Repente Meridional
O sol não me queima a face
no decorrer de um longo ano,
não há pintura que me trace
como bom samaritano.
Mas dizer que a minha classe
não contempla o gesto humano
é mentira, certo impasse
do crescente ardor urbano.
Entre os prédios e a avenida
nosso sangue perde a cor,
mas o cinza não erradica
a insistência de um amor.
E por amar, aceitamos
todo gesto e até rumor,
transformando nossas lágrimas
nessa máquina a vapor.
E que linda é a bruma
crescendo pela manhã,
toca a moça mais bonita
e não esquece da anciã.
Pela tarde se dissipa
na secura campeã,
em uma aura nordestina
- Poderoso talismã.
no decorrer de um longo ano,
não há pintura que me trace
como bom samaritano.
Mas dizer que a minha classe
não contempla o gesto humano
é mentira, certo impasse
do crescente ardor urbano.
Entre os prédios e a avenida
nosso sangue perde a cor,
mas o cinza não erradica
a insistência de um amor.
E por amar, aceitamos
todo gesto e até rumor,
transformando nossas lágrimas
nessa máquina a vapor.
E que linda é a bruma
crescendo pela manhã,
toca a moça mais bonita
e não esquece da anciã.
Pela tarde se dissipa
na secura campeã,
em uma aura nordestina
- Poderoso talismã.
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