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Deixo ao cego e ao surdo A alma com fronteiras, Que eu quero sentir tudo De todas as maneiras. Do alto de ter consciência Contemplo a terra e o céu Olho-os com inocência... Nada que vejo é meu. Mas vejo tão atento Tão neles me disperso Que cada pensamento Me torna já diverso. E como são estilhaços Do ser, as coisas dispersas Quebro a alma em pedaços E em pessoas diversas. E se a própria alma vejo Com outro olhar, Pergunto se há ensejo De por isto a julgar. Ah, tanto como a terra E o mar e o vasto céu. Quem se crê próprio erra, Sou vário e não sou meu. Se as coisas são estilhaços Do saber do universo, Seja eu os meus pedaços, Impreciso e diverso. Se quanto sinto é alheio E de mim se sente, Como é que a alma veio A acabar-se em ente? Assim eu me acomodo Com o que Deus criou, Deixo teu diverso modo Diversos modos sou. Assim a Deus imito, Que quando fez o que é Tirou-lhe o infinito E a unidade até. 24/08/1930
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Fernando Pessoa
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