Poeta, escritor e letrista, salienta-se principalmente na literatura infanto-juvenil.Inicia os seus estudos, bem como a sua actividade literária, em Faro, colaborando em jornais e revistas da província, nomeadamente, na revista Costa de Oiro, de Lagos. Vem para Lisboa frequentar o último ano do liceu, que conclui em 1937, e cursar Matemática na Faculdade de Ciências, tendo-se formado em Matemática e como Engenheiro Geógrafo. Durante este período pertence à redacção do jornal Horizonte, da Universidade de Lisboa.No início dos anos 40, frequenta a tertúlia do Café Chiado, convive e colabora com os neo-realistas. Edita o seu primeiro livro de poemas, Janela Aberta. Em 1943, publica o conto «Laranjinha Escreveu um Romance», no livro Companha, ilustrado por Manuel Ribeiro de Pavia, no qual também participam Aleixo Ribeiro, Eugénio de Andrade, Sidónio Muralha, Alexandre Cabral e Manuel do Nascimento.A sua actividade literária estende-se, também, à «Página Infantil» do Diário Popular, com a publicação dos primeiros contos infantis. E inicia a sua colaboração com fadistas, fazendo letras para fados cantados e gravados por Júlia Barroso, Amália Rodrigues, Paradela de Oliveira, Maria Teresa de Noronha, Vicente da Câmara e outros.No seu livro de poesia, Ontem à Noite, 1989, encontra-se registado este período da sua vivência em Lisboa.Ingressa no Serviço Meteorológico Nacional em 1946, pertencendo ao primeiro curso de meteorologistas. As suas actividades profissionais levam-no a Santa Maria, Açores, onde vive dois anos, e mais tarde a Moçambique, onde esteve seis anos. O passo seguinte é Timor, em 1964, onde permanece dois anos e exerce as funções de Chefe do Serviço Meteorológico de Timor (visita todos os postos meteorológicos de observação da ilha, alguns apenas acessíveis a cavalo). Da experiência resultará o livro de poesia, Memória de Timor-Leste, 1997.Quando, em 1966, regressa a Portugal, colabora no «grupo» do Dr. Luís Góis, fazendo letras para cerca de vinte e duas canções, e publica o livro de poesia, Natural do Algarve, 1968 (reeditado pela Universidade do Algarve, em 1986).A partir de 1975 ensaia uma longa série de publicações de livros infanto-juvenis, a maioria ilustrados por Tossan, um velho companheiro de infância. Nos últimos anos, Leonel Neves continua a escrever poesia e livros infantis (alguns adaptados pelo Ensino Básico). Estando representado em muitas selectas literárias, é convidado e visita inúmeras escolas, por todo o país, dizendo as suas poesias, lendo e falando dos seus contos, transmitindo a sua experiência.