Diogo Pires

Poeta latino.Com o nome judaico de Isaías Cohen, usou também os de Jacobus Flavius, Flavius Eborensis e Didacus Pyrrhus Lusitanus. Enquanto em Évora, foi discípulo do humanista Frei Domingos Souto, da Ordem dos Pregadores, um cultíssimo religioso que veio a ser confessor do imperador Carlos V e, por influência deste, bispo de Segóvia.Deixou Portugal com dezoito anos, acompanhando o pai, dado sobre eles pesarem acusações de judaísmo. Viveu em Antuérpia, Lovaina e Ferrara, ao que se julga praticando a medicina, e acabou por se fixar em Ragusa (hoje Dubrovnik), onde conviveu com João Rodrigues de Castelo Branco, o famoso médico Amato Lusitano, exilado pelo mesmo motivo. Era já o tempo, como aliás também hoje, de os melhores serem compelidos a deixar a pátria.Na época em que Jacobus Flavius Eborense viveu em Ragusa, a cidade era um viveiro de grandes latinistas ragusinos, como os poetas Aelius Lampridius Cervinus e Carolus Puteus e o historiador Ludovicus Cerva Tubero.Na sua pátria, elogiaram Diogo Pires, Frei António Brandão, na parte que da Monarquia Lusitana escreveu, e Frei Bernardo de Brito, no seu Teatro Lusitano Literário. De acordo com os seus pares italianos foi um dos maiores poetas latinos da sua época.Carlos Ascenso André, que já lhe organizara uma antologia (1983), dedicou-lhe um precioso ensaio: Um Judeu no Desterro: Diogo Pires e a Memória de Portugal (1992).