O que mais posso fazer se a POESIA instalou-se em mim...? Hoje é mar que corre, ora manso, com embarcação à deriva; ora revolto a engolir-me em ondas gigantescas...
Queria ter o equilíbrio total. Ser puramente racional. Abandonar meus sentimentos e ter o controle absoluto de tudo o que vai passando por mim. Saber do certo e do errado e, definir com exatidão, duas palavras opostas como Vida e Morte. Manter a certeza e a lógica dos raciocínios matemáticos, a clareza das ciências e a simplicidade das crianças. Possuir as rédeas dos meus sentidos, podendo desmandar, a qualquer momento, no meu coração. Ter o poder de desligar meus pensamentos quando desviam-se do curso natural e dos planos que tracei com tanta precisão. Acreditar que o pouco pode ser muito e que o muito jamais será pouco diante do tempo estabelecido pelos relógios convencionais, tendo apenas consciência do meu tempo cronológico. Saber o que corre adiante, após os milímetros dos meus pés e que eles pudessem caminhar com segurança e, com tamanha determinação, dentro do segundo a seguir... Mas a vontade de todos esses meus quereres, fogem do meu controle... escapam-me das mãos... Paralisam-me, pregando-me à uma parede. Então, apenas tateio, com mãos frágeis, o que parecço dominar.