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DEPOIS DA FEIRA Vão vagos pela estrada, Cantando sem razão A última esp'rança dada À última ilusão. Não significam nada. Mimos e bobos são. Vão juntos e diversos Sob um luar de ver, Em que sonhos imersos Nem saberão dizer, E cantam aqueles versos Que lembram sem querer. Pajens de um morto mito, Tão líricos!, tão sós!, Não têm na voz um grito, Mal têm a própria voz; E ignora-os o infinito Que nos ignora a nós. (Presença, nº 16, Novembro de 1928)
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Fernando Pessoa
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