Mário Cláudio

Feles


Por todo um Inverno,
O amor lhe dilacerou o ventre,
Com fundas garras de gelo.

E a Primavera zumbiu,
Sobre sua cabeça,
Numa vertigem de pólen.

Senta-se agora,
Junto à lareira do Outono,
E é um bule de porcelana.