Afonso Cautela

Jornalista há mais de três décadas, começou a sua carreira como professor do ensino primário em 1956, ano em que completou o curso do Magistério Primário em Faro. Por essa época foi um dos principais animadores do jornal de Moura A Planície, onde ensaiaram os primeiros passos alguns dos que viriam a definir-se como dos nomes mais significativos da geração de sessenta. Trabalhou para o Serviço de Bibliotecas Itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian (1960-1964), foi revisor de provas tipográficas (1964-65) e tradutor-redactor de uma agência noticiosa (1979-81) e traduziu livros do francês para algumas editoras. Redactor de vários jornais diários, como o República, O Século Ilustrado, O Século e A Capital, distinguiu-se como «repórter da situação ambiental portuguesa», constando da sua bibliografia inúmeros ensaios e artigos onde procura analisar os principais problemas ecológicos que assolam as diferentes regiões de Portugal. Interessou-se pelas medicinas ecológicas tradicionais e participou na direcção de duas associações de alimentação vegetariana. Realizou dezenas de colóquios e conferências em diversos pontos do país e editou dois jornais: Frente Ecológica e Ecologia em Diálogo. Autor também de poesia, datam de 1960 e 1961 as suas duas obras mais marcantes nesse domínio: Espaço Mortal e O Nariz. Em 1963 colaborou em Surreal-Abjeccionismo – recolha de textos a cargo de Mário Cesariny de Vasconcelos – e em 1965, com Serafim Ferreira, organizou uma antologia, Poesia Portuguesa do Pós-Guerra, e participou noutras obras colectivas.