Tomás Antônio Gonzaga

Tomás Antônio Gonzaga
Tomás António Gonzaga, cujo nome arcádico é Dirceu, foi um jurista, poeta e ativista político luso-brasileiro. Considerado o mais proeminente dos poetas árcades, é ainda hoje estudado em escolas e universidades por seu "Marília de Dirceu".
Arcadismo
Nasceu a 11 Agosto 1744 (Porto, Portugal)
Morreu em 1810 (Ilha de Moçambique, Moçambique)
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Tomás Antonio Gonzaga (Porto Portugal 1744 - Moçambique 1819) fez os estudos primários no Colégio dos Jesuítas, em Salvador BA, e formou-se em Direito na Universidade de Coimbra (Portugal) em 1768. Na universidade, conviveu com o poeta com Alvarenga Peixoto. Exerceu a Magistratura em Beja (Portugal) de 1779 a 1781. De volta ao Brasil, passou a viver em Vila Rica [Ouro Preto] MG, onde conviveu com intelectuais e poetas, entre os quais Alvarenga Peixoto, Cláudio Manuel da Costa e Cônego Luís Vieira. Envolveu-se em várias desavenças com as autoridades locais, incluindo Francisco Gregório Pires Monteiro Bandeira, intendente do ouro na junta da Real Fazenda de Minas Gerais. É o provável autor de Cartas Chilenas, poemas epistolares satíricos, de oposição ao governador Luís da Cunha Meneses, que circularam em manuscritos anônimos na cidade, em 1786. Em 1792 foi publicada a primeira parte de sua obra poética Marília de Dirceu, em Lisboa (Portugal). Participou na Inconfidência Mineira, em 1789, o que lhe custou a prisão e, posteriormente, o degredo em Moçambique. Tomás Antonio Gonzaga é um dos principais poetas árcades do Brasil. Para o crítico Antonio Candido, "com Tomás Antônio Gonzaga (...) o Arcadismo encontrou no Brasil a mais alta expressão. Na sua obra há um aspecto de erotismo frívolo, expresso principalmente nas poesias de metro curto, anacreônticas em grande parte, celebrando a namorada, depois noiva, sob o nome pastoral de Marília. Mas ela vale sobretudo pelas de metro longo, voltadas para a expressão lírica da sua própria personalidade. Nelas, com admirável simplicidade e nobreza, traça um roteiro das suas preocupações, da sua visão do mundo e, depois de preso, do seu otimismo estóico. ".
Nascido no Porto no seio de uma família de magistrados, emigrou para o Brasil com o seu pai, aos sete anos de idade, e aí recebeu a sua formação de base num colégio de jesuítas. Mais tarde, ingressou na Universidade de Coimbra, onde, em 1768, obteve a licenciatura em Direito. Não tendo conseguido ficar na Universidade como lente, seguiu a carreira da magistratura, tendo ocupado diversos cargos em Portugal e no Brasil. Entretanto, apaixonou-se por Maria Joaquina Doroteia de Seixas, aquela que ele cantaria sob o pseudónimo de Marília. Ambicionando a Relação do Porto, mais uma vez não conseguiu o seu intento e viu gorados os seus planos. Envolveu-se então na conspiração que ficou conhecida por Inconfidência Mineira, pelo que foi mantido em cativeiro durante três anos e desterrado para Moçambique, em 1791. Aí faleceu em 1810, depois de em 1793 se ter casado com Juliana de Sousa Mascarenhas e de ter esquecido, pelo menos aparentemente, a sua musa Marília. Poeta lírico, contribuiu para o enriquecimento de duas literaturas, a portuguesa e a brasileira, com a sua obra-prima Marília de Dirceu (1¦ parte: 1772; 2¦ parte: 1799), onde são vísiveis as influências de poetas como Horácio, Anacreonte, Petrarca e Tasso, modelos que Tomás António Gonzaga imitou, como era tradição na época. A sua poesia é suave, descritiva, bucólica, mas também levemente sensual, comprazendo-se o autor na descrição de retratos pessoais, o seu e o de Marília, e de cenas domésticas. No entanto, está ainda muito presa aos cânones arcádicos, embora se encontrem já inúmeros elementos pré-românticos. Da sua obra consta ainda um poema satírico em decassílabos, as Cartas Chilenas (1786-1787), formado por treze cartas assinadas com o pseudónimo Grítilo e dirigidas ao seu amigo Doroteu (Cláudio Manuel da Costa). Na sua qualidade de jurista escreveu ainda um Tratado de Direito Natural, inédito durante séculos e que só no século XX foi publicado