pmariabotelho
Bernardo Sassetti - Da Noite - Ao Silêncio ( a minha letra)
Não
Não digas
Não digas mais nada
Que a noite acalma o dia
E agora podes sonhar
Relaxa todos os aflitos e gritos
Porque o sonho
O sonho supera tudo
Mesmo o mais secreto desespero
É nada
E o medo liberta-se virtuoso
Como o sorriso do silêncio
Em pleno Inverno
Não
Não digas mais nada
Porque a chuva é alegria
E tu já cansado
Adormeces te e já não sonhas mais
O desencanto do canto
impossivel acreditar
que além da noite reza agora o silêncio
do teu piano
16.11.2014
pmariabotelho
Passado
Nada de tristezas
E lamentos
Se olhar para trás
Já significa ontem
15.06.2014
pmariabotelho
Silêncio
O registo
É de silêncio
E o silêncio
Mata
A folha é verde
Filha tenra
Lamento
Nada certo, nada errado
Nem sorrisos, nem abraços
Estar assim
Entre paredes
Não identificadas
Painéis de sufoco
lamento
15.06.2014
pmariabotelho
1. A praia
1. A praia
Serás sempre sublime, pedaço de areia e mar
tardes longas de sal e sol
a maravilhosa paisagem, os olhos que não sabem matar
ausência de liberdade
voo brusco, voo tombado e faminto
será sempre sublime, lembrar-te
mesmo tão perto
quisemos esquecer tudo, quase não falamos
caminhamos e cantamos
rasgámos as páginas de jornais
a máquina , o dinheiro
a demagogia, o dia a dia
o bem e o mal, a luta
não tenho palavra maior
sublime
digna de respeito
voltaremos passo a passo
a construir novos caminhos
rumo às incertezas e fragilidades
mas a certeza, do que queremos
ver, sentir e ser
não falha!
Tenho a certeza
aonde queremos mesmo
ser ou estar e ficar
no sopé sublime da natura, sem palavras
perante ti
oh sublime e poderosa maravilha
Vozes de ondas revoltadas , apenas desmaiam
depois de cansadas , nas mãos da areia quente
Que dizem?
Saberá cada um a sua mensagem...
Os rostos queimados
são pescadores!
Homens da vida dura
que, ainda hoje se fazem ao mar da costa
e que de noite levam redes
horas e horas na espera
e eu na poltrona do meu terraço
pasmo ao luar
mas, eu não sei matar!!
com certeza uma praia
que tem tanto de banal
como de grandioso
os olhos sublimes
sendo
oh praia do norte
menina dos meus olhos
voltarei breve
01-08-11
Emoção
revelam as ondas do mar
o significado exato das emoções
de tão imensas,
extensas e puras,
desmaiam nas areias
do meu coração
como se fosse possível
a exatidão das emoções
pmariabotelho
27/06/2014
Imediato
Revolta-me o imediato
O já esquecido
Nem sempre tão sentido e vivido
Por isso já nem lembrado
Pasmo
E esta mente tão cansada
Silencia e mata
A liberdade
Resto
15.06.2014
pmariabotelho
Sal
Rasas de sal
universos brancos
braços de fogo
mãos abertas
clarifica
o pensamento
cristal
ilusão
cegueira
pmariabotelho
Apetece
apetece-me um campo
seja ele de qualquer cor
verde,amarelo, castanho
terra!!
um trago de de vento
e um tiro no escuro
um abraço de lua
nua ou vestida
pintada ou apenas branca
apetece-me ser vadia
vaguear sem compromissos
não pensar
ser idiota ou estúpida
apetece-me dar as mãos
esticar os braços e rodar rodar rodar
apetece-me um cigarro
o absurdo e o maldito
um trago de absinto
um grito desgraçado
uma rodela de limão
amarga
apetece-me
acordar de novo
e pensar que tudo isto
é um engano
a minha vida foi sempre um engano
uma desculpa
uma incerteza
um amontoado de vidas
que mataram a minha
apetece-me
uma emoção desvairada
perder a razão
e enlouquecer
31.08.2014
pmariabotelho
escura
Em que parte do mundo
Perdemos o limite do som
Em que parte da vida
Excedemos todos limites
E por quê?
Amparamos em braços
a noite
Quase sempre escura
pmariabotelho
28/06/2014Parte de mim
Revelo na incerteza das palavras
as emoções
e de todo serei sempre o mesmo coração derretido
que todos conhecem
e nas mãos
nas minhas mãos
os frutos serão sempre frescos e silvestres
as eternas paixões
revelo no todo
o equilíbrio e a justiça
a conjugação de elementos aleatórios
pela busca da razão
e o absurdo da não perfeição
sou
MãeGenérico
almas de poetas
banais e de resto nada
expressões corporais
cheias de frutos
tenros e derretidos
que inquietos
e infelizes
corações intemporais
pmariabotelho
24/05/2014
Deixa-me
Deixa-me
Ser a tua beleza
Deusa
E deixa-me
Sorrir, sorrir
Até ao fim
Amor
Dancemos, dancemos,…
Deixa-me
Saborear o teu beijo
és meu desejo
Pmariabotelho
27/09/2014
Sem reflexão
Porque tu não vês
com esses olhos amêndoa
Porque a denuncia da morte
não te povoa
Porque tudo é belo
mesmo nos escombros
nas bocas impuras
Tu não vês
Tu não queres ver
melhor assim
alma gentil
de sorriso terra
e lágrima de mar
melhor assim
não saber nada
fechar a porta ao sofrimento
e ficar assim
neste decorrer de dias
sem alma
sem sabedoria
apenas
Porque tu não queres ver!
pmariabotelho
24/06/2014
Bem e mal
Um dia
De surpresa abrirei a tua porta
e a dialética deixará de ser luta
Um dia
O bem e o mal
irão marcar passo
e o tango
será por todos os séculos
luz ao invés de trevas
pmariabotelho
inacabado
oh pedaço de mim inacabado
sedento de lágrimas de chuva
ou de sal
oh pedaço de mim feito e desfeito
como as ondas
de um mar cinzento
sem revelares o segredo
das emoções ancoradas
oh pedaço de mim inagualável
aquele infímo naco
que ninguem
alcança ou desvenda
aquele que nem nós próprioscompreendemos
sentimos pela pulsação das palavras
imaginárias aquando olhamos o abstrato
e ou o concreto
fica tanto por descrever
deste pedaço de mim inacabado
sedento de loucura
e pura imaginação
assim
as gotas da chuva doce
a folha caída
no chão
e o pulsar da àgua
assim
surge a poesia
a alma de um poeta
que em tudo
feito pedaço
será sempre um pedaço de si
inacabado
pmariabotelho
15.10.2014
Quero uma estrela no meu caminho
Quero uma estrela no meu caminho
uma estrela brilhante e de braços longos
raios de luz cintilantes brilho no corpo
que de cansaço e dureza a vida reza
Quero uma estrela no meu caminho
senhora dos seus ais
uma estrela
pmariabotelho
03/04/2015
Breve
Breve serei
nada do que já fui ou serei
morrerá
em absoluto
riscos no céu
lua pálida
e um coração aflito
deixarei
todos os dias
em que a ausência
seja certa
Pmariabotelho
27/09/2014
detesto a vaidade e o exagero
detesto a vaidade e o exagero
as palavras desajeitadas e pintadas no teu rosto
e detesto a exatidão da poesia
a rima e as estrofes
gosto do desajeitado
de um dia de vento um dia de chuva
o sol pela manha
e a peça de roupa com mais de 10 anos
mas sempre linda , claro em mim
detesto a vaidade e o exagero das cores
apenas na natura tudo entendo e gosto
nos grafites e nas telas
o exagero comove-me
mas nos corpos
nos rostos
dos que passam
o exagero deste século é um Não
ai que saudades do meu saco de plástico
da pasta da escola sempre igual
da roupa pela Páscoa
e do presente de Natal
ai que saudades dos colegas
das gargalhadas e das brincadeiras de rua
da liberdade e da alegria
pois minhas senhoras e meus senhores
já doutorados e uns tantos mal formados
tenho a dizer de bom grado
que odeio os vossos pontos
os vossos tenho disto
o posto isto
o sendo assim
o ou seja
enfim
Pmariabotelho
18/10/2014
Por cada palavra
Por cada palavra
Certo será sempre o meu gesto
Desde a palavra amor
À palavra Mãe
pmariabotelho
07.07.2015
impulso contido
prisioneira deste tempo
revoltada com o sol
que importa
serei breve
edificarei umaestátua
se for o caso
a praça é publica
para que possam saudaraquando
o impensável suceder à razão
serei louca
serei vento
serei um tempo de trevas sem trevas
serei trepadeira agarrada às tuas entranhas
para que erguidos sejamos
um impulso descontido
subiremos
subiremos
ou à muralha da China
ou Machu Picchu
Everest
que seja
será o que quisermos
meu amor
porque depois deste tempo
o pensamento
será livre
e
serei breve
20/10/2014
pmariabotelho
dança
subscrevo o brilho
dos teus olhos
numa noite quente ao luar
e a doce carícia
desse amanhacer
sedento
de tanta liberdade
já
não dançam
e as flores
as flores
que colocavas
no meu cabelo
já não agrestes
florescem
pmariabotelho
https://www.youtube.com/watch?v=qEwXcgwzIYE
é um quase
é um quase de coragem
num dia claro
uma simples manifestação inquieta de alma
é um quase de cansaço e desgasto emocional
um impulso desvairado
que a alma tece
é um quase de raiva e nojo
um vómito de mentira
e um ardor angustiante
é um quase prematuro de grito
um desafio constante
e uma selva
que a vida tece
é um quase
porque não é ainda o tudo o todo
o absoluto
é um quase meio termo
a caminho da certeza
de que a vida é quase
esta apenas e só
presente
quase e apenas ausente
Pmariabotelho
18/10/2014
ainda
ainda resta a duvida
na certeza
ainda incerta
da ideologia
apenas poetica
fala incessante
ai emoção
desvairada
jogada aos braços da tempestuosa
vida efémera é certo dize-lo
sabe-lo
ainda resta a inteligencia
madura
imatura
insegura
um ser humano
quase um mix de loucura
quase
mas sempre tão perto do fim
vives em mim
emoção
flor
Quero plantar flores no teu jardim
lavanda e jasmim
içar uma bandeira na praça
e cantar um hino de alegria
chega de dias cinzentos
nem sempre o rio leva água turva
e nos pântanos
já sabemos
existe vida
Quero crescer!
saborear a definição
exata do meu ser
num êxtase revigorado
de calor e amor
quero permanecer
ser mulher
neste tempo de pausa e mudança
deixa-me ser a tua flor
a terra negra
um canteiro
com raízes de loucura
que seja
pouco importa
flores
sorrisos e liberdade!
pmaria
19NOV016
O amor
Oh minha vida
Oh minha alma
que de tão calma
alento alegria
porque muitos dizem
que o amor é dor
mas eu sinto
o amor como
um riacho de água corrente
contornando obstaculos
talhando caminhos
o amor não é dor
é felicidade
recheio de mel e nozes
sossego
o rosto cansou da futilidade
de ter amado a dor por amor
espelho
e eu
via-te
sonhava te
em todos os rios
em todos os campos verdes
pintava-te à minha maneira
nas ondas do mar
procurei te
nos meus sonhos
em tantos poemas
em tantas melodias
meu amor
mas a procura
era em vão
porque o amor
não se procura
o amor respiras se
sente-se
porque se constrói
não se projecta
e hoje
porque
moras em mim
do acordar ao adormecer
dou pela minha alma
sossegada e feliz
ausência
partiram
tantos foram aqueles
que amamos
mas
nunca anunciamos
partiram
todos aqueles
que
partilharam
um baralho
de sorrisos
de choro
de letras
de cantigas
e guitarradas
a ausência
e o silêncio
a desculpa e o obrigado
falhou
e o abraço se calhar, tambem
partiram
desta fisica toda ela racional
explicada e intrepretáda
devorada a preceito pelos média
eu não sei
para onde não sei, mesmo
não me perguntes
nem o porque
das essências
porque dessas eu só respiro e sinto
e delicio
rasgo as páginas dos jornais
e as noticias masi que fantásticas
que importa
renego a regeração da vaidade e damentira
fico fora abstraída a propósito
e em cada onda branca
que desmaia na areia
com força ou sem força
desvanece
fica o nada
o sal a vapor
e voa
cheiro a algas
cheiro a mar
03/11/2014
pmariabotelho
depois
Depois de quebrar o copo
depois de rasgar momentos
depois de jogar no lixo pedaços e cacos
depois de abrir a porta
depois de abrir a janela
lá estava
mesmo depois de mim
o
eu
ali de pé
como um todo
a fazer-me frente!
toda eu
som e poesia
carente de abraços e beijos
mas,
sei
que falhou...
uma parte de mim
falhou
mas
que parte de nós não falha?!
pmaria
23.10.016
breve
mais breve que a onda
será a vida
mais breve que o voo brusco de uma ave
será a presença
breves serão também todas as minhasPrimaveras
e todos os meus Invernos rigorosos
porque de Outono vivo e de Agosto pasmo
e de nada adiantará
a angustia e a dor
seja qual for a emoção ou sentimento
de nada adiantará
no limite da loucura
no limite da normalidade
no limite da raiva
no limite do sofrimento
no limite da sanidade
no limite
do excesso da bondade
do excesso do cuidado
do excesso da ignorância
do excesso da responsabilidade
do excesso do sonho
mais breve que a onda
será a vida
mais breve que o voo brusco de uma ave
será a presente
perdidos no deserto
perdidos no deserto
sem chão terra
sem mar àgua
apenas o encontro
absoluto
do amor
do céu e do vento
assim
ficámos
imóveis e unidos
morrendo em cada
naco de sol e sede
unídos
de lábios colados
e mãos entrelaçadas
perdidos no deserto
sem chão terra
....
pmariabotelho
29.10.2014
A minha menina
Tu és assim,... A minha menina
Vinte anos, como é difícil acatar
tantas emoções estranhas
que uma mãe sente
de vermos os filhos crescer
queremos agarra los e queremos solta-los
queremos sufoca los de beijos, mas contemos-nos, para não excedermos
pensamos em dar o exemplo da contenção como em tudo na vida,
pois é, o exemplo,...
Um manual de exemplos sem edição alguma,...
Não sou muito de abraços e beijos
de dizer amo-te minha filha a qualquer momento.
detesto a banalidade de sentimentos profundos
Mas tu sabes minha Sofia
sou e estou,
serei e estarei
sempre presente na tua vida,
porque tu és parte da minha essência
Mas hoje será o dia de todos os excessos,
porque tu mereces ,todo o excesso sem medida alguma
de carinho e de amor
de aventura e de alegria
de energia e de dança
de cantigas e sorrisos
de beijinhos e abraços
porque tu és,tudo isto e muito, muito mais
Parabéns!
Amo-te minha filha!
30/12/2015
pmariabotelho
equilibrio
no limite
a personalidade
o equilibrio emocional
sem tropeços
vertiginosamente amante
do desafio
pmariabotelho
21/1/2014
noite
noite
ausência de palavras
som de teclas
mãos e dedos
piano arrepio e frio
noite
sossegada do desassossego
copo de branco ou de tinto
feitos e desfeitos
projectos e sonhos
noite
de lavas que lava a doçura
da ausência
das palavras
piano
e apenas noite
pmariabotelho
22.11.2014
Deixei-me chorar porra!
Deixei-me chorar porra!
Deixei-me desmaiar ondas nas faces
e colhê-las com as mãos!
Que venham os cinco oceanos
tragam ondas e vendavais
pois sempre que
a saudade
suster a minha respiração
eu irei chorar porra!
pmariabotelho
13-02-018Seria
Seria a coragem do vossos mares bravio
Seria a chuva quando fura mesmo pedra
Seria o vento que quebra árvores
Seria a areia movediça dos vossostormentos
Seria a claridade e a vossa cegueira
Seria a cor mais intensa dos vossosaflitos
Seria o odor de todos os odores
as energias de todas as energias
Seria
Mas, eu não SOU!
pmariabotelho
a noção exata da perda
Quando bate na minha varanda
a noção exata da perda
olho em redor
e tenho a certeza
da não presença física
quando a emoção de uma lágrima é profunda
e é verdadeiramente contida num soluço
em um trago de saliva
engolido rapidamente
de golada como um shote sem sabor
com ardor
fico meio desamparada e atordoada
sinto-me tão pequenina
tão emocionalmente entregue
que apenas
me assemelho ao nada
um nada que é tudo
e assim
de alegria e tristeza
vive a minha alma
acabo de estender a roupa
e entro em casa desfeita em lágrimas
a saudade mata silenciosamente
e transforma uma mulher
emocionalmente entregue
à noção exata da perda
tão particularmente sentida
e única em cada um de nós
018/06/08
pmariabotelho
mente
mente alucinada
mente perdida
e achada
mente
que
mente
e desmente a verdade
certa
mente maldita
que acredita
na liberdade bem dita
outubro
Outubro é o meu mês, porque nele nasci
Quando as folhas caíram, eu nasciQuando as primeiras chuvas deram de si e o céu ficou cinza, eu nasciQuando o cheiro da terra molhada se sente no ar que respiras, eu nasciQuando o poente virou rubi, eu nasciQuando os livros fizeram desfolhadas e os poemas foram uvas colhidas, eu nasciNasci
No mês em que algo morre e hiberna
tanto mais que nasce, renasce, cai do céu,
corre nos rios, vive no ar
adormece
emerge no brilho do meu olhar
Assim é outubro e algo maisPmariabotelho0181016Esta casa
Esta casa tem paredes brancas
que encerram em si
tanto de vazio como de silêncio
25/12/2015
pmariabotelho
Não é mais um tempo divino
Não é mais um tempo divino
Partilho um tempo dividido entre a consciência o sonho e a realidade
Partilho um tempo dividido entre a juventude e a maturidade.
Partilho um tempo absorvido mas limitado.
È finita esta maresia
e de todo não sei qual foi o ventre que a fecundou
tragos de saliva sucessivos
Não é mais um tempo divino
um tempo de magia e de verdade
não é mais
Partilho a única verdade do finito ser
muito para lá de um mar revoltado
que chama por todos nós
Avisam-se e vivem-se tempos de guerra
Avisam-se e vivem-se tempos de solidão
Mas o tempo é de todos o único não reciclável
o presente não existe tudo é passado,
como podemos construir um passado em desassossego
O individualismo /o consumismo
A falta de respeito/ a incompreensão
A solidão/ a doença/ a fome
A guerra/ a destruição da natura mãe
Mas o pensamento(...)
somos o que pensamos
e eu saberei amar
pmariabotelho
08/12/2015
18JAN017
Mostra-me o outro lado da noite
dividida entre o branco e o negro
candeeiros de luz amarela
numa ruela qualquer da cidade
mostra-me o lado errado da noite
e o álcool dos becos solitários
e depois diz-me
porque deve ser desta maneira
que se perde tempo
que se perde até por vezes
identidadeEstio
E agora
Que a tarde arrefece
A doçura e a calma
Regressam à minha casa
Despertar
Nesta tarde
O amor mais que perfeito
Lacrimejar como quem perdeu
Sem estar absolutamente
Nada perdido
É um silêncio delicioso
É um cigarro fumado
A meu jeito
por vezes a pausa
por vezes a pausa
o silêncio
o espaço
completam a emoção
e somos felizes
assim
num pedaço de nós
intangível
pmariabotelho
16.02.2015
que dizer
Que dizer
Quando nada acontece
Quando tudo acontece num só dia
ou em dias consecutivos
quando já nada nos surpreende
quando o silêncio arrasa
e o soco na almofada abafa
quando a juventude atropela as emoções
e a razão da nossa existência
é de imediato posta em causa
logo eu
que dizer
quando amanhecemos estremunhados
quando não temos mais sorrisos
quando o pé tremulo teme pisar a terra
a terra
quando as mãos não reagem aos abraços
e as bocas cerradas não dão beijos
quando os pensamentos são atropelados
e quando tudo aquilo que desejamos e queremos
não temos e não podemos
tudo aquilo em que acreditamos
já duvidamos
tudo aquilo que alcançamos
perdemos
quando desistimos
desistimos
até já deixamos de ser ou estar revoltados
nada cresce que parece
nada acontece que merece
é o desespero
do tudo ou nada
de um só dia
ou em dias consecutivos
...................................
que dizer
pmariabotelho
26SET016
Para Bernardo Sassetti - Chegada a minha letra
Renasces tão forte
todo tu água e sal
branco cinza
e vens e vais
e insistes nesse bailado
de notas soltas de piano triste
mas insistes
remexes a loucura da doçura
a raiva e o medo
o pé no pé
dedo a dedo
e profundo
bem lá no fundo
o intimo
desabrochas
espuma e meiguice
chegas e partes
partes e chegas
assim como
renasces
morres
mas
nunca partes de verdade
incerta
15.11.2014
pmariaboelho
Assim
Assim
como se fosses
asa
e língua
água
e verdade
voltaria de breve
que fosse
para poder ver-te
presente
pmariabotelho
22.04.2016
Céu cinza
Céu cinza
Humidade
Recolhidos no sopé da natura
Todos os verdes
Tão frescos e sadios
Inalam odores de terra molhada
E as flores
Ainda em sirecolhidas
Navegam em águas
de chuva lagrimada
todavia não salgada
choro doce
Pmariabotelho
01.03.2015
Convido-te ao encontro
Convido-te ao encontro
Porque só tenho uma palavra a dizer-te
Mas,
Não me apetece escreve-la
E por ti
Convido todos os pássaros
Convido todas as flores
Convido todos os rios
Convido todas as montanhas
Ao encontro
Dessa tua fragilidade
Essa linha demasiadamente ténue
Que nos divide da realidade e da loucura
Sempre tão injusta para aqueles que amam
Doeu, como doeu!
Quando o silêncio matou todas as tuas questões
E a quando a solidão atormentou todos teus dias
E foram com certeza tantos os teus porquês
Razões que não rezaram alegrias
sucessivos pensamentos inseguros e desamparados
questiono-me
Mas, quem poderá assegurar o nosso equilíbrio
Homenagem a quem ama
Porque só quem ama
Sabe do que falo
E repudio e tenho asco das desventuras imerecidas
Convido-te ao encontro
pmariabotelho
13.12.2015
o mar não mora aqui
gostaria
que o mar morasse aqui
mesmo aqui
frente com frente
bem pertinho e que a rebentação das ondas
fossem completamente arrebatadoras
e que o meu pasmo e silêncio
fosse quebrado
sentissem
as ínfimas partículas da água salgada
e este rosto posto em sossego perante si
estaria sempre exposto
na espera de mais ondas
mas, o mar não mora aqui
01.07.2015
pmariabotelhoQuase, três dias sem mudança…
Quase, três dias sem mudança…
Quase, três dias sem mudança… A lucidez de uma manha fresca e doentia com tantos pensamentos intactos e com alucinações reais, como se isso fosse mesmo impossível, de alucinarmos com verdadeiras e estranhas manias de pesar gestos ou atitudes,… tanto tempo em silêncio, matando em cada fração de segundos a genuína malvadez que nos confere a diferença. Porquê?! Tantos silêncios e vazios? Saberei um dia justifica-los?Saberei algum dia saber dos seus porquês? Esvaziar a mente, soltar na folha embranco o que nos vai na alma, sem nenhuma barreira, porque aqui neste pedaço depapel, nesta página em branco os anjos podem não ter asas e o céu pode ser umfio de cabelo. Nada detém o pensamento e as mãos que transformam as ideias empalavras e os olhos que procuram as letras para definir ilusões em reaisemoções, aqui sim os milagres existem mesmo… A água que bebo seja pedra e oualga, verde ou cinza, será aquilo que eu quiser, daí a liberdade total deexpressão que transforma um escritor num sonâmbulo arquiteto de teorias.
Cada dia que passa corre nasveias o pulsar de um coração ameno. A revolta não vive porque as pausas são emdemasia e acarretam em si a calma estonteante de um corpo cansado. Procura masnão encontra o compasso, quiçá a sinfonia da sua vida seja tão abstrata, quedificilmente encontra o fio da sua meada. Um rebanho de ideias povoam e já nadarecorda e já nada lhe é difícil. Mas o que custa muito é a demora da pausa obatimento cardíaco sentido a rigor. Todos precisamos de refrescar a gargantaquando temos sede, mas a alma, teme de loucura quando abundamos na secura, porisso não sejamos loucos em matar à sede ambos. Palavras nada mais que palavras.
Ela acordou e foi ao café, que fica no caminho do seutrabalho, tomar o pequeno-almoço. Nada de especial, ninguém para conversar, senão fossem aqueles bons dias dados por educação, não se passava nada. De caminhoparou o carro, no cimo da rua para fumar um cigarro, quando o dia aindaacordava e a cidade toda ela estava mergulhada numa manhã estremunhada e fria.Sentia-se muito bem lá em cima daquela colina,… Pensava mais um dia que começa,…Não rezou o Pai-nosso como era de costume e de pedir ajuda ao seu São Bentinhoum novo dia de alegria, para que tudo corresse bem,…não o fez, deixou de ofazer algum tempo atrás, sabe-se lá o porquê? De regresso ao posto de trabalhocompletou mais uma manha de cálculos e gestão, fez alguns contatos, estabeleceualgumas regras e orientou algum serviço. Meticulosamente arquivou todos osdocumentos e anotou tudo, como sempre o fez e aprendeu a deixar tudo no seulugar de modo a que se no dia seguinte morresse outro alguém saberia exatamenteo que fazer… Chegada a hora do almoço, a correria das compras, para que nãofalhasse nada.
pmariabotelho
23.06,2015
Cá dentro
Pintamos os rostos de vermelho
furamos a parede com um prego
e colocamos o relógio na parede
onde paira , meu amor ...
o azul cá em casa
o espelho do mar e um céu aberto
pintamos as palmas das mãos
e colamos na parede do nosso quarto
as palmas das nossas mãos
coloridas de verde e lilás
como crianças
que bom
procuramos cá dentro
o que não vivemos
lá fora
e somos
felizes
pmariabotelho
25MAR017
Nem só de mar
Nem só de mar
vive minha alma
de verde respira
a calma
jazz
pmariabotelho
21.05.2015
Eis que chega o dia
Eis que chega o dia e que o espelho não reflete o sorriso de uma criança feliz. Eis que chega o dia em que os dias se formam em sucessivas notas de piano perpetuando um dia a dia sem diferença. Eis que chega o dia em que resumes o teu dia numa linha de paragrafo e ponto final. Eis que chega o dia que afinal tanto esperavas para pensar e refletir. Eis que chega o dia em que o passado e o presente se encontram no aconchego de uma palavra, amor. Sim sempre fui, sou e serei amor. Um amor que sinceramente não sei de que parte de mim nasce e vive. Não sei se do coração, das mãos, dos pés, dos braços, de todo o meu ser, não sei, …
Em tempos e dias de desventura e de mal dizer desta vida, acho que destes desamores momentâneos já todos tivemos ou vamos tendo, em dias vulgares, sim, os dias em que nos esquecemos de nós próprios e atiramos a culpa de tudo o que a vida amarra, disparando para todos os lados como se estivéssemos num oásis construído de amargura dura e pesada loucura. Eis o dia em que perguntamos de quem será a culpa e se existirá alguma culpa e de que culpa falo eu?
pmariabotelho
0181117
Viverei eterna
Viverei eterna
e na plenitude
das tuas asas
serei suave e terna
ave de rapina
sempre que
o teu bico
rasgue de mim
sorrisos
viverei eterna
luz
candeia
vela
sereia e areia
quando o teu beijo
preencher de breve
que seja
a fome
da nossa liberdade
meu amor,
06/04/2016
pmariabotelho
Um rio de liberdade
Conjugar verbos
na segunda pessoa
seria fácil
mas
não o faço
Qualificar e adjetivar
seria fácil
mas
não o faço
estamos em época Natalícia
milhares de pessoas
doces e orações
prendas e lembranças
bilhetes e surpresas
férias e alegrias
mas a mim nada me apetece
que me importa se chove
que me importa se faz frio
que me importa se o vento é forte
se é sexta-feira ou sábado
porque hoje nada mesmo apetece
que respeites o momento
do castanho ou do vermelho
do branco ou do pasmo
sim já importa
dizem que quem escreve é triste
que me importa
que o digam
tem tanto de absolutamente errado
como de absolutamente certo
escrevo e sou feliz
com certeza que nem sempre
e a minha essência
nem sempre é movida pela tristeza
antes do sonho
ou da longa estrada
já morei aqui
e no teu pensamento
ninguém ordena
ninguém controla
é certo que mora apenas e tão só
dentro de mim ou de ti
um rio de liberdade!
Quanta vaidade!
Irei desaguar em águas límpidas e serenas
porque minha alma sedenta dessa vaidade
incorpora em si a transparência e a verdade!
19/12/2015
pmariabotelhoSempre igual
Cresce!
Porque a revolta dos teus dias
sempre iguais
serão sempre a tua
e eterna
luta desigual!
pmariabotelho
29.08.2015
Sábado
É sábado à noite
e a noite prolonga-se
a estrada
mãos dadas
criança e adulto...
choram a ausência
a noite não é longa
é imediata a vida que nela habita
e de resto já o sabemos
paredes caiadas de branco
e o célebre cortejo de flores
É sábado à noite
e a noite brota a alegria
e sorrisos adolescentes
devera mente tão crentes
que felicidade
ser dotado de juventude
pmariabotelho
25MAR017
Estado de alma
Definir um estado de alma é muitas das vezes tentar definir o indefinido.
Definir o tempo real é um exercício, que já quase não apetece fazer.
Tempo de distâncias, de quebras e definições.
Quase um estado depressivo sem estar em depressão.
Ter consciência da realidade, mas não querer aceitar essa mesma realidade.
Nada de estranho.
Nada que a gente já não saiba!
Apenas doí a definição exacta e a noção certa.
Mas, porque doí?
Porque magoa a liberdade!
Porque magoa a ausência!
Tudo certo num tempo agora incerto.
De uma certeza reza minha alma
as definições exactas ditam a racionalidade
porque de alma
nada sabe.
pariabotelho
NOV016Quando cai a noite
Quando cai a noiteFecha o dia,Em criança, as noites de setembro fechavam dias de alegria e brincadeira.A mãe fazia chã de cidreira, ou leite com bolachas, para fechar o dia e dar graças à noite que seria brindada de episódios diários dos seus filhos, ... As histórias das namoradas, que os meus irmãos contavam, davam origem a gargalhadas (...)
Uma vez por mês, a vizinha entregava lá em casa, a sagrada família e então rezávamos todos juntos...
Nunca percebi muito bem, naquela altura, porque o faziam de casa em casa, mas o certo é que havia muito respeito pela imagem da sagrada família e nós rezávamos...
Pmariabotelho018.09.07A espera
Não só a vida, também o tempo.
A questão da vida e do tempo não interessa absolutamente nada.
Dizemos frequentemente esta frase no dia-a-dia, para atenuar a circunstância do momento ou o tema da conversa.
Em verdade, resume-se à longa espera do tempo novo.
Mas a espera ou as esperas que fazemos ao longo da vida, concluo que é um grande erro.
A espera é um engano e são imensas as desculpas que damos a nós próprios, quando não temos a coragem para virar a página ou quebrar um hábito, …
Aqui não só a vida, mas essencialmente o tempo é mestre nos argumentos da preguiça e do medo.
Esperar por um tempo novo é um erro.
pmariabotelho
20210306
Por hoje
Nas tuas mãos
Ficaram
Passeios cruzados
Os dedos
E longas conversas
Ditados, sumários e cópias
Das tuas mãos
Obras
Edifícios tão altos
Que poucos podem alcançar
Das tuas mãos
Flores e frutos
Tiveram vida
E fizeram alguém feliz
Caminho
Caminho com a sonoridade
Dos teus ensinamentos
E em cada dificuldade
Pergunto-te
E tu, meu querido pai
Que farias, que me aconselharias?
Assim, como uma voz off, um som acústico, uma nota de piano solta, livre…
Quantas vezes penso e sonho-te do meu lado
Sinto a tua presença em luz e alegria
Foi na terra que mexeste e remexes-te, que plantei, também o teu cato no meu jardim.
Não existem mais palavras
Não tenho mais palavras
Por hoje
Apenas deixo nestas páginas
A felicidade de lembrar-te
Por bem imensa a saudade…
Pmariabotelho
02.10.018
Viragem
Já agarrei a vida toda em um só dia.Deitei fora todo o lixo tóxico que me alucinava. Já agarrei a vida pelos cornos e fui em frente sem medo já acordei para caminhar muito antes de acordar de corpo embalado pelo vento caminhei e acordei durante a mesma.Não sou escrava do não, não posso, não apetece, não sou capaz, não tenho tempo.Não serei nem sou o lado amargo da vida o lado errado o lado pena ou sina.
Não direi nunca que passei ao lado de uma grande carreira vida é esta aqui e agora o passado já está morto e enterrado, quem viveu quem falou, o que dás hoje à tua boca, aos teus ouvidos, aos teus olhos, a todos os teus sentidos vivem em harmonia ou engano desamparo ignorância vaidade o tempo urge e a garra é sempre a mesma esta que me remexe as entranhas e vai em frente consciente e madura deixei de dar para muitos peditórios haja a coragem do não da verdade deixai-vos de fogueiras de vaidade saber esperar é um dom passei anos de espera. Lufadas de ar fresco e de sal não existindo prefiro a morte que má sorte uma praça vazia à azia. Não quero fazer parte da procissão dos renegados erguer uma bandeira de paz quando a luta contínua. Serei raiva crescendo nos dentes se tiver que ser morderei. Serei sempre uma manhã de abril em cada etapa da vida. Flores e riso Espelho e abraço. Esta é de sempre a minha mais pura ambição. Um dia rebelde cheiro a terra, pés e areia molhada. Papel lápis aguarela e trapézio vertigem.
pmariabotelho
21/9/2021Outono
Quando o Outono chega
Precede de grande beleza todas as cores
A prece dos aflitos
as folhas que jazem na terra e que tu teimas em calcar
natureza inerte
tudo tem o seu equilibrio, é certo
Em verdade já não existem estações do ano assinaladas no calendário
existe a simbiose dos elementos na natureza que freneticamente persistem em marcar dias de chegada.
Choramos porque o choro faz parte da vida e por vezes o choro funciona como uma onda de coragem.
Senta-te encosta a cabeça e acaricia os pés com as tuas mãos... Os nossos pés são muito corajosos.
Ainda é cedo e o outono
provoca em todos uma espécie de silenciosa alma abandonada
O Outono é esse misto de amor
dor
sorriso e choro
pmariabotelho
27.09.2021temposilêncio12 De Julho de 2018 In folhasembranco
12 De Julho de 2018 In folhasembranco de pmariabotelho
Desequilíbrios.
Porque é que a vida dói? Dói! Mas, porque dói?
Porque fazemos e dizemos o que não merecemos? E porque o fazemos e porque o dizemos, se não o queremos?
O que nos move dia após dia e faz de nós seres alegres e tristes?
Completos e incompletos.
Desejados e detestados.
Amados e sofridos.
Felizes! Tristes.
A vida, parece-me um jogo de bolas lançadas ao ar aleatoriamente.
Por vezes elas voam tão alto, tornando-se inalcançáveis. Outras vezes ficam á deriva e umas outras estáticas e em silêncio, suspensas no ar, na espera de um milagre ou de um resgate.·
Fechamos todos os sentidos entre paredes não caiadas. Ver/ ouvir /falar.
Porque dói a vida?
Porque é sentida!
Sentida...
Rios
Existem rios que correm e que não conheço
desconheço as suas águas, e os seus leitos
Sabemos das suas águas , pelas imagens que correm
Uma verdadeira doçura translúcida
Mas a verdadeira essência dessas águas
eu não canto
eu não sinto
apenas sonho
Quem sabe um dia
apenas exista as estrelas
e a água
e eu
pmariabotelho
018100830 de Novembro de 2020 In folhasembranco de pmariabotelho
Somos seres estranhos e por vezes mudamos o rumo das nossas vidas em uma fracção de segundos. Muitas das vezes destruímos num ápice de vaidade e raiva, tudo aquilo que levamos uma vida inteira a construir. Somos seres estranhos e muitos de nós não sabemos analisar o que reflecte o espelho. O lado errado.
Tempos estranhos e seres estranhos estes de agora.
Mais um dia
Vem de longe o som do batuque e da alegria.
Quiçá bebida e dança, não sei.
Tem gente que se diverte e deixa que a fogueira queime as mágoas desta passagem.
Tão sentida para uns e tão ignorada por outros
O silêncio é absoluto na partida daqueles que nos fazem tanta falta
Por estes dias, absorta na inércia
Apoquentava-me a falta de coragem para seguir em frente
Mas até o mais ignóbil ignorante e ser não pensante
Dizia e reforçava a ideia de que seguir em frente
Seria a solução ideal para superar emoções tristes
Por ventura não será errado.
Contudo, revejo-me não no som do batuque e da alegria estonteante.
Mas no encontro da minha pessoa
Quieta e sossegada, tranquila e segura.
Hoje mais um dia vivido no presságio da boa nova!
Liberdade e faculdade lúcida
Do que sou e do que pretendo.
Assim os dias se completam.
E os filhos esses deixaram a casa vazia.
E a vida vai prosseguindo no seu percurso normal.
Do que foi e já não é mais.
pmariabotelho
07.10.2112 De Dezembro 2018 In folhasembranco de pmariabotelho
Para aqueles que dizem, que a vida tem de continuar e seguir em frente! Sim, é certo.
Eu acrescento, tem de continuar, mesmo não sendo nunca mais a mesma vida até ali. A perda de alguém que faz parte da nossa vida no seu todo é como uma ferida incurável. É uma ferida crónica, que ora cura ora infecta e dói as entranhas, ora aquece e adormece, ora fica curada e até sorri, sei lá eu,.. Mas, todos sabem que só existe vida, porque existe morte e uma não fica distante da outra, caminham lado a lado, passo a passo.
Não existem palavras na medida certa para escrever emoções, sobre a dor da perda.
Cada um saberá da sua dor, costumo dizer eu, …
Efemêro
Na minha vida
Entra e sai
Quem eu deixo
Na minha vida
Não existe o eterno
O imutável
A vida morre e nasce todos os dias
pmariabotelho
Inpensamentosdia1És tu que preenches a nossa alma de paz.
Tu preenches a nossa alma de paz.
O nosso olhar ganha visão periférica
Tu és poderoso e nós pequenos
Mar e grãos de areia.
Revivemos quase sempre o verão.
Os mergulhos pelo fim da tarde
Quando todos recolhiam a toalha da praia, nós chegávamos.
Mergulhávamos sem medo nas tuas águas frias
Em cada onda o corpo trespassava o teu por inteiro
Sensação de liberdade
Depois, ficávamos ali na areia fina da praia para ver o sol cair no mar
As gaivotas rodopiavam por cima das nossas cabeças
um frenesim faminto de peixe agora migalhas de pão
Não existe alma viva que não te admire e te tema
Que te respeite e admire
Caminhadas e longas conversas sobre a essência das coisas,
E a essência sempre esteve lá
pmariabotelho
04032023 temponovo
A ideia
Não seremos o tempo que procuras, muito menos a estrada que te segura. Apesar dos instantes quebrados no nosso sossego, surgiremos mais fortes no amanhecer...
Nem sempre lembradas as palavras corretas e de memória o mecanismo já vai falhando, pois são muitas as dores interiores e as dores maiores de parte incerta.
Saberemos ser o tempo de cada tempo, não precisamos de ti nesse percurso do fim. Haveremos de ser fortes sem armas ou bandeiras hasteadas em glória.
Sem bolsos para aquecer os sonhos, de tudo um pouco há de faltar, tenho a certeza.
Porém, haveremos de construir um tempo louco, sim um tempo doido! Só para nós!
Pois que seja, apenas a ideia e para o bem de todos, apenas uma
feliz ideia
pmariabotelho
05042023
Também quero
Também quero
Também quero
Independência e calma
Ser autónomo e responsável
Sorridente e livre
Também quero
Incluir a minha vida em dois passos de dança
Ser aventura e sucesso
Serão precisos abraços
E mãos na minha mão
Ideias e regressos
Solidariedade e carrinho
Porque eu também quero
O batimento do teu coração
Nesta aventura
Assiste-me no dia-a-dia
Ampara-me quando visto uma camisola
Que seja
Serei sempre aquele desigual igual a outros desiguais
Mas serei sempre mais e melhor
Assiste-nos ao direito de uma vida
Independente
Em família
Sem ti não posso continuar
Serei demasiadamente frágil
Também quero
Também quero
Independência e calma
Ser autónomo e responsável
Sorridente e livre
Também quero
Agora em tuas mãos
Reside a coragem das minhas
E depois serei aquilo que conseguirei
Ser e fazer
Mas de todos os percalços
Sei agora que a tua ajuda
É única.Aceito
Se o vento ajudar
Outono
Será tudo aquilo que não está previsível
É o que tiver de ser
Aceito em gratidão
Vida
pmariabotelhoÁrvores
Do outro lado da rua árvores gigantes preenchem o espaço.
Tão cedo abrem os braços e tranquilamente dispersão o verde fechando em si centenários de ilusões e magia.
Agora sou eu.
As árvores da minha rua estão assim dispostas de forma magnifica e estonteante, elas fazem do meu mundo imaginário um lugar mágico e sossegado onde eu alegremente gosto de morar.
É na cidade que piso calçadas e nas árvores o beijo do céu.
Não existe limite para o sonho.
pmariabotelhoPromete-me
Neste céu onde se extingue a luz Promete-me
Que haverá luz depois de ti
Promete-me
Que os silêncios serão quebrados
Que haverá beleza tamanha sem sofrimento
Crianças chapinhando na água e poetas amantes das madrugadas.
A liberdade abrirá todas as portas em direcção ao mar e o vento deixará de ser engano
Neste céu onde se extingue a luz
Promete-me
Para amanhã
O brilho do teu olhar
pmariabotelhofim de ciclo
O outono e as suas folhas caídas ,
o fim de ciclos
em que o morrer e viver ,
comungam irmandade
vindimas e colheitas, antíteses e epifanias
milagres cósmicos e poentes
que ferem os olhos
eis mil razões para renascer,
contemplação amena
amanhecer e seguir em frente
pmariabotelhoDia mundial da poesia
Não tive tempo
Queria escrever, mas o tempo não me deixou
Hoje venci o tempo e as tempestades
Dei tranquilidade ao corpo e à alma
Procurei na noite abrigo e no teu beijo o aconchego do nosso lar
Tempo estranho tempo maduro
As flores que agora dão fruto no teu quintal
Chamamos de primavera flor
É puro o amor que ambos desfrutamos e merecemos
No dia mundial da poesia
Que pena, não tive tempo
Queria escrever, dizer vos o quanto vos amo, meus rebentos de roseira brava
Mas, o tempo não me deixou,
Que fosse apenas a admiração de todos os vossos espinhos carregados de tanta revolta e raiva
De juventude ou prenuncio de uma velhice sem idade
não foi possível
e então as vossas pétalas, macias e ternas ficaram tristes
Tudo passou e como sabemos tudo passa,
As pedras do teu jardim essas lá estão, ainda
e o roseiral entardeceu na oração de um Deus Maior
a natureza fez-se mulher e a noite chegou assim
sem máscaras
com a nudez perfeita
para o sonho
quiçá ainda infantil
pmariabotelho
tempoprimaveraflorfim de ciclo
O outono e as suas folhas caídas ,
o fim de ciclos
em que o morrer e viver ,
comungam irmandade
vindimas e colheitas, antíteses e epifanias
milagres cósmicos e poentes
que ferem os olhos
eis mil razões para renascer,
contemplação amena
amanhecer e seguir em frente
pmariabotelhoMãe
Somos amor intemporal
Capazes de vencer a razão e a lógica
Pertencemos à energia de todos os tempos
do agora
Iluminadas pela serenidade e aceitação
Vida que demos vida
Amor
pmariabotelho