Ana de Castro Osório

Escritora e pedagoga. Casada com o poeta Paulino de Oliveira, militou, como ele, por todos os meios ao seu alcance, na defesa dos ideais republicanos. Foi a fundadora da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas e, dentro do mesmo espírito, da revista feminina A Sociedade Futura. Combateu tenazmente pelos direitos da mulher, tanto por uma intervenção directa, por meio de panfletos, conferências ou através da sua própria actividade profissional (foi subinspectora do Trabalho Feminino), como indirectamente, inserindo as suas preocupações na temática dos seus contos, romances e novelas, que ilustram, através das suas personagens, a atitude esclarecida da mulher emancipada ou, contrapontisticamente, o comportamento (útil e pouco culto das que não tomaram ainda consciência da sua condição). No desenvolvimento da trama narrativa adopta soluções simplistas, premiando a virtude e castigando o erro, um pouco à maneira de Júlio Dinis, aliás uma das suas principais referências. Temas como o divórcio (tratado nos romances Ambições e Mundo Novo), a emancipação da mulher (Um Passo em Falso, novela), ou o problema da mãe solteira (A Sacrificada, A Verdadeira Mãe, novelas), são, fundamentalmente, o objectivo da sua literatura, a par das obras dedicadas à literatura infantil – foi, de resto, a iniciadora de uma colecção, «Para as Crianças» onde editou, além de traduções de Andersen e Grimm, obras da sua autoria ou recolhidas e adaptadas da tradição popular. A sua estreia literária fez-se, em 1895, no periódico Mala da Europa, e até ao fim da vida produziu uma vasta obra que inclui livros de ficção, peças de teatro para crianças e escritos sobre temas políticos e sociais. Deixou inéditos os romances O mais Forte e A Zeladora, um livro de memórias, Outrora, e um livro de contos. Era irmã do poeta Alberto Osório de Castro, e mãe dos escritores João de Castro Osório e José Osório de Oliveira.