Fernando Assis Pacheco nasceu em Coimbra, Portugal, em 1935. Estreou em 1963 com o livro Cuidar dos vivos, cujo título define, desde a primeira capa, toda uma atitude frente à tradição e o trabalho poético, e é considerado por muitos um livro-marco daquela década na poesia portuguesa.
Estudou Filologia Germânica na Universidade de Coimbra e foi redator da revista Vértice e dos periódicos Jornal de Letras, Artes e Ideias, Diário de Lisboa e República. A cultura galega de seu avô materno teria forte influência sobre ele. Dois de seus livros principais sãoCâu Kiên: Um Resumo, 1972 (republicado em 1976 com o títuloKatalabanza, Kiolo e Volta) eVariações em Sousa (1987). Sua poesia foi reunida em 1991 sob o título deA Musa Irregular. Fernando Assis Pacheco morreu em Lisboa em 1995, ao sofrer um ataque cardíaco à saída de uma… livraria, o poeta que escreveu que "morrer é mais do que suficiente".
Nas palavras de Fernando Pinto do Amaral, ao escrever sobre Fernando Assis Pacheco: “Uma das mais persistentes confusões quando se fala de poesia tem nascido do equívoco com que por vezes alguns leitores identificam uma suposta "linguagem poética", superiorizando-a perante o que seria a linguagem comum - como se a poesia pudesse sempre definir-se através de uma sobrecarga retórica e metafórica em relação à restante linguagem, cavando assim uma distância que inapelavelmente as separasse.” Segundo Manuel Gusmão, o trabalho de Fernando Assis Pacheco forma "uma poética da deflação do 'pathos' lírico. A expressão julgo que permite, por um lado, não apagar a sua inequívoca dimensão lírica e, por outro lado, dar conta dos processos de 'decapagem' a que ela é submetida, assim como das modulações irónica, satírica ou de 'escárnio e mal-dizer' igualmente manifestas"
--- Angélica Freitas e Ricardo Domeneck