No regresso encontrei aqueles que haviam estendido o sedento corpo sobre infindáveis areias
tinham os gestos lentos das feras amansadas e o mar iluminava-lhes as máscaras esculpidas pelo dedo errante da noite
prendiam sóis nos cabelos entrançados lentamente moldavam o rosto lívido como um osso mas estavam vivos quando lhes toquei depois a solidão transformou-os de novo em dor e nenhum quis pernoitar na respiração do lume
ofereci-lhes mel e ensinei-os a escutar a flor que murcha no estremecer da luz levei-os comigo até onde o perfume insensato de um poema os transmudou em remota e resignada ausência