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Há quem olhe para as coisas e veja formas, cores, colmeias de melífluo sentido. Eu nunca vi senão prefácios à destruição. Nas linhas dum rosto via medo farpado, na curva dum ombro, o peso que suporta. Encarava com descrença o sorriso das praças, na cabeça dum menino lia o mapa do inferno e no amor o combustível da ganância. Não sei como foi, eu nunca soube fechar os olhos e dormir como os demais. E se olhava para dentro de mim, era ainda pior: uma paisagem abjecta entre colunas de mercúrio, de enxofre, de metais pesados como a consciência. Fui, em suma, um triste, um homem estacado na fronteira entre verdade e pânico, e desconfiado, sempre, de qualquer ideia de consolação. Retirado, no final, para um respiro de montanha, esforcei-me por manter a ilusão de ser o último elo na cadeia antropológica, o nec plus ultra da insanidade.
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José Miguel Silva
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