Héctor Baz

POR DETRÁS DAS MONTANHAS


Às vezes eu paro para não me encontrar

e adivinho ruídos incertos e um porão de escombros.

Seu auditório, um pouco fora, se escuta em surdina.

Aproxima-se o vento com a sua face agitada.

Pelo alto, ascende ainda mais a vida, em prismas

Poliedros

da vida mesma.

São narizes aonde quer que elas cheirem a sua fuligem.

Tudo se espreme...

Até onde o espaço permite a densidade dos homens.


Intento respirar a ideia de não ser o único sem casa,

e não compreendo a bem-vinda dos discursos e seus vértices.

Há que ocupar-se para não morrer de tédio

e exigir liberdade para que tenha sentido.


Tudo aqui é um moribundo vale de vacas apertadas,

produzindo carne e soçobra.

A devoção de abster-se de razões.

Às vezes caminho para não me encontrar, e ali estou,

junto aos charcos, em algum canto de caracóis...

Assistindo aos meus umbrais.

Absoluto e nada



Tenho uma certeza,

mas não é absoluta, nem chega perto de nada.

Minha certeza é como o sol ao dia,

como a morte das folhas.

Às vezes cresce, às vezes derrapa nas
madrugadas,

quando mais sinto a tristeza se hospedando.

Tenho uma certeza pobre, delicada e extinta,


voltando a casa com os pés cansados,

chutando as mágoas nas portas vizinhas.

Tenho quase certeza, quase esperança...

(e quase nada)

SUSTRATO


Puse mis ojos en ti,
errantes.

Orbitando tu existencia,

se hicieron planetas,

lunas de papel
almizcle.

Galaxias enteras,
nacieron.

Universos fundó tu
pensamiento,

algunos muertos, infecundos,
sin savia posible.

Otros repletos de brío,
agitados.

Unos pocos,
habitados por hombres y mujeres,

que no pueden ver,

aprenden a rezarte.

Temen tu ira,
saberse apagados por un doblez de mano.

Te aman más de lo
que pude.

Nunca a ciegas...

(Será certeza
absoluta)

dirán el nombre en
vano.