stefen

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autor independente. Mais de 12 livros publicados na Amazon.

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Alguns Poemas

Amor Mutilado - Rotina

Quando sua vida é resumida em escola para o quarto e do quarto para a escola, você se sente uma droga. Ninguém te valoriza; realmente, apenas acham meu sorriso lindo sem saber que há uma imensa tristeza por trás de um abrir de boca.
Cada dia que passa eu fico muito pressionada comigo mesmo, não conseguia ser feliz nem ao menos disfarçar para minha família. Minha mãe já estava percebendo que eu estava me tornando uma pessoa triste, depressiva, mas a única coisa que ela me chamava era de louca, se fosse pelo menos de coitada, eu aceitaria, mas louca é um título que machuca muito.
Por isso, passei dias no meu quarto sem ir a escola, comecei a me cortar com uma lâmina de apontador. Aquele ato me fazia descontar os problemas e tirar a dor. O sangue escorrendo pelos meus braços me fazia chorar e tentar de algum jeito me refugiar nele, queria morrer, porque me sentia um lixo, uma droga que não devia estar vivendo. A minha sorte foi que minha mãe nunca via esses cortes,pois só andava com roupas com mangas cumpridas, ajudanso a camufrar os ferimentos.
Até que em um dia meio igual a todos, acordei um pouco animada, fiquei me estranhando, nunca mais tinha acordado assim. Como sempre, deitada em minha cama, era domingo não precisava ir a escola, eu mexia no meu celular tranquilamente, nisso um garoto me chamou, eu fiquei nervosa é claro, muleque abusado veio com uma desculpa que tinha meu número e queria conversar. Mas no decorrer da conversa, comecei a sorrir do nada, apesar de ele ser bem engraçado eu não sorria assim há muito tempo. Ao me ver sorrir, minha mãe se assustou e logo tratou de me interrogar.

- O que está vendo nesse celular que te faz sorrir tanto menina?
Eu meia envergonhada disse que era nada não. Os dias forão se passando e inacreditávelmente, fui parando de chorar atoa e comecei a sentir ânimo na vida. Na realidade em apenas dois dias eu estava sentindo uma coisa que não queria, AMOR!
Estava amando aquele garoto abusado em apenas dois dias, só que fiquei com medo de declarar isso e ele não acreditar, então guardei segredo torcendo pra que ele sentisse o mesmo.
Eu, depois de dias de sofrimento estava amando novamente, minha rotina tinha mudado repentinamente, pra melhor graças a Deus. Só que no dia seguinte, ele me chamou mandando uma mensagem que me deixou preocupada, pois não sabia do que se tratava, ele disse:
- Meu bem, eu preciso te confessar uma coisa, espero que não fique nervosa comigo.
Lógico que eu fiquei nervosa, não sabia o que ele queria dizer, e se ele tivesse uma namorada e ela estivesse com ciumes? Além de eu me decepcionar, ele pararia de conversar comigo, o que seria um pesadelo eterno! Mas meu pensamento estava errado, felizmente!

Continua....
por Stefen Hermenegildo
Direitos autoriais reservados ao autor Stefen Hermenegildo

encontro - Amor mutilado

- Calma, cuidado com essa arma!

- Cala a sua boca e senta no sofá agora. Se tentar chamar a polícia, ou a atenção de alguém, eu disparo!

Ver ele com medo das minhas ameaças era um prazer que não esqueceria jamais, e pra completar a festa, dei alguns socos e chutes, só para descontar minha raiva.

- Qual seu objetivo, me matar?

- Como você adivinhou? - disse, chutando Peter, o fazendo cair no chão.

- O que eu te fiz no passado deixa por lá, não vamos terminar da pior maneira.

- Jamais! Por sua culpa, eu me tornei esse lixo, virei uma drogada e quase matei minha mãe de desgosto. E agora vem tentar me convencer de que a sua morte não vai adiantar em nada? Eu não vou lhe ouvi-lo.

Revoltada, eu chutava ele e dava muitas coronhadas em sua cabeça. Quando vi o sangue descer por seu corpo, me senti um lixo, como fui capaz de fazer tão mal? Mas eu tinha que fazer isso, pois aquele sangue não se comparava 1 por cento da dor que eu sentia em meu coração por tudo que fez comigo.

Fiquei horas rodeando ele com meu revolver na mão, mostrando autoridade. Ver o idiota no chão, tremendo, me fazia gargalhar muito, tinha que ser sarcástica, mesmo que não o matasse, só o susto valeria a pena, até porque ele não teria coragem de chamar a polícia depois disso.

Quando já era 8 horas da noite, abri uma janela para poder ter um pouco de ar naquele apartamento, porque não estava mais aguentando o ambiente fechado. Mas ele, covarde como sempre foi, tentou correr até a janela para gritar, mas dei um murro em seu nariz o derrubando no mesmo momento. Pelo menos minhas aulas de boxe serviram para alguma coisa.
Inteligente, tentou me seduzir e o pior que quase conseguiu. Quando menos esperava, ele já estava com as mãos em minha cintura me encarando, desviei o olhar porque tinha medo de me apaixonar novamente, o que seria uma desgraça.

- Fica longe de mim, eu não estou de brincadeira!

- Diz que não me ama? Fala isso, porque aí eu deixo que me mate!

- Já disse, se afaste porque eu vou...

Antes que eu terminasse de falar alguma coisa, recebi um beijo que me levou aos céus, aquele lábio era o meu favorito, a forma como ele me beijava trouxe lembranças de tudo que prometíamos nos momentos bons, era nosso primeiro beijo e talvez o último.

A ironia da vida me fez ficar furiosa, quando imaginaria que nosso encontro seria assim? Não podia criar mais expectativas, precisava acabar com tudo aquilo logo, mas quando percebi, já estava na cama com ele. Despertando no dia seguinte, não pude acreditar e procurei por ele, mas óbvio, não encontrei.

Após procurar por todos os cômodos, fui ao banheiro e ele estava lá, se lavando, me surpreendi por ainda estar ali e não ter fugido.

- Porque ainda está aqui? Não encontrou as chaves?!

- Apesar de não ter encontrado, fiquei por outra razão.

Nem precisei perguntar porque em minha direção estava o meu revolver apontado para meu rosto, mas como sabia que ele era covarde e lerdo, avancei e o derrubei no chão, conseguindo pegar a arma de volta.

- Como pode pensar que poderia me ameaçar? Só por causa desse seu ato eu precisarei te matar!

- Faz isso, a polícia já está a caminho mesmo!

- Você não teria coragem.

Apesar de sempre achar que ele seria um covarde, me surpreendi com o comportamento dele, jogou o celular em minha mão com a ligação feita. Eu fiquei apavorada, seria meu fim, não podia morrer na cadeia, e apontei a arma na cabeça dele, com o dedo no gatilho prestes a matá-lo. Era meu único caminho.

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