Sonia M.Gonçalves (Son Dos Poemas)

Sônia MGonçalves


PLACEBO

Percebo...
Aquilo que nos transfigura
Desde o remédio
Que causa e cura
Com fusão dá inspiração
Mais uma pitada de loucura...
Pensar que a cicuta que liquida
Pode ser também a bebida
Que salva a vida e prolonga
Por isso faço de mim doçura
Ávida e sem muitas delongas
Astronauticamente espacial
Psicossomática mente emocional
Me percebo...
Me placebo...
Me bebo...
O elixir dos meus segredos
No paraíso que deambulo
Placebo é toda poesia que engulo
Ao comprimir os
Batendo asas na porta do purgatório

Dor


DOR

Lancinante sente o corpo fustigado
A dor mais cruel por todo lado difusa
Há febre evapora pelo corpo fatigado
E os sentidos numa conversa confusa

Numa reversa intermitente ínfima
Um palavrear entre a dor e o reagir
Um pedido clemente numa audiência íntima
Vai ao limiar do inferno e tenta fugir

Dentro do peito o espírito sofre e queima
A alma fica agitada feita as marés bravias
O corpo absorto reage por pura teima
Há febre avista até lebres e delirantes poesias

Tento alinhar a alma com calma absoluta
Extrair a cicuta que a matéria toda envenena
Pedir desculpas sei, é coisa de etérea resoluta
Em meu suor doce salgado me fazer mais serena

Escrever meu poema no sangue virótico
No pirético dos sentidos vê flambar o organismo
Reverter o problema de esse ser simbiótico
Aprender na prática com o próprio empirismo

Há dores dilacerantes que nos cruza o caminho
Ah!Visão conturbada que me faz tão enferma
Viver igual passarinho recolhida em meu ninho
Ficar acamada e na pele febril transpirar poema.

Son Dos Poemas
100%SMG

Espanto


Espanto

Confuso teu espanto, configurou precisão
Derramou um cântaro d'desejos e fetiches no ar
Beijos na boca e feitiço, por isso a paixão
Fez-me para sempre serena, plena
Poema com raíz em tua boca simbiótica
Nem perto nem longe no meio bucólica
Nem cedo, nem tarde, maiêutica
Interpretadora dos signos que nasce
Entusiástica de himeneu e hermenêutica
Além de qualquer tempo catarse
Amado, ardido, foguista que aquece
No meu ponto de vista honorífico...
Acho que veio com o vento acalmado
Cavalgar meu corpo vívido desalgemado
Inspirar meus versos arrimados
Tomar meu vinho de jabuticaba surreal
Galgar meus pensamentos úmidos em amor
Beijar meu sorriso tímido com gosto de licor
Atravessar o umbral seja lá onde for...
Ao provar meu beijo almado
Agora é p'ra sempre
Amado...

Son Dos Poemas

Amado


Amado
amigo
o segredo
é o amor
em todos os sentido
é sempre ambiguo
enigmático tê-lo comigo.

Um Amor De Fantasia



Um Amor De Fantasia

Já não sei dizer se foi, se é ou será um dia...
Um furacão de paixão feito um café expresso
Mas houve um dia, Amor, sim, eu confesso...
Ouvi a melodia dos cristais do vento
Era uma era dentro dum tempo pródigo
Mas, logo, um Cristo Redentor vem em código
das águas do Rio alumiante se apresenta
Intenta, atenta não eu talvez...
Havia uma chavena branca apenas
Um poeta , quem sabe um poema...
Talvez uma pena...
Marcas de batom
Páscoa, outono, bombom...
Eram tantos bons dias Bons!
Os corações expressavam sempre
O calor do ventre e do Bom Dia ...
Já nem sei mais dizer se era rima ou só fantasia
Uma bruma de utopia real de outono
Numa terça feira cinzenta
Sugere uma conversa interessante e atenta
Sei que AMEI e era bem visível ...
Desenhos de tantos corações aparenta
O som carrega uma presumível percepção...
Ah!...Suspirar é tão bom...

Son Dos Poemas
SôniaMGonÇalves

Eixo x


No eixo X

Naquele ponto distante
No trecho que sempre diz...
É este o ponto de encontro
Na curva que precede o queixo
No tempo que antecede o ser feliz
Na agulha que segura a mola motriz
No tempo, cujo ponteiro faz locomover
A rosa dos ventos enlouquecer
No ar que respira e não se vê...
No edifício que edifica o humano
No invisível eixo dentre
Na Luz ou no feixe sempre
Em qualquer seixo do jardim...
Na temperatura elevada dum beijo...
No obelisco do espírito que solfejo
No cântico dos cânticos de mim
No gestual puro e singular
No hangar que abriga a alma volátil
No lugar que pacifica o coração
No eixo que explica comoção
Na metade do hemisfério
No galpão do pensamento etéreo
Repleto de ilusão e mistério
É lá que costumo te encontrar...

Son Dos Poemas
100%SMG

Eixo x


No eixo X

Naquele ponto distante
No trecho que sempre diz...
É este o ponto de encontro
Na curva que precede o queixo
No tempo que antecede o ser feliz
Na agulha que segura a mola motriz
No tempo, cujo ponteiro faz locomover
A rosa dos ventos enlouquecer
No ar que respira e não se vê...
No edifício que edifica o humano
No invisível eixo dentre
Na Luz ou no feixe sempre
Em qualquer seixo do jardim...
Na temperatura elevada dum beijo...
No obelisco do espírito que solfejo
No cântico dos cânticos de mim
No gestual puro e singular
No hangar que abriga a alma volátil
No lugar que pacifica o coração
No eixo que explica comoção
Na metade do hemisfério
No galpão do pensamento etéreo
Repleto de ilusão e mistério
É lá que costumo te encontrar...

Son Dos Poemas
100%SMG

Nada é igual


E nada será igual ao que foi antes
Sempre uma nova história surge
O tempo é fera afina a garganta e urge
Agiganta os sonhos com não e sim
Escrevendo o momento bom ou ruim
Vai guardando as memórias
Para um novo princípio sem fim...

Son Dos Poemas

Nessa História



Nessa História

Numa fusão do presente florescente
Dentro do invisível agora acontecê
Um encontro marcado de repente
Entre mim, o impossível e você...
Um cavaleiro num lance qualquer
Chegou num veleiro do tempo em transcursão
Chamou-me de amor e de linda mulher
Numa piracema do vento na transição
Trouxe a lua no olhar e um poema na mão
uma insígnia de estrelas no pescoço roliço
Encantecimento e aconchego no beijo, feitiço...
No lilás das borboletas cintilantes de strass
no bolso da jaqueta de couro sintético diamante
uma goma de mascar com gosto poético alucinante
na mordedura da língua ávida e famulenta...
um conto de outono que dá ideia e sustenta
num sobrescrito de sorrisos líquidos derramados
muitos torrões de açúcares derretidos nos lábios...
Pimenta...
Vertidos dos meus devaneios picantes
um tênis branco que achei interessante
sua coleção de sonhos no livro dos segredos
um anel enigmático de aedo no dedo
tocou-me com a lira de vate encantador...
Mostrou-me seu mundo no olhar enlanguescido
Trouxe o céu plúmbeo e o dia incandescido
Passeou comigo feito passarinho ao relento
Foi meu soldadinho de chumbo divertido
Num céu cinzento minha rosa dos ventos
Girou em tântricos sentidos...

Son Dos Poemas

Poeta encantador


poeta encantador...
da voz de mel
seresteiro passarinho
aviador do céu
embaixador de Deus
cantor menestrel...
teu grito chega cá num burburinho
teu canto agracia meu viver
apoesia meu dia e meu ser
arrebata minha atenção teu parolar
no teu bico frecheiro retentor
em teu mais amar cantarolar
o som hospitaleiro é mais amor
eflúvios para a alma decantá
no teu canto enigmático acolá
esqueço os problemas cá
só ouço poemas do teu bico
no explícito assobiar o mais bonito
te explico assim
...Bendito...

Nada é igual


E nada será igual ao que foi antes
Sempre uma nova história surge
O tempo é fera afina a garganta e urge
Agiganta os sonhos com não e sim
Escrevendo o momento bom ou ruim
Vai guardando as memórias
Para um novo princípio sem fim...

Son Dos Poemas

As Fases do Tempo


O tempo é cheio de fases
Em cada fase um sacrifício removido
N'outra fase um sonho edificado
Um risco benefício decidido
E com base nesse exercício se conclua
É um insista todo tempo invista e abrase
Até que a grua te levante e leve à lua
Até que o alicerce esteja pronto e te construa...
Em verdade simplesmente vos depure
Feito prece lhe dê força e lhe estruture
O tempo é inquietante chaveiro
A cada instante inquietude abre
Não tem desculpa, sabe...
A tua conduta é a chave.
Son Dos Poemas
100%SMG

MEL D’CANTARES



MEL D'CANTARES

Tudo isso é presente por causa daquilo...
E tudo o mais no futuro
Por causa disso será aquilo...
Não ouses desafiar o engenhoso tempo
Construindo-te entre muralhas de cimento...
Tens por dentro um sentimento amoroso?
Não vê que amor é mais valioso q'ouro?
Vê..., quando verdadeira a gema adura
O tempo não faz a tritura
É poema que não profana quem ama
Nenhum moinho de vento do além
Ainda que não descubra o segredo é mistura
Que abrange em magia d'ouro aquém...
Conhece os áditos do mistério dos arcanos
Os amores adictos alquimistas vesuvianos
Pelos hábitos mais ardentes vulcânicos
Explosão em Amor asserena
É o tudo transformador em manuscrito
Ouve a falange d'Anjos que cantiga o infinito...
Revigora a alma com poema
E inspira cântico ao espírito.

Son Dos Poemas
100%SMG

Setembrisse


Setembrisse

Há em mim uma agonia abrandada
Um ar indecente, instigante, polêmico
Um cheiro de álamo com ar excêntrico
Quando chega setembro voo aflorada
Pelas alvoradas me repagino matutina
Feito um pássaro da manhã mais libertina
Eu me reapaixono por minha pessoa
Me sinto gaivota sobre o mar que avoa
Então eu me setembro em setembrisse
Feito as águas arroladas em crispadura
Igual Hilda Hilst libertada em amavisse
Me beijo aspirante primaveral
Velejo flutuante além do meu portal
Me oceano e me faço vergéis frutíferos
Me amo tanto em jardins paradisíacos...
Nos desejos é onde libero mea-culpa
Dissicuto minha alma sem culpa d'utopia
Em setembro me primavero liberta
Relembro os ciclos me reitero poeta
Me reciclo em finura me rabisco poesia
Amor e loucura a setembrisse me planta
Ah!... Setembro floreiro que de flor me amanta...

Son Dos Poemas
100%SMG

Dedicação


Dedicação
Dedica com ação
Com afeto e afincamento
Já que amor suaviza o labor
Deixa leve correr com o vento
Dedica de coração imune
Que o tempo é depurador de ilusão
Trabalha com a alma em lume
Destrama a trama sem drama
Chama a sensibilidade audaz
Ama, inflama, faz com vontade tenaz
Já que a vida é uma batalha louca
E a guerra, uma dor canalha outra...
Ás vezes uma linda pintura
É pura a realidade dura
Proteja suas emoções
Toda razão tende à sabotar o coração
E sacudir seu mundo.
Son Dos Poemas
Sônia Gonçalves

Vermute


 
Vermute

Munir-te em mi casa
De sonho e licor
Dar-te asa comida e carinho
Vermute e desfrute
Embriagar-te de amor
Mel encantador pão e vinho
Fundir-te sedento
Decifrar-te voltívolo
Imitar o vento retrô
No limiar do primeiro tempo
Tomar-te fomentado quente
Com bolhas ferventes bordô
Na quente boca que bebe o cio 
Beber-te espumante
Fermentado em amor.
 
Sônia M. Gonçalves 
(son dos poemas)

VENDO ESTRELAS



VENDO ESTRELAS

Algumas coisas nos são intrínsecas
Virtudes atitudes são empíricas
Vendo estrelas benesses infindas
Ontem vi hoje no céu há lá ainda...
Na mente fantasia no olhar chave
Olho para o sol e procuro a tal clave...
Conheceres minha companhia?
No meu coração um montão
Na mão uma casa cabe um botão
Um ciclone que me faz colher
Nas estrelas rastros de você
Marcas para lhe escrever...
Asas em pares num imenso arco
N’alma te marco se penso abarco
Por dentro um mar de estrelas
Vê-las por tanto canto em apreço
Mas empalideço quando vendo cobiço
Qual o preço justo por ver tudo isso?
Pergunta se penso no coletor...
Ah, Sô corretora de poesias também
Vendo estrelas por um centauro
Num coletivo de sonhos vi tem...

Sonia M.Gonçalves (Son dos Poemas)

Conducente


CONDUCENTE

De repente o elo reaprende
Aparece o condizente
Acende o Sol
O belo arroga o sempre
Há rega precisa d'água e Luz
Assim são as equivalências
Os humanos tendentes
Por viver novas experiências...
E a mente viaja
Ih... Nossa mente!
Induz...
Haja poesia...
É ira e calmaria pelo tempo
Ilha de fantasia todo dia
Lufa lufa de vento
Controvérsias conversas
Faias de pensamentos
Três Marias nas estrelas...
Somos enxames de abelhas
Vexames em batalhas diárias
Bocas de oxigênios
De hemácias vermelhas
Hemoglobinas de sangue
Bombinhas de fumaça...

Sônia.M.Gonçalves

Viver e Morrer


Tantas vezes morri de amor,
hoje morro de saudades.