Armindo Branco Mendes Cadaxa

Viajando


Para Antonio Miranda,
ao ler “Despertar das Águas”

Sol entre nuvens
Bom tempo para navegantes.

Vou pela areia
Chego ao laguinho
Esquecido no final da praia
Ao retirar-se a maré vazante.

Mesmo pisando de mansinho
Assusto peixelins
A preamar ansiosos aguardando.

Trato de não perturbar festins
Gaivotas, siris
Se banqueteando.

Cansado de vagar sobre os abismos
Embarco em uma nuvem
Refletida lá no fundo
Para uma viagem sideral
Impelido pelo vento.