olharomar
olhos de azeitona
Olhos de azeitona,
inquietantes
quem te olha não
mais esquece
esse sorriso
deslumbrante
esse fogo que nos
aquece
Esmeraldas caindo
sobre os teus
cabelos negros
em caracóis
cintilantes
como estrelas
fugindo
de galáxias
distantes
E nesses teus
cabelos negros
ondulantes
esmeraldas de luz
reluzem intensamente
são cabelos negros
cintilantes
Combinam com os teus
olhos
cor de azeitona,
deslumbrantes
sfsousa
olhos azeitona
Olhos de azeitona,
inquietantes
quem te olha
não mais esquece
esse sorriso
deslumbrante
esse fogo que nos aquece
essa tua maneira gaiata
de dizer olá
presente como sempre
a saudade ausente
pedindo repetidamente
...Hoje
não vás
todos os dias diferente
e sempre renascida
a saudade começa aqui
moendo lentamente
sentindo esse olhar
fugaz e penetrante
resgatar-te
a esse teu mar
devolvendo-te
à minha vida
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VIDA
Esta vida é louca
É vida que não sendo demasiada
É vida desabrochada e sentida
E pode ser vida amada e respeitada
Pois o sentido de tudo
Pode acabar por surgir
Bastando ter um abraço quente
Ser um ombro amigo
Ser uma palavra aconchegada
Ser um grito de esperança
Ser um uivo de despertar
Ser um alerta desejado
Ser um sorriso sincero
Ser uma palavra amiga
Ser um pedaço de pão
Ser um olhar meigo
Ser uma carícia não pedida
Ser um beijo apertado
Numa face escondida
http://rosadesangue.blogspot.comSINAIS
Lua que faz correr a noite na minha alma
e meus pensamentos em estrelas,
obriga-me a sonhar
dá a mão a essa brisa que nos traz o silêncio
desfruta do suor do meu corpo
obriga-me a sonhar
Olharomar
até quando
Hoje de novo
no parque nascente para café tomar,
café pedido
mesa á espera,
dia de verão, calor imenso,
gente da estrada e do calor fugindo
aqui se refugiando,
vestidos coloridos provocando,
mulheres passeando
seus corpos bem bronzeados
e eu bebendo o meu café
por entre risos inocentes,
por entre palavras que não entendo,
emigrantes de vozeirão forte
francês arranhado
e vejo, passeio
e desfruto
este emaranhado de gente que de longe vem,
deixando o trabalho e suas privações
ao descanso aqui chegando
mas eis que entre este rodopio de gente,
de caos controlado
me dou conta que na televisão
uma noticia salta,
sim, é do Nepal que estão comentando,
cheias enormes,
gente sem recursos,
gente perdida sem saber que fazer,
implorando...
implorando
a maioria de nós sem sensibilidade
seguimos nas compras sem necessidade,
na recusa de atenção prestar
a estas vidas que nem sequer começam
e deixamos andar...
até quando
situações dramáticas,
gente pendente do sabor das tempestades,
das chuvas,
do sol,
das guerras
de impotência perante tais atrocidades
e sem nada...
...até quando?
vidas sem esperança,
crianças sem pão,
mães chorando desesperadas e sem lágrimas,
falta de nossas vontades
...até quando?
e aqui estamos pensando no sol,
na praia,
no creme de baixa ou grande protecção,
nas compras,
nas roupas com desconto de estação
e noutro lado a cada momento tudo se acaba
sem um pedaço de esperança
por ter tão pouco de nada,
...até quando?
quero
Quero o teu corpo aberto sobre o meu
Quero rosas no teu rosto
Ao teu roseiral retiradas
Teus beijos ardentes de mosto
Com cheiro de uvas maduras
E neles me embebedo
Sabor de espinhos de sangue
Em lábios vermelhos apertados
Caminhos novos desbravados
Sabendo a rosas desfloradas
Ao teu roseiral retiradas
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Dança
fecho os olhos
e a ti me entrego
com a dança tomando conta dos nossos movimentos
viajamos
e juntando o calor do teu corpo ao meu
rezo para que esta dança não se acabe
os corpos rolando
por espaços vazios nunca dantes preenchidos
carregam esse amor que desperta
na força desta dança
que chicoteia nossos corpos adormecidos
e de pecados latentes os extasia
uma onda de volta
Mergulho em teus sonhos siderais
e me extasio de felicidade
mergulho em teus passos
e sigo teus caminhos
Mergulho na tua pele
com sabor a rosas
e todos os teus aromas
me trespassam
Mergulho em teus sonhos
e deles faço parte
mergulho nas tuas vidas
e nelas me escondo
Mergulho no teu coração
e recebo tua bênção
vagueio bêbedo de felicidade
nesses teus olhos sem maldade
sem forças navego
por cada pedaço
desse teu corpo inventado
sfsousauivos
Sinto que do outro lado do silêncio
outra alma perdida surgirá
e despertará de novo este corpo ausente
como se seu corpo fosse.
Trará nas veias o seu uivo de silêncio
e rasgará meu peito com rajadas de amor
invadindo minhas veias,
a sua alma alcançando a minha.
Mas o meu caminho não acaba aqui
o meu abismo não terá fim,
o desfiladeiro continuará a espera do meu regresso,
mas esta noite, sim esta noite
terei alguém ao pé de mim
uivando juntos á mesma lua,
quando o negro da noite de novo chegar
sfsousa/olharomar
como se verdade fosse
Como se verdade fosse,
um pensamento me surge,
e divago sozinho
pensamento colorido,
coisas boas nos tocando
como brisa de verão
corpo leve voando,
sorrindo a quem passa breve
seus sonhos levando
e nesse teu corpo ausente passeando,
...deliro contigo
como se verdade fosseSão Pedro da Cova - MINAS
És S. Pedro da Cova
terra negra e amiga
devorada de tanto negro
de gente simples
malteses enrolados
nas suas mantas descoloridas
sem casa nem lar
só trabalho e vida para dar
os corpos
sobre as cinzas negras destas terra,
seguem
os ruídos das águas da mina,
nas picaretas em uníssono
dos metais em desatino,
as mulheres de negro vestidas
suas almas chorando
dor e raiva nos peitos contidas
seus homens esperando
que cabisbaixos sangravam
no fundo da mina
um pedaço da vida largando
em mais um dia
a saúde em agonia
em carvão a vida esvaziando
finalmente as grilhetas abertas
a mina fechou
outra vida chegou
a dignidade desperta
soltou medos e voltou
http://rosadesangue.blogspot.comChocolate
chocolate branco
chocolate negro
que chocolate me apraz?
o negro
me arrepia de bom
profundo e tocante
belo de tão apertado
é puro e apaixonante
suavemente amargo
chocolate negro
de boca ardente
lábios vermelhos
olhos rasgados
nesse tão negro
que cada gota derramada
desse teu chocolate
colhido entre tantos ais
em lágrimas negras
se derrete e se esvai
o chocolate branco
também me toca
mais quente e macio
traz na boca
a dúvida por um fio
de ser chocolate sentido
mais calmo e doce
como se mel fosse
eternamente mais tranquilo
beira mar
Hoje navegando neste imenso areal de cores irrequietas
nesta beira mar que nos desfaz todas as angustias
e com o mar à espera
nesse horizonte que nos liberta e atrai
esse mar imenso que nos seduz e arrepia
convidando todos os corpos de nós ausentes
na sua companhia navegar gostava de falar de amor
Gostava de falar de amor,
desse amor que não mente,
do amor que não é rico nem pobre,
do amor que é amor por ser nobre,
que não escolhe almas ou corações,
sucessos ou desilusões,
É desse amor pleno que quero falar,
desse amor sentido que ninguém vê
mas que está aí,
em todos os teus poros e suspiros
amando cada momento vivido
quando a ti me dei
o céu abriu, a ti regressei
meu olhar já não anda perdido
Ausência
Onde estás que não te sinto
Aguardo tua visita que não vem
Neste imenso vazio que me rodeia
Bebendo pecados de permeio
Retirando a esta espera mais um desejo
Que neste dia desperta
E em mim descansa
Porque partistes e não senti
Voaste e desejei-te
Em silêncio aguardei
Mas fugiste
E nem uma palavra de volta
Me enviaste
Aguardo-te neste meu canto
Sem destino mas com anseio
Perdoando este segredo que maltrata
Esta alma perdida em devaneio
sfsousa/olharomar
Deixem o sonho entrar
Deixem os palhaços entrar
e nossa vida abraçar
e neste ano que começa
me traga um circo de sonhos e mar,
me faça ouvir as trovas do vento,
libertar um sorriso de criança
que para trás ficou
preso no olhar dum palhaço
e num papagaio de papel a voar,
venha o circo da vida a brilhar
quero ser criança de novo
...deixem os palhaços entrar
sfsousa/olharomar
de novo o silêncio
De novo o silêncio
chegando com a aurora,
os corpos à espreita,
os olhos movendo-se
atropelando os sentidos
que percorrem nossos corpos
em ritmo de cavalgada alucinante
na procura infindável
da tua boca e dos teus beijos
que se perdem
em cada madrugadaEscuto
Escuto teus sons angustiados
Escuto sereias em migração
Escuto gente ferida
Escuto angústias e medos
Escuto guerras sem sentido
Escuto almas perdidas em vão
Escuto outros lados teus
Escuto jardins sem flores
Escuto cigarras cantando
Escuto luas com dores
Escuto gente inocente
Escuto gargalhadas reais
Escuto fomes e ais
Escuto guerreiros sem armas
Escuto políticos sem razão
Escuto crianças de armas na mão
Escuto vontades amordaçadas
Escuto pedidos em vão
Escuto discórdias de irmãos
Escuto todos os seres do mundo
Escuto canhões sem sentido
Escuto fome em muitos corpos
Escuto ajuda que não vem
Escuto avareza de quem tem
Escuto canções de embalar
Escuto sonos por acordar
Escuto outros ventos
Escuto muitos lamentos
Escuto homens sem vontade
Escuto países sem rumo
Escuto bonanças que não virão
Escuto continentes á deriva
Neste mundo sem razão
bailando
Deixa o amor entrar
ele está a teu lado
na tua vida, nos teus poros
deixa ele voar pelo teu corpo
devorar cada lágrima
respirar teu sopro
surgir em cada gesto
E tal estrela nos céus
entre muitas brilhando
o farol da razão
iluminará o coração
desse amor a teu lado
bailando
folha
Um pássaro uma folha me trouxe,
folha no tempo perdida
à espera de ser encontrada
nas asas de nova primavera chegou
o sol escondido nessa folha há muito esquecida
voltou
é folha que já não está perdida
o meu coração a aconchegou
sfsousa
se pudesse
Se te pudesse amar sairia correndo
E acorrentaria o vento
Se te pudesse amar sairia voando
E as marés em sossego ficavam
Se te pudesse amar sairia de mim mesmo
E ordenaria que parasse o tempo
Se te pudesse amar sairia de azul
E os céus em mim mergulhavam
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Portugal 25 de Abril
Portugal
país de marinheiros
Que
um dia se fizeram ao mar
Embebidos
em laços de areia e vento
Procurando
novas saudades,
Raiando
novos tormentos,
Fugindo
do seu próprio seio
Que
murchava desgastado
Desesperado
por sangue novo,
À
vela, a nado, em frente
Seguia
insistentemente
O
coração grande dum povo
Muitos
foram o que delapidaram a sua nobreza,
Recalcaram
os seus sentidos,
Paralisaram
a sua vontade,
Imensas
agressões lhe deram ânimo e certeza
Que
um dia, com a chegada da aurora e da verdade
Soltaria
livremente os seus filhos e seus medos
E
tranquilamente, voaria para a liberdade
Sem
ser escritor ou poeta nascido
Algo
surgiu do meu pequeno nada
Escrevendo
sem ser leve ou subtil
Deixo
o jornal vagamente lido
E
à esperança, ao futuro, a tudo,
Eu
dedico Abril
Pensei
ainda, que mais escrever
Se
tudo o que tinha de ser dito, assim foi,
Penso
em tudo que estas gerações,
Nascendo
em saber o bom que é, o mau que foi,
Restar-lhes
as lembranças mal contadas,
Vezes
sem conta por ninguém
Cuja
memoria no tempo se perde
Das
formas que mais convém.
A
passo dado com a vida,
Seguimos
caminho adiante
Abrindo
nossos corações ao mundo,
Relembrando
velhos tempos
Que
um dia nos fez navegantes
E
com esse mesmo espírito ardente
De
poetas, cantores, artistas, artesãos,
Todos
seremos finalmente
Amigos de todos e de todos amantes
em busca de pequenos olhares
Sinto a cabeça estoirando
em busca de pequenos olhares
que não voltam
porque te foste e te perdeste
e eu louco em desespero
neste céu vermelho
me desvaneço
deixa o amor entrar
Deixa o amor entrar
agarra na sua mão
levanta os pés do chão
e baila loucamente
E por momentos sê onda e mar,
sê paixão e chama, sufoco e ar
dessa alma gémea fugidia,
amada eternamente
falar de amor
Gostava de falar de amor,
desse amor que só um olhar sente,
desse amor que existe em cada palavra
e se prolonga em todos os gestos,
que vagueia nos teus cabelos
e nas minhas veias se desfaz
É amor sentido que nunca se perde
viaja no espaço e nos olhos teus
rasga desejos adormecidos
transporta vendavais de amor
entre gemidos vibrantes de dor
libertando os que de amor padecem
vivendo fingindo que o não sentemna vida
O medo do desconhecido poderá afastar-nos da comunhão de
pensamentos,
mas será a aprendizagem dos nossos íntimos e anseios
que guiará a nossa viagemnão me importaria
Não me importaria
De ouvir pequenos ais
E mesmo assim viesses
Não me importaria
Se a nossa nau imaginária
Ao teu cais chegasse
Não me importaria
Desse sorriso
Que só a tela registasse
Não me importaria
Se a chuva te tocasse
E em amor se desfizesse
onda com cristais de estrela
Voltaste e aqui estás
liberta de todas amarras
que teimosamente te seduziam e te aprisionavam,
mas enfim livre voltas e soltas teus cânticos e nós
todos nós
que deles bebemos
nos soltamos também
e nos teus versos voamos
vagueando saudosos e perdidos
buscando esses olhos verdes que adoras
e os remetendo à tua praia de sonho,
esse fruto de uma tempestade de amor
que teu mar abraça de novo
repouso meus pensamentos
Repouso meus pensamentos
até que nova aragem me acorde
ou os meus sentidos despertem
e nesta paragem que se aproxima
cedo e sem cor
saio
visto este meu corpo com outras auroras
com outras faces
dos sonhos me despeço
e a vida recomeço
vazio
O
vazio apoderando-se de mim
já
não respondo
à
ausência dos pensamentos em fuga
o
alerta toca e disparo sem fim
em
todos os sentidos
não
parando para pensar
e
dos gritos rapidamente lançados
de
imediato um arrependimento neles vai
mas
já não pára
é
tempo de relaxar
sorrir
para o dia que se acaba
descansar
o corpo pleno de vontades
perder-me
em sonhos que hão-de chegar
devagarinho
deixando-me
ficar quieto e tranquilo
aqui
comigo, contigo
e
com todos que venham bailar
sfsousa/olharomar
sinto a falta
Sinto a falta
do sol, do mar
e das lágrimas de sal
transformadas em cristais
de cores brilhantes,
Sinto a falta
do alçar do teu braço
e do encosto
no teu ombro
Sinto a falta
da paz reclamada da lua
e dos beijos que selou
...eu que sou poema de amor em verso por chegar
Sinto a falta
do ultimo céu
e do teu coração brilhando
nas marés escondidas
Sinto a falta
da areia macia brincando
nos teus pés
e da espuma branca
das ondas bravias
...eu que me tornei em azul e mar
Por uma fresta
Recebi teu amor no vento
e a janela do meu quarto abri,
chegou com o despertar da aurora
e a brisa suave da manhã
Na minha cama o aconcheguei,
meus braços, meu corpo,
meu ar, meu sopro,
minha vida lhe dei,
Emprestei-lhe teus aromas
há tanto tempo guardados
nas viagens de carinhos carentes
e nos desejos em ti escondidos,
Por teus sonhos vagueei
a porta do meu quarto abri
e no vento que teu amor recebi,
meu amor em teu vento enviei
te amo
Eu te amo com a força das tempestades e das marés
Te amo com o silêncio das madrugadas
Eu te amo com a alegria de quem é presente e se foi
Te amo com o passar dos tempos que não registo
Eu te amo com esta alegria que não se acaba
Te amo com este sabor de sal em olhos não desbravados
Eu te amo na viagem destes raios de sol que de tão quente nos arrebata
Te amo com todas as consequências e todas as virtudes
Eu te amo como és, simples e inocente, dolorosa de tanto amar
Te amo mesmo doendo de tanto querer
Eu te amo sem rede em salto de equilibrista destemido
A vida nas tuas mãos...eu te amo
QUE
Que o sonho de ser eu me aconchegue
Ao teu olhar irrequieto
Metade de mim é agua,
a outra metade deserto
Que todos os ventos de mudança
Se soltem em gritos universais
Metade de mim é mar,
a outra metade teus sinais
Sfsousa/olharomar
de todos os sonhos
Venham borboletas
Poisar no teu rosto
Belas e efémeras
Como o amor de um dia
Que não chega a ser vida
Nem semente
Mas espera somente
Venham borboletas
Tocar meu rosto
Mesmo efémeras
São fadas desejadas
Em sonhos esquecidas
Já não andam perdidas
São correntes de amor libertadas
meu blog: http//rosadesangue.blogspot.com
uivos
Oiço ao fundo um uivo cortando o silêncio da noite
que nos acolhe em seus braços
será o uivo doutro alguém
que vagueia sem destino na noite que não acaba
e em noite não se querendo transformar
chama pela sua alma gémea
algures perdida noutro lugar também -
em desfiladeiros inacessíveis
os seus gemidos são trazidos pelo vento
e chegam com a força dum raio
atingindo todos os meus sentidos -
está perdida como eu
é alma errante em busca do amor que não chegou,
com o peito cansado de tanto uivar
e à lua pedindo seu amor de volta das trevas da noite.
Olho ao longe
e chegam lágrimas abençoadas do céu,
lágrimas que correm sem medo
mas não me sinto só -
o som do silêncio é o meu companheiro eterno -
esse uivo desperta meus sentidos
e me coloca em alerta
me consolando mas mostrando a parte visível do meu abismo -
Outro uivo sai das profundezas da minha alma
mas será que alguém pode ouvi-lo ?
Ninguém..certamente
sfsousa/olharomar
flor de petalas rosadas
És flor de pétalas rosadas
de orvalho tuas lágrimas recheadas
mas por favor não chores,
Não devolvas meus afectos em lágrimas de adeus,
és flor sentida, de amor desabrochada
mas por favor não chores,
Deixa-me beijar teus bagos e a sede secar,
regar teu jardim com esse gesto gracioso
de nova pétala libertar
E no vento que a traz
uma mensagem de amor largando
um gesto enamorado nas tuas lágrimas
em gotas de amor transformadas,
Um sussurro em jeito de balada
te beijando
... por favor não chores
sfsousa/olharomar
dança
E eis que a vez da nossa dança chega,
nesta noite de todas as noites
peguei em teus braços e corpo e rodopiei,
os sentimentos à flor da pele
neste aconchego que são os nossos corpos,
atraindo todas as melodias da sala,
rodopiamos em passos arrepiantes,
passos arrojados e destemidos
tão cadenciados que não os entendodeixa-te levar
Deixa-te levar por esse amor
ao alcance da tua mão,
no aconchego do teu leito
e perdoa
se ele não sabe bailar
mas levanta e voa
pois sempre juntos
mesmo entre tormentas
de ondas fortes e violentas
alcançarás o rumo perdido
e tudo... tudo fará sentido
maresia me despindo
Versos de calma em frente ao mar,
Maresia me despindo
Em teus braços de sal me transforma
Me roubando minha defesa e meu ar
Deixando que a água me possua
Me levas a passear no teu mar
Tal sereia cantando, bela e nua
És sereia aos sonhos resgatada,
E nessa imensidão de arrepiar
Essas estrelas que a teus olhos sua luz dedico
Me acordando neste meu mar sentido
Me deixam sossegar,
Nesse mar se deitando
E nas tuas águas agitadas de dor
Partilhas essa dor comigo
Em tuas águas de amor navegando
desperta a aurora
Desperta
a aurora,
o
sol aquecendo nossos corpos húmidos,
nos
faz recordar os gestos sentidos da noite,
das
carícias arrepiantes
em
cada pedaço percorrido no teu corpo implorando
renego
a noite que em silêncio partiste
me
acorrentando a estas lembranças repetidas
dum
corpo em pedaços dilacerado
Outono
Te envio o Outono a sorrir
Nas folhas de cores vermelhas e sedentas
Nesses teus beijos de céu escarlate
È amor renascendo em ternura
Neste Outono que agora desponta
As folhas tocam o sol,
o fogo carrega seu mel e sua força
e transpira para nós
suas delicias e seus desejos
tuas miragens e teus beijos
gostava de falar de amor
Gostava de falar de amor,
desse amor que não mente,
do amor que não é rico nem pobre,
do amor que é amor por ser nobre,
que não escolhe almas ou corações,
sucessos ou desilusões,
É desse amor pleno que quero falar,
desse amor sentido que ninguém vê
mas que está aí,
em todos os teus poros e suspiros
amando cada momento vivido
quando a ti me dei
o céu abriu, a ti regressei
meu olhar já não anda perdido
de saudades e de ausencias me dispo
De saudades e de ausências me dispo
e nestes dias sem paz
revisito meus carinhos
soltando meus fados
de viagem em viagem prossigo
Sigo mergulhado em cheiros indistintos
sonhando
apreciando aves que nesse céu brilhante
sós como eu
se perdemgostava falar de amor
Gostava de falar de amor,
daquele amor que não se vê,
nem se pode esquecer,
daquele amor que não sabemos como
mas ele aparece,
aparece sem que te apercebas,
aparece sem saberes que existe,
é esse amor que um dia quando sais de ti
encontras na rua,
no sorriso de todos,
em cada gesto desprendido,
é amor quando não passas nesta calçada
mas eu oiço teus passos,
esse amor que nos toca a todos
e não é possível recusar,
é amor de musica composto
sem saber que nota tocarDANÇA
A musica não se acabando,
se recompõe
libertando nova melodia
e outra mais doce e calma
mergulha
nos teus jardins de juventude
tocando o vazio
das nossas almas e recordações
e corpo com corpo
boca com boca
flutuamos de prazer
é amor que aí vive
sempre jovem
é amor desperto em cada canção
guiando nossos passos de dança
a melodia abraçando teu coração
é amor verdadeiro que não cansa
Não me importaria
Não me importaria
de ser só e louco
e meu fogo me renegasse
Não me importaria
de ser lúcido ausente
se teu calor me abraçasse
Não me importaria
de deixar que teu mar
no meu corpo aconchegasse
Não me importaria
de aguardar tanto tempo
e esse sorriso chegasse
o outro lado da janela
Neste outro lado da janela
Sobre a qual estou debruçado,
Das saudades me despeço
Um pássaro de cores brilhantes
Brilhou nos ares e se foi
Em fumo de pesar que não dói
E ao longe,
Do outro lado dessa janela
Pela qual repartimos nossos olhares,
Me arrepio de seu pio deslumbrante
Tal silvo estridente
Que só os sentidos perseguem
E sem saudades acabamescrevo
Escrevo porque escrevo,
escrevo por que sinto,
não sou árvore nem jardim
apoteose ou clarim,
sou um simples arlequim
que escreve porque escrevo
e se solta para mim,
escrevo porque escrevo
sem doutos conhecimentos enfim
sou um imberbe da poesia
deserdado da rima
mas é assim
ela solta-se e sai
voa, rodopia e cai
e de novo escrevo porque escrevo
me levanto e de passo inseguro prossigo
escrevo e não rodopio
nas palavras buscando alegria
escrevo porque escrevo
letras soltas da minha fantasia
um pássaro
Um pássaro hoje minha face beijou,
asas de leve batendo,
sua breve brisa me tocou
me contagiando com sua alegria e liberdade
e com um piscar de olhos
suas asas levantou e uma pena me deixa,
pena colorida
as cores do arco-íris aí libertadas
os amores do mundo contemplados
por essa pena órfã de amor
às outras penas arrancada
vento de mudança
Vento volta
devagarinho
Beija
todos
os corpos carentes
Secando
os males à tua volta
Nessa tua viagem
ardente
O mal
ficou noutra porta
E serás
vento de viragem,
serás leito
de todos os rios
aragem fresca
em verões sombrios,
serás finalmente
esperança
serás
vento destemido
serás
vento de mudança
espera
Esperarei por ti
tal estrela esquecida e distante
esperando ser de novo tocada
por outro cometa errante
e na sua luz cavalgando
esperarei por ti
lua de carmim
A minha lua
é cor de carmim
teu encanto
meu jardim
flores me retiram
tua luz e cor
mas tu,
só tu,
és ar do meu ar
e eu,
escravo em mim
sentindo a lua
a chorar
embalo seu luar
com a cor das flores
nos teus olhos
uivos
Recolheste ao teu desfiladeiro
uivando por outro lobo
que a tua alma busque
e a minha implorando se esvai
como cometa largado
em rastos de pequenas estrelas
que lentamente se apagam
e nessa viagem do brilho e silêncio
penso nesse desfiladeiro
que tão loucamente procuro
e não encontro
ansiando por nova lua cheia
e o teu uivo enchendo de novo os ares
arrepiantes
e ai estarei perdido em qualquer lugar
para uivar contigo
e escutar de novo
a tua alma em silêncio
sfsousa/olharomar
como se verdade fosse
Como se verdade fosse,
um pensamento me surge,
e divago sozinho
pensamento colorido,
coisas boas nos tocando
como brisa de verão
corpo leve voando
sorrindo a quem passa breve
seus sonhos levando
e nesse teu corpo ausente passeando
...deliro contigo
como se verdade fosse
voar pelo teu corpo
Deixa o amor entrar
ele está a teu lado
na tua vida,
nos teus poros
deixa ele voar pelo teu corpo
devorar cada lágrima
respirar teu sopro
surgir em cada gesto
e tal estrela nos céus
entre muitas brilhando
o farol da razão iluminará o coração
desse amor a teu lado
bailandoposso sentir o vento da noite
Posso sentir
o vento da noite
sem teus versos dedicados
triste
como esta noite
sem ti a meu lado
Eu queria outra noite
com a nossa lua por perto
largando seu luar
sobre nossos corpos
em versos profundos
inacabados
surgindo nesses olhos
sem pecado
e cantá-los para ti
com este ímpeto
de quem perdeu a noite
para amar
escrevendo poemas
de amor
em versos perdidos
nesse vento
onde todo o amor
se desfaz
cada noite que nossa lua
te beija
sonhos distantes
Em ausências me multiplico
nesses momentos
ao sonho arrancado,
me aproximo desse sonho
que quase toco
mas noutro sonho se desfaz
...em fogo
Em desalento revejo minhas mãos
e nelas me maltrato e me penitencio
essas mãos que repartem este meu cio
desse amor fugidio
dilacerado
mas esse sonho repetido
iluminado
feito de sinais ardentes
não sei se teu será
é amor delicado
em fantasia realizado
é eternamente meu
em sonhos...regressará
sfsousa/olharomarvento
Se o vento me ouvisse,
se o vento sentisse
chamar meu coração
deixaria de pensar
que era chamamento em vão
e responderia em silvos imensos
tão intensos
que não haveria solidão
em nenhum recanto
dos nossos sentimentos
sfsousa/olharomasr
vem com o vento
Vem com o vento
que te espero perdido
nesta ausência forçada
de vela recolhida
em vento amainado
Suplico intensamente ao vento
que te traga de volta
em amor convertido
já não ando perdido
deixei fugir meu lamento
sfsousa
de mansinho
os sonhos se desfazem
a realidade de mim toma conta
deixo que outros sentimentos me possuam
desmentindo minha emoção
contrariando meu coração
indiferente a qualquer sentido
sigo carregando meu destino
a realidade acabando surgindo
mas com o final do dia
a noite entra nos meus lençóis
de mansinho
e em sonhos me consola
QUE
Meu corpo
ansiando pelo outro meio
como uma carta
jamais lida
metade de mim
é fundo,
a outra metade
perdida
Que o amor
se aproxime sem dor
e sem revolta
e deixe meu corpo
sonhar
metade de mim
é amor,
a outra metade
pesar
serei
serei vento e tormenta
entre fuga e dor
serei coração ardente
ilusão do sentir
serei céu e alma
tua pele minha flor
serei amor e lágrima
ausência do que sou
serei chuva e vendaval
um choro só meu
serei lar e horizonte
de tudo o que restou
serei nota de música
com alma de acordeão
calor e ninho
na palma da minha mão
Sfsousa/olharomarNão me importaria
Não me importaria
Se as ruas destruídas fossem
E por aí não entrasse
Não me importaria
Se nesta dor
Consenso não houvesse
Não me importaria
Se nesta vida
O sol fosse e viesse
Não me importaria
Se eu na praia te esperasse
E a maresia de volta te trouxesse
sfsousa/olharomar
saudades
As luzes e enfeites desta minha cidade
despertam com as lágrimas escondidas
nas estrelas cintilantes
são os nossos amores ao céu emprestados
que brilhando na boleia das estrelas
recolhem nossas saudades
saltita no vento um aconchego de menino
e uma canção de embalar rezando baixinho
beija nossas recordações
e escutando essas memorias que partiram
abraçamos os anjos que na noite por nós velam
até que o céu os reclame de novo
olharomar/rosadesangueOutono
És Outono em folhas de amor errante
no espaço que agora começa
Loucamente o vento te assedia
Soltando em cada folha poesia
E do nada o amor floresce
Sfsousa/olharomarsonhos distantes
Vejo
teu corpo em sonhos distantes
e desse céu me aproximo
vejo
teus sinais de vontade
ardendo,
em suspiros de fogo te afago,
neste sonho que em fumo se desfaz
crescendo
sfsousa/olharomarvento
o vento chega e a ti envio
meus sinais de doçura
mesmo em demasia
para que este beijo
no vento me seja devolvido
doce como o mel
pleno de desejo
com brilho dos olhos teus
em saudades adormecidas
que pensavas não existirem
sfsousa/olharomarVida louca
Esta vida é louca
lamentos vivos que sorriem,
nos olhos de crianças em fuga
como bandos de pássaros voando
correndo atrás da vida
que segue soçobrando
vagueia só...está perdidameu carnaval
Carnaval que de alegria me chega
e para outros céus me desperta,
esse sussurro de amor te agradeço
por em imaginação me ofereceres
este Carnaval que não mereço
e neste sonho passageiro que respiro,
desse chamamento de amor me despeço
enviando esta mascara que a ti pertenceu
e meu coração liberta
viagem
De saudades e de ausências me dispo
e nestes dias sem paz,
revisito meus carinhos
soltando meus fados,
de viagem em viagem prossigo,
Sigo mergulhado em cheiros indistintos,
sonhando,
apreciando aves que nesse céu brilhante,
sós como eu,
se perdem
repouso meus pensamentos
até que nova paragem me acorde
e os meus sentidos despertem
e nesta paragem que se aproxima,
cedo e sem cor,
saio
visto este meu corpo com outras auroras,
com outras faces,
dos sonhos me despeço
e na vida recomeço,
deixo que outros sentimentos me possuam,
desmentindo minha emoção,
contrariando meu coração,
indiferente a qualquer sentido
sigo carregando meu destino,
a realidade acaba surgindo,
mas com a chegada a noite,
entra nos meus lençóis de mansinho
e em sonhos me consola
fecho os olhos lentamente
Fecho os olhos lentamente
respirando teu sopro
surgindo batendo no meu peito
mulher amada em meu corpo
desejada em meu leito
Não mais se acabe a noite
e que um sopro divino
contenha o favor dum Deus
que do Olimpo
meus anseios adivinham
o teu corpo vou descobrindo
de pecado em pecado
iluminando meu caminho
percorrendo esse amor terno
a meu lado deitado
sofrendo devagarinho
fecho os olhos lentamente
quero tuas lagrimas
Quero tuas lágrimas com o Outono
O Inverno negro de nuvens carregado
Metade de mim é primavera,
a outra metade teu passado
fecho os olhos...
Fecho os olhos lentamente
na noite que agora começa
e para ti vivo
será hoje um sonho diferente
teu corpo nu buscando
tendo meu corpo presente
em teus braços se aconchegando
fecho os olhos lentamente
Já fui lua
Já fui lua em teu redor
pétala brilhante
em rosa de sorrisos frescos,
já bebi teu sonho
imerso em todos os néctares
plenos de cor
e sedentos dum beijo
Já senti teu corpo
rasgando as cores do arco-íris
e no prazer que nos inventa...voei
Perdoa
Perdoa se não te oiço entre abraços
Perdoa se provo teus beijos
Perdoa se não os sinto
Aplacando meus desejos
Perdoa se rasgo meus versos não acabados
Perdoa se fico ausente
Perdoa quando vives
Neste meu eterno presente
O rio Douro na sua foz
Quis sentir no corpo o poder das brisas edas marés,
embarquei nas asas do sonho
e tropecei na foz do Douro
eram cerca das 14:15
dum qualquer dia de verão
O vento tocando as águas
refreia a vontade do rio entrar no mar
parece que vai recuando
sem a certeza do seu beijo
ter tocado as águas verdes e salgadas
Parei nesta avenida da Foz
poiso de quem quer não sentir, não pensar
olho as pessoas passeando, a pé, debicicleta
deixando o corpo voar
esentir esta maresia
que sempre nos desflora
trazendo nosso destino no vento
Nesta beira rio
aproveito o silêncio das águas calmas ebrilhantes
uma estátua ao fundo
deasas recolhidas
me faz sentir porque não levantamos voo
quando a dor nos abraça
Os barcos estão refugiados noutro cais
do outro lado do rio
e sigo a marcha cadenciada de alguém
que passa por mim
em direcção à foz
até que não a consigo enxergar
Os minutos passam
espero uma chamada
que me acorde para a realidade
e desbloqueie os sentidos
Aqui faz calor
as gaivotas pairam sem esforço sobre oleito do rio
e mo emprestam
gozo como se ele fosse só meu
e eu o tentasse agarrar
na vã ilusão de poder acolher os seusamores
as suas vidas desacompanhadas
e enviá-las com esperança até à foz
Paira uma sonolência
que me obriga a fechar os olhos
e a reviver o passado
sinto o corpo e a alma abertos
esperando que alguém me toque
e me faça sentir
acordando essa sensibilidade que nosimobiliza
A praia ali tão perto
e eu imóvel
sem conseguir lá chegar
é o vento que não me deixa entrar no teumar
e me devolve ao rio
nas ondas serenas e doces
das suas marés adormecidas
Eu te amo
Eu te amo com a força das tempestades e das marés
Te amo com o silêncio das madrugadas
Eu te amo com a alegria de quem é presente e não se foi
Te amo com o passar dos tempos que não registo
Eu te amo com esta alegria que não se acaba
Te amo com este sabor de sal em olhos não desbravados
Eu te amo na viagem destes raios de sol que de tão quente nos arrebata
Te amo com todas as consequências e todas as virtudes
Eu te amo como és, simples e inocente, dolorosa de tanto amar
Te amo mesmo doendo de tanto querer
Eu te amo sem rede em salto de equilibrista destemido
A vida nas nas tuas mãos…eu te amo
maresia me despindo
Versos de calma em frente ao mar
maresia me despindo
em teus braços de sal me transforma
me roubando minha defesa e meu ar
Deixando que a água me possua
me levas a passear no teu mar
tal sereia cantando, bela e nua
és sereia aos meus sonhos resgatada
Nessa imensidão de arrepiar
essas estrelas que a teus olhos sua luz dedico
me acordando deste meu mar sentido
não me deixam sossegar
E nesse mar se deitando
nas tuas águas agitadas de dor
partilhas essa dor comigo
em tuas águas de amor navegando
eu quero chamar meus sonhos
Eu quero chamar meus sonhos
recordar nos meus versos
os verdes anos dos teus beirais
viajar por tuas luas
despertar crescendo
correr sonhando
chamar meus pedaços
juntar minhas rimas
e contigo cantar
Eu quero partilhar meus sonhos
encher os céus de alegria,
dores se desfazendo da agonia
amor louco a transbordar
meu corpo é teu lar
tua aura minha magia
Não me importaria
Não me importaria
de ser louco e só
e meu fogo me renegasse
Não me importaria
de ser lúcido ausente
se teu calor me abraçasse
Não me importaria
de deixar que teu mar
no meu corpo aconchegasse
Não me importaria
de aguardar tanto tempo
e esse sorriso chegasse
Um pássaro
Um pássaro hoje minha face beijou
asas de leve batendo
uma breve brisa me tocou
sua alegria e liberdade me contagiou
com um piscar de olhos
suas asas abriu
e uma pena me deixa
pena colorida
as cores do arco-íris aí libertadas
os amores do mundo contemplados
por essa pena órfã de amor
às outras penas arrancada
E neste outro lado da janela
sobre a qual estou debruçado
das saudades me despeço
esse pássaro de cores brilhantes
brilhou nos ares e se foi
em fumo de pesar que não dói
deixando sua alegria e amor aconchegados
E ao longe,
do outro lado dessa janela
pela qual repartimos nossos olhares
me arrepio de seu pio deslumbrante
tal silvo estridente
que só meus sentidos perseguem
e em saudades acabam
Há amor
Há amor que não chega
Há amor que desperta
Há amor que não mente
Há amor que vem e fica
Há amor que entra e sai
Em cada despertar duma flor
Há amor
Doce Outono
Viajo por países deti distantes
procuro teus cheirosem vão
corro por aí semdestino
e me fascino
por esse amor quesei que nasce em ti
e em folhas deOutono se desfaz
Que me chega cedodemais
e me aproxima do teucalor de Verão
passo a mão pelaPrimavera dos teus cabelos
e o Inverno apertadose desvanecendo
breves abertas medeixa
É Outono
e neste reviver
as estações procuramo teu olhar
que no Outono parou
e mesmo não querendo
com suas folhascaídas me envolveu
e de leve me tocou
De mansinho
devagarinho
como uma flor adesabrochar seu véu
pulsando seu sangue,
esvaindo seu fel
regando suas pétalasde orvalho
com néctar de sabora mel
em teu perfumetransformado
Me condeno
Vem amor, vem
deixa o prazer fluir
por entre teus braços
aconchega tua cabeça
em meu regaço
que em prazer e dor
me satisfaço
percorrendo esse teu corpo
ao qual me condeno
Me condeno a amar-te
até que a lua se desfaça
e reparta seus segredos de amor
por esse teu corpo
de insaciável prazer
de arrepiante veneno
e cada vez que despertes
me obrigues a amar-te
...eu assim me condeno
Ilusão
Surgem luzes cintilantes
Carregadas de dor
Sobejam sons descaídos
Entre esquivos lamentos
O vermelho do teu néon
Arrependido da cor
Maltrata os nossos olhos
É todo o colorido da tua boca
Que se desfaz em ilusão
Viajo através do sonho
Viajoatravés do sonho,
ocorpo coberto de gotas de chuva
merecordam lágrimas acabadas de cair
lágrimasque se vão perdendo neste dia que não existe
sãolágrimas que não se esquecem
eos corações devolvem
Me condeno
Vem amor, vem
deixa o prazer fluir
por entre teus braços
aconchega tua cabeça
em meu regaço
que em prazer e dor
me satisfaço
percorrendo esse teu corpo
ao qual me condeno
Me condeno a amar-te
até que a lua se desfaça
e reparta seus segredos de amor
por esse teu corpo
de insaciável prazer
de arrepiante veneno
e cada vez que despertes
me obrigues a amar-te
...eu assim me condeno
COMO POSSO EU SABER...
Como eu posso saber
Que a paixão que esvoaça por entre os campos de rosas
És tu
Como posso eu saber
Que sempre que ela me roça
Tuas canções se soltam em ais delirantes
Como posso eu saber
Que tua mão vibra quando poisa na minha
Como posso eu saber
Que o coração bate mais alto
Sempre que o teu halo me traça o caminho
Como posso eu saber
Que o amor é assim quando digo que te amo
Com aquela força que a ninguém surpreende
Como posso eu saber que sou teu
E só teu
Como posso eu saber...Te amarei
Te amarei
Sempre e mesmo quando estás ausente
Em cada gesto que em ti permanece
Sempre que o luar nos falta e não se sente
Te amarei
Te amarei
Em cada dia que amanheça
E sempre que o luar se despeça
Em cada gesto que em ti permaneça
Te amarei
Te amarei
Com corpo e alma de caminhante
O coração trespassado e errante
Te amarei
Te amarei
Com todas as dúvidas e medos
Com a saudade fugindo dos meus dedos
Com toda a saudade e recordações
Te amarei
Te amarei
Com todo este amor que não desejo
De suor e lágrimas benzido
Te amarei
Te amarei
Com a força que me resta
E um sopro me empresta
Te amarei
Te amarei
Delirando em sonhos nos campos da vida
Mesmo estando tu perdida
Te amarei
ÉS SONHO LINDO
És sonho lindo
Por realizar
És virtude escondida
Mal amada
Incompreendida
És lâmina com gumes de amor
Ardendo desesperada
Por um sinal de vida
Que do meu peito salte
E bem alto
Ao mundo grite
Eu amo assim
E nada mais
Amo como sou
Amo de desejo
Ardente e fatal
Será pedir demais
Este meu feitio
Esses meus amanhãs
Com que sonho
Esses gestos
Essas ternuras não realizadas
Esses pedidos de amor
Não alcançados
O amor que te dou
E me é devolvido
Não sendo amor retribuído
É amor desvairado
Não compreendido
A ti me entrego
Sentindo o meu medo
Desse amor
Que não renego
É meu, partilhado ou não
É meu simplesmente
E assim amo
...Perdidamente
Para a minha DELFINA
Viajo nos teus braços
nesse cais de esperança
e neles me aconchego
sedento do cheiro a maresia
que teu corpo liberta
Empunho punhais de esperança
que ao mar não foram lançados
esperando nesta quietude
para a qual viajamos
és esperança prometida
pelos céus selada
Juntos como sempre
aqui estamos
desembainhando nossos punhais
ardentes de dor,
alegria, paixão,
amor
E com cantos de sereias
ao longe escutados
renovamos o amor
nos nossos corpos acumulado
e de novo votos fazemos
que esse amor recomeçado
se prolongue e se aniche de novo
em nossos corpos renascidos
VIAGEM ATRAVES DA IRA E ANGUSTIA...AO AMOR PELA VIDA
VIAGEM ATRAVÉS DA IRA E DA ANGUSTIA ...AO AMOR PELA VIDA
Acordas para a vida desgastada
com tormentas desditosas
de amigos embriagados
em nãos transparentes
e com vontade de voar
em asas titubeantes
que esperas tu de ti,
o que te faz pensar?
o teu despertar irado
a tua raiva galopante
a tua ansiedade entediante
um nada conseguido
mais um dia de tédio
uma aurora que não desperta
um amigo encalhado
porventura escondido
e tu desejosa no teu canto
segues a vida com anseio e pranto
que espécie de tormento te assiste ?
que desassossego te acode ?
nessa tua ira infinita
de tudo ser mau
essa busca desesperada
que surge do fundo do ti
sem guia, desgovernada
o equilíbrio por um fio
é tempo de parar e
bem alto dizer
acabou !!!!
é preciso mudar,
registar a vida
reanimá-la,
incutir-lhe o sopro delicado
pois tudo o que nos rebenta
é onda forte e sedenta
ao mar turbulento resgatada
é dia que se acaba sem finados
é alegria sem fim, não demasiada
é tudo o que podes ser
não sendo nada
é amizade renascida
é broa de mel reformulada
é chama com fogo
alegria recuperada
alma errante desalinhada
por fim descansa fugidia
a ira jaz angustiante
renasces com alegria
vive-se cada momento
da fúria agonizante
a Vida com sofrimento
tem a força ardente
dos portugueses errantes
o futuro está aqui
a teu lado,
vive em ti
agarra-te, ama-te
e nada, nada
te poderá impedir
serás feliz certamente
a VIDA repartida
a alegria de viver
reconquistada,
… finalmente …
AMANHEÇO...
Amanheço
No fundo dos teus olhos
E sonho inventar teu aroma
Em meus desejos
Adormeço nos teus lábios
Que chegam a esconder carícias
Perdidas no tempo
Em recordações que não voltam
Amanheço
No fundo dos teus olhos
Morrendo por inventar uma noite azul
E teu mar em meus desejos,
Renasço nos teus lábios
Que escondem caricias perdidas
Na tua voz de cristal
Resgatada aos teus ardentes beijos
São caricias perdidas no tempo
Em recordações que não voltam
Há amor...2
Há amor em todos nós
Há amor em cada ser perdido
Há amor perdoado e ofendido
Há sempre amor mesmo que não queiras
Há amor sem barreiras
Pois amar é pedir
É sofrer e sentir
Que não voltarei
A te perder
É este amor que chega
Sem querer
E me desperta
Para todo este céu
Que me ilumina
Me acolhe
E seu vento
Sussurra de dor
É amor o que ficou
E não trouxeste
É amor o que tens
É amor o que sentes
O que no vento vai
E no meu coração cai
Em todo o esplendor
Aí sim… há amor!
HOJE....
HOJE
Gostava de poder escrever
Hoje
E dedicar-te todos os meus versos
Mas trariam rimas tristes e impotentes
E não seriam os meus versos
Mergulhados em palavras doces e quentes
Livres de todos os medos
Gostava de poder dizer ao céu que és minha
E cantar,
Cantar a dor dessa viagem
Do amor que está tão longe
Moendo esta saudade
Que de novo se acerca
E do coração não parte
Gostava de dedilhar-te nestes versos
Hoje,
Mas seriam versos tristes de dor,
O céu já não sorri em azul
É despedaçado noutra cor
… Jaz no amor lua em corpo celeste
Gostava de dedicar-te meus versos,
Hoje
...antes que o amor se acabe
OUTONO...1
Vi, cheirei e senti
O Outono mergulhou em mim
Com as suas cores vibrantes
Amarelas, castanhas, risonhas
Secas e morrendo felizes
Atingindo toda sua grandeza
Tocaram o céu do seu amor
Abraçaram outras estações
passando sorridentes
felizes, alegrando ilusões
Outono...2
Outono nascido
Cores de outras cores reflectindo
Despertando amores
Nos corações que nas suas cores
Amores eternos foram prometendo
A tudo resistindo
ao sol, à vida, à luz
às promessas
Mas, com a chegada do Outono,
as cores atingiram o seu êxtase
mostraram o seu íntimo
E sorrindo a quem passa
foram caindo
rolando pelo chão
dando vida a outras vidas
recomeçando de novo
todos os anos
caindo com subtil fraqueza
mas despontando de novo
na Primavera com aquela força
que só o amor perdoa
e corajosamente revive
Lavadeiras e cantadeiras
Hoje, ao ver umas fotos dum passeio á beira rio, de paisagens fantásticas, verdes inimagináveis, bem perto de nós, lá para o lado da Foz do rio Sousa, os moinhos adormecidos mas, não esquecidos, me fizeram lembrar algo que escrevi há tempos sobre este tema e que aqui os disponho para que todos os que queiram, os possam apreciar com o mesmo carinho com que os escrevi…recordando as mulheres do povo e dos lugares mais distantes da freguesia (Mó e Carvalhal) que se dispunham a lavar roupa para os grandes senhores da terra, a troco de muito poucos cobres, nas margens do rio Ferreira, que serpenteia a nossa freguesia e desagua no rio Sousa.
No rio
a água corre
moinhos velhos movendo
farinha nova
vida pobre
trabalho árduo
água correndo
Dois lugares
um só pensamento
vinte cestos
montes de roupa
dez lavadeiras
nem um lamento
mãos embalando
uma voz rouca
Moinho velho
triste e só
na mó
seu leito gemendo
água do rio
farinha em pó
nas casas
familias sofrendo
Tantas voltas
uma cantadeira
uma bacia
para tanta roupa
dez cestos
cinco lavadeiras
mãos chorando
a paga tão pouca
CARINHO DE AMOR
Foge a alegria das minhas mãos
Para a enviar saudosa
Com carinhos repartidos em cada viagem
E a eles peço que libertem toda a sua magia e cor
As dores que cada dia nos chegam
Adormeçam maldades
E nos tragam eternas liberdades
Vi o céu descendo
Querendo se entregar à terra
Trazendo na sua aragem
A promessa que me fizeste
E num rodopio de sentimentos
Voltei, corri para ti
Senti o teu suor
Repartido em cada carinho
Só sei que me lembras os meus passos
Que fogem e se perdem
Sempre que penso em ti
No teu suor
No inferno de cada carinho
Repartido com nuvens de prazerEm um só
Para trás deixamos
Todas as dores
Nos acariciamos de novo
Um suspiro abraçando todos os amores
Num breve momento despertados
Pois finalmente voltaste
E de novo
Em um só
Partimos
Volta amor...4
Volta amor, volta
Deixa-me fechar os olhos
E tocar-te em silêncio
Rever todos os pontos cardeais
Desse corpo tão desejado
E nós dois num só corpo
Despertando
Amor com amor
Corpo com corpo
Almas bailando
Em união explodindo
Belas serenatas de amor
meu corpo
Meu corpo
Ansiando pelo outro meio
Como uma carta
Jamais lida
Metade de mim é fundo
A outra metade perdidaPássaros sem gaiola
Somos pássaros sem gaiola
Querendo poisar
Em todos os beirais
Que devolvem
Nossos abraços á liberdade
Não nos queremos sentir escorraçados
Por qualquer nossa diferença
Só queremos viver
Em qualquer outra esfera
Em qualquer outro lugar
Nas matas tropicais
Deste nosso calor húmido
E sufocante
Nesta estação de véu claro
Acabada de chegar
Com pássaros de cores
…Imensas
De asas raiadas
De sufoco de amor
Em nós transportadoDESPERTAS
Despertas para mim
E me adormeces nas águas
Que ao mar arremessamos
Alegremente fugimos
Dos nossos pecados
Sobrevoamos nossas tempestades
Respiramos todas as tormentas do mundo
Somos só tu e eu
Neste vazio infinito
Nos completamos em união
Como se infinito fossemosVolta amor...3
Leva-me por esse teu corpo
Abundante e sem medos
Deixa-me fechar os olhos
E nele tocar em silêncio
Rever todos os pontos cardeais
Desse corpo tão desejado
ME TOCASTE
Me tocaste
Nos meus sonhos
Como se teus sonhos
Me beijassem
Me tocaste com a luz
Que te ilumina
E meus olhos perseguem
Me tocaste com esse ar
Sereno e só
Nas rimas dos teus versos escondidos
Tocando de leve
Me amaste
Com uma parte de ti
Que procura
Uma breve e doce loucura
Com teus versos de amor
Me tocasteHOJE SENTI
Hoje corri sem medo
Libertei o pensamento
Olhei pela janela do teu corpo
E senti meu corpo voando junto ao teu
Hoje saltei sem medo
Por janelas de países distantes
Esperando recuperar tua luz
Partilhar minha liberdade
Hoje marejei sem sentido
Despedi-me das ilusões
Desfiz-me dos versos
Embalados na nossa pele
Senti o abraço que faltava
Nos anos-luz de amor
Que por dizer ficaram
Fitei o teu sorriso
Me desfiz acordando
No teu pestanejarVolta amor...2
Volta amor, volta
Estou aqui esperando
Parado no tempo
Como quando te foste
Teus cheiros e carícias recordando
ALEGRIA
Alegria
Que me chega em sons de música
E me entorpece os sentidos
Alegria
Do teu brilho e teu riso
Alegria
Da manhã amada
Alegria que sendo vida
Deixa de lembrar a partida
E nos recorda a chegada
Alegria
Que foi e partiu nas asas da andorinha
Até à chegada da Primavera
É alegria distante
Repartida com outras Primaveras
Que contigo ficam
Alegria
Que me foi pedida emprestada um dia
Mas voltou de novo
Sem lágrimas e sem ausênciaO amor é assim...
O AMOR É ASSIM
O amor é assim
Fugaz... Culpa minha
Boleia duma lembrança
Coração de esperança
Em sonhos recordado
Ao mar libertado
O amor é assim, fugaz,
Culpa minha, culpa tua,
Um dia com vontade de sair
E bailar com a lua,
Outro dia esperança de flor de papel
Em dia de chuva
O amor é assim
Fugaz... Culpa tua, culpa minha
Em sonhos recordado
Devolvendo a lembrança
Nesse coração de esperança
Ao mar libertado
...ser eu
Que o amor se aproxime sem dor
E sem revolta e deixe meu corpo sonhar
Metade de mim sendo amor
A outra metade é pesar
Que o sonho de ser eu me aconchegue
Ao teu olhar irrequieto
Metade de mim é agua
A outra metade desertoPALAVRAS
PALAVRAS
Gosto de sentir o prazer na escrita das palavras
Mas onde fica o amor pelas palavras?
São meras palavras que completam pensamentos
Potenciam sonhos e amizades
Amores e guerras
Mas poderão elas ser amadas?
Quem escreve palavras
Com sentido ou não
Pode exigir que se ame uma ideia
Um Verão
O esvoaçar da borboleta
Ou o anuncio da Primavera?
Sentir-me-ei amando as palavras
Ou a Primavera?
As suas cores e seus cheiros?
Sinto-me voar nas asas da escrita
E das palavras
Porque nelas existo
Nelas me escondo
E nelas me recomponho
A cada passo falso
Em casa oásis perdido
Solto gritos e partilho dores
Lavro amores
Desperto auroras
Compro sinais nas palavras
Mesmo sem sentido
São palavras…
Só palavras que ficam onde nós existimos
E connosco nunca partem
São palavras
Mesmo assim, palavras minhas
Que só eu digo e amo
E convosco partilho
Palavras amor
Palavras sorriso
Palavras vivas
Palavras quietas
Palavras lidas
Palavras poetas
Palavras saudade
Palavras amizade
Palavras profeta
Perdidas ou partilhadas
No meu olhar errante
Mesmo regando outros olhares
Que palavras não explicam
Estas…são só as minhas palavrasCHUVA
CHUVA
Chove imensamente neste dia escuro
parece que céu quer lavar o rosto da terra
e dar-lhe novo sentido
Ouve-se a chuva caindo intensamente
o seu som tocando as pedras da calçada da vida
mas não nos consegue acordar
mantém-se intensa como os sentimentos
que ficaram pregados no chão e não queem sair
é chuva violenta que traz o desassossego do céu
nas suas lagrimas
A vida deve estar certamente zangada connosco
e nos envia esta tempestade
esta chuva que não para
e nos seca a vontade
é violenta, dolorosa
gritante,
como quisesse ser amada neste dia
mas não a chuva
é só chuva violenta
como os nosso actos em desespero
e que momentaneamente
sem que ninguém dê por isso
param de chorar
abraçam os corpos e a vida
que na rua se deparam
parou a chuva
o silencio voltou
mas o sol
esse continua escondido no fundo dos teus olhosCOMO...
Como aurora celeste
Abro tuas mãos e corpo
Enquanto tua luz beija meu destino
Como braço de floresta
Renasço nos olhos do lince
E castigo de amor os astros luz
Como flor deslumbrada
Sinto o poder do néctar de amor
Nas rosas que florescem no teu rosto
Como estrela cadente
Lembro poetas caminhando
Na vida que nos contempla
Como tua companhia
Sinto a leveza dos meus cabelos
Neste mundo que é só teu
E nos teus braços me perco
No teu seio amadureço
Enquanto á tua vida pertençoME ENCONTREI
Fiz versos
No papel pálido da tua recordação
Dei-lhes a cor dos lápis de criança
E os sorrisos dos palhaços
Alisei tua pele rugosa
E preparei a luz
Para o espectáculo
Revi entradas de artistas
Em fatos já gastos
Usados noutras vidas
Emprestei-lhes o voo
E o grito das gaivotas
Em busca do ninho perdido
Mas foi no âmago da tua tempestade
Que me encontreiFUI MAR...
FUI MAR
Fui mar beijando tua lua
Grão de areia
Sonho de amor
Pássaro de fogo
Bebi teu desejo
E pequei
Nas asas do teu sonho
Voei
Senti a voz do teu sopro
E no teu corpo
Me torneiMELODIAS DOUTRO DESPERTAR
Perdido no meio destas montanhas me sinto
Montanhas de histórias de vida que não conto
Aprisionando os sentimentos
Que peço para não voltarem
Sentado na colina do teu norte
Não sinto senão esta música de esperança
Que me delicia os ouvidos e encanta
A vontade fugiu
Como esse vento que as árvores já não beija
Perdeu a força do seu cantar e do seu amor
E se acaba neste dia sem pranto e sem dor
Sentindo a penumbra se aproximando
Devagar
Soprando de mansinho
Essas canções de amor pairando
Serão melodias
Dum outro despertar
PERDIDO
PERDIDO
Estou perdido como o tempo
Mas liberto nas asas da aurora
E na fuga eterna dos meus lamentos
Que percorrem todas as veias
Encontradas em cada amor de OutonoVolta amor...1
Volta amor, volta
Como se nunca tivesses partido
E abraça-me,
Beija-me
Leva-me a passear
Nesses teus cabelos tão desejados,
Dilui-me por esse teu corpo
Abundante e sem medos
LUZES DO CORAÇÃO
LUZES DO CORAÇÃO
Trémulas são as luzes do coração
Que viram seu feitio e cor para o amanhã
Estão perdidas na escuridão
Necessárias hoje
Quando o manto da noite cobre os desejos
E aperta o coração
Antevejo auroras por abrir
E caminhos inexistentes de sorrisos
Haja fruto e semente no olhar das gentes
Haja vontade no fundo dos homens
E nas marés que os oceanos nos deixam
A vida pode ser nossa, bela e simples
Como a água que corre os campos de lírios em flor
Como as gotas de orvalho que deixam cair sua força na terra
Onde despontam novas auroras e novas vidas
E assim seremos nós, todos nós
Únicos, verdadeiros e amados
Pelo movimento da história
e o sentir do toque do ventoHoje é dia de… ESPERANÇA
Que todas as manhãs acordem
Com sinais de esperança
Ao final da tarde
Metade de mim é poesia
A outra metade verdadeLAGRIMAS
LÁGRIMAS
As lágrimas não se soltando
Aprisionam meu coração
Como um barco sem vento nem cais,
Para sempre acorrentado
E por aqui fico com as minhas lembranças
Em amarras transformadas
A vida acorrentada sem querer
Passa por mim e vai sorrindo para o outro lado
As lágrimas continuam borda fora
Desfeitas nessa onda que te levou
Amando o que virá
Esquecendo o que ficou
Quero deixar teu regaço
Quero deixar teu regaço
Tua sombra embrulhada
Em flores doutros dias
De cores ainda inexistentes
Onde só podemos sonhar com elas
E mergulhar na nossa imaginação
Sonho colher tuas amoras
Nos teus frutos ainda por amadurecer
Brincar com a tua fiel aurora
Que desabrocha em mim sem querer
ESSE SONHO
ESSE SONHO
Esse sonho
que teima
e não parte
esse cheiro
que no ar comanda
nossos sentidos
essa brisa
que roça nossos corpos
e nos ilumina
é essa musica
que vive em ti
e profundamente me toca
Hoje é dia de... FALAMOS
FALAMOS
Falamos
Duma maneira estranha
Mesmo sem odes ou poesia,
Falamos
Duma maneira estranha
Com palavras sentidas
Que não dizemos
São palavras estranhas
Por serem palavras
E é uma maneira estranha
De tudo fazer sentido
Em silêncio
POMBA BRANCA
POMBA BRANCA
Eu vi uma pomba branca
libertando sua beleza
desejos nas asas voando
corpo sereno,
foi uma pomba branca
que do céu surgiu
e sua alvorada me trouxe
É uma pomba das outras diferente,
colhe saudades por onde passa,
alegra vidas
segue os ventos
semeia alegria
inunda desalentos
com montanhas de magiaMEMORIAS...
MEMÓRIAS
Recordo alegremente
A viagem que fizemos
Num passado Domingo
Partimos alegres
Entre amigos
Desafiando vontades
Rumando caminhos adentro
Até à aldeia de Couce
Buscando memórias passadas
Lembranças boas, outras más
Recordações em espiral
Tropeçando em cada pedra
Ao caminho arrancada…
Uma lembrança surgindo
Outra lembrança recordada
Recordação
Dos momentos de paixão,
Loucuras á volta da fogueira,
Gestos descuidados
Em tom de catraios envergonhados
Falávamos de tudo
Das namoradas,
Do não ir à guerra
Dos nossos desgostos de amor
Repetidos e recomeçados
Das nossas ilusões de futuro
Algumas alcançadas
Outras inatingíveis … ilusões
De muitos verões
Em passagem por esses campos
Do outro lado do rio,
Nossos verdes anos florindo
Com amores despertados
Desencantados e desavindos
Acampamentos sem nada
Tendo a força dos nossos abraços
E o poder dos nossos sonhos
Assim vivemos nesse lado
Do verão quente
Da água límpida corrida
Atravessando agora poluída,
Levadas que a agua comportam,
Caminhos abertos
Pelas nossas recordações,
Que sempre voltam,
Civilização apressada
A Terra desbravada
Todo o encanto acabado
Desse mundo ausente
Nos nossos pensamentos
Permanecerá imaculado
De águas límpidas distantes
Nossos corpos mergulhando,
A noite aparecendo
Como se fosse chamada
Dando voltas na fogueira
A cada labareda surgida
Uma das vidas contada
E muitas chamas de vida
Se foram ao rio lavar
Trazendo labaredas ardentes
Puras, inesquecíveis
Desaparecendo no ar
Mas os sonhos de juventude
Permanecem vivos nesse lugarDESEJO E DOR
O vento passa
E com suas canções me toca
Animando meu corpo
Que por ti espera
O desejo no ar
Desfaz as palavras na minha boca
Espero
E as luzes da cidade
Que rodeiam meu corpo
Em silêncio me acompanham
Me fazem sonhar
Com teu ar e perfume
Que neste desejo e dor
Me alimentam
Outono...
Vi, cheirei e senti
O Outono mergulhou em mim
Com as suas cores vibrantes
Amarelas, castanhas, risonhas
Secas e morrendo felizes
Atingindo toda sua grandeza
Tocaram o céu do seu amor
Abraçaram outras estações
passando sorridentes
felizes, alegrando ilusões
Cores de outras cores reflectindo
Despertando amores
Nos corações que nas suas cores
Amores eternos foram prometendo
A tudo resistindo
ao sol, à vida, à luz
às promessas
Mas, com a chegada do Outono,
as cores atingiram o seu êxtase
mostraram o seu íntimo
E sorrindo a quem passa
foram caindo
rolando pelo chão
dando vida a outras vidas
Recomeçando de novo
todos os anos
caindo com subtil fraqueza
mas despontando de novo
na Primavera com aquela força
que só o amor perdoa
e corajosamente reviveSONHO...
SONHO
soube que o sonho anda perdido por aí
solto, liberto, mas perdido
é preciso agarrar de novo os sentidos
levá-los a despertar da letargia da hora
do pecado do momento,
da paixão que se acaba
obrigar o ecoar dos corações
e sentir o ventre da lua
voltar a acreditar que novo dia
nova lua de esperança nos trará
é preciso acreditar
que todos os dias
quando o som do vento mostra a face
a vida desperta e sorri para o futuro
viaja no novo amanhã
ao sabor das nuvens que cobrem as montanhas
das ordens dos homens
ou do ultimo movimento do firmamentoHoje chorei
Hoje chorei porque não te vi
Vagueio perdido na rua
E na calçada adormecida
Surge uma lágrima sentida
Que não sendo minha...é tua
É lágrima pela chuva levada
Será parte do que sou
Traz algo de ti em seu seio
Do fundo sentido veio
Na rua perdida ficou
Essa lágrima sentida
Que na rua perdida ficou
É semente de amor aberta
Alma finalmente liberta
Que em rio se tornou
Rio correndo para o mar
Da rua fugiu… não se quedou
Lágrima de lamentos escondida
Nesta minha lágrima perdida
Que em mar se transformouNOVO ANO
Meu ano novo que se aproxima
traz-me esses abraços
que ficaram no ano que finou
traz-me as boas lembranças
que os sentimentos não toleram
liberta o meu olhar
nas memórias de velas recolhidas
e sopra no meu corpo
teu vento quente de esperançaHOJE EU FUGI...4
Hoje fugi
Do sangue que lateja nas minhas veias
Das andorinhas que não chegam
Hoje fugi
Das primaveras distantes,
De todos os beirais frescos
MEDO DE AMAR
As nossas presenças se cruzam
Nos labirintos que acolhemos
Nas fugas que existem em nós
De nós mesmo escapamos
Nesses labirintos eternos da vida
Onde iremos até nos perder de novo
O sonho desperta essa espera
Que recua esse coração
Que não abre a porta e amor acorrenta
Me volto de novo para fora
E escrevo
Nesta varanda olhando a lua
Ao longe, brilhante
Cercada de nuvens cinzentas
Nesta noite negra
E revejo-me nesses olhos de lua
Que sempre procuro
Quando estou só
E nesse meu caminhar
Até seu colo
Não te encontro
Espero
Lágrimas de chuva
Que não caiem
Para inundar meu corpo
Recordando o teu
E cumprir seu destino
Me manchando de teus poemas
Em rota de lua cheia
Colidindo com o medo de amar
Que sempre nos acompanhaHoje é dia de... DO VOSSO PERFUME
Hoje é dia de... DO VOSSO PERFUME
A todos os que por aqui passaram e seu perfume me deixaram,
A todos que encaram a amizade sincera e a repartem sem medo
A todos que abraçam causas e partilham os seus gestos
A todos a quem os olhos brilham de saudade quando nasce nova estrela
A todos que sorriem de paz e tocam de amor os corações
Recebam um Natal coberto de alegrias ternas e doces
e um Ano Novo de esperança carregada de sonhos azuisHoje eu fugi...ultimo
Hoje fugi
Das suas chegadas repetidas
Do seu partir já marcado
Nos lugares que em sonhos vi
Mas eu
Não volto nem venho
Porque...
Hoje eu fugi
Tua foto na noite
Vi tua foto na noite,
morna como sopro de beira rio
em esperança de verão
tocada pela luzes das estrelas reflectidas nas águas
um breve flash na mão
o sorriso preso à luz do néon e da noite
um rasgo de amor voando nesse click
surpreende nossos olhos
é a vida ao sabor da vida
fugindo dos nossos corpos
serenamente se tornando em maresia
INCÊNDIOS E VAZIO
INCÊNDIOS E VAZIO
Hoje fito o horizonte
Olhando o lado escuro da serra que nos emociona
Da terra varrida de verde
Sobejam somente lampejos de alguma vida
E tudo o mais é esquecimento
As árvores quase todas voaram do seu regaço
Algumas ainda em pé nos emocionam sem cor
A terra negra as envolve
Nos mostram a sua morte
As suas cúpulas acastanhadas
Acordam-nos constantemente
O clarão brilhante e fatídico do fogo e da sua luz
Estonteante e endiabrada
Durante dias cercou os nossos sorrisos
Decompôs a nossa alma
Infligiu derrotas aos nossos sentimentos
Olho a serra
Os olhos marejados de água
Impotentes para regar o fogo
E libertar tudo o que havia de morrer
Desanimo-me como ser
Desfaço-me enquanto parte desta vida nos é roubada
Pedaço a pedaço
Ano a ano
Sangrando o ventre da terra
Nossa mãe e nossa morada
Moinhos...
Hoje, ao ver umas fotos dum passeio á beira rio, de paisagens fantásticas, verdes inimagináveis, bem perto de nós, lá para o lado da Foz do rio Sousa, os moinhos adormecidos mas, não esquecidos, me fizeram lembrar algo que escrevi há tempos sobre este tema e que poderia ter sido um inicio duma marcha popular mas, como não sairam estes versos, aqui os disponho para que todos os que queiram, os possam apreciar com o mesmo carinho com que os escrevi…
No rio,
a água corre
moinhos velhos
movendo
farinha nova,
vida pobre
trabalho árduo
água correndo
Dois lugares
um só pensamento
vinte cestos
montes de roupa
dez lavadeiras
nem um lamento
mãos embalando
uma voz rouca
Moinho velho
triste e só
na mó
seu leito gemendo
água do rio
farinha em pó
nas casas
familias sofrendo
Tantas voltas
uma cantadeira
uma bacia
para tanta roupa
dez cestos
cinco lavadeiras
mãos chorando
a paga tão pouca
Hoje Fugi...(1º)
Hoje fugi
Do medo que espreita
Nas portas entreabertas
Hoje fugi
Sem destino, sem medo
Por aí vagueeiRECORDAÇÃO
RECORDAÇÃO
Recordei o teu sinal
Pintado de azul
No teu carinho de ontem
Recordei o teu beijo
Preso no teu olhar ausente
Como se aqui estivesses, hoje
Procurei fundo
Entre linhas e sinais
Entre abraços e emoções
Mas não te encontrei
Virei-me para mim
Fugi das vagas enormes
De desilusão que se aproximam
E fiz-me ao mar
Entrei em mim
Revisitei-me
Olhei meu corpo
Senti meu respirarALVORADAS SEM FIM
ALVORADAS SEM FIM
Tocam em mim os sons mágicos
Das alvoradas sem fim
Os toques de todos os sinos
Que deslizam pelos nossos corpos
Mantidos em segredo
Desesperadamente lutam
Por um toque arrebatado
E se perdem em corpos azedos, amargurados
Não libertam sua musica aí refugiada
Nas paredes de barro retocada
E com sentido se despem
De todos os preconceitos
A música me enche os ouvidos
E em tão serena melodia
A paz me é devolvida
Neste final de tarde
Cheira a ramos de flores silvestres
Libertando toda a sua melancolia
HOJE EU FUGI...(3)
Hoje fugi
Na procura vã
Das hordas dos meus sonhos
Hoje fugi
Do sopro de cada momento
Dos beijos que invariavelmente se repetem
NÃO HÁ MARÉS EM ESPERA
NÃO HÁ MARÉS EM ESPERA
não há amor nem marés em espera
nesse olhar que me atravessa
há só um desejo imenso
que ficou no limbo duma porta entreaberta
perdeu-se no toque do silêncio
enrolou-se no vento
e gritou
não há amor que não traga
um breve e suave desejo
estampado no olhar
dum sonho que não acabouO AMOR É ASSIM...
O amor é assim
Fugaz... Culpa minha
Boleia duma lembrança
Coração de esperança
Em sonhos recordado
No mar libertado
O amor é assim, fugaz
Culpa minha, culpa tua
Um dia com vontade de sair
E bailar com a lua
Outro dia esperança de flor de papel
Em dia de chuva
O amor é assim
Fugaz... Culpa tua, culpa minha
Em sonhos recordado
Devolvendo a lembrança
Nesse coração de esperança
No mar libertado
HOJE EU FUGI (2)
Hoje fugi
Despedaçando meu corpo
De ilusões mágicas
Hoje fugi
Do meu pensamento
E corro, corro sem fim
LAGRIMA...
LAGRIMA
No silêncio das palavras
E no aconchego do corpo
Neste sofá de pernas claras
Um trago de café fica por tomar
No ausente amanhã
Nos pensamentos com rédea solta
Penso entender o que desfila no ecrã
Um romance de amor que me assusta
Dominando esta desordem que se aproxima
Me obrigando a deixar de escrever
A abandonar a musica que me beija os ouvidos
Oiço falar de amor
Trocam palavras e gestos
Dão rodopios à vida e à verdade
Que tento compreender
Mas o silêncio dos olhares
No amor cúmplice
Que se manifesta perante meus olhos
Configuram minha desordem e meu vazio
E neste dia
Uma lágrima sufoca meu respirar
Violenta minha face
Me obriga a pensar
Que as memórias e os sentimentos
Se manifestam com este arrepio
Inesperado
Que nos dá vida e acaricia o coração
E essa lágrima que sem sossego vai
Sentida é... profunda cai.Outono...
Vi, cheirei e senti
O Outono mergulhou em mim
Com as suas cores vibrantes
Amarelas, castanhas, risonhas
Secas e morrendo felizes
Atingindo toda sua grandeza
Tocaram o céu do seu amor
Abraçaram outras estações
passando sorridentes
felizes, alegrando ilusões
Cores de outras cores reflectindo
Despertando amores
Nos corações que nas suas cores
Amores eternos foram prometendo
A tudo resistindo
ao sol, à vida, à luz
às promessas
Mas, com a chegada do Outono,
as cores atingiram o seu êxtase
mostraram o seu íntimo
E sorrindo a quem passa
foram caindo
rolando pelo chão
dando vida a outras vidas
Recomeçando de novo
todos os anos
caindo com subtil fraqueza
mas despontando de novo
na Primavera com aquela força
que só o amor perdoa
e corajosamente reviveHoje ainda foi dia de...BRILHO DE AMOR...
Estou perdido nesta areia
Que nada de novo me traz
Como visita tenho a saudade
E o desejo de nesta noite
Alcançar o amor brilhante
Que continua preso no teu olhar
Recordação (2)
RECORDAÇÃO (2)
Explorei meus
Mais profundos sentimentos
Atingi quase o meu céu
Aquela luz
Que ilumina todo o meu corpo
E me trespassa
Colocando todo o amor em mim
É esse amor
Aquele amor puro que te ofereço
E te canto
Sempre que o meu corpo
De ti se aproxima
É amor sem dor
Vazio de rotinas
Pleno de luz
Isento de mentiras
Sabes que estou aqui..
SABES QUE ESTOU AQUI
Sabes que sempre estarei aqui
Neste sentido que não tem vinda
Começa na minha mão
Sou o teu lado do que quiseres
Sou amor em ebulição
Sou amargo de boca com coração
Mas sempre estou aqui
Sabes que sempre estarei aqui
Esperando por ti
Sem ter nada para te oferecer
Sou um cenário por acabar
Falta da tua luz e saudade
E um mar imenso por atravessar
Mas sabes que estou aqui
Sabes que sempre estarei aqui
Em suspenso neste sabor
Que da boca não sai
Regado do sal das tuas lágrimas
Que secam meus lábios
E despertam cada mágoa
Iludindo essas saudades
Inundando meu coração
Sempre que em pensamento
Na travessia te aproximasteu olhar
Quero sentir teu olhar tocando minhas nuvens
loucura de amor,
remédio sem cura
metade de mim é beijo,
a outra metade ternura
Couce..
Hoje...penso em Couce e na feira medieval para os pequenos...outro sitio deslumbrante, cujas margens á beira rio nos tocam com as memorias doutros tempos...felizmente libertaram as margens e deram-lhe vida em Agosto 2019, com ranchos folclóricos e divertimentos para todos - outra beleza bem perto de nós e muitas vezes esquecida ou não apreciada.
Nos dias de festa
e vindima
Todos rodopiam
na eira
Cantadores
mostram sua rima
As moças
sua maneira
Com roupa
de tons coloridos
Amor
ardendo no coração
Bailam
em lindos rodopios
Ensaiados
para a ocasião
Com seus
novos vestidos
Bordados
com o coração
Em rodopios
parecem vivos
Entre passos
de dança e emoção
Hoje é dia... DO VOSSO PERFUME
AGRADECIMENTO
A todos os que por aqui passaram e seu perfume me deixaram,
A todos que encaram a amizade sincera e a repartem sem medo
A todos que abraçam causas e partilham os seus gestos
A todos a quem os olhos brilham de saudade quando nasce nova estrela
A todos que sorriem de paz e tocam de amor os corações
Recebam um Natal coberto de alegrias ternas e doces
e um Ano Novo de esperança carregada de sonhos azuis
NÃO SOU...
NÃO SOU
Não sou como tu
Sou só eu e o mar
Solidão e aventura
Espaço sem limite
Ondas bravas de emoção
Repetidas em cada despertar da lua
É o mar que nos traz a vida
E nos lava todos os sentimentos
É o mar que me acompanha
Quando espero pelo teu cheiro
Recolhido nas ondas e nas marés
Mas não sou como tu
Não me encontrando
Aguardo breves momentos
Embarco com as gaivotas no céu
Não sou como tu
Tenho a maré dentro de mim
E o amor em todo o meu ser
Navega partido em pequenos pedaços
Nesse teu mar desconhecido
Mesmo procurando imenso
Jamais o conheço e alcanço
Mas não sou como tu
E de mim me despeçoVermelho ruivo
O vento frio surge do mar
beija com a força da noite as minhas faces
acorda desejos em mim adormecidos
é vento do norte
sopra quando menos se espera
e adormece em vermelho ruivo
todo o meu corpo
UM SORRISO
UM SORRISO
Ponha um sorriso
Solte seu amor no pó do vento
Feche os olhos
Dê a mão ao acaso
Voe por entre seus medos
E nada
Mas mesmo nada te impedirá
De ser feliz com a volta do vento
Que sempre volta
...mesmo quando a vida pára
RELI
Reli pedaços teus
Esquecidos
Ficaram abertos na parte suspensa do amor
Em rodopio no amanhã
Que agora começa
Reli canções
Que foram feitas
Com o ardor do amor em tempos idos
E fiquei parado
Esperando a volta desse teu sorriso
SILÊNCIO
O SILÊNCIO
O silêncio é pesado
Não me deixa respirar
Fica em mim retido
Me falta meu ar
Aquela alegria que não está
Perdi sua luz e seu rasto
O silêncio continua
Negro e pesado
Um nó na garganta permanecendo
Quero gritar aos céus
Soltar este grito aprisionado
Libertar este medo
Que me sufoca e esmaga
Estou aqui viajando perdido
Estou aqui penitenciando meus ais
Sem respirar
Aguardo teu lado
Mas a cabeça pesada não obedece
E eu corro
…Corro para despertarBrilho de amor...
Querido vento
Querida aurora
Que não sinto
A praia está deserta
E o céu azul
Cobre-me de desejo
DESAGUAR
DESAGUAR
Reflectindo entre águas
Teus olhos os meus escondem
A minha dor incendeia
E parto para esta viagem
De peito aberto
As ondas do mar rasgando o meu oceano
Sabor a sal dos teus lábios em miragem
Deixo-te entrar no meu mundo
O amor rodopiando em passagem
Aguarda a beleza do teu desaguarAmanhecer
Amanhecer no Alentejo
a manhã acaba de sorrir
quando os grilos saem da toca
soltando notas estridentes ao ouvido
abraçando este silêncio
que chega à planície com o despertar da aurora
e se refugia nestes espaços imensos
que ternuramente me abraçam
e de amor selvagem me possuemHoje continua sendo dia de... BRILHO DE AMOR...
Estou só nesta praia
Onde ninguém desagua
Só o sol e seu marejar
Sou embalado
No cheiro da tua maresia
Que tarda em chegar
O SONHO VOLTA
O sonho volta
E em luz me transformo
A alegria chega
A esperança acossada
Desperta e foge
Escapa-se rumo á liberdade
Mas não me sinto ausente
Na solidão da noite
Desperto e fujo
Por esta estrada de nada
Vou-me encontrar na solidão
que partilho com outros eus
E nas noites escuras como breu
Nos acompanhamos e o sonho voltaHoje é dia de... Perdoa
Perdoa porque não me viste
Perdoa porque não chegas
Perdoa porque fugiste
Do colo em que te aconchegas
Perdoa este mundo louco
Perdoa tantos gritos
Perdoa gente sem medo
Perdoa condenados em degredo
Neste mundo de aflitos
Hoje é dia de... volta à escola
Numa visita à escola,
sentado à velha secretária
acorrentado a esse U geométrico
mas pleno de vontade e nostalgia
abre-se a porta
e alguém me propõe que abrace
um momento marcante da minha vida:
Como se a vida não fosse de si marcante
a cada dia que passa
Desde o voltar do sol que nas serras desponta,
à brisa do vento que nos seca
Da chuva miudinha ou nuvem ensolarada,
às correntes e marés que bonanças não anunciam
Do outro lado do mundo que para o dia desponta
à lua que marca as nossas estações
actualmente travestidas doutras aragens
Mas na nossa vida
marcante será tudo o que gira
o que fira nossos olhos e corações
o que desperte angústias, alegrias
pesares e emoções
Todas as palavras e sorrisos que por nós passam
e repetidamente marcas nos deixam
E com os pensamentos acostando
escrevo sobre alguns dos mais marcantes momentos
certo de haver esquecido algum
escrevo numas poucas linhas
o que não se pode dizer em dezenas de páginas escritas
o amor, a saudade
os entes queridos, meu ar
o filme desses acontecimentos nesta página não cabe
é demasiado sentir
que nenhum livro pode abraçar
SfsousaOIÇO O VENTO
Já oiço o vento rasante e frio
Vem buscar a tristeza
Que se quer anichar no meu colo...
Os olhos cerrados
No corpo aberto
Tua brisa me violentando
A luz do sonho e da felicidade
Afasta a tristeza
Me possuindo
Me iluminando
Como se fosse um pedaço teu
Arrancado ao seu caminho…VENTO QUE ME SECA
Deste vento
Que me seca por dentro
E me acorrenta ao seu rumo
Tento fugir
Desligar-me deste freio
Por entre rajadas
Disparadas á queima-roupa
E entre ais
Por entre nós
Para ti que não estou,
Escapo
E dos meus muros me liberto
Fugindo de mim
… Assim me vou
VIVERÁS
Viverás
Em meus pensamentos
E na minha vida
Eternamente viverás
Sentirei o teu calor
Mas entre recordações e melodias
Viverei sem ti
Sem esse olhar
Chorando por esse sorriso de lágrimas caídas
Eternamente viverás
Na minha vida e no sol de cada de dia
Viverás
Em cada pedra dos caminhos que percorro
Viverás
Em cada cama onde me deito
E nessa ilusão de carícias e de amores perdidos
Viverás
Sempre em mim, nesse âmago eterno
Viverás
E mesmo que outros jardins percorra
Em cada flor poisando
Nos meus pensamentos
Eternamente viverás
Viverás
Nas canções que canto
Que não sabendo porquê
São cantadas para ti
E em cada verso
Que no olhar trocamos
Eternamente Viverás
Viverás
Em cada lágrima
Com sabor a sal
E com amor
Secando meus lábios
Eternamente viverás
FUGIRIA...
Fugiria
Desse teu olhar que me acorrenta
Se forças tivesse
Fugiria
Desse vento que me envias
Em tempestades de cio
Fugiria
Deste fado que me domina,
Mas não consigo
És o alento
Que me dá vida e me destrói
Doce amargo que me corrói
E desfaz meu coração,
Hoje é dia de...SONHO
Hoje é dia de...
SONHO
soube que o sonho anda perdido por aí
solto, liberto, mas perdido
é preciso agarrar de novo os sentidos
levá-los a despertar da letargia da hora
do pecado do momento,
da paixão que se acaba
obrigar o ecoar dos corações
e sentir o ventre da lua
voltar a acreditar que novo dia
nova lua de esperança nos trará
é preciso acreditar
que todos os dias
quando o som do vento mostra a face
a vida desperta e sorri para o futuro
viaja no novo amanhã
ao sabor das nuvens que cobrem as montanhas
das ordens dos homens
ou do ultimo movimento do firmamento