manoelserrao1234

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Nasceu a 19 Abril 1960 (São Luis - Maranhão)
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MESSIÂNICA [Manoel Serrão]




Ó tivéssemos! Tivéssemos... Inda tivéssemos as epopeias homéricas – a ilíada e a Odisseia – a visão olímpica da existência, a expressão do deus Apolo de Delfos. Tivéssemos o modos respeito à efígie, o sujeito ético não objeto, a "justa medida" – a valorativa proporção  em comedida porção por todas as fases da vida.

Ó tivéssemos! Inda tivéssemos... Tivéssemos a sertaneja epopeia  – a saga d’a Pedra do Reino -, a visão dual sobrenatural, a expressão de Dom Pedro-Quaderna. Ó tivéssemos o modus sublime de olhar por meio da imago o universo popular. Tivéssemos os dois rochedos a sangue humano regados. Tivéssemos os fiéis sacrificados feito todos poderosos imortais ressuscitados. Ó tivéssemos! 

Ó tivéssemos! Tivéssemos... Ó tivéssemos salvos os povos das florestas; Anastácias, Dandaras das cafuas, Luíses da Gama e os Zumbis da escravidão. Ó tivéssemos  a dessedenta do Nordeste: a sebastiânica redenção. Tivéssemos dado cabo aos filhos da servidão. Tivéssemos as Cabras da Peste, o Rei do Cangaço -, Virgulino Lampião à sua imagem e semelhança. Ó sim sinhô! Tivéssemos Catulos, Vitalinos, Machados e Suassunas. Tivéssemos Joões do Vale, Patativas, Lobatos, Amados e Brennand's. Tivéssemos Montelos, Sousândrades, Gullas, Nauros e Gonzagões! Ó inda tivéssimos!!

Ó tivéssemos! Tivéssemos... Inda tivéssemos  o drástico da tese; a cura pura para a incúria da peste; a norma culta menos culta distraida informal; o oblio obus para os corruptos e perversos! Tivéssemos o perplexo insano, os dês perfeitos, o imorredouro perpétuo!

Tivéssemos O átimo d’um tempo qualquer. A asserção metafísica! O eco da vibração quão a realidade uma aparente ilusão. Ó tivéssemos compreendido as partes, antes, para compreendermos o todo! Tivéssemos nós O Eu = o sujeito comido = o verbo transitivo = nosso bolo predileto = o objeto direto. Tivéssemos uma nova era "na terra onde canta o sabiá", o neo-concretismo no pós Gullares!
 
Tivéssemos! Ó tivéssemos o quê de tudo vê onde mais se queda, a despressurizarão para um pixel invisível no chão. Sim! Apenas um deles: o Sentido, o Nada, o Sirf, o Espelho e a Espada de Proteu acolá.
Tivéssemos o hard, o soft, o bew: a Santíssima Trindade. O homo-cyber ultor urdindo a IA
que ‘stá por chegar. Ó sic? Tivéssemos!

Tivéssemos inda do artista o autismo! O toc sem pânico do bipolar: o sorrir no chorar, um prazer sem gozar no prozac e na eurritmia um cantar. O saber sem lugar inda por não saber o ser criar e d’arte: o recriar. Ó tivéssemos além das inquietudes e desgraças, de novo encenar em cada poema a intimidade do eterno nascer. A liberta da carne  reinventar no pó o homo do barro.
 
Ó Tivéssemos! Tivéssemos Moisés... Francisco... Ratzinger... Tivéssemos Lutero... 
Agostinho... D. Helder e Mallarmé .
Tivéssemos Os “5 Solas” recristianizados. Pedro à Cristo jamais por três vezes negado. Tivéssemos mil vezes Deos a Enoc arrebatado. O clero de indulgências afogado. Tivéssemos dos profetas os dízimos exorcizados.

Tivéssemos O absurdo, a reponta, a eutimia. O absoluto em estado gasoso e todos os demais [sãos] relativos sonhando acordado. Ó Tivéssemos! Tivéssemos no Ser-ser existir os molambos dês feitos os farrapos...   
 
Ó Tivéssemos no mundo que se enuncia na ordem social a consolidação da harmonia, o Bem para os códigos da justiça. Um lugar onde nenhuma importância a cor da pele nem do arco-íris tristeza tivesse, só alegria! Tivéssemos como os homens da Hélade as prédicas apolíneas: "Nada em excesso" e "Conhece-te a ti mesmo": Ó "Reconhece que não és um deus". Tivéssemos!!

Ó tivéssemos o Caos, os infinitos maiores do que outros e o reencontro do ser sem o consumo desejado que habita e modela o sonho. Tivéssemos! Tivéssemos o chilrear matinal dos pássaros; o arrulhat dos pombos toda a verdade e dos lábios o oscular sem mentir um calar. Ó inda tivéssemos dos Djins o encanto e o quebranto mais benfazejo!
 
Ah! Tivéssemos cultivado os afetos quão os DÊScomportados por todos abraçados. Tivéssemos DESobedecido as comunas -, até Cuba, Deus meu, até Cuba! E a fúria incontida do capital sujo. Tivéssemos!  Tivéssemos o após sem podê-los usar contra todos buscando a quem devorar. Ó tivéssemos descartado a dúvida convertida em dívida quão a conveniência do descartesianismo -, o descogito: não penso - desconheço -, logo existo. 

Tivéssemos! Tivéssemos o hoje antes dos gatos tiranos quão o depois do amanhã sem os ratos imundos, tivéssemos! Ó Tivéssemos O politicamente INcorreto, jamais o polido fascista tatuado a ferro.
Tivéssemos no Marrocos, em Alcácer-Quibir, o rei D. Sebastião Ave O Desejado. Ó tivéssemos a messiânica, tivéssemos!
Ó tivéssemos onde o Mundo passa o AMOR peregrino por todos os caminhos... Ó se ainda tivéssemos...

* IA [inteligência artificial]