de Montesquieu - 1689-1755], autor do Espírito das Leis, não somente elaborar uma teoria completa da divisão dos poderes como também passou a difundi-la por toda a Europa, tornando-se, portanto, uma das bases mais importantes na organização dos Estados Modernos.
A teoria de Montesquieu tem estupenda repercussão no âmbito da Filosofia Política e nas Constituições escritas que se promulgaram a partir dos fins do século XVIII, tornando-se o maior dogma da ciência constitucional.
É de notável saber que o nosso sistema constitucional ampara-se na mencionada tríade, e não poderia ser diferente.
A Constituição Federal prevê que 1/5 dos membros dos tribunais sejam compostos por advogados e membros do Ministério Público. Alhures, na prática por vezes navegam em águas turvas, tomam caminhos que maculam o estado democrático e de direito, confrontado-se com os preceitos maiores consagrados na Carta Magna, mormente, no que tange a invasiva do Poder Executivo, indo além fronteira do Poder Judiciário, e que aberrante mente resiste ao tempo como uma verdadeira excrescência, que infelizmente ou felizmente, já não mais comporta no Estado Moderno, donde se concluir que são sobras, restolhos e restos do entulho autoritário, e do fantasma que paira na lembrança e na história recente da política brasileira, que de forma acintosa fere e esgana a toda prova a legitimação do princípio da independência e harmonização dos três poderes.
Por isso, antes de tudo, deve na condição de mancha indelével ser expurgada de vez do nosso ordenamento jurídico. Depende, especialmente, dos nossos legisladores.
Diferentemente do que propõe Montesquieu, a verdade é que por obra e graça de uma legislação caduca, atemporal, cínica, arbitrária – e coisas que tais -, existe uma vinculação legal, que prevista na norma legal, contudo de cunho amoral, imoral diante da promiscuidade em que se entrelaçam o Poder Judiciário e o Poder Executivo.
É de bom alvitre giz ar que ainda hoje o poder executivo, e decerto é assim que funciona o sistema, exerce o poder e a prerrogativa de escolha e decisão na lista tríplice das vagas que por lei pertencem à OAB, ao Ministério Público, destinadas ao preenchimento dos cargos de Desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados da Federação, dos Procuradores do Ministério Público, tal como ocorrem também para os cargos dos Tribunais Superiores e das Procuradorias a nível federal.
Ora, é de se crer pela obviedade do sistema de escolha que mencionado "escrutínio" é puramente nefando e de cunho absolutamente político. Cartas marcadas que subtrai do ato e da pessoa certa harmonização em face da permissividade de tal escolha sempre favorecer os apadrinhados, os aliados políticos, os partidários, os aparentados, as amizades, os lobistas, etc. Do que necessariamente, e teria de sê-la assim, por competência técnica, isto é, notável conhecer jurídico, reputação ilibada, honra dês, probidade, etc.
Os membros, os conselhos das instituições indicam e/ou escolhem e/ou votam numa lista sêxtupla, contudo, no tríplice quem dar a palavra final, quem bate o martelo, isto é, quem escolhe e decide se um membro de outro poder, in caso, do Poder Judiciário, assume a vaga destinada para o mister, é simplesmente o chefe do Poder Executivo, Excelentíssimo Governador do Estado, ou em outras situações, ainda que os sabatine o Senado, o Excelentíssimo Senhor Presidente da República.
Com efeito, não bastasse à feiura do imbróglio, da ingerência, da ferida imposta e do arranhão à autonomia e independência do Poder Judiciário, ainda prevalece à barganha, o favorecimento do toma lá dá cá, pois confesso que o dedo indicativo do Executivo na mencionada escolha, isto é, de um cidadão do seu foco e universo político para ocupar um cargo no Judiciário é de lamentável aberration, o que certamente compromete não só a lisura, porém, mormente, a legitimidade e a imparcialidade do referido servidor para o exercício e transparência da sua nobilíssima missão.
A impertinência tem cheiro e aroma de favores que certamente e sem demora algum dia lá na frente ou num futuro bem próximo haverá de ser correspondido, quão precisamente devolvido, sob pena de configura-se o sentimento da ingratidão por parte do agraciado. É uma verdadeira promiscuidade entre poderes contrários aos seus verdadeiros propósitos e fins a que se destinam e a sociedade como um todo.
A ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Carmen Lúcia, foi indicada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e tomou posse em 21 de junho de 2006.
O ministro Ricardo Lewandowski foi indicado por Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) para integrar o STF e tomou posse no dia 16 de março de 2006.
O ministro Gilmar Mendes foi indicado ao STF pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e assumiu em 20 de junho de 2002.
O ministro e atual presidente do STF Dias Toffoli foi indicado ao STF por Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e assumiu em 23 de outubro de 2009.
O ministro Luiz Edson Fachin foi indicado para o STF por Dilma Rousseff e assumiu o cargo em 16 de junho de 2015.
O ministro Luís Roberto Barroso foi indicado por Dilma Rousseff para ocupar uma vaga no STF e tomou posse em 26 junho de 2013.
O ministro Luiz Fux foi indicado ao STF pela ex-presidente Dilma Rousseff e assumiu em 3 de março de 2011.
A ministra Rosa Weber foi indicada ao STF por Dilma Rousseff e assumiu em 19 de dezembro de 2011.
O ministro Marco Aurélio Mello foi indicado ao STF pelo ex-presidente Fernando Collor (1990-1992) e assumiu em 13 de junho de 1990.
O ministro Celso de Mello, membro mais antigo do STF, foi indicado pelo ex-presidente José Sarney (1985-1990) e tomou posse no dia 17 de agosto de 1989.
O jurista Alexandre de Moraes foi indicado pelo presidente Michel Temer e teve seu nome aprovado pelo Senado em 22 de fevereiro de 2017. Ele assume a vaga deixada por Teori Zavascki, morto na queda de um avião em Paraty (RJ).
É do conhecimento de todos, que ao distinguir os três poderes, Montesquieu sintetizou as razões pelas quais eles devem estar separados:
“A liberdade política somente existe nos governos moderados. Mas nem sempre ela existe nos governos moderados. Só existe quando não se abusa do poder, mas é uma experiência eterna que todo homem que detém o poder é levado à dele abusar: e vai até onde encontra limites. Quem diria? A própria virtude precisa de limites. Para que não se abuse do poder é necessário que pela disposição das coisas o poder limite o poder".
E complementa o seu pensamento expondo Montesquieu quer: “Quando, na mesma pessoa ou no mesmo corpo de magistrados, o Poder Legislativo está unido ao Poder Executivo, não há liberdade, pois é de se esperar que o mesmo monarca ou assembleia faça leis tirânicas e as execute tiranicamente.
Não há também liberdade, se o poder de julgar não está separado do Poder Legislativo e do Executivo.
Se aquele estiver unido ao Poder Legislativo, o poder sobre a vida e a liberdade dos cidadãos será arbitrário, pois o juiz será também legislador.
Se o poder de julgar estiver unido ao Poder Executivo, o juiz terá a força do opressor.
Tudo estará perdido se o mesmo homem ou a mesma assembleia de notáveis ou de nobres ou do povo exerce os três poderes, o de fazer as leis, o de executar as resoluções e o de julgar os crimes ou dissídios dos particulares". [Op. cit. e loc. cit.].
“Eu sirvo, tu serves, nós servimos" - assim reza também aqui a hipocrisia dos governantes. “E ai quando o primeiro amo não é mais do que o primeiro servidor” [Assim Falava Zaratustra - Friedrich Nietzsche].
Manoel Serrão da Silveira Lacerda – Advogado, Poeta e Professor de Direito.
O meu amor
tem sempre um vício:
As vezes reclama do conforto;
Outras, conforta
o egoísmo.
Era um quintal;
Era um terreiro;
Era um lugar de correr e pular.
Era uma vida de empinar pipa amarela e cantares;
Era bela! Bela! Bela! Uma vida tão bela de peripécias e sonhares.
Assim,
desde bem pequenininho,
sujeito-criança do verbo conjugado imaginar,
a que se cria O D'us encantado?
Hoje olho a vida pela brecha da paisagem morta,
E não vejo o Mundo vivível sem (o) ferrolho na porta.
Nicolau provou.
A terra em torno do sol,
Roda a baiana.
Ora o perfeito sem defeito.
Ora o mais que perfeito a imperfeição.
Ora o mortal mais que defeito.
Ora o sujeito imortal a perfeição.
Ó imperfectível carcinoma?
Doentes não atingem metas!...
És Sol. És Luz. És Amor. Mas Eu como Tu, borboleta azul que não sou? Sou o colibri beija-flor!
Oh Deosa de Cefeu -, Andrômeda da Etiópia -, Gioconda, Odara. Ó vós que d’alli em d’oira hora vira Zeus -, fleur do Olympo – anunciada florescer.
Ó Nubae em veste d’alva saia qu' entre as Ninfas de Nereu foras por Cassiopéia a mais bela de todas proclamada. Ó vós que por Poseidon o ânimo em fúria desperta por Nereu ao teu belo, o fragelo, foras n’uma rocha açoitada.
Ó Grega que de Cetus e de Phineus por Perseu com as cãs da Medusa foras salva, e quão por amour fou deu-lhe o destino, a quem o herói se casara. Ó vós Bem-Aventurada, que por Atena – a culta e sábia - ungida à galáxia foras eternizada.
Ó Andrômeda spectac’lo de Bengala! Ó sê sábia, que doravante ninguém tema na mais escura noite, que se apague da esp'rança o último clarão da vossa face.
Ó quasar sê sábia, escutais a queixa silenciosa das coisas... Ó escutais!!! Doravante
quando silente s’espalhar a solidão que a poesia por cá aquietai-nos n'um só instante e povoai-nos os corações de amor e paz. Ó sabeis, silenciar é a forma de melhor dizer a vida que há e aquela que está por vir. Sim que o silêncio ao homem se fale! Nunca o silêncio estulto que o Outro apaga.
Oh! Andrômaca troiana, paixão insana de Pirro, rainha apeada levada ao claustro. Ó vós que d’alli do Époro, - o plasma de Aquiles -, a Orestes por inveja à Heitor em trágica hora a cria lh'a fez cair nas mãos e co' as fúrias à morte, - o vil - ordenara.
Ó Andrômaca dos versos alexandrinos de Racine!!! Obra de raro engenho, de ardor acendido, exclamo-a: Por que té' gora só dest' ao herói a luta em vão o fado, e por destruí-lo uma paixão sempre o acaba?
Ó Andrômaca dos versos trágicos de Corneille!!! E di-lo o herói: ó mal sabeis Andrômeda, o trágico, dono do próprio destino, aqui é maior que a própria sorte.
Não vês – Inda agora: Ó Andrômaca à luz de Barthes! Não vês que sois o elo num só anel de fogo, poal e água - Ó são terras áridas entre o deserto e o mar, a sombra e o sol fulgor - E o mar? O mar importa como utopia de fuga do realismo ingênuo.
E ei-la [a] de Barthes: um só nada vazio sem pejo, um desvaler, mas sempiterna aberta preenchida e significada.
Ó n'umas justas a gloria merecida: Sejais vós Andrômada o mito ou Andrômaca casta como o trágico a metáfora é o laço maior da liberdade. Não vês, a poesia é o risco de arriscar-se a perder o rumo aonde quer que nos leve, sim: será sempre o lugar certo.
Vede, entre presságios, se não credes no que o oráculo de Perseu predissera: ó mal sabeis como são corna musa sem métricas os meus versos de aprendiz sem estética. Mal sabeis! Mas lá 'stão! Lá ‘stão além d’ eles a plêiade sem temor e tod’alma d’ ave-grou em verbo e carne.
Ó Andrômaca, vós que habitas em fulgidas mansões siderais e todos... Ou nas hecatombes a grei do silêncio à voz da poesia nem os blazares as calara! Ó vês, sem visar a verdade, o poema, chega, a outra verdade: à verdade de sê-lo apenas Belo. Então que ressoem as harpas e as parkers dos Bardos e seremos todos tantos uma só odisseia rumo a um só lugar onde o que se vê raras vezes é o que se vê infinito.
Ó vim dizer-to: consola-te, pois, com as vossas estrelas, como silentes, incriados e eternos à busca do além no fazer poético, os poetas catam palavras em versos devotados escritas nas poesis ao Universo endereçadas que transformam o Mundo, e a dimensão coletiva do Sujeito!
Nem Nerd
Nem Sherlock.
Dele não se foge!
O Amor quebra nozes.··.
Dão-no por tempestivo, bem concebido, recebido (cor)respondido, e bem preparado.
Ó vê-se não quadram reparos! E subira ao "reino" (ao) encantado.
Daí acolhido do verbo o Apelo e do verso o Acórdão: decidiu-se (o) poema?
De resto, cumpre ao poeta, e o faz, valer-se da poesia salvante a beleza do mundo.
Mas decidido, se não constar haja, na forma do coração!
Sem custas ex lege.
Bala à bala?
Bala é Bala!
Bala não cala bala.
Bala bate.
Bala abala.
Bala abate!
Bala à bala?
Bala obus cala.
Bala "trem bala" passa...
Bala doce acalma.
Bala... Bala... Bala traçada basta?..
Bala [ , ] para que te quero? Bala!
Vão-se as favas.
Sempre simples doce vazia,
Sempre sonante melódica.
Sempre simples “mãozinhas pra cima”,
Sempre letra garapa melosa.
Sempre simples "pedra de toque",
Sempre esponja feiúra porosa.
Sempre o simples bis o estribilho a pulsão,
Sempre o chiclete mascado à repetição.
Sempre simples diluídas – isolinhas - em pequenas rimas,
Sempre o blá-blá-blá o abc de à adestração.
Sempre simples o muito alongado ã de vão,
Sempre a "Novilíngua" a "Novafala" à supressão.
Sempre a sampler simples disciplinada,
Sempre o degrau da base a parada.
Sempre a loop simples sem a virada retocada,
Sempre a batida percutida manjada.
Sempre o role-play simples o domínio público,
Sempre o poder da penetração na massa devotada.
Ó swingueira? Ó axé music?
Camaleão não é panóptico,
Nem chiclete com quebradeira é protótipo.
Oh yeah! Então, “Vaza canhão”!
Oops, e opina o trash: Ou Cae o bicho-do- pé ou “Rala a Tcheca no chão”!
Dedicado aos professores: [Prof. Juarez [in memoriam]; Prof. Walmir; Prof. Ribinha; e Profa. Bibi - Bacabal [MA]]
Pouco passava da quarta hora quando o desventurado ponto, a reta e o plano, elementos primitivos desprovidos de qualquer diferencial entre dois quadrados ou dos quadrados perfeitos, jungidos ao caráter abstrato e geométrico das figuras planas, com seus pontos pertencentes a um mesmo plano, totalmente contidas na superfície do tampo, e as não-planas dos cilindros soltando o cone nas esferas, além dos sólidos geométricos [os corpos redondos, os prismas e as pirâmides] arquitetara um misterioso plano de multiplicação, firmara um sistema sólido de agrupamento em adição ao sistema de numeração romano. para conquistar Alfa, Beta e Gama. Uma verdadeira equação de primeiro grau sem divisão ou subtração, com quatro incógnitas entre minuendos e subtraendos, e de resto igual para um só enigma.
Com um firme propósito e a ideia fixa de medida calcular quantas vezes caberia uma quantidade de incógnitas em outra, além de calcular as possibilidades de toda a potência de base para um só enigma, tidas sem expressão numérica mesmo privadas ao acesso da sequência numérica como de outros sistemas de numeração das manobras do grupo, tendo em mãos todos os divisores de um numero natural tal como alguns dados sobre o provável máximo divisor comum [m.d.c.], as notáveis retas concorrentes a semirreta, o segmento e as linhas paralelas em coautoria com a Régua T, o transferidor e o esquelético aberto do compasso naquela de organizar dados do evento em tabela de dupla entrada sob a proteção do ângulo reto o agudo e do obtuso, entre frações e operações tentara decifrar a todo custo um meio terços de um décimo de centésimo e dos doze avos os treze avos das incógnitas aparentes, contudo, todavia, resultou o desafio em números inteiros o fracasso do valor desconhecido.
Figura proativa, embora sem qualquer critério, noção de estética, beleza ou harmonia dos retângulos áureos, muito menos de Euclides, Diofante, Mohammed ibu-Musa AL-Khowarizmi, François Viéte e outros mais, ainda assim correndo à boca pequena que este as conhecia de outras re-recalculadas algebrista e que podia com grande talento pôr em prática as suas habilidades de exímio rei do disfarce em linhas poligonais fechadas e simples com sua região interna o Polígono, pois que estes recebem de acordo com o número de lados e o número de vértices um RG do CI para o CPF especial, e assim, portanto, o abreviar do caminho através da reta tornando mais curta a distância entre dois pontos, dizível, vê-se, seria talvez a solução encontrada para equacionar as incógnitas do enigma por todos os pictogramas especulados como o número 1, 61803... Ou o number de ouro, representado pela letra "fi".
Em cada ponto continuando a porcentagem de olho nos treze por cento do resultado, outro fator igualmente interessante para o completivo de interesses além de outros gabaritos aplicando para agravar o conjunto de todos os números naturais sem o zero por N nos ímpares e pares da situação que já era pôr de mais complicada, eis que surge das entranhas dos números escondidos arredondando os números em ponto de espera o patife do polígono Dode [cágono] jogando a circunferência no ventilador do triângulo escaleno que alimentava uma paixão inflexa, quadrada e reprimida por Beta.
No vale tudo pelas rugosas gregas geométricas, quatro dias depois, pela manhã, o borra-calças do mate mágico escaleno entre horizontais e verticais barras alinhando vírgula por debaixo de vírgula inconfesso covarde sem coragem de chegar ao vetor das casas decimais angular das "divas" , cego, leigo sem ater-se a ler nem interpretar os gráficos de setores só acrescentando zeros se necessário e a anos-luz da unidade de medida, arroba, sem metro, alqueire, hectare ou qualquer medida agrária impondo uma tonelada de ultimato, sob pena de retalhar com uma arma branca os centímetros do quilate "Bráulio" do triângulo equilátero que o considerava mais do que um membro da corte com duas circunferências, um fiel grafite e companheiro de todos os dedões dos paralelepípedos, também era cubo, era aresta, era bloco retangular e pau no muro para toda obra, foi logo a todo volume de espaço ocupando por um corpo estimando de forma calculada a área ocupada pelo amigo tri ático do isóscele para que entrasse no perímetro imediatamente namorando com uma das duas outras irmãs de Beta tornando assim tudo mais fácil com a soma das medidas de todos os lados de um polígono
Litro, mililitro, decilitro? Enquanto o apótema da pirâmide totalmente sem polegada no trapézio ou qualquer medida de capacidade para lutar no conjunto vazio de cada recipiente, o nosso herói isósceles coitado além de seriamente ameaçado na incolumidade física do submúltiplo "Bráulio", temente por algo muito pior recorrendo pela proteção dos triângulos retângulo, losango e ocutângulo logo teve uma grande decepção ao descobrir que ambos os irmãos undecágano e o decágono tempos estavam de tocaia à espreita de "ficarem" na balança da bissetriz de um ângulo, prima-irmã do ângulo obtuso e do reto e agudo.
Lá fora, nos jardins, reinavam ocultos entre os senos e cosem-nos os ângulos complementares de 90 graus, os suplementares de 180 e os replementares de 360, o primeiro mais fechado, rabugento e sisudo, o segundo mais aberto feito em sorriso e o terceiro às escâncaras, mais aberto do que para quedas encarnado, uma tríade de elementos dos segmentos colineares e congruentes de um mundo matematicamente semeado de figuras, superfícies e geômetras, hipotenusas, catetos e Pitágoras, números cálculos, caos e algarismos romanos, agregados foram flagrados mui calmos, todos verdadeiros traíras, comprometidos numa outra empreitada para o polígono obtusângulo, posto que de tão sujos há mais de uma semana foram pulverizados, empurrados para fora do círculo oval pelo ângulo oposto ao vértice do contrário, e quão o ângulo consecutivo do redondamente ângulo adjacente enganado. Sem a menor prova de imaginação? Os infies disseram que se tratava de simples coincidência.
Na raiz quadrada de tudo, por sorte algo pior só não aconteceu porque Dona Geometria apareceu histrionicamente com a Diva Álgebra, e desde logo colocando ordem na casa acabou com a festa das figuras planas pelo metal polido e o narcisistas na superfície das águas, assim, portanto, contra a algazarra geral, decretou medidas de rigor aritmético e mandou somar tudo pela quantidade de todos, encontrando a média aritmética determinou coercitivas geométricas de cumprimento imediato em: comprimento; superfície; tempo; massa; capacidade; e volume, sem espetáculo passou a trena, sentou a pua, mediu com o paquímetro, e logo também pôs todos no esquadro. Pelo santo nome da Álgebra e da Dona Geometria.
Por último, finalmente, como castigo "merecido" ordenou sumariamente a todos ali presentes que fossem em ato solene aprender uma boa tabuada ajoelhados em grãos de milho, além das mãos na circunferência polida da palma tória, tudo sob a direção inflexa da dona progressão Aritmética. Detalhe? Sem qualquer "noves fora"! Ou regra de três?
Ainda bem que não foi com a dona geometria não-euclidiana que parte da negação do postulado das paralelas do geômetra grego Euclides.
Ufa! Que desafio!
Do poeta árabe do século VI. Cassida é o nome do poema: “Se os meus amigos me fugirem, muito infeliz serei, pois de mim fugirão todos os tesouros”.
A amizade que o verso exalta não existe só entre os seres dotados de vida e sentimento!
A Amizade apresenta-se, também, até nos números! “ ... Presos pelos laços da amizade matemática? ... elementos ligados pela estima? A soma de ... os números 220 e 248 são “amigos”, isto é, cada um deles parece existir para servir, alegrar, defender e honrar o outro! ”
“A matemática é, enfim, uma das verdades eternas e, como tal, produz a elevação do espírito – a mesma elevação que sentimos ao contemplar os grandes espetáculos da Natureza, através dos quais sentimos a presença de Deus, eterno e Onipotente! [O Homem que calculava] Malba Tahan – Editora Record”
Assim, movido – aqui com muita espiritualidade matemática, digamos, pela brincadeira e humor matematicamente falando com que trato as figuras e os elementos inseridos no texto, mormente pelo espírito da amizade fraterna que presto minhas homenagens e sinceros agradecimentos aos meus queridos amigos e mestres da matemática: ao professor Juarez [in memoriam] há quem muito trabalho dei nos tempos da tabuada; ao professor Walmir, ao professor Ribinha ambos pela álgebra e aritmética, e finalmente a professora Bibi pela dedicada geometria, valorosos matemáticos de Bacabal [MA], Colégio Nossa Senhora dos Anjos. Eis aqui então as quatro incógnitas e o enigma revelado.
Há dias fastos,
E outros nefastos.
Um sorrir para o circo,
O outro chora no pasto.
Comentário de João Batista do Lago em 10 novembro 2009 às 20:25 [“João Batista do lago, maranhense, pode ser considerado, atualmente, um dos mais completos poetas e cronistas do Brasil, haja vista a consciência plural e significativa de sua intuição cultural, fato que o faz passear entre musgos históricos gregos e o modernismo clariciano, espargindo o pensamento poético alemão, americano ou inglês, sem esquecer das taças saboreantes dos vinhos que enebriaram o cismar dos poetas franceses como BAUDELAIRE (Charles Baudelaire), MALLARMÉ (Stéphane Mallarmé), FRANÇOIS COPÉE (François Édouard Joaquim Copée) e MUSSET (Louis Alfred de Musset) – o poeta do amor. Como eu, o Maranhão e o Brasil também, creio, se orgulham de João Batista do Lago, uma das maiores expressões literárias do mundo moderno. Fato que, realmente não deixa a desejar se comparado a nenhum dos franceses acima citados”. Marconi Caldas Poeta, escritor e advogado São Luís – Maranhão – Brasil 2007].
Já revelei noutra oportunidade que sou admirador da poética de Manoel Serrão. É-me – aos meus olhos – provavelmente, o poeta mais complexo do Maranhão, na atualidade. Dono de uma larga obra (toda ela socializada na Internet), Manoel Serrão, desde que tive a primazia de conhecê-lo, “espanta-me” com os seus versos, e muitas vezes, me conduz a reflexões dialético-materialista-fenomenológicas.
Neste seu poema – IMPERMANÊNCIAS – por exemplo, o P., num quarteto vérsico magistralmente construído, reflexiona sobre a pósmodernidade sem cair no reducionismo comum ao campo sócio-econômico-político.
A crítica, contumaz e contundente, que infere estes versos, é de um “visceralismo” apaixonante, i.é., ele arregaça o espírito daquilo que conhecemos como “PósModerno”, para nos deixar antever definitivamente claro que o caos está presente como onipotência e onisciência nessa nossa louca hodiernidade... Ou nessa modernidade tardia, como preferem alguns sociólogos e estudiosos ou pesquisadores sociais.
E de que maneira ele traduz isso? Fá-lo a partir duma dupla personificação adjetivada, ou seja, a partir de dois “campos” individualizados na complexidade do sistema existencial de humanos que perambulam pelas cidades como indivíduos fastos-nefastos e que se arrastam pela cadeia duma vida que já não mais lhos pertecem...
E é nessa exata presencialidade tempo-atemporal urdida na dupla face de sujeitos que não são sujeitos de mais nada, mas apenas de uma análise discursiva capaz de nos engessar, ou seja, de nos esconder a partir de nós mesmos dentro de nossos vazios existenciais.
Seja da face “fasto” ou da face “nefasto” há, nessa dupla dicotomia de si-de-ambos, o caos instalado com suas vertentes de fractalização ou de fragmentação dos sujeitos de-si, que já não mais fazem quaisquer sentidos. Nem mesmo o sentido de uma “classe” que, porventura, poder-se-ia inferir em quaisquer desses ambos.
Mesmo aquele que “sorrir para o circo” não se diferencia do “outro que chora no pasto”, pois que, ambos já não têm de si nem o sorriso nem o choro. E é exatamente neste instante que eles perdem o “espírito do sujeito” que neles poderiam resistir e fazer e dar sentido às suas existencialidades existenciais.
Paradoxalmente, ambos os dois são a essência de suas próprias mortes, assim como o são a essência das mortes de si-outro. Ambos os dois riem e choram ou choram e riem na selva caótica dos desesperados... Despedaçados... Fragmentados...
Mas há, aqui e agora, outra inferição que gostaria de aventar para este instante, mas que está submersa neste seu poema: Manoel Serrão nos põe a nu diante de nossa dupla face daninha de nós mesmos. Revela-nos, como um filósofo hermético, o grande dilema que nos move pelos caminhos que traçamos: o só. Não o estar só, mas o ser-si-só...
Porventura, não seria a posmodernidade a maior produtora dessa condição de ser-si-só?
TACIANA VALENÇA [ Poetisa, Administradora [publicitária] e Editora chefe da revista PERTO DE CASA na cidade do Recife [PE], incentivadora e articuladora cultural, onde mantem um programa de entrevistas num canal fechado (TV SABER, canal 15 - SIM). Autora do projeto "Navegando em Poesia", por iniciativa própria. Evento que ocorre cada três meses. O Navegando reúne poetas, vinho, música e muita alegria num passeio de catamarã pelo Rio Capibaribe, onde todos declamam suas poesias e também de outros grandes poetas - Integrante da Câmara Brasileira de Jovens Escritores (com várias antologias publicadas).
Comentou em 12 de novembro de 2009 às 9:19.: - Interpretar Manoel Serrão é uma arte difícil, tamanha profundidade em seu estilo, sempre com poucas e profundas palavras. É isso que o torna diferente. Ele tem gênero próprio e inteligência audaciosa. Poeta para poucos e como poucos. Registro minha admiração aqui. Taciana.
NOTA: a imagem que ilustra o poema é obra do artista plástico brasileiro Aldemir Martins.
Desperte, vá além, olhe o mundo à sua volta. Olhe o universo circundante. Aceite o desafio, aguce suas lembranças, ouça o chamado da consciência e convide-se a reflexão. Deixe o vento da constatação e a onda tsunamica de o consumo presente bater no Sujeito. Depois, inspire e respire fundo e siga intuíndo de que algo anda por demais errado com o mundo globalizado, ou tecno-cyber-digital nesses tempos ditos de “contemporaneidade” vivenciada por todos nós.
Se antes o desejo de consumo despontava claramente entre o preto e o branco, agora existem muito mais cinzas na sociedade do espetáculo, já que nem sempre atinamos para o fato de que somos o que consumimos. E o que consumimos nos dias atuais proporcionado pela indústria cultural, pelo modismo recorrente, pelos arquétipos enfeitados e modelos inventados que determinam a tua, a minha e a nossa aceitação, tudo movido pelos padrões de comportamento e beleza impostos por determinado grupo social em que vivemos, além do rolo compressor da grande mídia [capitaneada pela TV Globo] com todo o seu poderio de influenciar o modus vi vendi de cada um, seja de forma individualizada ou coletiva, quadriplicou.
Segundo, Theodor Adorno, a televisão, será [e já o é] principal instrumento dentre os “meios de massa” conhecidos servindo apenas aos interesses dos donos dos meios de comunicação para não só deflagrar o consumo das massas, como também da indústria cultural, que, nas próprias palavras do autor, “impede a formação de indivíduos autônomos e independentes, capazes de julgar e decidir conscientemente”. Ou seja, O “emburre cimento” de quem não consegue diferenciar seus próprios pensamentos.
Vejam só como a ciência e a tecnologia de braços dados seguem amparadas pelo Senhor-do-mercado que nada mais é do que o próprio mercado do sujeito consumidor -, que proporcionando a demanda exige de acordo com “O sistema dos objetos” – Tese de Mestrado de Bertoldo Brecher e Peter Weiss [sob orientação do filósofo Henri Lefebvre], na qual problematiza o lugar que mesas, televisões, carros e bolsas, exemplo ocupavam o cotidiano das pessoas. Questiona Baudrillard no primeiro parágrafo da introdução do trabalho: “Poderemos classificar o luxuriante aumento do número de objetos como o fazemos com a fauna e flora, completo com espécies glaciais e tropicais mutações inesperadas, e variações ameaçadas de extinção? ” e assim o consumo descartável de objetos de uso cada vez mais “modernos”, “novos”, “luxuosos”, “eficientes” e “avançados”, e que paulatinamente sem que se perceba claramente vão moldando um “novo homem” além de uma “nova qualidade de vida”. Infelizmente vivemos sob um crescente e aparentemente inevitável mercantilizarão de todos os domínios da experiência humana. Isto é, por outras palavras... ”um mundo pragmático onde, sob o império da lógica econômica, da produção e da hegemonia dos códigos, cria-se um sistema capaz de neutralizar e tornar inútil toda a atividade crítica, inclusive à atividade crítica teórica, acrescenta o professor Ondina Pena Pereira [Mestre em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG].
A situação em si anuncia-se gravíssima estabelecendo-se de forma silenciosa e sorrateira vai engolindo o homem-ser e revelando o “novo” homem-ter, tornado objeto anulado, alienado e coisificação, haja vista que: “O sistema econômico já provê as próprias mercadorias com aqueles valores que, mais tarde, decidirão sobre o comportamento dos indivíduos. As agências de produção cultural, por seu turno, cumprirão a tarefa de inculcar naqueles toda uma série de condutas tidas como as únicas “normais”, “decentes” e “racionais”. [T.W. Adorno e M. Horkheimer - Ethos sem, ética – A Perspectiva Crítica].
De acordo com tais premissas, as reflexões empreendidas pelos autores T.W. Adorno e M. Horkheimer [Ethos Sem, Ética – A Perspectiva Crítica] e agora segundo o cientista Luiz A. Calmon Nabuco Lastória alude que acerca das sociedades ditas esclarecidas evidenciam que o processo por meio do qual os indivíduos são brutalmente subsumidos pela totalidade do sistema social é tão pouco representativo da “verdadeira qualidade dos homens” quanto o valor econômico é representativo dos objetos de uso. No âmbito do particular, tudo passa então a ser medido em termos de sucesso ou fracasso e à consciência moral cabe apenas decidir entre o “mal” e o “mal menor” tendo em vista a auto conservação do indivíduo. Não lhe é possível julgar a legitimidade das alternativas que se apresentam; esse sentimento de impotência experimentado pela consciência do homem moderno nada mais seria do que o índice subjetivo da heteronímia moral como resultante objetiva última do transcurso percorrido pelo esclarecimento até agora.
Aliás, afirma o cientista, conforme apontam os autores, o caráter coercitivo do auto conservação que se impõe à consciência moral dos homens já se faz presente na Odisseia de Homero. Pois, diante da alternativa entre submeter-se à natureza ou submetê-la a si, o comportamento do herói – Ulisses – testemunha a sua capacidade racional de ajustar meios a fins para tornar Odisseia, o qual relata o encontro de Ulisses com as sereias:
O caminho da civilização era o da obediência e do trabalho, sobre o qual a satisfação não brilha senão como mera aparência, como beleza destituída de poder. O pensamento de Ulisses, igualmente hostil à sua própria morte e à sua própria felicidade, sabe disso. Ele conhece apenas duas possibilidades de escapar. Uma é a que ele prescreve aos companheiros. Ele tapa os seus ouvidos com cera e obriga-os a remar com todas as forças de seus músculos.
(...) A outra possibilidade é a escolhida pelo próprio Ulisses, o senhor de terras que faz os outros trabalharem para ele. Ele escuta, mas amarrado impotente ao mastro, e quanto maior se torna a sedução, tanto mais fortemente ele se deixa atar
(...). O que ele escuta não tem consequências para ele, a única coisa que consegue fazer é acenar com a cabeça para que o desatem; mas é tarde demais, os companheiros – que nada escutam – só sabem do perigo da canção, não de sua beleza – e o deixam no mastro para salvar a ele e a si mesmo. [Adorno & Horkheimer, 1985, p. 45]
A partir da interpretação que fazem da Odisseia, os autores também assinalam que o trabalho e a fruição estética já se apresentam separados desde a despedida do mundo pré-histórico.
Por esta razão, toda a cultura e, mais particularmente, as obras de arte que são o seu corolário partilham a culpa de uma sociedade edificada sobre as bases do trabalho comandado.
Conforme suas palavras, as medidas tomadas por Ulisses no interior de sua nau quando da passagem pelas sereias, “pressagiam alegoricamente a dialética do esclarecimento”. “E, nesse sentido, a epopeia já conteria os princípios da “teoria correta”, teoria essa que, muito mais tarde, viria possibilitar, por intermédio de seus conceitos e fórmulas, a autonomização da totalidade social em face de todos”.
De acordo com o filósofo e sociólogo polonês Zygmunt Bauman, ao tratrar sobre o consumo e o poder de escolha, nos ensina que: “Numa sociedade sinóptica de viciados em comprar/assistir, os pobres não podem desviar os olhos; não há mais para onde olhar. Quanto maior a liberdade na tela e quanto mais sedutoras as tentações que emanam das vitrines, e mais profundo o sentido da realidade empobrecida, tanto mais irresistível se torna o desejo de experimentar, ainda que por um momento fugaz, o êxtase da escolha. Quanto mais escolha parecem ter os ricos, tanto mais a vida sem escolha parece insuportável para nós.” Trecho extraído do livro Modernidade Líquida. O mesmo o tratar sobre o sofrimento mediado pelo consumo, destaca brilhantemente que: “Algum tipo de sofrimento é um efeito colateral da vida numa sociedade de consumo. Numa sociedade assim, os caminhos são muitos e dispersos, mas todos eles levam às lojas. Qualquer busca existencial, e principalmente a busca da dignidade, da autoestima e da felicidade, exige a mediação do mercado.” Trecho extraído do livro Vida Líquida.
Destarte, após passada revista em tema atualíssimo que diz respeito a todos nós, pois afinal de contas querendo ou não somos parte integrante desse mundo, necessário se faz que cada um faça ainda que breve uma reflexão crítica sobre o mundo atual em que vivemos, e por via de consequência, o modo de pensá-lo, o foco do olhar para outro ângulo atentamente dê-se conta das coisas que nos cercam nos tempos atuais, esses obscuros objetos de desejo, o desejo irrefreável de consumo a toda prova nos conduzem feito uma manada para o abismo da desertificação; da alienação; da anulação,; e, da coisificação na totalidade do ser homem e seus laços de afetividade, tornando-nos submissos de sistemas e poderes além de todo tipo de escravidão por vir.
Basta!
Manoel Serão da Silveira Lacerda
Contra o mau e as trevas, a cruz e a espada.
Contra a barbárie que lhes da na fúria?
No front? Sem desertar da bravura? Pus-me à luta, o combate!
Às armas, sonhos, às armas! Por que sonhos todos sonhos são um despertar, e um amanhecer de alívio!
Ó não vês, que entre sonhos e pesadelos, os meus exércitos venceram mais batalhas que os de Napoleão, Alexandre [rei da Macedônia], Júlio César [imperador romano] e Aníbal [general cartaginês] juntos?
D'alli no front tirou-me os fuzis o húmus das folhas soltas na terra, e a mais profícua poesia que me fora a mais bela.
D'aqui nas cavas entranhas o combate tirou-me do "sangue" os ideares mais sublimes.
D'alli no front tirou-me os hostis o “heróico” inerme, e os despertares das flores amarelas.
D'aqui nas cavas entranhas o combate, tirou-me o tempo a juventude q’u a velhice encurta as horas.
D'alli no front tirou-me o reboar dos canhões o silente sono, e do leito a esperança dos sonhos.
D'aqui nas cavas entranhas o combate tirou-me das lãs os propósitos, e os teares da paz:
Expiaram-me as culpas; sepultaram-me os pecados mais singelos.
Ó na solidão das noites "brancas", sob um diluvico mar de "rosas" e fuzis;
Dou-me conta: se d’alli mil navios perdi e d’aqui cem batalhas venci.
Agora, triunfal co' retumbantes mil Troias: eu que lutas íntimas travei;
Eu que batalhas intimas ganhei.
Restou-me, o heróico mutilado da última vitória.
E nada mais que atirando granadas nos meus infernos?
Aqui estão as minhas horas! Aqui acredito-me, minhas espadas!
Mas batalhas que nos esculpem no braço, deixam marcas nos ossos.
Co’a peregrina sorte que vos acompanha, vê-a bem neste olhar! Havíeis de muito sonhares? Ó petiz que da bela se assenhoreia, põe-te a andar? Teus passos deixarão teus passos. Ó porque não te amas sem escolher à quém? Para amá-la e amar-te é preciso saber amar!
Imagem: Jacqueline Kennedy Onassis.
Querida Sobrinha, com muita sabedoria e propriedade vós abordais em recente postagem, tema de grande valia: O do ser-Eu e O do ser-Outro. Enfim, do Eu tornado o Outro, o Plural. Em virtude disso, é de se lamentar comumente que nem o ser-Outro e nem o ser-Eu, enxerga o Eu quão enxerga o Outro. O que observo frequentemente, são deveras, mormente nas redes e nos convívios sociais, uns Eu’s e uns Outros “zumbis”. Umas vezes postando dizeres e palavras bonitas, citações e profundos pensamentos extraídos de outras páginas da net [de preferência pela comodidade de não querer saber, nem pensar e nem refletir], como meros “papagaios” à repetição enfadonha, apenas na rasa “profundidade” de uma poça-d ’água ou duma bátega qualquer, anunciam ser um ser-Eu para o ser-Outro, ou vice-versa, que não condiz absolutamente na prática com a verdade do que diz ser-se.
Sendo assim, nesse viés sou obrigado a concordar com Terêncio [dramaturgo e poeta romano], quando diz: Nada do que é humano me é estranho. Portanto, caríssima sobrinha, entre uns zumbis e outros nauseabundos e perambulantes, se arrasta a humanidade: pobres, hipócritas e covardes, quão medíocres de alma e de espírito. Ó seres que se arrastam!
Tomo aqui, não como verdade absoluta, mas como mera relatividade os ensinamentos de Jean-Paul Sartre, que de muito afirmara: “Estamos condenados a ser livres. Essa é a sentença de Sartre para a humanidade. O filósofo e escritor francês, ao lado do argelino Albert Camus, foi um dos maiores representantes do existencialismo, corrente filosófica que nasceu com Kierkegaard e reflete sobre o sentido que o homem dá à própria vida. Para Sartre, a existência do ser humano vem antes da sua essência. Ou seja, não nascemos com uma função pré-definida, como uma tesoura, que foi feita para cortar, por exemplo.
Segundo o filósofo do Existencialismo, antes de tomar qualquer decisão, não somos nada. Vamos nos moldando a partir das nossas escolhas. Toda essa liberdade resulta em muita angústia. Essa angústia é ainda maior quando percebemos que nossas ações são um espelho para a sociedade. Estamos constantemente pintando um quadro de como deveria ser a sociedade a partir das nossas ações. Defendia que temos inteira liberdade para decidir o que queremos nos tornar ou fazer com nossa vida. A má-fé seria mentir para si mesmo, tentando nos convencer de que não somos livres. O problema é que nossos projetos pessoais entram em conflito com o projeto de vida dos outros. Eles, os outros, tiram parte de nossa autonomia. Por isso, temos de refletir sobre nossas escolhas para não sair por aí agindo sem rumo, deixando de realizar as coisas que vão definir a existência de cada um. Ao mesmo tempo, é pelo olhar do outro que reconhecemos a nós mesmos, com erros e acertos. Já que a convivência expõe nossas fraquezas, os outros são o “inferno” – daí a origem da célebre frase do pensador francês.
A relação com o outro é conflituosa porque implica em posse. Se a perspectiva inicial da relação é a captura pelo olhar do outro, a consciência sente-se capturada, presa, possuída por este olhar:
Sou possuído pelo outro; o olhar do outro modela meu corpo em sua nudez, causa seu nascer, o esculpe, o produz como é, o vê como jamais o verei. O outro detém um segredo: o segredo do que sou. Faz-me ser e, por isso mesmo, possui- me, e esta possessão nada mais é que a consciência de meu possuir. E eu, no reconhecimento de minha objetividade, tenho a experiência de que ele detém esta consciência. A título de consciência, o outro é para mim aquele que roubou meu ser e, ao mesmo tempo, aquele que faz com que “haja” um ser, que é o meu. (SARTRE, 1999, p. 454-455).
Para Sartre, em especial – não há interioridade da consciência: ela consiste justamente neste ato de sair de si para perceber o outro. A consciência – que Sartre, hegelianamente, chamada de Para-Si, enquanto o corpo, os objetos físicos são o Em-Si –, portanto, é essencialmente a relação com o outro.
Já para o filósofo e sociólogo polonês Zygmunt Bauman, uma de suas teorias mais conhecidas era a da “modernidade líquida” – que compreende um período de intensa mudança na humanidade: tudo que era sólido se liquidificou. De acordo com o conceito, agora “nossos acordos são temporários, passageiros, válidos apenas até novo aviso”.
A filosofia, a cultura, o individualismo, o avanço da desigualdade, a revolução digital, a efemeridade das relações a partir dessa revolução são algumas questões estudadas pelo pensador – que se tornou uma figura de referência em diferentes campos do conhecimento.
Afirma ainda o pensador que: “Nós somos responsáveis pelo outro, estando atento a isto ou não, desejando ou não, torcendo positivamente ou indo contra, pela simples razão de que, em nosso mundo globalizado, tudo o que fazemos (ou deixamos de fazer) tem impacto na vida de todo mundo e tudo o que as pessoas fazem (ou se privam de fazer) acaba afetando nossas vidas”.
E segue o filosofo: “Na hierarquia herdada dos valores reconhecidos, a ‘síndrome consumista’ destronou a duração, promoveu a transitoriedade e colocou o valor da novidade acima do valor da permanência”. Trecho extraído do livro Vida Líquida: "Em nosso mundo de furiosa individualização, os relacionamentos são bênçãos ambíguas. Oscilam entre o sonho e o pesadelo, e não há como determinar quando um se transforma no outro. Na maior parte do tempo, esses dois avatares coabitam - embora em diferentes níveis de consciência. No líquido cenário da vida moderna, os relacionamentos talvez sejam os representantes mais comuns, agudos, perturbadores e profundamente sentidos da ambivalência." Trecho extraído do livro Amor Líquido.
Sobre identidade e redes sociais, afirma ainda Zygmunt Bauman, que: “A diferença entre a comunidade e a rede é que você pertence à comunidade, mas a rede pertence a você. É possível adicionar e deletar amigos, e controlar as pessoas com quem você se relaciona. Isso faz com que os indivíduos se sintam um pouco melhor, porque a solidão é a grande ameaça nesses tempos individualistas. Mas, nas redes, é tão fácil adicionar e deletar amigos que as habilidades sociais não são necessárias. Elas são desenvolvidas na rua, ou no trabalho, ao encontrar gente com quem se precisa ter uma interação razoável. Aí você tem que enfrentar as dificuldades, se envolver em um diálogo [...] As redes sociais não ensinam a dialogar porque é muito fácil evitar a controvérsia… Muita gente as usa não para unir, não para ampliar seus horizontes, mas ao contrário, para se fechar no que eu chamo de zonas de conforto, onde o único som que escutam é o eco de suas próprias vozes, onde o único que veem são os reflexos de suas próprias caras. As redes são muito úteis, oferecem serviços muito prazerosos, mas são uma armadilha”. Trecho extraído de entrevista ao El País.
Eis o retrato da realidade que vivenciamos no hoje e no agora do mundo atual, em que o homem social caminha cada vez mais para a abjetificação crescente do sujeito.
Uma sociedade que ceifa vidas, que ceifa sonhos, que ceifa saúde e que enfileira seres humanos como meros objetos para serem classificados de forma incoerente.
É o que podemos dizer de lteridade (ou outridade) que é a concepção que parte do pressuposto básico de que todo o homem social interage e interdepende do outro. Assim, como muitos antropólogos e cientistas sociais afirmam, a existência do "eu-individual" só é permitida mediante um contato com o outro (que em uma visão expandida se torna o Outro - a própria sociedade diferente do indivíduo).
Ensina-os a filosofia nietzschiana do Retorno: “Tudo vai, tudo volta; eternamente gira a roda do ser. Tudo morre, tudo refloresce, eternamente transcorre o ano do ser. Tudo se desfaz, tudo é refeito; eternamente constrói-se a mesma casa do ser. Tudo separa-se, tudo volta a encontrar-se; eternamente fiel a si mesmo permanece o anel do ser. Em cada instante começa o ser; em torno de todo o ‘aqui’ rola a bola acolá. O meio está em toda a parte. Curvo é o caminho da eternidade”.
Sobrinha Isadora, é assim, ainda com virtudes e defeitos, que temos enquanto o Eu de aceitarmos o Outro, o Distinto, o Plural em um contexto de emancipação e solidariedade, desprovidos de conceitos pré-concebidos, arrogância, intolerância, rotulações, e qualquer tipo de desconstrução do Eu e do Outro, mas infelizmente o que se vê são tantos os contrários do Eu como o do Outro.
Portanto, sem mais delongas, gosto mesmo é do coração que sabe tolerantemente escutar, compreender, pois a compreensão é a árvore da vida. A compreensão é a saúde d’alma que eleva o espírito, o que nos sustenta, o que nos eleva, é a fonte de sabedoria que descansa no coração.
Ó pobre consumidor de si mesmo, nunca fui “Maria-vai-com-as-outras”, prefiro viver e morrer de filosofia e poesia do que morrer de hipocrisia.
"Quem Olha para si mesmo, não Ilumina o mundo"! [Lao-Tsé]
Um carinhoso abraço.
Manoel Serrão.
Repica o sino.
E o céu da Guernica ruiu
Chuva de fogo!
Na cartilha do aprender,
Quem desaprende o ABC?
O feito não se desfaz.
A vida não se tresler.
Do lado de cá?
Um aroma de café, uma sombra
E um banquinho na praça.
Do lado de lá?
Um gerente do banco, um aperto de mão
E alguns zeros na conta.
Assim, bendizente a vida me fez decidir:
Sem pressa, o aroma do ca-fé?:
Gesta até hoje no Ser-afim.
Faça chuva
Ou Sol.
Manda-Chuva
Ou Guarda Belo?
[O] nosso Amor eterno!
Em dias de luta!
Ou, em dias de sol!
No dial sintonize Ira no alto-falante do áudio.
E lá se vão pelas tardes vazias, toda A Ira pelas ondas do rádio.
E beijos Flores em Você!
AnA
AmA
GrAma
AmA
CAma
Ama
FAma
Ama
GrAna
Ana
Ama
Anagrama.
AvÉ EvA, AvoN.
AvE NovA, AvaloN.
AvÉ ReVson, VloN
AvE Ver, ReVloN.
AvÉ Ep & Ep SoN
AvE SoN, EpsoN.
AvE HanS, H HanS
AvÉ "RouD, SterN"HanS.
AvE Ave Chest - eR
AvÉ smart - eR AvÉ.
AvÉ W Red & SanS
AvE Red & BlacK JohnnY.
AvE/ bond/ super-bond/
AvE/ cola/ letra/ acrônimo/
AvÉ/ Made/ in/Brazil/ from/
AvÉ/ rool-on/ in/ logotipo/crônico/.
AvE/ "Avec\", \ "Sans\" e \ "Contre\
AvE/ "Kit-Kat/dolce"/ frutili/ Kibom/
AvÉ/ marca/ registrada/ em/outdoor/e/ banner/
AvÉ/ post/note/avir/arte/do/consumido/O/ homem.
Passo a passo
um
Degrau.
Assim vivo
no diviso
Front que separa
O verso unforgettable,
Do indiviso undergroud.
[dedicado-o ao amigo-e-irmão de poesia João Batista do Lago [ São Luís - Maranhão 24.07.2010]].
Sou
De acordo com o entendimento de Mario Luiz Bonsaglia: “As teorias políticas que explicam a origem e justificam a existência do Estado apontam que o fim principal deste é a garantia da coexistência pacífica entre os indivíduos, com a prevenção fim principal deste é a garantia da coexistência pacífica entre os indivíduos, com a prevenção e arbitramento dos conflitos, e punição dos faltosos, atividades estas de que o Estado deve se desincumbir por órgãos adredemente instituídos, in casu sob comento a Justiça.
Nesse sentido é possível falar na existência de “direitos de proteção” (Alexy), ou seja, de direitos que tem frente ao Estado o titular de um direito fundamental, para que aquele o proteja da intervenção de terceiros. Com efeito, ao passar de uma situação pré-estatal à situação estatal, o indivíduo renuncia à autotutela em troca da proteção estatal.
Desse modo, a ordem constitucional, para além de enunciar os direitos fundamentais, deve prover também os mecanismos institucionais que garantam a proteção desses direitos.
Essa ampla gama de tarefas estatais destinadas a garantir o respeito aos direitos individuais básicos é referida na Constituição Federal brasileira, no que diz respeito ao rol de atribuições do Poder Executivo, como atividades atinentes à “segurança pública”. Nesse sentido, o art. 144 da Constituição estabelece que “A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio...”.
“Como se vê, o texto constitucional associa a segurança pública à garantia da ordem pública, bem como à preservação da incolumidade das pessoas e do patrimônio”.
Não obstante a inteligência do enunciado acima, a verdade é uma só, o problema da segurança pública e do combate a violência vai muito mais além do que uma norma cunhada no papel, o imbróglio é de todos nós e a obrigação de combatê-la não com a própria violência em si, mas com a adoção de medidas eficazes traze-nos à baila a questão da segurança no mais lato sentido da palavra, pois além de ser obrigação e responsabilidade do Estado é também dever da sociedade organizada buscar soluções através de ações estratégicas para minimizá-la.
Chega de promessas, retóricas midiáticas, discurso de palanque. Queremos sim daqueles que ocupam cargos públicos e estratégicos com poder de decisão, comando, e que nada fazem, mais responsabilidade e comprometimento. É axiomático que o buraco é mais em baixo, aqui não me cabe o meritório da questão histórica das classes dominantes do país e outras mazelas sociais, onde os ricos ficam cada vez mais ricos e os pobres explorados cada vez mais miseráveis, porém, atenho-me no que pertine a objetividade como algo imediatista, por exemplo: a intensificação de ações preventivas de inteigênca e contínuas por parte das polícias com seus aparatos e demais parafernálias para conter dentro dos limites da lei, essa onda incessante e crescente da violência que assola os trabalhadores, os pais de famílias e a sociedade como um todo, que se propaga a passos largos alimentada não só pela omissão do Estado que não se faz de modo efetivo e presente - príncipio da eficácia e eficiência - em todos os fronts de acordo com o que reza o preceito constitucional garantindo cidadania ampla, geral e irrestrita ao povo brasileiro e demais direitos básicos assegurados, como também mormente pela lentidão uma justiça caquética pautada em leis caducas que fometam a impunidade quase sempre certa daquele que comete um ilícito penal, mormente com relação aos crimes hediondos e o cumprimento integral em regime fechado da pena imposta sem direito ao gozo de qualquer benefício assegurado por lei como forma do apenado furtar-se ao cumprimento da mesma. Não estou fazendo apologia tampouco defesa de um Estado-Polícia e punidor a qualquer custo, muito pelo contrário.
Não à toa, a face mais feia da violência, do crime organizado e da bandidagem existente na grade social, desde alguns anos não se contentando em ficar reclusa aos ditos delitos mais brandos, recrudesce o cenho a feiúra do mal avançando sobre os campos e as cidades tomam-nos lugares, praças, casas, nichos, clubes, etc. e ameaçam-nos, sufocam-nos e destroem indiscriminadamente vidas e famílias inteiras que choram a perda de algum amigo, filho, pais, parentes próximos ou distantes.
Se hoje foi a vez do vizinho, amanhã poderá ser você e todos nós. Inaceitável que fatos de natureza grave se tornem corriqueiro e, vidas o bem maior do homem o nada sem valor, a morte, o crime e a bandidagem o lugar comum, a banalização da criminalidade pela sociedade como se à regra fosse e não a exceção de um sistema “civilizado” organizado por leis eficientes, normas, tratados, costumes, etc. que regulamentam e disciplinam a conduta humana.
Inconcebível hodiernamente aceitar-se o silêncio ou a omissão de quem quer que seja ao presenciar ou ter a no titia crimines da consumação de qualquer tipo ou espécie assombrosa ou macabra de crime, venha calar.
Infelizmente em pleno terceiro milenium teima reinar no seio e na base da sociedade cristã tal desdita: a família é o berço e a inerente razão de ser de tudo que se relaciona a vida perene do homem.
A monstruosidade de crimes de tal natureza em que toda a sociedade repudia pela covardia imposta às vítimas indefesas, deve ter em definitivo um basta.
Qual a razão do homicídio e da crueldade homicida desde priscas eras? Por que o homem se torna animal irracional e sanguinário a ponto de cometer tão descabida maldade?
De acordo com a jornalista Sheila Pereira, matéria publicada em Conhecimento Prático Filosofia – Ed. 20 – pág. 30 e 31 – Dostoievski e o mundo-cão, conforme transcrição ipis litteris, alude que: “A obra “Crime e Castigo”, o russo Fiôdor Dostoievski, retrata a racionalização do crime e a culpa que vem da consciência, além da redenção, hoje em dia, parece que essa consciência, na maioria das vezes, não existe mais, ou seja, se o homem comete um crime, não recorre mais a consciência, na verdade, o que o incomoda é a punição em si [acresço então que: não aqui no Brasil onde impera a impunidade]”.
Nesse contexto, e por extensão, afirma o Bacharel em Teologia; e Bacharel, Mestre e Doutorando em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Jonas Madureira, assim como Marcos Sidnei Pagotto-Euzébio, Graduado em Filosofia pela FFLCH-USP, Mestre e Doutor em Filosofia da Educação pela FE-USP. É professor de Filosofia na Universidade Metodista de São Paulo – UMESP, vide transcrição in ver bis que: o primeiro afirma que um dos primeiros “filósofos que levantaram a questão da culpabilidade e a fundamentação da consciência, pela reflexão e não pelo peso da culpa foi Michael Foucault”. De acordo com o mestre “ele levanta a questão de que a nossa consciência é constituída a partir de uma história e de um contexto cultural que a gente vive. “[...] que a nossa consciência é constituída, todas as nossas ações são baseadas em uma consciência inata que nos pertence desde que nascemos, mas foi construída a partir de nossa vivência no mundo”. E segue fundamentando que: “E quando essa consciência é constituída pelo sistema da culpa, da punição, do que você faz você paga, toda a teoria da ação passa a se fundamentar não mais em numa consciência do bem, mas em uma consciência da punição, pelo que eu tenho que pagar”. Por outro lado o segundo mestre preconiza que: “De fato, onde encontrar justificativa para não se agir como se quiser, ainda que isso causasse mal aos outros? Por que ser bondoso se isso não me traz vantagem? Como fundamentar a ética sem recurso absoluto [Deus, a Razão, etc.]? Esse é o problema de nosso tempo... As chamadas “grandes narrativas” tradicionais perderam a força e não são capazes de suprir sentido ou determinar nossas ações. Sendo assim, uma infinidade de “pequenas narrativas” passam a cumprir esse propósito: [tribos, grupos de todo tipo, derivações de outras narrativas [o extremismo político e religioso, por exemplo,] se põem a doar sentido para nossos atos. Atualmente, nossa “grande narrativa”, se quisermos continuar a pensar assim, é aquela que faz do sucesso pessoal, individual, o grande objetivo da vida; dele derivaria a felicidade e a realização. Ora, tendo esse ponto de partida, podemos imaginar inúmeras possibilidades de justificativa para ações que consideramos, no geral, egoístas, medonhas, cruéis [o assassinato, o roubo violento]: aquilo que se coloca entre meu desejo e sua realização deve ser afastado, pois o sentido da vida é cumprir as promessas de felicidade que me foram feitas por essa sociedade do capitalismo avançado [ironicamente, a mesma sociedade que se horroriza com tais ações], em que tudo é objeto, mesmo as pessoas”.
Para Bertrand Russell, na obra - Ensaios Céticos - Editora Nacional - corroborando com o objeto da matéria sub examine este leciona in ver bis que: "O homicídio é um crime antigo, e encaramo-lo através duma névoa de horror secular. A falsificação é um crime moderno, e a encaramos racionalmente. Punimos os falsários, porém não os consideramos estes estranhos, a afastar de nós, como os assassinos. E ainda pensamos, na prática social, independentemente do que digamos em teoria, que a virtude consiste mais em não fazer do que em fazer certos atos rotulados de "pecaminosos” é bom, mesmo que nada faça para promover o bem-estar dos outros. Esta, naturalmente, não é a atitude inculcada nos Evangelhos: "Ama o teu próximo como a ti mesmo" é um preceito positivo. Mas em todas as comunidades cristãs o homem que obedece a este preceito é perseguido, sofrendo no mínimo pobreza, em geral prisão, e às vezes a morte. O mundo esta cheio de injustiça, e os que lucram com a injustiça estão em situação de administrar recompensas e castigos. Os prêmios cabem àqueles que inventam engenhosas justificativas para a desigualdade, e os castigos aos que procuram remediá-la".
Destarte, sejam quais forem os motivos ou quais sejam o limite ou não limite da perversidade d'alma humana, da pessoa, da mente com a agravante de propósito deliberado, frio e calculista... impiedosos desalmados e indignos de qualquer clemência machucam, esganam e atiram a queima roupa são merecedores de penas severas além do desterro perpétuo e pleno em cárcere privado do ventre livre da sociedade dita “moderna”.
Manoel Serrão da Silveira Lacerda [Advogado Criminalista e Professor de Direito]
Uns
para a epístola.
Outros
para o epitáfio.
Mas no fim
todos com a epítome:
Saudosas lembranças!
Venceu Urano.
Cruzou Plutão.
Ganhou o nada, o vazio além da imensidão.
Hoje a trilhões de star sóis? Ufos!
O “homo-hubble”, só não venceu a solidão.
Lá fora a Ita-i-tuba vazia chora.
Chora lá fora a Ita-i-tuba vazia.
Vazia chora a Ita-i-tuba lá fora.
Lá chora a Ita-i-tuba fora vazia.
ITAITUBA: A palavra vem do guarany - tupi itá'imtyba ITA=PEDRA I=PEQUENO TUBA=ABUNDÂNCIA (LUGAR DE MUITA PEDRA MIÚDA).
AmO O
AmOr
AmOra.
O AmOr
CorpOra
Amor d’queles que beija e NamOra.
AmO
O
AmOr
Da hOra
AtempOral
Amor Que cOra.
AmO
O
AmOr
Na MOral
Sem demOra.
AmOr
Que mOra
AmOr que Ama e Ora.
O
AmOr
Que flOra.
AmOr
Que beija e ChOra.
Presa fácil!
Quando caio na teia,
E vou p’rá lona?
Viro bicho-preguiça do sono.
Ó nunca pensei “navegar” na rede p’rá plantar bananeira!
Aprecio a cama; os lençóis em goma; e os travesseiros de seda macia, a quê me apego todo dia como vício da consciência tranquila!
Quando falo, digo nada.
Quando calo, digo tudo.
Entre falares, e não dizeres nada?
Ou calares, e dizeres tudo?
Imprescindo do mundo, e do sábio silêncio do "mudo".
Devassa-nos com setenta métricas
de rezinhas, e cem
verrinas de palavras.
Difama-nos com trinta e duas rilhas sem dentina, e vinte e oito falanges apontadas.
Flagela-nos co'o mil ósculos da herpes
de contágio, e nenhuma oxítona consagrada!
Ó não vês, que na arena das arengas verbais, esfalfo-me extenuado à rebeldia do longevo gládio; que és tu e eterna serás o Amor enredo da minha vida! Adjudica-me então? Digna-te, de ouvir meus apelos? Concede-me a "posse" do teu coração de adobe... Amada!
Maga-Má.
Patologia obcecada amoral?
A solidão é Pata-Lójica.
E ei-los avessos...
C'os braços entrelaços na mass-media separados, ei-los!
E ei-los ahi frames despedaçados,
Homines do antanho, hospídes do hospício conhecido,
Ranço coberto de sânie, ratos doridos roídos de fome.
Corpus carnale mutilados, rechaços ao cosmos encantado.
E ei-los ahi, removidos: cera a cera para o museu do passado!
E ei-los aceitos...
C'os braços desenlaços nos todos abraçados, ei-los!
E ei-los ahi inteireza, o elo da nova hóstia comungada.
Homines -, Demiurgos -, do porvir desconhecidos, plasmas invisíveis transmutados.
Ostes do holos -, os inteiros - para novos entes iluminados.
E ei-los ahi, manutenidos: almas etéricas e a matéria no tempo de todos os mais preparados.
Ó não éreis vós bichos atávicos qu' nos instintos animaes,
Palmilháreis a modernidade via a transmodernidade inda por chegar?
Ó não éreis vós bichos atávicos qu' nos instintos animaes,
Palmilháreis a era da razão via à cônscia idade que se declara acolá?
Ó preparai-vos! Então, que sejais vós quão todos nós uma só nova linguagem nessa busca pela evolução:
Um novo “código” para o espaço-tempo do EU SOU na maior idade.
BUG JUMP
VAI…
V
A
I
…
V
AI
H
AI
K
A
I
U
U
U
U
U
u
u
u
u
u
.
.
...........................................................................................
....
Não para a difama de plantão,
Não para a refalsia do perdão.
Não para a neo-per capita canibal,
Não para o engodo da comuna social.
Não para o Éden de “Lutero” -, a “salvação”,
Não para o Ágape de privo do coração.
Não para a “falta” de terra, circo e pão,
Não para o bunker frio hóspite da solidão.
Não para o nerd control ermitão,
Não para o cyber @ à servidão.
Não para a lama do Congresso Nacional,
Não para o mau da violência capital.
Ó “Não” para o “não”. Não! Não! Não!
Não para a hipocrisia do politicamente correto da canção.
“Não”, “não” e “não” lhes dês avec o não.
Mas também lhes dês do Sim u’a mão...
Um bonjur de sonhos...
E a luz dial d’um Sol Nascer o Bem para os Homens.
Paciência!
Até que a impaciência nos separe.
Desde bem pequenininho
Eu fazia um beicinho
Para me deitar.
E a janela me abria o céu,
O vento entrava
Para me carregar.
Com meus olhos de menino,
Nada mais eu via,
Além de vislumbrar.
Porque a noite é mais da lua,
Ela é mais das violas e dos corações.
Hoje vejo o dia a dia,
O sol se pôr aquém
Meu sonho a derramar.
Trago um travo na garganta
E se não fosse louco
Eu podia gritar.
Muito além do que se sabe
Não seria a noite
O dia a se findar.
Posto que não se fizesse
Aquilo que eu queria
Não sei lamentar.
Porque a noite é mais da lua,
Ela é mais das violas e dos corações.
O
Ma
nOEL
SeRRão
é Um bArDo ToSCO,
dU pOEMaDO tOrTO.
O
Ma
nOEL
SeRrãO
É uM BardO CôXo,
dU VerSEJadO SOLto.
O
Ma
nOel
SeRRão
qUe nÃo é POetA
e NãO sABe fAzER pOEmA?
É uM VeRbOrráGiCO DoiDo d'Um PoeTAdO LoUCo!
O que Arde A Arte
curA.
Quando é dia:
Antanho O outrora?
Antanho O anímico,
Antônio O mímico.
Antanho O cinéfilo,
Antônio O ser cura.
Antanho O anômalo,
Antônio O androide.
Antanho O outrora?
Antanho O átimo,
Antônio O ótimo.
Antanho o surfista,
Antônio O sofista.
Antanho O escroque,
Antônio O coyote.
Hoje Antônio outonos outubros mais velho,
Sem nunca ater-segundos lá fora?...
Antônio agora...
O Ser sim!
Antanho outrora... O Ser não!
Ó e deu no Kraftwerk: Errare humanum est!
A lei é dura, Antônio, mas é lei.
Ó deixai-o! Mas deixai o Homo-Ser criado-e-recriado imundado
para Os muitoS dos Mundos afora...
Assim, Antônio, deves ser também!...
A bravata torrou-me a lembrança.
Do amor conto de fadas?
Agora carrego breus e um monte de cinzas!
RECANTO DAS LETRAS - Publicado: 23/10/2007 - Código do Texto: T706983.
Comentários: 26/11/2007 – 20:46 – Antônio Neto – [não autenticado] - Belíssimo poema, gosto muito dos poemas de NAURO MACHADO que já foi considerado o maior poeta vivo BRASILEIRO, e vc fala a linguagem de NAURO, de SOUSANDRADE, de TRIBUZI e AUGUSTO DOS ANJOS... grande abraço ANTÔNIO NETO.
Lá na UPA, bem nos CONFINS da CIPA já não CEI se a ALCA CUT o IGP ou se o ITBI dá para o IPC, quanto mais se a NASA, o PENTÁGONO e o MST invadirão a RFFSA, a Amazônia ou a EMBRAER. Wells há mais sigla entre o CEO e a terra do que supõe nosso Van filosofia [só para não dizer que não falei de siglas].
Só SANSEI é que se UNE o CTN ao Leão [do] IMPOSTO [R]; o ERÁRIO o FISCO DEFICIT ao ECONOMÊS de mestre ERG [UE-se] imposto [s] a todo [s] num dial D sol para a CND só RIR perversa. Assim entorpe sob a umbra fiscal, dominados e subsumidos por singelas siglas e signos de aparência neutral serve o fisco maître no cardápio da Mesa de Renda o fel amaro da tributação, um purée, um AGU pra CEAS na DATAPREV's. Quando não é INSS, ICMS, IR, ISS? É IPI, IPTU, ITBI? É IRRF, IPV?
Potassa cáustica confisca do MERCOSUL e ainda cobram do POP assalariado a PIB DE ILUMINAÇÃO.
Ó Lady SELIC! Ó Sir. DOW JONES! Ó Inhá CONFAZ! Isso não SENFAZ!
Por que tanta usura jurássica? Tantos juros no purgo de Hades se nada fazem e nos dão DAIS?
Olha que até o Código de Hamurábi limitou a cobrança de juros nos empréstimos? Olha que até o Pentateuco fez a primeira condenação ética à cobrança de juros? Além de Aristóteles, o Antigo Testamento, a homilia de S. Basílio Magno, São Thomas de Aquino e o Condex normativo pátrio proíbe e pune a tal prática do "aluguel sobre o dinheiro"? Não vê que por cá tem que ter a CUT para dizer? Que para tanto imposto a pagar tem que ser Deus?
Junte-se a nós. Você pode. Vão pra PQP? Como diria Sartre: O inferno não são os outros, o inferno são os impostos!
Desde a.D e a.C batiza o Cristo o mesmo FOB.
É CEMPRE a idiossincrasia do reduzir a pó a nomenclatura toda CEMANA.
Se não for o repetitivo e o mal educado do CEO CIAC sem LER o ABC com o CPU do PC tarado molestando a UFIR da TR ou o DORT distúrbio [nado] osteomuscular a mandando há anos pegar na RAIS e por no DAT a seco sem DNOCS no IOF no MP no TCU lá onde o TIPI e o TFE tomam no CONTU? D'outro é o data show digital sem OFFSETT emendando uns fatos e fotos extra para as arquibancadas no COSPY DESK.
Triste é vê a BR na TPM rodada entulhada de pau e pedra, cheia de pó e lama no fim da estrada mal sinalizada KM da vida mandando o DNIT tomar lá nos buracos e nas curvas onde a BR-3 toma só pra vê a PRF nos por a nu pelado no RABECÃO do IML, enquanto o $ cínico do PEDÁGIO manda eu, manda tu, manda ele, manda nos e vos, manda você tomar nu... E soprar no BAFÔMETRO com a cara cheia de ALCA lá do DPVAT da SUSEP, no IPVA do CETRAN, do DETRAN, da CIRETRAN no CBT do CONTRAN bem fundo FED do DENATRAN?
Caracas! Quando não fora o HAMMAS, fora o HESBOLLAR do Bin Laden, agora é o Estado Islâmico jogando Boston no Tio SAM?
É a ASFARC ou a MIS U.S. A num ABREV [iar] do de cujus Hugo Chávez? Sin., pero non mutcho Maduro!
É o FBI com a Cia, a SUAT e a FAB no CPOR do DAC?
É o GATTE do DEIC no CTA da ROTA socando a MÁFIA e o SENAD na COSA NOSTRA!
INRI Cristo DIU? O Ministério da Saúde ANVISA: É só a KS por no PET a Vênus para conter o HIV da AIDS que a invejosa BCG mal curando o KOCH chega logo sem bacilo com a DENGUE de picadura para a ZICA da SUCAM?
Sou NERD. Sou Nerd mesmo? Como é que por "livre e espontânea vontade" fui obrigado a contribui com a CPMF e agora no K.O infecto de IMPI GIA com FEB e FAQ tonto sem CAL [oria] e KV de potência não há um só DOUTOR do CRM e leito no CTI da UTI? Não há uma AMBU COPOM da AMB nem o DDT da CEME na "gaiola" das UCAS? Ó OMS! AI que SUS!
Não! Não! Não sou OTAN!
Sem SUNAB, sem Inmetro e sem PROCON?
Sem ST, sem STM, sem TJ, TST, TSE, TRT, TRF, TCM, TCE e TCU? UA?
Goethe ou não Goethe [m] vão todos para o CNPq?
Ou vão parar na USP, na UnB. Parar na PUC e na UFMA?
Ou vão parar no CAPES, no SESU, no ITA? Lá terão Sophia e Sofos?
Sou do prozac, mas não vivo sem DP.
Sou da CF pra viver sem ter PF, sem ter CIVIL, sem ter PM, mas não chupar DOPS no xadrez!
Tenho CI e CPF do MF sim!
Tenho DOC - CRACHÁ - CEF - COMPROVANTE DE ENDEREÇO e fator RH.
Tenho no escorregado: HABEAS-CORPUS, SALVO CONDUTO meu ADV. e ALVARÁ.
DOU o DARF pago pontual em cash ou via TED o IRPF.
DOU o CNPJ? DOU no CNPJ ou IRPJ imposto recolhido sem sonegar
DOU a CTPS assinada e guia do FGTS autenticada.
Olha vê se não enche DIEESE?
O IBGE acusa o IGP de sabotar o PIB, mas jura o IPE e a OIT que o IDH é baixo.
Confessou a SEF e a INEPE, a FUNBEC, a FUNDEF, a SBPC e ao diretor do MEC que sem o finado MOBRAL o IDEB da Escola Pública que não ANDES sabendo, tomou um ZERO!
Deu nas ondas moduladas da RADIOBRÁS que nem a ONU a FEBEM suporta mais, e que a OEA com o UNICEF já não seguram as verdejantes parreiras do ENEM.
Ora, porque não aproveita então e vai de SUFRAMA dizer ao INPA falar ao SINRED denunciar ao sistema pátrio cuidar bem da FUNAI e do IBAMA sem parar de olhar para as florestas que aos poucos vão morrendo sem chorar na UTI vitimadas pelo lucro voraz da BOVESPA; do BM&F; do BID e o BIRD; do BCB; da FEBRABAN; das MADEREIRAS; do CAPITAL ESTRANGEIRO e da OMISSÃO do próprio gov.com. br.
Mayday... Mayday.
DDD, DDI, LBV, LBA.
Ligue já! Bela importa a PESTALOZZI e a saga boa da APAE!
Quanto mais tem ÍBIS no futebol, CRE, CRB? Dá FLA e FLU? Tem FIFA, FISA, FITE COE?
Quanto mais tem CBF, CBM, CBV, CBT, CBB, CBJ, CBA, CBAT? Tem CONMENBOL e COI?
Quanto mais tem FIPE, FINEP, FUNDEB, FESESP e FIESP?
Mutilam o Portinari, o Aldemir e a Tarsila do Amaral.
Bel. -art. [Belas-artes] ó PÍNEL?
Acaso querem o IPHAN no UHDF?
Que sandeus de nós meu Deus!
OXÊNTE! Não pare lá na sig [L] a? Não pare? Signos!
Siglonimizar? Siglonimização? O ato de criar siglônimos?
UÉ! Até o infixo afixo no interior das palavras, o DIS em indispor e o do por Z em florzinha já o conhece?
BAH! Inté o tê é té do até da aférese aparece?
Hein, hem! Assim não dá! Assim não dá inhô Zé?
UAI! Ou vai pra DF de JK ou segue pra MG de JF e BH?
Quando não é o PAC, é o PIB, é o PIS e o PASEP.
Quando não é o SEST, é o SEBRAE, é o SENAI e o SESC.
Quando não é o SENAT, é o SESI, é o SENAC e o SERPRO.
É o IBOPE inábil opinando ao INCRA que não há a sós "sem terras"?
Ó CREA! Não ABRAS boca IBOPE.
É o FUNRURAL fuçando na bengala do tio SERASA.
É o FIM! O MST no PNDH denuncia levar pau do TFP e sal da UDR.
É a INFRAERO de VARIG e o GOV. de VASP indo Pro G9 impressionar com o PRÉ-SAL a OLP e a OPEP.
É o SPU cobrando um mar de dunas e o domínio do mar azul para si.
É o SPC cagando na me e o cartório do ócio negócio carimbando os ossos do protesto.
É o ABECEDÁRIO do AA, AAA, AABB, BB, ABC, ABCD, AACD querendo a CEF... FUI!
Ora... Ora... Vão-se pro MAM ou pro MASP que os carregue.
Vou surtar. Vou surfar.
Vou sentar. Vou mesmo é [a] fundar uma ONG no sofá.
Vou pedir um empréstimo à SUDAM e um "papagaio" junto do BNDES.
Uni-duni-tê salame míngüe!
Para o PV que não vê? A mídia da TV?
Misericórdia D'us. Um PT saudação.
Vou é deitar e rolar.
Ainda bem que no THE END me resta a FUNARTE, a ABI, a OAB e a ABL.
A CNBB? A CNBB é só a voz roca de Deus no Brasil.
Ciranda cirandinha... Vamos todos cirandar...
Quem gostar de mim sem ANEL? Sou Eu ANATEL!
Leia o COMENTÁRIO DE: João Batista do Lago [Articulista e analista político, poeta e escritor, foi editor de vários jornais e tem livros publicados]. ["João Batista do lago, maranhense, pode ser considerado, atualmente, um dos mais completos poetas e cronistas do Brasil, haja vista a consciência plural e significativa de sua intuição cultural, fato que o faz passear entre musgos históricos gregos e o modernismo clariciano, espargindo o pensamento poético alemão, americano ou inglês, sem esquecer das taças saboreantes dos vinhos que enebriaram o cismar dos poetas franceses como BAUDELAIRE (Charles Baudelaire), MALLARMÉ (Stéphane Mallarmé), FRANÇOIS COPÉE (François Édouard Joaquim Copée) e MUSSET (Louis Alfred de Musset) - o poeta do amor. Como eu, o Maranhão e o Brasil também, creio, se orgulham de João Batista do Lago, uma das maiores expressões literárias do mundo moderno. Fato que, realmente não deixa a desejar se comparado a nenhum dos franceses acima citados". Marconi Caldas Poeta, escritor e advogado São Luís - Maranhão - Brasil 2007].
Esta poesia do poeta Serrão Manoel, aos meus olhos, é de uma modernidade gritante. Percebam que falo de modernidade e não de modernismo! Faço questão de acentuar esta diferenciação para, assim, poder fixar-me na nucleação primeira, fundamental e fundaste deste poema.
O poeta constrói o poema a partir do campo siglonômico, uma ferramenta indispensável à modernidade do tempo do aqui e agora. E ele o faz com mestria: humor, sarcasmo, sátira, denúncia...
E vai mais além quando nos aprofundamos numa análise de conteúdo: de forma ímpar presentifica sinais que se nos remetem aos campos da Política, da Economia, da Filosofia, da Sociologia, da Psicologia...
Ao ler e reler este poema teve a nídita sensação de encontrar, na alma de cada verso, o espírito do "valor duplo, contraditório e indecidível" aventados pelo francês Jacques Derrida, isto é, Serão Manoel evidenciam nesta sua poética "posições" dos signos nos convocando a constantes e continuadas releituras do texto que vai construindo e desconstruindo valores desenhados no campo da mente de cada qual que toma conhecimento desta obra.
A siglomatização, como ele a infere a partir do título, é, ao mesmo tempo, uma convocação para a revolta, a partir do instante em que o campo siglonômico nos retorna ao ventre da nação como imbecis humanos destinados a obedecer ao status que letargia dos pela inocente incompetência de entender tantas siglas, mas ao mesmo tempo condenados à obediência de suas regras se não quisermos apodrecer no fundo de uma vida acivílica.
Ainda assim, o poeta, numa tentativa desesperada de desconstrução desse mundo real... Mais que real: surreal, oferece-nos sua indignidade como obra da mais pura razão de luta contra todas essas iniqüidades que são geradas no ventre o Poder, ao seu bel prazer, pois sabe que ao povo condenado resta apenas obediência insofismável da sua desconstrução diária:
"Ora... Ora... Vão pro MAM ou pro MASP que os carregue.
Vou surtar. Vou surfar.
Vou sentar. Vou mesmo é [a] fundar uma ONG no sofá.
Vou pedir um empréstimo à SUDAM e um "papagaio" junto do BNDES...".
Quem dera pudéssemos agir assim... Noutras palavras, palavras do tamanho do povo que fala: "Ò, aqui, banana pra vocês...".
Parabéns, poeta João Batista do Lago.
Ora um? O ohm
À hora no plenilúnio em desoras,
Quando choro e fico às sós?
Sou quão os homens: amo os cães!
Filhos da lua.
Só há noites sem fim.
Lençóis d'areias!
POETRIX: É constituído com no máximo 30 (trinta) sílabas métricas distribuídas em 03 (três) versos (terceto); dissidente dos haicais, de origem japonesa. Mas diferentemente do haicai, é exigível o título do poetrix, que não entra na contagem silábica e pode dá complementariedade ao texto.
NOTA: Dedico-o a toda nação albina que habitam a vastidão dos Lençóis Maranhenses situado no Estado do Maranhão. O albinismo é caracterizado pela ausência de pigmentação da pele, dos cabelos e dos olhos, portanto a luz do sol é seu maior "desafeto" e a lua a sua maior aliada. Durante o dia não praticam qualquer atividade sob a luz solar, contudo no escuro das noites se tornam os filhos da lua.
A minha teimosia contra a solidão, é um grão de feijão.
Ó! Dá-me tua mão. Alia-te a nós.
Há Deus, Eu e a umbra no paço à noite.
Dize-me: nesse mundo iníquo em que os homens não se amam,
És tu a solidão, não?
O‘alma, vida afora é o infinito amor que nos leva adiante...
Coragem. Sem culpa, amai! Ó amai o próximo!
Se há Deus sonhos nós? Há luz! Ó rezai por eu, rogai por nós.
Amante infiel!
A paixão que traiu à mulher amada?
É cosa muerta!
Como o Outro - o louco, o insano, o
Doente? Imanente entre saber e poder?
De Foucault carrego o suplício de Damien.
E como o pior dos castigos o fracasso dos meus carrascos.
Um tempo, o trigo mofado!
Outro, a casca torrada
o miolo pesado, pão desfeito despedaçado.
Assim, fornada a fornada,
Quando o trigo da vida já não é o Bem que é, o joio do Mau nos pensa!
A juventude do amor ficou explicita no beijo sem preguiça.
AMOROSAS
AMO-ROSAS...
DÊ FLORES!
Coragem.
Confiais em Deus.
E Eu versos por ti!
Céu pesado, temporal.
Vai que chove... v e r S.O.S!!!!
Decifra-me o grito
Ou te devora o riso!
Ao invés do ódio levá-lo para o meio do nada,
Põe o amor no centro de tudo.
Refém da esquerda,
quase herdara o
cemitério da direita.
Ó mas dias não virão!
Não virão longe de Verão!
Porque dias de Sol Virão! Virao!
Vitória-régia!
Ó crias da informática.
Ó nerds da cibernética.
Ó jovens da bioética.
Ó meninos das tribos e dos guetos das urbes.
Ou seja lá o que for crias do amor! Eu vos peço!
Não deixeis que a "evolução" do tempo imponha-lhes rupturas, sociais, econômicas, culturais, emblemáticas ou simbólicas,
Eu vos peço, não deixeis?
Não deixeis que arranquem dos vossos pais o papel de educadores ou os tornem inúteis transmissores do quase nada?
Não deixeis!
Não deixeis ó crias do terceiro milênio que nem o ofício, nem a fortuna, nem as crenças e tampouco os saberes serem vossos pais na vida.
Não deixeis vossos pais sem crias não serem pais sem paz diante da mídia? Não deixeis! Jamais esqueceis de rejeitar o modelo, o sistema, nunca a família;
Jamais esqueceis de rejeitar o nó, nunca o ninho;
Jamais esqueceis que sem a família não há vida, morrerão! Perecerão na solidão material e moral do mundo;
Assim, eu vos peço, ó meus filhos, como peço a Deus numa prece.
Jamais esqueceis de que a solidariedade, a fraternidade, a ajuda mútua, os laços de afeto e o amor, poderão morrer!
O belo sonho.
Hemácia?
Hematofobia?
Hemorragia?
Olha lá Iaiá,
A Íbis é fluxo...
Outrora O ser deveste sem o Ser devir.
O pó-a-vir ao pó do corpo sem nunca sê-lo ali.
O imutante, O show finito, O reality eco homoBBB.
O efêmero d’onde Hegel e o invisível esperto no terno jamais imaginou.
Agora, espaço e tempo com
mestria; cinesia; e evolução.
Ó eis a cônscia do homo por d'trás do pensamento.
Sim, agora Holos, sê-lo assim! Alma Quântica!
E vindes vós, na voz dos vossos avós?
Ó ancestral teu pai,
E os teus anos te dirão os avós!
Inda qu’hoje o orgulho o debulhe no mármore da zuda,
E ofegante a execre dês daqui a mil anos sem cura.
Inda qu’amanhã o colha na lama ou no cascalho das ruas,
E sem que o Ih' importe sê-lo o mais infiel que ostente.
Inda quão deveste da tez viçosa que desencantam os olhos da carne.
E sem que o Ih' importe a d’outra face mais bela com que se disfarça um abismo?
Ó infiel é o teu amor de ofício!
Nest’hora? Ó ide longe d'aqui, vil astuta, ide?
O amor, se o conheço e, ostento, é apreço.
Não tem fim, o amor, se tem começo. Ó que queres tu d’eu?
O amor, se o reconheço? Quiseras tê-lo! Ó quiseras!
Quiseras tê-lo o amor de tão destemida bravura.
Quiseras tê-lo o amor de sonho e encanto, calma e beleza, ó quiseras!
Nest’hora? Ó ide longe d'aqui, ímpia e má, ide?
O amor se viveu a seu lado, a ele tu lhes deves:
E esse a deve tu a si mesma! O amor que lhes sempre foi, é o que tu conheces:
Vulgar e sôfrego a teus pés.
Inda que a negue "amor" de vida mais curta! Ó deixai-me crer o qu'teu derreteu-se,
Como derrete uma Geleira que se perdeu! Porque amor infinito, inté daqui a mil anos, é:
A tua mais bela e terrível mentira sem cura.
Entre próteses,
Pilecs e prozacs?
O latim pariu!
Sic? ‘Stou bem,
Ó ibidem in albis 'Stou sã.
POETRIX: É constituído com no máximo 30 (trinta) sílabas métricas distribuídas em 03 (três) versos (terceto); dissidente dos haikais, de origem japonesa. Mas diferentemente do haikai, é exigível o título do poetrix, que não entra na contagem silábica e pode dá complementariedade ao texto.
Há Dias que não Vi ela,
Intencionalmente
M
e
n
t
e
[Manoel Serrão]
Soletre.
Soletremos.
Mas a vida tem sempre um...
Sol-e-trai!
Homens
quanto apuram haveres: segredos no cofre.
Mulheres
quanto aparam os cabelos:
picotam as cortinas.
Cãs de cal [I]
(Poema in memoriam ao amigo e irmão de poesia Erikson Luna).
Cãs de cal [II]
CLAROS DESÍGNIOS [Erickson Luna]
Os vícios tragam-me depressa
à parte a rebeldia que me torna em jovem
Claros são os meus desígnios
é-me incontida a busca dos momentos
ao passo que me são estranhas
as vocações que emergem desses tempos
Diuturnos rituais à impotência
as existências curvam-se às idades
e se acrescenta à ancestral obediência
a iminência de também ser ancestral
A tal sorte a mim me cabe lamentar o
pouco-a-pouco a morte tarda dos longevos
sorrir da vida e a que ela se presta
tão mais intenso quanto perto o fim
Os vícios tragam-me depressa
à parte a rebeldia que me torna em jovem.
Cãs de cal [III]
CANTO DE AMOR E LAMA I [Erickson Luna]
Choveu
e há lama em Santo Amaro
nas ruas
nas casas
vós contornais
eu não
a mim a lama não suja
em mim há lama não suja
eu sou a lama das chuvas
que caem em Santo Amaro
Vosso Scotch
pode me sujar por dentro
cachaça não
vosso perfume
pode me sujar por fora
suor nunca
porque sou suor
a cachaça e a lama
das chuvas que caem
em Santo Amaro das Salinas
Cãs de cal [IV]
ECCE HOMO [Erickson Luna]
Saiam da minha frente
matem-se
morram-se
deixem livre
o meu campo de visão
Entristece-me conceber
a semelhança que nos une na semente
quem é que pode
ser feliz se vendo gente
Cãs de cal [V]
UMA PRESENÇA [Erickson Luna]
Vez por outra uma presença
me confunde a solidão
menos espero
e muito mais me vejo só
Não ter do que ter saudade
me deprime e reanima
se me constrange
também não me tira a calma
Além da dor que me embriaga
a lucidez
resiste ao dia, a esta cidade
e a vocês
Poeta recifense ligado ao marginalia, o pernambucano Erikson Luna falecido em 2007 aos 49 anos foi considerado pela crítica literária como o “o último dos beatniks”. Polêmico, fascinado pelo blues, durante duas décadas e meia o poeta com seu comportamento irreverente, desregrado e explosivo incendiou o ambiente literário da mauritssand dos armadores das índias ocidentais.
Ó urgência!
Depressa Emergência...
A pressa é Passageira!
A solidão é o que mais distinta a Bella da Fera.
Selo, não sê-lo?
Passai a língua nelle.
Ó parlez-vous amor!
Mas sede universal.
O tempo leva dores.
Leva as cores.
O tempo leva as flores.
O tempo leva andores.
Leva os rumores.
O tempo leva os amores.
O tempo leva tempo...
No tempo que o tempo tem que leva a vida como o vento feito um sopro!
D'encanto, dai-nos, deuses o verbo criador, sábios artífices da língua!
Ó suplico-lhes! Dai-nos belos versos em almas poéticas.
Ó peço-vos! Dai-nos como d’antes odes, líricas cantatas.
Ó vos imploro! Dai-nos belas récitas em almas cheias de graças.
D'encanto, dai-nos, ó imortais crias de Zeus: o saber dizer livre que vos fala a poesia.
D’onde ‘stão, tecei vos para o mundo outros sonhares.
Ó teceis vos para não serdes apenas o desejo d'outros no almaço rabiscados.
Porém, sonhos do sono acordados, e todos chegados ao destino do céu.
D'encanto, dai-nos, pois quão pr'a sempre, e além: Píndaro e Safo; Homero e Hesíodo; Camões e Pessoa; Sousândrade, Nauro, Lago e Gullar; todos tornados eternos!
Ó versos compostos à sestra e pena, q u’iria-te oste do meu coração.
Ó poesia n’A poesia bela e sã, q u’iria-te hóstia comungada em bocas canções.
Ó poética silente oração, qu’iria-te onde o verso nasce poema feito pulsão.
Ó se o Criar É ser Deus... O Poeta onde começa o poema nunca acaba.
Ó se honrais! Abra-os para os leres?
Apressou o passo.
Quis voltar, era tarde!
Ó jaz no pó [D] ali.
POETRIX: É constituído com no máximo 30 (trinta) sílabas métricas distribuídas em 03 (três) versos (terceto); dissidente dos hai-kais, de origem japonesa. Mas diferentemente do ha-ikai, é exigível o título do poetrix, que não entra na contagem silábica e pode dá complementariedade ao texto
Pio
Quando fui Deus: fiz um poema!
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Ó ide tê-lo (in) mundo desumano?
Os humanos estão apodrecidos...
Aqui morre-se traído pela ingratidão;
Aqui morre-se de inanição pela segregação;
Aqui morre-se de injustiça pela servidão.
Ó ide tê-lo (in) mundo desumano?
Os humanos estão apodrecidos...
Aqui morre-se de ignorância ideológica pela veneração;
Aqui morre-se esquecido na contra mão da corrupção;
Aqui morre-se por acção, insônia, de omissão e aflição;
Aqui morre-se de agonia, infecção, de alcatrão e solidão.
Nunca... Jamais de Amor e alegria pela gratidão!
Ó vês, há anos somos "humanos" quão desumanos suicidas na podridão!
Ao sociólogo e filósofo polonês Zygmunt Bauman.
Impalpáveis, infinitas e tão eternas...
Imutáveis, imateriais e tão transcendentais...
Ó assentai-vos, e olhais para o que há no espaço!
Olhais os rios, os mares e a larga vastidão dos oceanos de Pontos.
Espiais os dias, as noites e o altivo de Urano e Gaia à procura da remota humana;
Olhais para as profundezas "intestinas" e entranhas de Tártaros.
Ó assentai-vos, e olhais para o que há no tempo!
Espiais o presente tão falto de verdade e paz, com os seus peregrinos errantes e miseráveis desesperançados sem liberdade que desencontra o humano;
Olhais essa "massa" passiva, invisível e sacrificada, meros expectros, filhos dessa pátria saqueada;
Espiais esse “rebanho” forjado no aço do passado; e, para todos os sonhos futuros de redenção, que vão-se em ondas de normose aos rés entre os dedos da ilusão, aceleram o trágico espetáculo da decadência humana.
Ó assentai-vos, e olhais para o que há na base da matéria!
Olhais o primeiro, a carga positiva dos prótons; e, no meio dos prótons, impedindo que eles tenham contato direto os nêutrons;
Olhais para os elétrons, partículas dotadas de carga elétrica negativa.
Ó assentai-vos, e olhais para o que há no estado da matéria!
Espiais o sólido que se liquidifica; onde todas as iterações e encontros dos entes se tornaram provisórios e temporários, fugazes e passageiros, válidos apenas até um novo dia;
Olhais para d'onde impera o individualismo, a desigualdade, a revolução digital, e a efemeridade das relações, e quão gases volatizam todos os mais belos sonhos.
Ó assentai-vos, e olhais para o que há na música!
Escutais a tão suave e sonora melodia da vida; e os cânticos harmoniosos da Terra; as cítaras e as harpas do silêncio; a concisa harmonia do amor fraterno;
Ó olhais o ritmo que se dará à paz no mundo.
Então vedes, olhais o que deu-nos Deus em 3 em Um e no 3 e Um, uma assinatura para a redenção dos homens: em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
E nós homens todos amém!
Nem mugir.
Nem turgir.
Ao Deus Tupã?
Sol-to Tupi!
Em
Zigue
Zagueando Vou...
Mas com fé Ando!..
Bah! Evóe Baco.
Um cálice para sempre.
É avinagrado.
Quando fordes flores, contigo iremos nós
Sem uma razão: velha razão.
Uma boa razão: nova razão.
E por que não? Outra razão...
E outra velha razão... e outra...
E novas razões outras...
Quão tantas Outras contra razões?
Mas todas no fim? Sãos razões de chapéu nas mãos!
O amor é laço criado que a traça não rói.
A
PÁ
L
A
V
R
A
DEUPALAVRA
DIZPALAVRA
DEZPALAVRA
CEMPALAVRA
MILPALAVRA
DÊSPALAVRA
SEM PALAVRA
PALAVRA SOBRE A PALAVRA
DESPALAVRA
APALAVRA
Sem velas e sem ventos...
Remando contra a maré!
Não sei se rezo.
Não sei se remo,
Ou solto a rima.
Ó quão estranha essa mania de ter fé na vida e a
(ar)riscar uma poesia.
Ó sintho muito,
Doce amargo ab-sinthe, não sinto nada!
Mas [In] dependente do que sintho?
Sou o teu ópio (r) ide-amante, Artemísia?...
Sinto todo,
Sinto tudo.
Sinto atempo,
Sinto mudo.
Sinto tempo,
Sinto imundo.
Sinto fundo,
Sinto novo mundo.
Sinto profundo,
Sinto terceiro mundo.
Sinto infecundo,
Sinto sub-mundo.
Sinto mundo,
Sinto cu-do-mundo.
Sinto moribundo
Sinto outromundo,
Sinto muito!
Armagedom!
Sinto o fim do mundo.
Ó cai-te sobre a face.
Vês? Foi-se a do carvão,
E veio outra servidão!
A face web...
Do homo-cyber na solidão.
Comentário sobre o poema FACE WEB de [Manoel Serrão] por Joao Batista Gomes Do Lago:
Um poema curto, mas denso; prenhe de significantes e significados refletindo a solidão do "homus pós-verdade". De fato, a solidão, hoje, não se apresenta mais como uma "doença" estritamente pessoal e de caráter "pathos" (significado das palavras pathos e “paixão”, em algumas obras de Kierkegaard. Essa forma em que Kierkegaard apresenta o sofrimento desqualifica aquilo que entendemos por dor no sentido externo, ou meramente um sofrimento físico, pois trata-se de uma interioridade patética em “gênese dialética”(FARAGO, F., 2006, ...). O que se percebe nos dias atuais é um "homus" sofrendo de uma solidão existencial sem o nexo do sofrimento patológico interno, mas uma dor profunda no internato de uma virtualidade que nunca se fará real. Penso que aí se estabelece a "gênese dialética" de uma "interioridade patética".
© DE João Batista do Lago:
João Batista do lago, maranhense, pode ser considerado, atualmente, um dos mais completos poetas e cronistas do Brasil, haja vista a consciência plural e significativa de sua intuição cultural, fato que o faz passear entre musgos históricos gregos e o modernismo clariciano, espargindo o pensamento poético alemão, americano ou inglês, sem esquecer das taças saboreantes dos vinhos que enebriaram o cismar dos poetas franceses como BAUDELAIRE (Charles Baudelaire), MALLARMÉ (Stéphane Mallarmé), FRANÇOIS COPÉE (François Édouard Joaquim Copée) e MUSSET (Louis Alfred de Musset) – o poeta do amor. Como eu, o Maranhão e o Brasil também, creio, se orgulham de João Batista do Lago, uma das maiores expressões literárias do mundo moderno. Fato que, realmente não deixa a desejar se comparado a nenhum dos franceses acima citados”. Marconi Caldas Poeta, escritor e advogado São Luís – Maranhão – Brasil 2007].
MATÉRIA PUBLICADA NO JORNAL PEQUENO, EDIÇÃO DE ONTEM, 02/02/2018. O AUTOR DA MATÉRIA É O JORNALISTA E ESCRITOR ANTONIO AILTON.
Ora O pretérito imperfeito sub-stantivo sujeito escorreito.
Ora O exímio adjeto perfeito sobre-o-inábil adverso defeito. Ah! Se a felicidade não tiver-seu-prego...
Amor d’aurĕu-, d’elmo - e pureo!
Amor d’almo -, d’sal - e salma.
Amor d’arca -, d’palma – e calma.
Amor d’Clark Gable & O'Hara.
Amor d’áurea, dahlia - e d’Odara.
Amor d’almas afins -, e d’alvejura rara.
Amor d’imago - e maga -, d’sétima arte.
Amor d’vida -, amor de Cardeal & Scarlet.
Amor descapado impress copidescado.
Amor impresso em offset declarado.
Amor impress no mancheado: Extra! Extra!
Amor à procura do Amor no infólio do classificado: Extra! Extra! O Amor impress e expresso anunciado: que infinito o amor sobrevive eterno a tudo que o Tempo e o Vento Levaram!
AVISO & EDITAL - CLASSIFICADO TRANSCRITO DO JORNAL O ESTADO DO MARANHÃO - PÁGINA 06 - PUBLICADO NO DIA 05 DE SETEMBRO - SEXTA-FEIRA - 2003. [AVISO. T.3235-0000]:
PROCURO "ESCARLET O'HARA", QUALQUER INFORMAÇÃO SOBRE ESTA PESSOA ENTRAR EM CONTATO NA RUA DOS AMORES, NÚMERO DA SAUDADE E DA RECORDAÇÃO - RIBEIRÃO. [HUMPHREY BORGAT].
NOTA DE ESCLARECIMENTO: POR SE TRATAR DE UM CASO VERÍDICO, OBJETIVANDO RESGUARDAR AS PESSOAS ENVOLVIDAS, MORMENTE, AS RESPECTIVAS FAMILIAS, É QUE TODOS OS NOMES AQUI MENCIONADOS NO BOJO DO TEXTO SÃO FICTICIOS.
O POEMA TEM COMO FOCO O AMOR ENTRE DUAS PESSOAS QUE NÃO OBSTANTE SE AMAREM VERDADEIRAMENTE, POR DESÍGNIOS DE DEUS E DO DESTINO NUNCA MAIS SE REENCONTRARAM. O CERTO É QUE AMBOS AINDA BEM JOVENS FORAM ENAMORADOS, CONTUDO, ALGUM TEMPO DEPOIS, POR MEXERICOS [TERMO MUITO USADO NA ÉPOCA] ROMPERAM COM A RELAÇÃO. ELA CASOU-SE, TEVE FILHOS E FICOU VIÚVA, PORÉM SEMPRE NA ESPERANÇA DE REENCONTRÁ-LO E VIVER AO LADO DO SEU VERDADEIRO AMOR.
INFELIZMENTE ELA NO ANO DE 2000 VIERA FALECER SEM TÊ-LO REENCONTRADO. ELE, POR SUA VEZ À ESPERA DO SEU AMOR, ATÉ HOJE COM MAIS DE 80 ANOS NUNCA SE CASARA.
UM DETERMINADO DIA SEM O HÁBITO DA FREQUENTE LEITURA AO CADERNO DOS CLASSIFICADOS DE JORNAL, SEM QUALQUER EXPLICAÇÃO PLAUSÍVEL QUE O LEVASSE DIANTE DAQUELE JORNAL POSTO SOBRE A MESA EM ATO CONTÍNUO FORA DIRETO AO CADERNO DOS CLASSIFICADOS. TODAVIA, ENTRE UMA FOLHA E OUTRA DO CADERNO AO CORRER OS OLHOS NA PÁGINA 06 DO MENCIONADO JORNAL, DERA COM NOME DA SUA MÃE IMPRESSO E POR ELE ANUNCIADO.
INCRÉDULO, RETORNARA À PÁGINA QUANDO ENTÃO DEPAROU-SE COM O INUSITADO ANÚNCIO [CLASSIFICADO] ACIMA TRANSCRITO.
OBS: O ANÚNCIO FORA TÃO SOMENTE PUBLICADO APÓS TRÊS ANOS DA MORTE DA MESMA. ATÉ ENTÃO, COMO ELE APÓS O ROMPIMENTO DO NAMORO AINDA NA MOCIDADE NUNCA MAIS VIERA ENCONTRÁ-LA OU TIVERA QUALQUER NOTÍCIAS DA SUA AMADA, TAMBÉM NÃO SABIA DA SUA MORTE. HOJE, AINDA À ESPERA DO SEU ÚNICO E VERDADEIRO AMOR, SOLUÇA E CHORA.
.
Em pranto e riso, ei-me aqui!
E o sol é do oscular vermelho em brasa.
D’onde venho o amor é de quem consola,
E não da mulher que ama a casta.
Lá d’onde venho?
D’onde venho os antípodas são fantasmas,
E os malditos são abutres.
D’onde venho o desprezo imporcalha a urb
E a miséria feal assusta a fome.
D’onde venho?
Lá d’onde venho da metrópole-pós-industrial,
O amor e a vida são fuligem,
São fumaça quão detrito de indústria.
Lá d’onde venho só há homens pelo avesso,
Cada um cobrando o seu preço sem tabuleta de endereço
E a pandêmica xenofobia racial.
Lá d’onde venho não há raison d’être.
Ora rijo por horas.
Ora teso por extras.
Ora roxo por demoras.
Ó erecção dolorosa?
Como dói ser rocha cavernosa!
Se
dá muda
Na Terra
Medra flor?
No Mundo
Sobram abacaxis!
Sangria, dessalga, carne em desosso.
Desalma, inculta verbo ouro de tolo.
Tinta sem borracha em cem in-fólios grosso.
Pena sem revoada em mil abcedários soltos.
Muda-surda-e-cega?
A minha poesia não quer dizer nada: ela diz!
A beleza quando desperta,
Senta, levanta, atravessa a rua, passa pela calçada,
E entra pela porta do Mundo:
É a prenda mais bela que melhor embeleza e encanta o Homem.
Sempre simples doce vazia,
Sempre sonante melódica.
Sempre simples “mãozinhas pra cima”,
Sempre letra garapa melosa.
Sempre simples "pedra de toque",
Sempre esponja feiúra porosa.
Sempre o simples bis o estribilho a pulsão,
Sempre o chiclete mascado à repetição.
Sempre simples diluídas – isolinhas - em pequenas rimas,
Sempre o blá-blá-blá o abc de à adestração.
Sempre simples o muito alongado ã de vão,
Sempre a "Novilíngua" a "Novafala" à supressão.
Sempre a sampler simples disciplinada,
Sempre o degrau da base a parada.
Sempre a loop simples sem a virada retocada,
Sempre a batida percutida manjada.
Sempre o role-play simples o domínio público,
Sempre o poder da penetração na massa devotada.
Ó swingueira? Ó axé music?
Camaleão não é panóptico,
Nem chiclete com quebradeira é protótipo.
Oh yeah! Então, “Vaza canhão”!
Oops, e opina o trash: Ou Cae o bicho-do-pé ou “Rala a Tcheca no chão”!
Onde a poesia triunfa,
Nenhum poema se basta.
Onde a esperança desperta,
Nenhum sonho se acaba.
Onde o sonho sonha...
Sonha porque sonhos
E poesias não são em vão!
Devassam-nos com métricas de rezinhas
e cem verrinas de palavras.
Difama-nos com rilhas sem dentina e falange em riste apontada.
Flagela-nos com a herpes do ósculo quão vírus de contágio? Ó não vês, na arena das arengas verbais, esfalfo-me extenuado à rebeldia do longevo gládio.
Adjudica-me então? Concede-me a posse do teu coração de adobe.
O tudo é um.
Uncut:
O todo a parte.
Fica o que
SigniFica
E ReSigniFica.
Verso.
UniVerso.
Uni (co)Verso.
Ó vês, dê-se aos livres átimos.
Dê-se às vós, que o reino vibra.
Sinta-o todo, é tudo corpo vibração.
Não! Não sonheis à não torná-la engano.
O sonhar a vida é perder-se em vão.
É ser vagante lost nas brumas sem visão.
Ó de que vos falo? Falo-vos, então:
O puro há de tão parecer-te ficção,
Quão o iluso há de são parecer-te eclosão.
Vai! Apressa-te aos teus lócus ame nus.
Dê-se da noesis a rés furtiva –, a louca opressão.
Ó covarde crônico de chapéu na mão.
Quae será onde ‘stás?
A realidade é uma quimera ilusão.
Das cinzas,
Dia-amantes?
A poesia [O] brilhante!
Quando a paixão pica.
O amor fica!
Ó d'ingrata o labéu, errância, desdouro confeito infiel, inda que amargue-me com oo vosso fel.
Ostento em terra os pés, do que sê-lo "céu", e o servil no "paraísio" do teu bordel.
Não! Não sou o Pégaso, nem o Ego alado “solipso” dos vossos desenfastos.
Não! Não sou a verme, nem a rês do canzil, a marca à ferro dos vossos cobiçados.
Não! Não sou a presa inútil no calabouço da vossa purga, nem o surto de Tântalo o suplício:
Ora tão perto e, ora distante, tornado a pedra agastada do vosso anel.
Ó vês, sei d’Eu tanto quanto mais sei do que sei, e quem sou,
E do que sei, não sabendo, eu, assim como não sei, quem não sou:
Ora cheio de nãos, outras vaguezas de sins?
Ser afim, de per si, assim: solitude soluçada, queiras ou não?
Inda A insita liberta da minha orbe calejada.
Inda A gota suicida estilada, clara, tão útil, tão alma, tão cava na bátega afogada.
Inda O papel crepom azul, ora leve brisa sul, ora plúmbico céu encrespa, sob o manto celeste dos meus ceos.
Anjo ardente de mim, Seraphim! Sou o meu único e, insito fim.
O errare humanum só existe para deixar de existir o erro:
Ó errare humanum est.
Ó Ser de libertina vida obscura! Que ao barulhar das folhas de outubro,
E ao soprar dos ventos foge do ardor dos ipês quão do suicídio das flores amarelas...
Acaso honrais cobarde as calças do mundo!
D
DE
DES
DESC
DESCO
DESCON
DESCONT
DESCONTE
DESCONTEX
DESCONTEXT
DESCONTEXTU
DESCONTEXTUA
DESCONTEXTUAL
DESCONTEXTUALI
DESCONTEXTUALIZ
DESCONTEXTUALIZA
DESCONTEXTUALIZAÇ
DESCONTEXTUALIZAÇÃ
DESCONTEXTUALIZAÇÃO
AÇÃO
Ar-15.
Bomba de efeito moral.
Bala (.) Para que te quero bala?
Oh! O fuzil é f (L) all!
Feito de polos e pares quão tudo dual de pares e polos.
Feito de maré alta que desce como tudo de maré baixa que sobe.
Feito de causa e efeito quão todo [o] feito de causa e efeito é feito.
Feito do masculino e feminino como tudo de gene másculo e fêmeo.
Feito de mental sintonia quão tudo é mente sintonia mental infinita.
Feito de estado acima e estado abaixo como tudo é estado abaixo e acima.
Ó onde impera e ressoa infinito o Universo?...
Nada repousa tudo se move e vibra... Vibra!
Vibraio bem-vindo, Sol-to! Estamos à postos!...
Baby Sonhos, cueiros e fronhas.
Fraldas, babadores golfados entre chupetas mascadas!
Latim loves, molecórios infantes.
Rebeldes em congas rasgadas, barricadas entre ativistas marcados!
Filhos da Terra,
Hoste avestruzes no cio,lavras entre comunas de urzes!
Hippies mendicantes em bandos.
Marxistas-xiitas-leninistas, antônimos entre sectários insones.
Jovens “bananas”, intentonas anônimas;
Beatniks e Punks, sonhos entre pencas de rock, sem planos!
Cara pálidas entre camisolas surradas por “overdoses de bronhas?”.
Ó - assim nos víamos nos sonhos anônimos,
O que hoje adultos sabemos aquilo que já não somos: “do mundo os donos”.
No início dos anos 80 até meado dos anos 90 existia no entremeio das Avenidas Conde Boa Vista e Suassuna, do lado de cá do Beco da Fome, precisamente na Rua 7 de Setembro, logo ali bem no centro do Recife uma apinhada de cultura, artistas, intelectuais, simpatizantes, estudantes, de passagens anônimos, de encontros e desencontros com infinitas variações, lá estava a referência literária do mundo, uma livraria chamada - Livro 7.
De mudança para o Recife fui tomado por uma doce obsessão, conquistar uma vaga para o universo acadêmico. Fui exitoso. Celebrei!
Pouco tempo após, então já estudante e acadêmico de direito recém aprovado no concurso do vestibular do ano de 1989, após ter cursado os dois primeiros períodos no Campus da Universidade Federal de Pernambuco, passei ao deleite de respirar toda aquela atmosfera histórica que impregnava o ar, as paredes, a beleza arquitetônica impar do prédio da Faculdade de Direito do Recife, os colegas discentes, o corpo de servidores, os docentes, enfim, as vezes tendo uma leve impressão de sentir a presença dos grandes vultos do passado em cada nicho e pequeno detalhe da Faculdade de Direito do Recife, fazendo-me transbordar de regozijo e orgulho. Afinal de contas estava eu sim de fato a cursar as Ciências Jurídicas no mais importante e tradicional Curso Jurídico do Brasil, a Faculdade de Direito do Recife [PE].
Ocorre que, conquanto, não bastasse tão nobilíssima conquista e o rio da vida transcorresse em serenada ordem, eis que no meio do caminho havia uma prenda enamorando-me, a mais sábia das divas Afrodite que pudesse um homem amar o conhecimento, uma livraria chamada Livro 7, a musa que desde então passara a concorrer com as aulas da Cadeira de Introdução ao Estudo do Direito I e II, ambas ministrada brilhantemente no primeiro horário pelo excelentíssimo Sr. Doutor Professor Heraldo Almeida que do alto do seu tablado e da sua, digamos assim, insolência, em hipótese alguma arredava da prerrogativa ao encerrar a aula de efetuar em ato contínuo no rol listado da caderneta dos acadêmicos que mantinha sobre a bancada como forma de manter-nos atentos ao mister, demandava ipsis litteris a chamada dos discentes ali presentes, assinalando os faltosos sob pena de terem em seus registros acadêmicos as anotações de ausência, e decerto após atingir-se determinado número de faltas, a reprovação na certa.
Presa fácil, agora a fantasia se embaralha a realidade, e como refém à míngua movido por um sentimento inexplicável passei a viver dilemas a fio tendo muitas vezes que optar dia após dia entre a Livro 7 e as aulas do brilhante professor Heraldo, pois, ora pois, pois fascinado pela expressão da palavra, pela escrita, pelo saber e pela imensidão daquele vasto mundo de livros, tomos, volumes, edições, códices, enciclopédias, etc. que se despejava desafiadoramente d'ante os meus olhos em "desdenhoso silêncio" a dizer-me em murmúrios aos ouvidos convites e confissões "indecentes" e irresistíveis tipo: "pegue-me... compre-me... leve-me para casa... leia-me, etc.", mormente, seduzido e sob efeito de uma magia prazerosa percorria com ar sonhador a calçada da Livro 7, com mão de ferro a segurar a ansiedade para não despertar olhares curiosos, sem pressa. Há anos desde que a Livro 7 se estabelecera, quase todos os dias eram dias de visita obrigatória, algo assim como um vício, uma obsessão exagerada, uma liturgia, um enamoro, um amor de paixão desmesurada já que não conseguia por horas a fio romper aquele quebranto que me impusera a Livro 7. Às vezes envergonhado, fingia comprar algo de literatura, é claro? Até que de vez enquanto arriscava mesmo sabendo que aquele dinheiro far-me-ia falta logo mais na frente, pois estudante com dinheiro curto tinha que fazer sacrifício ou ter que optar entre o lê e o comer, ou seja, entre alimentar o espírito, a alma e a sapiência ou matar a fome do corpo. Evidente que entre um e o outro, o do saciar a sede e a fome do organismo biológico, é verdade que sempre optava pela segunda, porém, fazendo-me de mercador escolhia um bom autor, um assunto do meu interesse ou algum em voga e mandava brasa. Aquele mundão de livros, era mesmo a minha paixão!
Lê, lê muito até não poder falar de amor. Lê até o tempo disponível esgotar-se e as obrigações do curso através do professor na lembrança mandar uma intimação, um aviso de que já era horário do início da primeira aula do dia, justamente a do professor Heraldo Almeida.
Saudosas e felizes recordações de um tempo romantizado, cheio de ideais libertários, de literatura, contestações, reivindicações e bons propósitos.
O personagem é histórico. Por onde será que anda o Tarcísio? Em que plagas o Tarcísio que tanto ajudou, fomentou a grande maioria dos grupos que manipulavam a cultura existente, não importando se era do teatro, da música, da dança, do cinema, enfim, até no nosso intitulado de ANARCU - ANIMAÇÃO ARTÍSTICA CULTURAL que por pouco tempo se manteve no ar, mais que marcou pela ousadia de arregimentar muitos artistas para o mister, entre tantos como: Ericsson Luna; Helena de Tróia; Titio Lívio; Geraldo Maia; Marco Polo, Ricardo Palmeira, Valmar, Gil, Danilo, Rubem Valença, Geraldo Silva, Manoel Serrão, Roberto "Cachaça", etc..
Agora que estamos na era virtual-cyber-digital, será que ainda existirá uma livraria do porte e tamanho da Livro 7 considerada na época como a maior do Brasil? Evidente que quando me reporto ao tamanho não é só a dimensão material, porém à nobre grandeza dos objetivos e meios para o quais todos nós sem exceção lançamos mão como instrumento para atingir-se os fins propositados. A sapiência.
Saudades! Tarcísio, por onde andares e em que plagas estiveres, eu, este humilde poeta, a cultura, os artistas de forma em geral, os escritores, poetas, e simpatizantes da inteligência por excelência da literatura te somos mui grato.
Convenhamos a felicidade não se acha embalada num invólucro hermeticamente fechado, não vem enlatada feito extrato de tomate ou azeitona, tampouco empacotada feito café a vácuo.
Com a felicidade não se contrata, não se avença e tampouco se adquire como um produto de consumo ou um bem durável que se compra e paga em qualquer loja ou supermercado.
É pura perda de tempo passar pela vida e não vive-la só porque entendemos que o melhor caminho é correr atrás da felicidade como se corre atrás d'um emprego qualquer ou atrás de uma bola quando se joga uma partida de futebol. Burrice? Não! É estupidez mesmo! Ledo engano é quem pensa de tal forma já que muito melhor do que alcançarmos a felicidade é viver! Viver muito e intensamente todos os dias que nos permite Deus. Para tua felicidade, a felicidade manda um recado, manda te dizer, que: É bem melhor viver a tentativa de consegui-la alcançá-la, do que propriamente alcançá-la de fato. Perde a graça!
Na vida o grande barato e contentamento de se viver prazerosamente com um sorriso aberto, repousa muito mais na grande viagem do caminhar em sua direção afim de alcançá-la, do que chegar ao destino do seu alcance.
Estados de felicidade são tão fugazes, frívolos e efêmeros quanto o vento zéfiro que passa e nos beija suavemente o rosto. Portanto, aquela felicidade que buscamos por alcance, quando achamos que conseguiremos alcançá-la, esta pode não ser mais aquela felicidade que imaginávamos nos fazer tão felizes como ideal de vida desejado no passado recente. Isto, porque o meu e o teu desejo, os nossos desejos de felicidade desejada decerto em outro momento da vida já não são os mesmos dantes, isto é, por que desejos voam, passam e vão para um outro front bem distante daquilo que pensávamos existir no hoje, e assim, já não mais comportam na vida que explode apressadamente. Tudo muda. O mundo muda. Os desejos mudam. Eu mudo. Tu muda. Nós mudamos. E tudo continuará mudando. Olha que a fila anda!! Luiz Vaz de Camões expressa de forma precisa e clara o mudar acima sob comento ao professar que: "Mudam-se os tempo, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a confiança; Do mal ficam as mágoas na lembrança, e do bem, se algum houve, as saudades". Não te deste conta? Contudo, mesmo cônscio das ânsias e desejos de outrora que não nos servem mais no agora, ainda, assim, segue-se cometendo o mesmo erro de elementar recorrência. Segue-se adiando o viver a vida só para alcançá-la como se conquista uma vitória tal qual numa maratona decisiva, para então, assim, erguê-la como um troféu no ponto mais alto do pódio, enfim, como um símbolo e prova da conquistada, da façanha. E eis que surge um Ser feliz para sempre. Será!!!!
E ponto finale!
O melhor é ser feliz!
Ação incontida pulsão.
Afirmação sem O não pela res furtiva omissão!
Desejo além, desejo aquém.
Sim! Desejo, e por que Não?
Mas Desejo, preferiria, Não!
Ó saibeis: desejo que Não se cura, tem mais-valia que a Vida no chão!
VAIDADE.
VAI
ESVAI...
VAI-IDADE.
A destra ou a sestra que alinhava Homero e Safo, Nauro, Gullar e Lago,
é a mesma que rebusca a palavra escrita: o verbo – o verso - o poema - que transcende o inefável poético.
É a mesma que contra a luz que se apaga escreve e reescreve; significa e reesignifica o tempo, o espaço, a vida e a morte.
É a mesma que faz medrar do mudo silêncio a poesia endereçada que transforma o mundo que não quer calar.
A sestra ou a destra que alinhava Homero e Safo, Nauro, Gullar e Lago,
é a mesma que escrevinha paisagens sem destino derradeiro.
É a mesma que faz crer-e-imaginar todo homem sonhar,
Que a vida revelada pelo poder da criação: Sempre vale a pena!
Ética, ou estética de refinada cultura.
Gosto se discute, sim!
Gosto próprio que sonega o gostar do outro? É mal gosto que não se apura, nem se depura: atrofia!...
Abrigo para o corpo
Morada para o afeto.
Refúgio para a alma.
Remédio para dor.
Socorro para todos.
Casulo para o sonho.
“Salvo” do mundo?
Sem querer abusar:
Senti-me seguro!
Fiquei a vontade;
Ó lar doce lar?
A Etheia da vida é sua!
AFRO PERFUME
ÁFRICA MÃE
CHEIRO DE CANA AO VENTO
E O SUOR
E O SANGUE
CORREM LENTOS
SOL A SOL
GOTA A GOTA
A COALHAR TORMENTOS
QUEM FALOU
QUE O CÉU É PERTO
O MAR RASO
OUTRAS TERRAS
RESTOS DE ESPERAR
CORRE
VEM MÃE CATIRINA
SOLTA TUA MENINA
VAMOS VADIAR
QUE O TEMPO [REFRÃO]
NÃO ESPERA
A VIDA É UMA FERA
VIVE A DEVORAR.
LETRA E MÚSICA: MANOEL SERRÃO - RECIFE/PE - 25 DE AGOSTO DE 1985.
Jaca mole.
Jaca dura.
Mas come calada
Dama gamada?
Porque já cá...
Não está quem falou!!
Insônia!
Lençol e fronha
engomada?
A paixão saltou
da cama arrumada!
"Escrever é preciso, rimar não é preciso".
Para as feministas,
Todos os homens devem morrer:
Menos os poetas!
As palavras pedras atiradas, vestem
o
p
e
s
o da língua, e não voltam vazias: então, boas palavras!
Toys
Super toys.
Cyborgs. Robóticos [in] falíveis?
Mas a poesia é QI-id-AI...
Alma sem limite!..
Dito, mal dito: - “Cal’-te"! Ó verbo ser que descarna.
Soletrais! Soletrais vós os soletrados em nós!
Dito, bem dito: - “Fala-te"! Ó verbo ser que incarna.
Cantais! Cantais vós os embolados em nós!
Dito, mal dito! Ó verbo, dito, bem dito?
Conjugado errado ou perdido.
Flexionado em voz; pessoa;
numero; modo e num tempo qualquer esquesito.
Ó só não lhes evite do Ser o Verbo!
Hoje ao drapejar o olhar?
Vi-me perdido ao luar.
Vi-me o quase nada esquecido a soluçar.
Ó vi-me um ente desaparecido quase invisível na (de)voragem da vida!
Quando me perguntam qual é a minha religião, onde fica o endereço da "minha" igreja, do "meu" templo, do "meu" terreiro ou da "minha" catedral, etc. Quando me indagam se freqüento, freqüentei ou com que freqüência participa das cerimônias religiosas, digo-vo-los: a nenhum e a nenhuma delas participo se for apenas para dar satisfação a alguém ou a quem quer que seja. Não freqüento por mera obrigação ou curiosidade daqueles que carregam nas mãos a bíblia sagrada, e nunca, jamais por conta daqueles que abrem e finge-a lê-la. Porque lê não é o lê que se passa a vista balbuciando palavras e dizendo-as aos outros ["pregando"] sem que as tenha passado primeiro pela alma, pelo espírito e verdadeiramente pelo coração cristão. A estes os chamo de hipócritas.
Afirmo-lhes com plena convicção que o meu louvor ao Deus Pai é diário. Ao Deus cristão Pai onipotente, onipresente e onisciente. Ao Nosso Senhor Jesus Cristo, ao Espírito Santo, enfim, a Santíssima Trindade em comunhão permanente para com Ele. É de adoração e louvor; é de prece e oração. É de renovação e fortalecimento, de respeito e silêncio que alimento a minha fé e a minha religiosidade, enfim, é de gratidão e obediência que me entrego à Soberana Vontade. Não se trata de idiossincrasias. Não! O meu amor e respeito a Deus é veiculado de forma objetiva e simples. É comunicação que faço por linha direta via satélite, seja por em canal aberto, fechado, TV a cabo. Seja por link, banda larga ou cauda longa, não importa, o que deveras importa é que não tenho hora nem audiência designada, nem agenda mento, etc., para com ele falar e trocar figurinhas em tempo real durante as 24 horas do dia. Porque é plenamente possível se ter religiosidade sem que haja a necessidade de adotar-se uma religião customizada A, B, C e D em que se paga para ter, e se paga caro.
Mentem e cometem pecado o homem que caminha sobre a face da terra e que afirma ter se tornado um ser melhor ou pior por conta da sua religião. Religiosidade com fé. Religiosidade aplicada na prática sem discurso religioso, porém, sublimada, levando-a ao próximo a palavra de Deus como dever nosso de cada dia.
Não se trata daquele discurso pasteurizado, insipiente e piegas que mais parece uma lavagem cerebral [e o é de verdade] como ato preparatório para o confisco e a posse do dízimo.
Portando, anotem o endereço da "minha" igreja, do "meu" templo e do "meu" terreiro: “Sou da igreja e da catedral sem nome e sem endereço situado em lugar incerto e não sabido”. Sou da igreja, do templo e da catedral que mais agradece do que invoca e pede Deus. Sou da igreja em que a palavra do Pai quando pregada eleva e engrandece cada vez mais o espírito fraternal, o altruísmo, e que desperta o verdadeiro significado do termo generosidade e amor ao próximo. Aquela que alimenta o bem-querer, o amor divino e ao ente querido tal como sustenta a auto-estima e não sopesa sobre os ombros como um sentimento de domínio e perda pela culpa, pela censura, pela proibição, pelo falso moralismo e pudor, mormente, pelas regras descabidas de conduta.
Não sou daquela igreja que prega a palavra de Deus para que fique temeroso, triste, pesaroso, desolado e deprimido com aquela sensação de culpa ou de que fizemos alguma coisa errada. Não, Deus não quer esse tipo de subserviência, submissão, culpabilidade, etc., Deus te quer um ser de luz feliz e próspero em altíssima superioridade espiritual e sintonia, amando e compartilhando com o próximo a boa aventurança.
Sim, sou da igreja e das catedrais sem dogmas. Sim, sou do templo sem fronteiras, sem doutrinas esdrúxulas imposta por repetição a qualquer preço e a qualquer custo a fim de limitar propositadamente a alma humana, o rebanho, pois em nada engrandece o homem em sua anima.
Sou de todos os cultos, não importa se passo pelo reverente temor de Calvino perante a Soberana Vontade ou pelo arrependimento e adoração de Lutero. A mim não importa se a diferença entre um e outro é o do cosmo visão. Se Lutero é gratidão. Se Calvino é obediência.
“Por fim, afirmo com a mais plena convicção que sou da CATEDRAL onde COMUNGAM todas as VERDADES DE DEUS”.
Fica com Ele irmão. E cuida muito bem da tua religiosidade. Ela é tua e do melhor alimento espiritual ela merece receber, o Deus Cristão!
Amém. Deus seja louvado.
Sem querer-me abraçar,
Me chamou para beijar!
Agora, ansiosa e dê priva?
Irrefreável pulsão, a paixão desatou a engordar!
Luz toda nua na poça da chuva,
Caiu do céu a lua no meio da rua!
Ó e deu-se à Luz,
E o desejo do Amor em nós!
As vezes pio e “Santos”.
Outras caolhos
e mancos.
Assim pululam tantos:
meus versos blancos.
A poesia é a vida em flor ofertada a todo o ser vivente.
Mas a inacção do verbo ser, mata muita (a) gente!
Poeta
Sob a fé de José:
Verso a pé.
Pela pedra,
Topa-se o caminho...
Igualmente desiguais, uns pelos outros somos diferentes iguais.
Só não somos igualmente diferentes nem diferentemente desiguais, quando iguais somos Amor e Paz.
Comentário em 29/01/2009 23:48minutos - RECANTO DAS LETRAS - Vinicius Azzolin Lena: "Olá grande vate das terras maranhenses. Saúdo efusivamente sua passagem, sempre cortês, em meu empíreo tugúrio. O que muito me desvanece. Pois você além de poeta emérito é o Rei das Metáforas. Metáforas lindas e instigantes, como o mérito de serem de tua própria lavra. Isto faz a diferença. É bem como diz o dito popular: "Quem está vivo sempre aparece". Se bem que para quem crê na outra dimensão, não é precioso estar vivo para aparecer. ÙÙÙÙHH! (Rsss) Grato pela visita e comentários e creia-me seu amigo psico e somático. Um abraço de gaúcho". Para o texto: DIFERENTES IGUAIS (T1406691)
Vinicius Azzolin Lena - falecido em 03/07/2016 - fora um grande Jornalista gaúcho de Jaguari - RS – fora Editor do jornal Nova Fronteira de Barreiras [BA] e Presidente da Academia Barreirense de Letras. Livros publicados: "Traçando Barreiras" (histórico. No prelo: "Pequenas estórias" - Contos, e "Pensamentos & Reflexos" - Poesias (a sair) - Publicações e trabalhos na Web em www.recantodasletras.com.br e em meu site pessoal www.viniciuslena.prosaeverso.net]
No
Samovar
Do Samurai:
Chá de hai-kai!
Dedico-o ao poeta Paulo Leminski.
Dali online? Dali sem design no layout com know-how e arte? Ó Ketchup? Abre-te sésamo? Tem kamikazes na web e net meu compadre. Dali surreal sem backup era muito melhor.
Abracadabra!! Ops! Olha lá não é o Ali Baba de ki pá e kart sem Da Vinci diferenças repetidas em 40 das suas revisitações ao passado dos Ava tares. É o Ali concordando que algo é assim mesmo só porque tem alguém afirmando que o é? Ou se deve examinar dali o quê quem fala está falando?
Sofista? Copidesque? Copista? É tutti buona gente. Ou um "... mais sábio que esse homem; pois corremos o risco de não saber, nenhum dos dois, nada de belo nem de bom, pois enquanto ele pensa saber algo, não sabendo, eu, assim como não sei mesmo, também não penso saber... É provável, portanto, que eu seja mais sábio que ele numa pequena coisa, precisamente nesta: porque aquilo que não sei, também não penso saber". [Platão - Apologia de Sócrates - A Defesa - pag. 73/74].
Em pouco tempo então também a respeito de alguns poetas percebi isto: Bardos descalibrados na verborragia, asfixiados em soníferos do tipo: Le xotam - um boa noite cinderela, vertem-se em metamorfose de uma letal e venenosa serpente [...] - talvez! - Poetas que não acertam a agulha, as cobiçadas amadas em perene desdém das suas destravadas pessoas [...]. Os inditosos ensaiam preces lacrimejantes, convocando a comiseração alheia [...] e que amnésicos da ordem reinante no mundo dos ponteiros de que tudo avança, segue, passa e que vai mudando conforme os acontecimentos, vergastam, imprecam males aos lexicais, e nos higiénicos labirínticos de tão metódica mente insistam na repetitividade das coisas, sejam eles ditos terminológicos, lexicográficos, lexicológicos, e outros do campo; tanto quanto para aqueles que laboram para apreensão de fatos socioculturais, ou mesmo até para o estudo do nível lexical correspondentes às linguagens orais ou escritas "... que não era por sabedoria que poetavam o que poetavam, mas por certa natureza e inspirados, tal como os adivinhos divinos e os proferi dores de oráculos, pois também esses dizem muitas e belas coisas, mas nada sabem do que dizem. Os poetas [alguns] me mostraram passar também por uma situação assim" [Platão - Apologia de Sócrates - A Defesa - pag. 75].
É um conflito que adorna a lucidez. Ainda que razoáveis - no approach das revisitações - de que há estudos terminológicos modernos apontando claramente para uma passagem de uma terminologia de perspectiva normativa para um paradigma de perspectiva pragmático - comunicacional.
Longevo, brindar é um verbo polirrizo ancestral comemorativo, festivo, alegre para um drink do legítimo scotch, de preferência on the rocks, servido pela élégance do barman, "verdadeiro" Lord num happy hour de um Pub Inglês. Então The show must go on - O show tem que continuar - com palavras + luxuosas; No weekend da semântica e seus signos [Oh! que trash?] metalingua na califasia [e não é que a pronúncia é boa?] - tem a arte do falar. É tudo da primeiríssima qualidade anunciava um paparazzo de mini kilt com voz estentórea, que tal um lindo kit de prenomes? Ou talvez prefiram um remake de substantivos. Porque não levar em making off um kilo de felizes revisitações? São muitas + práticas - e bastante úteis para uso em caso de um check-up contra: Tabuísmos, palavras, locuções consideradas chulas; vocábulos que se referem ao metabolismo orgânico, aos órgãos e funções sexuais, expressões tabuizadas e de caráter eufemístico; gírias, ou contra a kappa das palavras em formas ditas populares e polissêmicas expressas por verbos, palavras onomatopaicas que podem trair-nos e levar-nos a olhar para certos problemas como problemas reais, quando eles não passam de puzzles importados que devem ser desmontados.
Penso então que tais coisas sejam mesmo assim, pois se em contextos diferentes o mesmo verbo apresenta transitividades distintas; se a polissemia contrariamente à sinonímia, que é o facto de várias palavras terem o mesmo significado, a polissemia é o facto de uma mesma palavra poder ter muitos significados diferentes - não necessariamente relacionados uns com os outros - que variam conforme o contexto em que a palavra é utilizada, porque então torcer [ou não] o nariz para as palavras lexicais de significado lexical - que são a representação da realidade extralingüística - agrupadas nas seguintes categorias: substantivo, adjetivo, verbo e advérbio, tampouco para as expressões de lexia complexa - uma gama de soldadura entre os elementos componentes de uma seqüência lingüística; com um forte índice de coesão interna, postas nos fins dos verbetes.
Por um fio, queira-se ou não, entre significantes e significados "Se o vinco da calça não está paralelo à costura" não importa, o colarinho da camisa é que define o nó da gravata. Não obstante os empréstimos estrangeiros como os falares populares ameaçarem de decadência o idioma, eis que no primeiro caso assistimos uma invasão de vocábulos estrangeiros, mormente do Inglês, descaracterizando e podendo levar a desagregação do idioma, no segundo porque neles, não se observa as regras gramaticais que regem o dito falar culto, o que de fato importa é que a palavra pode ter sabor de [kiwi, apple, orange ou seja lá o que for, etc.] saber profundo e transcender a infatigável exigência de atribuição de sentido inflexo para "arte". Condenada, ou ao exílio, ou à atimia, não sou nem "pró" nem "anti" lexias, muito pelo contrário, o certo é que entre próteses consumos e prosacs, entre lápis e borracha da Faber Castell a pinup do terceiro milênio se torna parte da cultura Pop. Si agi mal amiga... O mínimo é o mínimo. E não é que amo a risada do siri ema. Ufa! Putz! Que confusão? Preciso de um relax, senão o analista pode diagnosticar stress ou deprê.
Cooper pelo playground que circunda a Maison blanca de muitas suítes. Perdão! Sem delongas vou dar um time lendo um Best-seller no living do meu flat ou no Loft Libert Home.
Em grande style no outdoor, anuncio: The Book Is On The Table? Trank you very much!
São Luis [MA], 28 de outubro de 2010.
Dali online? Dali sem design no layout com know-how e arte? Ó Ketchup? Abre-te sésamo? Tem kamikazes na web e net meu compadre. Dali surreal sem backup era muito melhor.
Abracadabra!! Ops! Olha lá não é o Ali Baba de ki pá e kart sem Da Vinci diferenças repetidas em 40 das suas revisitações ao passado dos Ava tares. É o Ali concordando que algo é assim mesmo só porque tem alguém afirmando que o é? Ou se deve examinar dali o quê quem fala está falando?
Sofista? Copidesque? Copista? É tutti buona gente. Ou um "... mais sábio que esse homem; pois corremos o risco de não saber, nenhum dos dois, nada de belo nem de bom, pois enquanto ele pensa saber algo, não sabendo, eu, assim como não sei mesmo, também não penso saber... É provável, portanto, que eu seja mais sábio que ele numa pequena coisa, precisamente nesta: porque aquilo que não sei, também não penso saber". [Platão - Apologia de Sócrates - A Defesa - pag. 73/74].
Em pouco tempo então também a respeito de alguns poetas percebi isto: Bardos descalibrados na verborragia, asfixiados em soníferos do tipo: Le xotam - um boa noite cinderela, vertem-se em metamorfose de uma letal e venenosa serpente [...] - talvez! - Poetas que não acertam a agulha, as cobiçadas amadas em perene desdém das suas destravadas pessoas [...]. Os inditosos ensaiam preces lacrimejantes, convocando a comiseração alheia [...] e que amnésicos da ordem reinante no mundo dos ponteiros de que tudo avança, segue, passa e que vai mudando conforme os acontecimentos, vergastam, imprecam males aos lexicais, e nos higiénicos labirínticos de tão metódica mente insistam na repetitividade das coisas, sejam eles ditos terminológicos, lexicográficos, lexicológicos, e outros do campo; tanto quanto para aqueles que laboram para apreensão de fatos socioculturais, ou mesmo até para o estudo do nível lexical correspondentes às linguagens orais ou escritas "... que não era por sabedoria que poetavam o que poetavam, mas por certa natureza e inspirados, tal como os adivinhos divinos e os proferi dores de oráculos, pois também esses dizem muitas e belas coisas, mas nada sabem do que dizem. Os poetas [alguns] me mostraram passar também por uma situação assim" [Platão - Apologia de Sócrates - A Defesa - pag. 75].
É um conflito que adorna a lucidez. Ainda que razoáveis - no approach das revisitações - de que há estudos terminológicos modernos apontando claramente para uma passagem de uma terminologia de perspectiva normativa para um paradigma de perspectiva pragmático - comunicacional.
Longevo, brindar é um verbo polirrizo ancestral comemorativo, festivo, alegre para um drink do legítimo scotch, de preferência on the rocks, servido pela élégance do barman, "verdadeiro" Lord num happy hour de um Pub Inglês. Então The show must go on - O show tem que continuar - com palavras + luxuosas; No weekend da semântica e seus signos [Oh! que trash?] metalingua na califasia [e não é que a pronúncia é boa?] - tem a arte do falar. É tudo da primeiríssima qualidade anunciava um paparazzo de mini kilt com voz estentórea, que tal um lindo kit de prenomes? Ou talvez prefiram um remake de substantivos. Porque não levar em making off um kilo de felizes revisitações? São muitas + práticas - e bastante úteis para uso em caso de um check-up contra: Tabuísmos, palavras, locuções consideradas chulas; vocábulos que se referem ao metabolismo orgânico, aos órgãos e funções sexuais, expressões tabuizadas e de caráter eufemístico; gírias, ou contra a kappa das palavras em formas ditas populares e polissêmicas expressas por verbos, palavras onomatopaicas que podem trair-nos e levar-nos a olhar para certos problemas como problemas reais, quando eles não passam de puzzles importados que devem ser desmontados.
Penso então que tais coisas sejam mesmo assim, pois se em contextos diferentes o mesmo verbo apresenta transitividades distintas; se a polissemia contrariamente à sinonímia, que é o facto de várias palavras terem o mesmo significado, a polissemia é o facto de uma mesma palavra poder ter muitos significados diferentes - não necessariamente relacionados uns com os outros - que variam conforme o contexto em que a palavra é utilizada, porque então torcer [ou não] o nariz para as palavras lexicais de significado lexical - que são a representação da realidade extralingüística - agrupadas nas seguintes categorias: substantivo, adjetivo, verbo e advérbio, tampouco para as expressões de lexia complexa - uma gama de soldadura entre os elementos componentes de uma seqüência lingüística; com um forte índice de coesão interna, postas nos fins dos verbetes.
Por um fio, queira-se ou não, entre significantes e significados "Se o vinco da calça não está paralelo à costura" não importa, o colarinho da camisa é que define o nó da gravata. Não obstante os empréstimos estrangeiros como os falares populares ameaçarem de decadência o idioma, eis que no primeiro caso assistimos uma invasão de vocábulos estrangeiros, mormente do Inglês, descaracterizando e podendo levar a desagregação do idioma, no segundo porque neles, não se observa as regras gramaticais que regem o dito falar culto, o que de fato importa é que a palavra pode ter sabor de [kiwi, apple, orange ou seja lá o que for, etc.] saber profundo e transcender a infatigável exigência de atribuição de sentido inflexo para "arte". Condenada, ou ao exílio, ou à atimia, não sou nem "pró" nem "anti" lexias, muito pelo contrário, o certo é que entre próteses consumos e prosacs, entre lápis e borracha da Faber Castell a pinup do terceiro milênio se torna parte da cultura Pop. Si agi mal amiga... O mínimo é o mínimo. E não é que amo a risada do siri ema. Ufa! Putz! Que confusão? Preciso de um relax, senão o analista pode diagnosticar stress ou deprê.
Cooper pelo playground que circunda a Maison blanca de muitas suítes. Perdão! Sem delongas vou dar um time lendo um Best-seller no living do meu flat ou no Loft do meu Libert Home.
Em grande style no outdoor, anuncio: The Book Is On The Table? Trank you very much!
São Luis [MA], 28 de outubro de 2010.Dali online? Dali sem design no layout com know-how e arte? Ó Ketchup? Abre-te sésamo? Tem kamikazes na web e net meu compadre. Dali surreal sem backup era muito melhor.
Abracadabra!! Ops! Olha lá não é o Ali Baba de ki pá e kart sem Da Vinci diferenças repetidas em 40 das suas revisitações ao passado dos Ava tares. É o Ali concordando que algo é assim mesmo só porque tem alguém afirmando que o é? Ou se deve examinar dali o quê quem fala está falando?
Sofista? Copidesque? Copista? É tutti buona gente. Ou um "... mais sábio que esse homem; pois corremos o risco de não saber, nenhum dos dois, nada de belo nem de bom, pois enquanto ele pensa saber algo, não sabendo, eu, assim como não sei mesmo, também não penso saber... É provável, portanto, que eu seja mais sábio que ele numa pequena coisa, precisamente nesta: porque aquilo que não sei, também não penso saber". [Platão - Apologia de Sócrates - A Defesa - pag. 73/74].
Em pouco tempo então também a respeito de alguns poetas percebi isto: Bardos descalibrados na verborragia, asfixiados em soníferos do tipo: Le xotam - um boa noite cinderela, vertem-se em metamorfose de uma letal e venenosa serpente [...] - talvez! - Poetas que não acertam a agulha, as cobiçadas amadas em perene desdém das suas destravadas pessoas [...]. Os inditosos ensaiam preces lacrimejantes, convocando a comiseração alheia [...] e que amnésicos da ordem reinante no mundo dos ponteiros de que tudo avança, segue, passa e que vai mudando conforme os acontecimentos, vergastam, imprecam males aos lexicais, e nos higiénicos labirínticos de tão metódica mente insistam na repetitividade das coisas, sejam eles ditos terminológicos, lexicográficos, lexicológicos, e outros do campo; tanto quanto para aqueles que laboram para apreensão de fatos socioculturais, ou mesmo até para o estudo do nível lexical correspondentes às linguagens orais ou escritas "... que não era por sabedoria que poetavam o que poetavam, mas por certa natureza e inspirados, tal como os adivinhos divinos e os proferi dores de oráculos, pois também esses dizem muitas e belas coisas, mas nada sabem do que dizem. Os poetas [alguns] me mostraram passar também por uma situação assim" [Platão - Apologia de Sócrates - A Defesa - pag. 75].
É um conflito que adorna a lucidez. Ainda que razoáveis - no approach das revisitações - de que há estudos terminológicos modernos apontando claramente para uma passagem de uma terminologia de perspectiva normativa para um paradigma de perspectiva pragmático - comunicacional.
Longevo, brindar é um verbo polirrizo ancestral comemorativo, festivo, alegre para um drink do legítimo scotch, de preferência on the rocks, servido pela élégance do barman, "verdadeiro" Lord num happy hour de um Pub Inglês. Então The show must go on - O show tem que continuar - com palavras + luxuosas; No weekend da semântica e seus signos [Oh! que trash?] metalingua na califasia [e não é que a pronúncia é boa?] - tem a arte do falar. É tudo da primeiríssima qualidade anunciava um paparazzo de mini kilt com voz estentórea, que tal um lindo kit de prenomes? Ou talvez prefiram um remake de substantivos. Porque não levar em making off um kilo de felizes revisitações? São muitas + práticas - e bastante úteis para uso em caso de um check-up contra: Tabuísmos, palavras, locuções consideradas chulas; vocábulos que se referem ao metabolismo orgânico, aos órgãos e funções sexuais, expressões tabuizadas e de caráter eufemístico; gírias, ou contra a kappa das palavras em formas ditas populares e polissêmicas expressas por verbos, palavras onomatopaicas que podem trair-nos e levar-nos a olhar para certos problemas como problemas reais, quando eles não passam de puzzles importados que devem ser desmontados.
Penso então que tais coisas sejam mesmo assim, pois se em contextos diferentes o mesmo verbo apresenta transitividades distintas; se a polissemia contrariamente à sinonímia, que é o facto de várias palavras terem o mesmo significado, a polissemia é o facto de uma mesma palavra poder ter muitos significados diferentes - não necessariamente relacionados uns com os outros - que variam conforme o contexto em que a palavra é utilizada, porque então torcer [ou não] o nariz para as palavras lexicais de significado lexical - que são a representação da realidade extralingüística - agrupadas nas seguintes categorias: substantivo, adjetivo, verbo e advérbio, tampouco para as expressões de lexia complexa - uma gama de soldadura entre os elementos componentes de uma seqüência lingüística; com um forte índice de coesão interna, postas nos fins dos verbetes.
Por um fio, queira-se ou não, entre significantes e significados "Se o vinco da calça não está paralelo à costura" não importa, o colarinho da camisa é que define o nó da gravata. Não obstante os empréstimos estrangeiros como os falares populares ameaçarem de decadência o idioma, eis que no primeiro caso assistimos uma invasão de vocábulos estrangeiros, mormente do Inglês, descaracterizando e podendo levar a desagregação do idioma, no segundo porque neles, não se observa as regras gramaticais que regem o dito falar culto, o que de fato importa é que a palavra pode ter sabor de [kiwi, apple, orange ou seja lá o que for, etc.] saber profundo e transcender a infatigável exigência de atribuição de sentido inflexo para "arte". Condenada, ou ao exílio, ou à atimia, não sou nem "pró" nem "anti" lexias, muito pelo contrário, o certo é que entre próteses consumos e prosacs, entre lápis e borracha da Faber Castell a pinup do terceiro milênio se torna parte da cultura Pop. Si agi mal amiga... O mínimo é o mínimo. E não é que amo a risada do siri ema. Ufa! Putz! Que confusão? Preciso de um relax, senão o analista pode diagnosticar stress ou deprê.
Cooper pelo playground que circunda a Maison blanca de muitas suítes. Perdão! Sem delongas vou dar um time lendo um Best-seller no living do meu flat ou no Loft Libert Home.
Em grande style no outdoor, anuncio: The Book Is On The Table? Trank you very much!
São Luis [MA], 28 de outubro de 2010.