João de Deus Ramos

Pedagogo.Licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra (1902) onde conviveu com João de Barros e se destacou como guitarrista. Acabado o curso, foi professor de francês no Liceu Camões, em Lisboa, durante dois anos.Filho do poeta João de Deus Ramos, em 1908 assumiu a direcção da Associação de Escolas Móveis pelo Método João de Deus que tinha sido fundada por seu pai (1882), mudando-lhe o nome para Associação de Escolas Móveis pelo Método João de Deus e Bibliotecas Ambulantes (hoje Associação de Jardins-Escolas João de Deus). Viajou pela Europa (França e Suíça) para observar o funcionamento de Jardins de Infância orientados por diferentes métodos de ensino, como os de Friedrich Wilhelm August Froëbel (1782-1852), Ovide Decrolly, Maria Montessori (1870-1951) e Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827). Com base nesses métodos, criou os Jardins-Escola, projectados pelo arquitecto Raul Lino. Em 1911 é inaugurado o 1º. Jardim-Escola, em Coimbra, a que se seguiram outros por várias localidades do País. Em 1917 inaugurou o Museu João de Deus onde se realizariam conferências e debates sobre temas da cultura nacional.Foi iniciado na Maçonaria em 1909, na loja Solidariedade do Grande Oriente Lusitano Unido, em Lisboa, com o nome simbólico de Antero.Foi deputado às Constituintes de 1911, por Alcobaça, Governador-Civil da Guarda em 1912, eleito deputado por Lamego em 1913. Nesse mesmo ano foi nomeado Governador Civil de Coimbra. Em Março de 1911, com João de Barros, elaborou a 1ª. Reforma do Ensino da 1ª. República, chamada Reforma de 1911 e que visava principalmente o Ensino Primário. Foi Ministro da Instrução Pública de 21 de Janeiro a 8 de Março de 1920 no governo de Domingos Pereira e Ministro do Trabalho no governo de José Domingos dos Santos, de 22 de Novembro de 1924 a 15 de Fevereiro de 1925.Entre 1905 e 1910 dirigiu a revista A Instrução do Povo. Em 1907 tornou-se o director do Boletim das Escolas Móveis pelo Método João de Deus.Colaborou em vários jornais de educação e ensino como O Académico Figueirense, Atlântida, Lisboa, Escola Nova, Lisboa, A Higiene Popular, Ecos do Bairro e Jornal do Bairro Escolar do Estoril da Associação de Estudantes do Bairro Escolar do Estoril; e noutras publicações como, A Águia, Porto, Arte e Vida, Coimbra, O Comércio do Lima, Ponte de Lima, O Diabo, Lisboa, Diário de Povo, Lisboa, Figueira, Figueira da Foz, Folha de Saudação, Setúbal, Gente Lusa, Praia da Granja, 1916, Mocidade, Lisboa, O Povo, Lisboa, A Rajada, Coimbra, Revista Coimbrã, Coimbra, Revista Nova, Lisboa. Coordenou as obras Prosódia Portuguesa: estudo prévio da ortografia (1909) e Guia da cartilha maternal: prático e teórico (1909).