Larissa Rocha
Volta pra mim
Volta pra mim, amor... Sinto tanta saudade!
Talvez não passe de um sonho intangível
Mas não quero viver nessa realidade
Sem ti, viver já se tornou impossível!
Se ainda resta algo do nosso amor
Volta... Não consigo te esquecer.
Ainda te amo... Volta, por favor!
Tu bem sabes que não quero te perder
Tenho ainda algumas coisas para te falar
Do nosso amor eu nunca desisti,
Essa distancia não pode acabar
Com o amor que sinto por ti
Eu não me acostumo com a tua ausência
Por isso ainda te espero e te procuro
Simplesmente tu és já minha essência
Só quero fazer parte do teu futuro
Ainda te quero de qualquer jeito
As coisas não precisam ser assim
Sei que nada mais será perfeito
Não importa como, apenas volta pra mim!
Morrer
Tenho no corpo jovem
a beleza que Afrodite me deu
mas pra quê servem encantos
se minha alma já morreu?
juventude, força, vitalidade...
para mim de nada valerão!
já que neste peito necrosado
há muito não bate um coração.
deixarei a dor da existência
suavemente...num só suspiro
pois sem ti a vida é um vazio
e eu não vivo, só respiro.
oh! e minha pobre mãe!
por me ver padecer tão nova
que desgosto ela teria, tão cedo,
em mandar cavar minha cova!17 de maio
Verei cair a noite saudosa
E pelo anjo que suspiro tremendo
Meu olhar se enche de pranto
E de amor vou padecendo.
Deito-me nessa solidão
Que a noite escura afoga e dor
Fecho os olhos e em silêncio
Te mando minhas juras de amor.
Em minhas noites sonho muito
As ternuras do meu amante e amigo
Sonho que sou tua querida
Sonho teus amores, meu bem, eu sonho contigo!
Penso delirante em beijar-te os lábios
Oh! Deixa-me repousar em teu peito
Sentir o aroma inebriante de teus cabelos...
A febre ardente me consome no leito!
Bem sabes que pálida aos teus pés vivo
És do céu a estrela mais brilhante
Levanto a ela meus olhos em pranto
Suspiro...és também a mais distante!
Assim na solidão amo-te à distancia
E sonho, meu bem... ai como sonho!
Quando te procuro só encontro saudade
É o que me deixa com olhar tristonho.
E adoro-te tão apaixonadamente
Que ao fim da noite só tenho um desejo
Anjo de meus saudosos sonhos,
Trocaria minha vida por teu beijo!
Com o porvir da aurora, ao amanhecer
A manhã clara me lembra os olhos teus
Respiro os suaves aromas
Que emanam dos lábios seus.Quando eu te vejo
Quando eu te vejo, reparo logo em teus olhos…
Olhar escuro sensual, profundo como tua alma.
Em seguida, teus dentes perfeitos num lindo sorriso,
O som do teu riso me envolve e me acalma.
Quanto eu te vejo, passo bem perto de ti…
O suficiente para sentir teu cheiro, e inspiro
O frescor do teu perfume inebriante,
Poderia ter esse perfume todo o ar que respiro…
E o jeito que tu caminhas triunfante
Revela teu porte de semideus,
Reparo em teu jeito de andar elegante.
Te ver é como ter uma visão do paraíso
És o mais belo dos sonhos meus,
E quando eu te vejo, perco o que me resta de juízo.
Adoração
Amo tua face pálida
Quando em sonho descansas
Amo teus lábios silenciosos
Tocando-me dos cabelos as tranças
Amo teu corpo inerte
Em sono profundo e demente.
No seio gélido nem um suspiro
E o coração que repousa inocente
Se soubesse a dor em meu peito
Agora dorme no amor dos anjos
Envolto no calor do leito.
Retrato de um amor que não deu fruto
Adoração! À luz fraca das velas
E do silêncio do luto.
A falta que tu fazes
Vê, meu amor que o tempo,
Ele passa e te rouba de mim,
Que tua ausência tem arrebentado
As cordas da minha lira,
Tudo em mim perece
Pela falta que tu fazes.
E vida já não tenho
Senão a que tenho em ti.
E morrer já não posso
A menos que seja por ti!
Ariel e Caliban
Um deles é o sopro de ar freso em perturbada mente,
O outro transforma em cinzas meu coração ardente
Um é o meu porto seguro, tranquilo e bondoso,
O outro é a inconstância de um mar revoltoso.
Como na Tempestade de Shakespeare, eles são
Assim tão diferentes, mas dividem meu coração
Meu espírito é consumido por uma dúvida vã
E meu coração dividido entre Ariel e Caliban!
Vinho
Quando você se aproxima
com esse seu cheiro
inebriante de vinho
que me vicia
sem sequer haver provado
e vem me entorpecer,
me tentar com teu néctar
divino.
Esse néctar que é vermelho
como o sangue que por acaso
ainda corre em minhas veias
prova do pouco de vida que me resta
e a noite sombria não tirou.
então chega mais perto,insaciável
cheiro letal de vinho
tinto.
Cálice da morte,paixão fatal
mancha-me de vermelho...
mas este vermelho não é teu vinho
é meu próprio sangue!
não...não erga essa taça assim
o olhar insano,rindo da minha ferida,
duro golpe do
destino.
Desilusão
Se esta mágoa sem fim
é por tanto te amar,
tenho ainda mais odio de mim
por não saber te desprezar.
odeio os versos meus
por só cantarem teus primores
não sei te dizer adeus
embora me cause tantas dores.
tento me convencer
de que não te adoro mais
sinto logo o peito doer
sei que não sou capaz...
do amor que não vivi
só me resta saudade
derramei só por ti
cada gota de minha mocidade.
ando a chamar-te, amor
mas teu coração não escuta
o único remédio para esta dor
é um cálice de cicuta!
Despedida
I
Se um dia, de mim te lembrares,
Faz de conta que morri
E quando te entregares
Aos lábios de outra paixão
Lembra-te dos versos que escrevi
Que falavam desta emoção.
II
Pensa em mim como saudosa lembrança
Que tens do teu passado
Passado cheio de esperança,
De desejos vãos,
De um sonho renegado
Que morreu em minhas mãos!
III
Não passarei de lembrança vaga
Que em teu coração virou dor
Até que um velho poema traga
Recordação para teus dias
E lembra-te do sonho de amor
Que no vazio tecias.
Soneto do querer
Por esse teu amor, anjo meu,
Quero viver e morrer,
Nessa entrega me perder,
Para me encontrar num abraço teu.
Neste teu corpo quente
Quero de paixão suspirar,
Ao teu lado dormir e acordar,
Viver assim eternamente…
Quero ainda que não haja despedida
Nem nesta, nem na outra vida,
Quero provar que te amo.
Depois de tanto querer,
O que não quero é te fazer sofrer
Pois em minhas noites é teu nome que chamo!
Beleza inatingível
Quem me dera que num verso meu
Pudesse transmitir toda tua beleza
Que trouxesse a luz do teu sorriso
Num gesto de gentileza.
Um verso apenas que coubesse
Todo esse meu amor por ti
Para que possa finalmente saber
Que cada palavra tua me faz sorrir
Mas é de uma beleza inatingível,
Tal verso tão célebre
Seria, de fato, impossível.
Pois toda poesia que se cantou
Não pode de maneira alguma
Ser mais bela do que quem a inspirou.
Tens no peito de mármore
Tens no peito de mármore
indiferente, cruel e gélido coração
que vive a me fazer prisioneira
e vibra enquanto morro de paixão!
Ando há muito sofrendo dessa saudade
tanto que à noite m'escapa um grito de dor
é por esse teu maldito coração
cego...não vê quem te tens tanto amor?!
só contigo em minhas noites fui ditosa
onde andas, meu bem? que só me resta saudade
amei-te muito e só recebi desprezo
por isso sofro tamanha infelicidade.
minha vida desfolhei nesse delírio,
gelou-se em teu coração meu último canto
como pequenas pétalas de amargura
eram meus versos pra'quele que amei tanto!
A mulher que ama
Como é bela uma mulher que ama!
Tem toda sorte quem pode colher
Nos campos primaveris, os amores
Que desabrocham num seio de mulher!
Uma mulher quando falar de amor
É a estrela mais brilhante dos céus,
Tem a voz mais bela que o som das harpas
De um coro de mil anjos de deus;
E é tão bonita uma mulher
Que carrega com honra este fado,
Preferia morrer de amor mil vezes
A nunca na vida ter amado!
Quadras para Ele II
Teus olhos são como dois sóis
são ainda mais brilhantes
teu olhos carinhosos, calmos e claros
que me arrancam suspiros delirantes.
teu peito carrega divinas volúpias
mais caloroso não há no mundo inteiro
e nem mais macio, suave de linho branco
quem dera toda noite fazê-lo meu travesseiro.
teus lábios são como a primavera
onde flores e aromas se abrem a mil
quando surge ali teu lindo sorriso
um belo presente de tua boca gentil.
Natimorto
Tenho pena dos meus poemas
Que morrem no primeiro verso
Eles contariam meus dilemas
Mas se perdem em outro universo
Eles morrem antes da criação
E se vão deste mundo
Quando eu perco a inspiração
Abandono o verso moribundo
Ai de mim! Que mal me roubou
O verso e a prosa?
Que minha vida sem poesia
É como espinhos sem rosa!
Foi então que o encontro
Foi então que o encontro
Subitamente virou desentendimento
Deixou na boca o gosto amargo
De tristeza e desalento.
E o que antes eram suspiros de deleite
Hoje são soluços de saudade,
Chegou ao fim nossa ilusão...
Despertamos para dura realidade.
“Não será sempre assim”, ele dissera,
Mas com a distância entre nós
Também, pudera!
Tudo acabou como dissabor
Só não acabou ainda
Oh não, o nosso amor!
Sentimental
Teu amor é para mim
Muito mais que uma ilusão
É algo que enche meu coração
De uma alegria sem fim.
É como viver num sonho
Onde se faz a melhor viagem,
É inspirar nessa tua doce imagem
Estes versos que componho.
Quando eu morrer
Quero que meu corpo arda em chama
como a paixão que ,em vida,ardeu em meu peito
quero ao menos uma lágrima daquele que me ama
e não façam do cemitério meu derradeiro leito.
Quero palavras de um amigo poeta,
que november rain possa soar
como alento para emoção mais discreta
e que maiores prantos se façam calar.
E o que sobrar (as cinzas)
que estas se espalhem
em meio as arvores mais lindas.
E para as coisas que não se escolhem,
que sejam sinceras e dignas
então chegarei as estrelas que me acolhem.
Eu sei
Eu sei, tudo que dissestes é verdade
Por mais que doa, e dói... Eu sei,
Era hora de encarar nossa dura realidade
Mas também é verdade tudo que te falei.
Tuas palavras continuam em minha mente
Passam como um filme na minha cabeça
E eu assistia a tudo passivamente...
Nada fará com que eu esqueça.
Aquilo doeu, e tua ausência ainda dói
É um vazio que nunca será preenchido,
A saudade lentamente me destrói,
Faz-me desejar nunca ter te conhecido!
Mas então não saberia o que sei agora
Que amar às vezes é deixar partir,
Tua maior prova de amor foi ir embora
Eu sei, amor... E tudo isso por causa de ti!
Aniversário
Queria te escrever os versos
Mais alegres para este dia
Sinto muito, mas não dá,
Perdi as palavras, perdi a poesia.
Queria palavras apaixonadas
Queria versos profundos e belos
Deus sabe que tentei!
Mas assim não pude fazê-los
Perdi o estímulo para escrever
E só para não perder o hábito
Por mais tolo que seja
Escrevo-te um poema, em teu aniversário!
Quadras para Ele
Vem meu anjo,que eu te adoro
quero junto de ti sonhar meu amor,
descansa em meus braços
vivamos uma noite de puro fervor!
quero pela primeira vez te olhar nos olhos
e ao te abraçar sentir palpitar teu coração
quero beber o néctar do amor em teus lábios,
tremer e suspirara de paixão.
meu amor é meu martírio,meu bem
amo tua face teu sorriso
sinto meu coração preso em culpa
mas apesar de tudo eu te preciso.
Aos ombros Dele
Nunca me canso de olhar admirada
As curvas tênues dos ombros dele,
O tom claro da sua pele,
Visão que me deixa hipnotizada
É então que os desejos me consomem
Quando ele despe a camisa, e com o peito desnudo
Sou capaz de entregar-me em tudo
Aos músculos fortes dos ombros desse homem.
E o desejo tanto que quase não resisto
À tentação de beijar essa fina película
Seguir com os lábios a linha da clavícula
Até o esterno, onde repousa uma medalha do cristo!
Soneto dos olhos dele
São de um verde tão puro teus olhos
que quando os fito não há verso nem prosa
para descrever o brilho desse teu olhar
pairando sobre minha face cor-de-rosa.
Olhos tão lindos, tão castos estes que tens
olhos tão verde d'esmeralda
cor da esperança! Dizem uns,
mas eu vejo a cor da minha vida malfadada
És o dono dos olhos mais belos
que já baixaram à terra
assim contenta-me apenas vê-los
Tão belos! mas tão distantes de mim...
forma divina, de encanto tão cheia
vê se não me castiga assim!
Abandono
A sensação é de ter acordado de um longo sono
O corpo todo dormente, alma dolorida,
Os olhos inchados... Marcas do abandono
Na boca ainda o forte sabor da despedida!
Levanto trôpega e tateio ao meu redor
Tento em vão me acostumar com tua ausência,
Com a ideia de que poderia ser pior,
E com o fato de que estou à beira da demência.
Talvez tudo isso tenha sido um sonho confuso
Daqueles que se acorda pedindo socorro
Com um sentimento impreciso e obtuso.
Mas o sonho acabou, e minha vida foi-se também
Junto com nosso sonho antigo eu morro
Levando esse amor, desta vida para além.
Quando ao pensar sozinha
Quando ao pensar, sozinha...
uma lágrima a face me inunda
é a falta que me fazes, alma minha,
é ver minha vida desgraçada e moribunda.
Quando ao pensar, sozinha...
um suspiro o peito me treme
é que longe de mim teu Amor caminha
é que meu coração apenas chora e geme.
Quando ao pensar, sozinha...
nenhuma esperança nos olhos vive
é a lembrança dos amores que nunca tive.
Anjo, se trago este olhar perdido,
esta tristeza sem sentido
é que nosso Amor nunca passou de ilusão.
Confisão
A poetisa:
- Vejo sentado na relva: pobre mancebo
O sol poente ilumina seu cabelo
Que fazes aí moço tão belo?
E tão triste... Mal de amor, percebo.
O rapaz:
- Adivinhaste de que sofro, ó poeta
Por acaso já sentiste o mesmo?
Amar perdidamente e a esmo,
No pensamento, sem emoção concreta?
A poetisa:
- Se o sei! Isto mais que ninguém!
Amando não se evita dor
Porém amor é mais amor
Quando o outro te quer bem.
O rapaz:
- Lembro-me do pedaço de paraíso
Que é a minha amada
Da estrela pequena e pálida
Que brilha em seu sorriso.
A poetisa:
- Andas louco de amor por ela
Diga lá, essa doce ilusão
Que te faz suspirar de paixão,
Tua amada... É bela?
O rapaz:
- Se é bela?! Ela é a própria beleza
Nela mesma, é a doçura, o encanto,
É a visão do céu vestida de branco
É o brilho da lua em toda sua pureza
A poetisa:
- Deixe-me saber afinal
Quem é a moça angelical
Que aparece em corpo nu...
O rapaz:
- Minha poetisa, farei uma confissão:
A dona do meu coração,
A donzela que eu adoro... és tú!
Eu te tenho
Eu conheço teus segredos
Enxergo o mais íntimo de ti
Tuas histórias eu já li
Sei todos os teus medos
Pensas que te conheço pouco?
Eu vejo teu coração partido
Sei qual teu livro preferido
Sei mil formas de te deixar louco
Eu decifro tuas poesias…
Agora que conheço teu passado
Posso ver teu outro lado,
Eu te tenho… E tu nem sabias.
Às vezes me aborrece falar de amor
Às vezes me aborrece falar de amor
O problema é que eu amo
Demasiado e inconsequentemente,
Tanto que mesmo magoada
Posso cantá-lo alegre a toda gente.
Falar de amor não é um desejo meu
É simplesmente
Minha maneira de encontrá-lo.
Quanto menos amor tenho eu,
Vê que tolice... Mais dele falo!
Não é um mero capricho
Nem ser poeta minha vaidade,
Tampouco ser lembrada é minha ambição
Falar de amor, isso faz qualquer um.
Mas não o fará com tanta emoção.
Falar de amor é o que tenho
Única coisa que sei fazer
Poderia fazê-lo a noite inteira...
Sina que minh’alma recebeu
Este é meu martírio:
Falar de um amor que nunca foi meu!
http://amordopoeta.blogspot.com.br
Um minuto
Hoje durante um minuto olhei para ele,
Fazia tanto tempo que não o via...
Muito tempo, não encontrava aqueles olhos
Relembrei o jeito que ele falava e sorria
Lembrei-me quando ele passava por mim de manhã
E me mandava aquele sorriso sempre educado
Então depois levava ao chão o olhar tímido
Toda vez que passava ao meu lado.
E nunca escrevi para ele, que pecado!
Mas sempre que ele passava
Eu me perguntava se ele percebia
Que o meu coração frágil disparava.
E hoje, durante um minuto olhei para ele
De um jeito quase obsessivo, mas ele não percebeu
Sua boca se contorcia num sorriso divertido
Eu vi o seu sorriso, mas ele não viu o meu.
Tua voz
Tua voz envolve meu corpo com um abraço
E quase posso sentir tua respiração quente
Falando ao meu ouvido, tua boca bem rente,
É impossível sair deste laço…
Tua voz pronuncia o nome meu
Saboreando cada sílaba… bem devagar
É como se ela estivesse a proclamar
Algo que sempre foi teu…
Tua voz rompe o silêncio da minha mente
E logo me vejo enlouquecida,
Por tua voz confortada e aquecida,
Não me esqueço dela por mais que eu tente.
Os versos que te beijam
Eis o que mais me entristece:
Amo-te tanto e nunca te beijei!
Ainda guardo em meus lábios
Todos os beijos que não te dei
Por isso ainda te mando versos
Como quem manda beijos
Para que eles te alcancem suaves
E deixem claros meus desejos
Minhas palavras viajam muito
Só para beijar-te a boca
Este é meu único intuito.
São palavras sem muita importância,
Mas aceita estes versos meus
Que te beijam à distância!
Teu nome
Teu nome é para mim como uma prece
Chamo-o com uma adoração louca
Quando digo, sinto o que me parece
Uma carícia ao sair da minha boca
Posto que tu és como Deus
Teu nome não se fala em vão
Apenas sussurrado entre os lábios teus,
Um segredo guardado em meu coração.
À noite um suspiro tremulou no peito meu
Quando o disse em meu sonho – isto só eu sei.
Não me olhes assim... que culpa tenho eu?
Culpado é quem te deu esse nome de rei!
Teu nome que já foi meu mantra sagrado,
Mantive-o em segredo por amor
É o sinônimo de um sonho despedaçado...
Hoje só de ouvi-lo sinto uma pontada de dor!
Infinito
"Alguns infinitos são maiores que outros". (Green)
Se teu olhar é suficiente para me deixar extasiada,
Vem amor, não façamos promessa alguma
Olhe bem fundo nos meus olhos... não diga nada
Deixe apenas eu unir minha boca a tua.
Os infinitos são sempre tão ambiciosos...
Não caia nessa tentação, nessa vaidade,
Só me ofereça esses lábios fervorosos,
Que um beijo apaixonado dura uma eternidade!
Façamos do hoje, o nosso sempre, querido
E ao menos por hoje eu posso te amar,
Desestruturando o conceito do infinito
Posso ser tua pelo instante que isso durar...
O primeiro encontro
Se meus olhos cegos de paixão
Encontrarem com os teus
Nesse dia... Ai meu deus!
O que eles dirão?
Quando eu finalmente encontrar
Teus olhos verdes-claros
De beleza e brilho raros
Ficarei pálida como o luar.
No acelerar do coração
Quando as mãos se unirem
E se as palavras sumirem?
O que faremos então?
No calor da tua tez
Deslizo os dedos vacilantes
Até teus lábios delirantes
Suspirarem de languidez!
Da palavra já esquecida
Ficará claro o desejo...
Dar-te-ei só um beijo,
O melhor de tua vida!
O céu
Me perco em devaneios
enquanto isso o céu noturno
cintila docemente de um jeito
que vejo minha alma nesse escuro
E novamente me vêm os pensamentos
que mistérios cercam minha mente e o céu sobre mim?
ele que brilha inocentemente
mas envolto em segredos sem fim
pergunto às estrelas se me entendem
mas elas não respondem
Ou será se nada sentem?
seria esse teu mistério constante...
seriam os mistérios do céu
tão profundos quanto os da minha mente?
O pássaro
costumava ouvir cantar um pássaro
de melodia que embora dolorosa,
pousava triunfante em meu papel.
mas lhe arrancaram uma fibra nervosa
agora já de voz rouca
não mais em minha boca
vem derramar seu mel.
voz cansada, canção fraca...adoeceu talvez
eu o vi padecer dia após dia
até que de minha folha voou
hoje raramente me lembro de sua melodia.
o que aconteceu, amigo?
o que houve contigo?
acaso a fonte onde bebias secou?
Foi só por ti
Foi só por ti que derramei
Lágrima quente em noite fria
Mágoa em forma de versos, sofri tanto
Por um amor que só eu sentia.
Jogaste o tempo todo com meu coração
Tal e qual a tua vontade
E é porque o amor não prende
Que te deixo ir e abraço a saudade
Mas saiba... Foi por ti apenas
Que amorosa lira eu escrevia,
Tudo por tuas carícias pequenas.
Então vai... Não há mais volta
Não te prenderei como queria
Em vez disso meu amor te solta!
Paixão condenada
Anjo,a paixão que tenho por ti
bate-me o peito e sem permissão
invade,castiga meu coração
e apenas pureza em tu'alma senti.
Então perdoa esse sentimento
meu,devasso e insensato...meu bem,
minha desgraça amigo,vai além
tenho que suportar meu sofrimento.
Mas se acaso nossos olhos um dia
encontrarem-se,lembre-se (imploro)
reconheça os olhos que nunca via.
Luta contra esse tempo que corre,
me diga "Prazer em vê-la,adeus"
paixão que bate,entra,mata,morre.
Poema instantêneo
Um poema
Num instante
Que dura um olhar
Uma boca
Hesitante
Que anseia por beijar
Uma aflição
Constante
De amar ou não amar!
Nos braços Dele
É nos braços dele
Que a pele vira fogo
A respiração fica ofegante
E o coração perde o compasso.
É nos braços dele que a boca
Nos seus beijos se torna fruto
Na sua pele se torna flor
E os afetos são mais doces.
É nos braços dele
Que as estrelas são mais belas
Os aromas mais suaves
E o inverno é mais quente.
É nos braços dele que recito
Os versos mais amorosos
Só para vê-lo sorrir
E suspirar lendo Byron.
É nos braços dele que meu amor faz morada.
A louca
Desde o dia que te vi partir
Ando feito louca na rua
Vivo quase sem existir
E tudo isso é culpa tua!
Enlouqueci ainda na flor da idade
Sei que não foi tua intenção me magoar
Mas me diz como manter a sanidade
Se não posso mais te amar?
Ando com a alma atormentada
E ainda escuto tua voz na minha cabeça
Não me deixes aqui abandonada
Se não queres que eu enlouqueça
Passo o dia encolhida pelos cantos
E ouço dizer: “pobrezinha, enlouqueceu!”
Quando os outros me veem aos prantos
Entre soluços a chamar o nome teu
Lagrimas inundam os olhos meus
Quando sozinha na escuridão
Lembro-me do teu último “adeus”
Aquele que me fez perder a razão!
Não importa
Não importa quanto tempo leve
Quantas vidas eu tenha que viver
De quantos sonhos tenha que abrir mão...
Faria o que fosse preciso fazer
Não importa quantos versos eu escreva
Nunca bastaria pra te falar do meu amor.
Mesmo se eu sofrer, mesmo se chorar,
Pra estar contigo, farei o que preciso for.
Saiba que também a distância não importa
No meu pensamento posso te alcançar
E toda vez que estiveres triste,
Terás meu abraço pra te acalmar!
Eu te amo
Ouso chamar teu nome com carinho
E pronuncio baixinho
Eu te amo!
A noite é testemunha silenciosa
De minha confissão medrosa
Eu te amo!
Sonhando em tocar teu coração
Sussurro como uma oração
Eu te amo!
São três palavras proibidas
Que mudariam nossas vidas
Eu te amo!
Sei que o mesmo não deves sentir
Por favor, perdoe-me por repetir
Eu te amo!
Imagino se nesse instante
Respondes-me com um distante
Eu te amo.
Quadras para Ele IV
Meu amado tem o sorriso casto
e a face de neve que só toquei em sonho
ele é o anjo que veio e foi embora
deixando-me aqui com olhar tristonho.
ah! e tantas vezes pensei em roubar-lhe um beijo
mas não ousei sequer tomar-lhe pela mão
pude apenas ao vê-lo tremer enamorada
e admirá-lo suspirando de paixão.
Anjo, foste meu desejo mais divino
todo este amor cândido e puro que te votei
chegou ao fim...minha insana ilusão!
agora sofro por que tanto te amei...
Meu coração
Meu coração é como um quarto abafado
Onde há muito tempo ninguém entra
O mesmo velho perfume impregnado
Onde a dor sempre se concentra
Mas de repente alguém abre uma janela
Deixa a brisa fresca renovar o ar
Deixa entrar a luz de uma manhã bela
Então pude novamente respirar
Alguém que trouxe de volta a esperança
Levou embora o a triste lembrança
Esse alguém talvez seja Ele...
Alguém que trouxe de volta a poesia
E me mostrou como aproveitar o dia
Esse alguém só pode ser Ele!
Quadras para Ele III
Nos teu lábios, ó meu amor
floresce mais casta e apaixonada flor
um perfume inebriante de pétalas de rosa
quem me dera a ventura de tua boca formosa!
se teus lábios riem dessa minha paixão
acho-os assim mais belos...que devoção!
e quando muita vez tristes me parecem
repousa-os então em meus cabelos que tudo esquecem.
trago na fronte quente um único desejo,
minha face pálida anseia por teu beijo
mas não deixes esses lábios teus
um dia me dizerem o eterno adeus.
por teus lábios, amor, esses versos componho
ó lábios tão puros de meu sonho
lábios sedentos de beijos ardentes
deixa que neles eu derrame suspiros dementes...
Minha crença
“Eu sou teu deus”, ele me disse certa vez,
Com um ar mais arrogante que bendito
E a verdade é que eu o adoro,
Ele é meu deus e é o único no qual acredito.
E foi assim que passei a crer nesse deus
Forte e onipotente, cálido e sensual,
Rogo-lhe para levar-me ao paraíso
Divino com gosto de pecado original
Sagrada seja a luz daqueles olhos!
Ele é meu maior pecado, e única salvação
Minha perdição é em seus beijos e abraços
E amá-lo tanto é minha vocação.
Obituário
Causa da morte: Melancolia profunda
Devido a um grave trauma de amor
Congelando todo sangue que o coração inunda
Levando embora tudo, exceto a dor!
Assim quero escrito em meu papel de morte:
Que por amor fui tirada da vida
Até me foi negada a sorte
De um beijo de despedida.
Preparem os documentos de antemão
Pois faz tempo que só o corpo me restou
Primeiro foi-se a calma, o riso e então,
Por fim a alma me abandonou...
Quando te vi, tive como certeza,
Desde aquele dia enlouqueci
E não pude mais enxergar com clareza...
Data da morte: dia em que te conheci !
Querer e precisar
O que quero e o que preciso
Quase nunca coincidem
Às vezes o coração fica indeciso
E duas vontades colidem
Preciso do que me faz bem,
É assim que tudo acontece
Mas estou sempre a querer algo além
Daquilo que a vida me oferece.
O ramo de flores
Lembras-te ainda aquele dia...
Em que tu trouxeste para mim
Um lindo ramo de crisântemos
Unidos por uma fita de cetim?
E eram tão coloridos e alegres...
Os cor-de-rosa eram teus lábios perfumados
Os brancos eram tua pele macia
E os amarelos, teus cabelos dourados.
Eu era leiga nos assuntos do coração
Tão jovem e apaixonada por ti
Aceitei-os de bom grado,
Naquele tempo não percebi
O quanto o ramo se parecia
Com aquele amor maldito
O buquê não passava de flores mortas
Todas juntas num arranjo bonito.
Persistência
Luto contra o tempo aliado à distância
Pois o tempo sem ti passa impiedoso
E para tornar tudo mais doloroso
Ainda há tua habitual inconstância
E porque teu amor me é essencial
Prefiro acreditar que tudo vai dar certo
Que um dia vou te ter por perto
Luto porque te amo de um jeito visceral
Esta luta incansável simplesmente me assusta
Tuas palavras me deixam hesitante
E não acho a luta nem um pouco justa
Luto contra o risco iminente de te perder
Tenho medo de que me esqueças
Pois sei que nunca vou te esquecer.
Meu maior martírio
Meu maior martírio é não saber
Quando ou se tu voltarás um dia
É isso que enche minhas noites
De uma insuportável agonia
A angústia que castiga meu peito
É quando a noite chega, mas tu não.
É quando dá a nossa hora
E ela só traz frio e solidão
Perdoa, mas não consigo conter o choro.
As constelações, mal posso esperar para vê-las
Pois meu único consolo é ver
O brilho dos teus olhos na luz das estrelas.Lacrimosa
Se for pra ser assim, que seja o melhor pra ti,
Deve ser... Tu escolheste desse jeito
Quanto a mim? Morro em silêncio
Minha boca sufoca os gritos do meu peito.
Luto contra meu instinto natural
Não quero voltar a ver-te (a quem tento enganar?)
Mas se te vejo aqui na minha frente,
Exaure-se em mim toda a vontade de lutar!
As vozes da ópera cantam sobre algo trágico...
E nossa tragédia está aqui, querido:
Embebedar-se em doce ilusão,
Morrer de amor sem dele ter vivido!
Por quanto tempo viveremos assim?
Sempre que me aproximo, acabo ferida.
Mas aceitaria novamente outra chance
Nem que esta custasse minha própria vida!
Tudo de mim
Para P.
Eu tento muito fingir que não me importo
E falho ao esconder o sentimento que só cresce…
Esqueço a loucura da paixão e me comporto,
Mas chega a ser ridículo, porque a paixão transparece.
Ignoro o fato de que tudo nele é perfeito
Mas fico pendurada em cada palavra que ele diz
Tento até fingir que não notei o delicioso jeito
Que o jeans se pendura nos seus quadris
Aquele olhar quente derrete meu coração…
Torço para que ele pare de me olhar assim
Que meu coração bobo não resiste a esta tentação
É com esse olhar que ele consegue tudo de mim!
Maio
Maio já se vai quase todo
Nada é como era no início do mês
Sinto o peito carregado
Por várias emoções de uma só vez
Muita coisa mudou, acho que até eu mudei.
Apesar de temer o futuro
Ainda sonho e sinto como sempre,
A esperança é meu lugar seguro
De repente uma tristeza sem explicação...
É forte o sabor da despedida
Seja lá isso bom ou ruim
Maio foi o mês que mudou minha vida!
Um sonho lindo
Tive certa vez um sonho lindo
Que dele não queria despertar
Estava junto de ti...foi mágico,
Tão real que quase pude te tocar.
E sonhando por entre a noite
Suspiros meus lábios vertem,
Oh raios de luz do sol
Por favor, não me despertem!
Foi tão bom contigo sonhar
Que para o sonho impossível
Quem me dera regressar!
Provar outra vez do que aconteceu
No sonho pálido e tangível
Em que, um dia, fostes meu.
Nos meus olhos
Todo vez que meus olhos encontram tua face
Num breve instante, a tua no meio da multidão,
Vem uma dor, não sei de onde, no meu encalce
E sinto um aperto forte no coração
Esse aperto eu conheço bem, é a saudade
De um romance rápido como um trovão
Que deixou só a vontade
De um amor que foi só minha ilusão
Nos meus olhos eu tento te falar
Aquilo que me falta coragem pra dizer
A paixão que não posso mais esconder
A vontade que eu tenho de te amar...
A dor nos meus olhos, qualquer um pode ver
Apenas tu não podes e me deixas assim a sofrer!
Olhar
'Mas nem negros nem azuis
são teus olhos meu amor...
seriam da cor da mágoa,
se a mágoa tivesse cor.” (Florbela Espanca)
Nos teus olhos não vejo mais carinho
Estão frios e me olham com desdém,
Parece que meu coração ama sozinho
E vive a esperar que ainda me queiras bem
E eu acordo do sonho dolorida,
Eu que te amei como a ninguém!
É o fim da esperança, fim da vida...
Fico a chorar o afeto que não vem
Onde está todo o amor que me prometeste?
Afinal era tudo paixão volátil?
As promessas de felicidade tão vazias...
Agora em ruínas, como o castelo que ergueste
Era feito de areia, matéria frágil...
Quando de esperança o peito me enchiasNão é você
Não é você, meu bem, sou eu...
É só meu o fardo de viver comigo
É muito triste dizer isso
Queria tanto amar, mas não consigo
Não é você... a culpa é toda minha
Você é leve, é livre, é inteiro
Eu que sou vazia, complicada, quebrada
Não mereço você como companheiro
Não posso dar-te mais do que tenho
E já não tenho quase nada em mim
Pouco me resta para oferecer
Só um amor escasso, quase no fim.
E você merece mais, alguém completo,
Alguém dono de si, de alma nua...
Não pertenço nem a mim mesma
Então, como poderei ser tua?
Ballerina
Ela é um anjo na ponta dos pés
Ela é um anjo, de asas fortes e elegantes,
Com movimentos belos e graciosos
Em cima do palco, ela tem olhos brilhantes.
Ela é um anjo que pode dançar
Tem o poder de encantar toda a gente
Com seus saltos e piruetas, está quase a voar
E nada nunca a fez tão contente!
Entrega
Para V.
No teu abraço forte e quente
Se dissipam todos os meus medos,
Minhas lágrimas se fazem segredo
Eu poderia viver assim eternamente...
Fora do teu laço, sou menina,
Que triste e desamparada, chora
As perdas e mágoas de outrora,
Mas nos teus braços minha dor termina.
E como encontrei teu abraço,
O melhor de toda minha vida!
Agora me vejo aqui rendida
Ao amor que achei no teu regaço
Longe de ti
Talvez tu precises de mim
E talvez eu fizesse bem pra tua vida
Quem sabe, seria só tua minha boca carmesim,
E eu seria a única pra curar tua ferida.
Me dói o coração estar longe de ti
E logo de ti, que eu amo tanto…
Queria que soubestes o carinho que sempre senti,
Estou muito longe, entretanto.
Há muito tempo sofro, meu amor,
Depois de tantos anos ainda não te encontrei
Mas ainda te amo com o mesmo fervor
E é por esse amorantigo que não posso abandonar
De ti, mesmo longe, eu sempre cuidei
Longe de ti...e nascida pra te amar.
Desconcerto
Tua ausência me desconcerta, de tal jeito
Que não sei se cabe mais vazio em mim,
Ando perdida, quase enlouquecida
Temendo que este seja o nosso fim.
Busco-te incessantemente, de um jeito insano
Mas o silêncio vem de todos os lados...
Mais um minuto sem ti e aqui estou
Pagando por todos os meus pecados
Já pensei em todas as formar de lidar
Com essa dor, que é saudade infinda
Mas essa agonia, só tua presença alivia...
Só o timbre confortante da tua voz linda
A saudade castiga como nunca fez antes
Neste momento, o silêncio grita
E tua falta, já me tirou quase tudo...
Só uma folha embranco espera pra ser escrita
A poesia
Nessas ruas desertas e melancólicas
Nas florestas iluminadas
Nas campinas bucólicas
Sim, eu vejo poesia.
E ela se estente
Poeticamente, pelos corações
Ridicularmente, para quem não a entende.
E o que seria, se não
Essa poética patética um presente
Da natureza para os homens
Para que preencham o vazio
De suas almas?
E a poesia vem da Alma
O poema é a poesia transcrita
O poeta é um abençoado
Não pela graça divina
Mas pela Poesia...
Sim, amigos poetas! cantemos!