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Nem cínicos nem tontos o bastante para as guerras mundiais da mercadânsia, são simpáticos, os «tugas», como todos os inábeis. Se dão pouco, menos pedem, desafogam-se em abraços de convívio quintaleiro, com o mundo num chinelo e o chinelo ao pé da porta. Sem mudanças nem conflitos, são amáveis com os factos, obedecem aos estreitos razoados da renúncia, não se levam muito a sério. No lagar da contingência, reconhecem quase a gosto a astenia da azeitona, fazem migas do orgulho, fazem figas, queimam velas de tamanho não-te-rales e que se lixe o candeeiro do futuro. Malnascidos, comoventes como ratos na gaveta da cozinha, com as patas num trapézio de suspiros cauteloso, atilados como filhos primogénitos da fome, são apáticos, mas giros: piedosos quanto baste, confiantes quando podem, inocentes como poldros, pés de salsa ao regadio da vidina providência. Faço meus os seus defeitos (a preguiça, a timidez, a vocação do remedeio) e agradeço ter nascido bem pequeno, com espaço (quer dizer) para crescer um pouco mais. Pois não há pior destino que nascer acabadinho, já montado na carroça triunfante da fiúza, vendo o mundo p'lo binóculo invertido do umbigo, com a alma metralhada de paixão e cupidez.
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José Miguel Silva
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