terezaduzai

Nem Peludinha Nem Peludinho


Manda uma foto de agora!
Foto de agora? Ah, por favor, não farei isso! Estou escrevendo esta resposta, porém tenho horário marcado com a nutricionista, a cabeleireira, o manicure, o massagista, e a dermatologista. Costumo encontrá-los às sextas-feiras depois do trabalho; o critério mais relevante para minha superiora é a dedicação incondicional durante a jornada diária de trabalho, e ser dedicado inclui elegância e amor próprio.
Vi sua foto de durante o almoço em família de ontem. Preciso ser honesta, isso de beleza interior tem muita importância para mim, tanto quanto beleza exterior, e você é feio. Sinto, mas sou avessa a sua estética, ou ausência dela. Você, além de feio, tem péssimo gosto para se vestir, e, percebi, foi clicado numa situação rotineira de sua vida, demonstrando se tratar de um retrato fiel de como é você fisicamente: muito feio, e, além de feioso, um glutão grosseiro e despreocupado com sua saude - isso o inclui numa estatística deplorável.
Sem fotos de agora, nem de ontem, nem de amanhã, nem de tempo algum. Seria sádico comparar como acordamos. Tire uma foto sua agora para si e compreenderá melhor o que estou tentando explicar. Não gosto de eufemismos.
Caralho! Estou atrasado.
Sim, atrasadO! Sou gay, e Li Castelana é minha identidade social. Costumo exaltar minha feminilidade nas fotos. Talvez você tenha focado sua atenção entre minhas pernas, no entanto uso lingeries exclusivas, e sei ajeitar meu pau, meu volumoso pau, e fazê-lo parecer uma boceta delicada e atraente.
Ah! Só para concluir: de onde tirou essa ideia de "minha peludinha”? Aqui não ha nada seu e nenhuma peludinha, ou peludinho.

A Estranha Que Passa


Eu nunca a procurei.
Será sua rotina, disciplina ou obsessão?
Será você mais um monstro em meus pesadelos?
Ou será sua normalidade intrigante para mim?
Eu passei por muitos lugares.
Vi e conheci tantas de você!
Eu posso ser uma recordação sua, não minha, esteja certa.
Me sinto dotada de boa memória, porém, não há nada associável a mim em você.
Frequentamos a mesma escola? Fomos amigas ou vizinhas? Caminhamos no mesmo horário pela mesma rua? Utilizamos o mesmo transporte? Amamos a mesma pessoa? Dividimos a mesma cama?
Seria você uma de minhas assassinas?
Seria você alguém além de você? Desse corpo? Dessas roupas? Desses passos?
Decidi: não nos falaremos! Nem bom dia ou boa tarde...
Esta é a primeira vez que penso em você além da rua, além da janela.
Logo seguirei.
Se você ficar, se você continuar...
Eu não me importarei.

Pais


Ontem, mais uma vez,  refleti sobre o não direito dos homens a rejeitar uma gravidez acidental por diversos motivos; vislumbrei numa mulher exultante, embora perplexa e insegura ao se descobrir grávida; pensei num homem decidido a não se tornar pai dada as circunstâncias de sua vida naquele momento, ou por não querer ter filhos, assim como muitas mulheres, pois seus projetos de vida nunca incluíram a paternidade. Ele explica sua situação à gestante, seja ela esposa, namorada, amiga, conhecida, desconhecida, a aconselha a interromper a gravidez o mais rápido possível, e, embora esteja passando por dificuldades financeiras, se compromete a procurar um profissional experiente e confiável; ela se revolta, o insulta por sua suposta insensibilidade, diz ser uma mulher religiosa, se refere à interrupção da gravidez como um ato monstruoso, afirma que jamais fará um aborto e cobrará dele todas as responsabilidades paternas em juízo. Ele se revolta e suas atitudes relacionadas ao fato passam a determinar seu caráter  como inescrupuloso; seu posicionamento como irresponsável e cruel. Eu sei, as excessões legais para interromper uma gravidez são raras, e o aborto ainda representa um grande risco à saúde, à vida da gestante, apenas da gestante. Porém também sei  que muitas mulheres se submetem a esses riscos mesmo por vontade própria, mesmo quando estão num relacionamento estável e seguro financeiramente, mesmo quando o parceiro sexual anseia por se tornar pai. Para mim, se trata de um assunto muito polêmico. E eu não estou falando de genitores irresponsáveis e abusivos, estou falando de uma gravidez, como acidental, conforme citei no início deste texto.

Sol de Sangue


Quando o impossível se apresenta sem que ninguém o perceba,
O tempo evapora.
O tempo esse, este, serial killers, justiceiro, debochado, um inconsequente a serviço de Deus.
Quantas terezas teremos matado eu, Deus e o tempo?
Olhe o calor fazendo sexo oral nas poças!
Lama seca trincada no céu de minha boca.
Deixo?
O porquinho Prático está embalado em minha geladeira.
Cícero e Heitor?
Tocam flauta na floresta.
Olhe! O vento dança flertando com a poeira quase rente ao solo...
Que humildade!
Que venha um furacão!
Por quê? C@r@lho! Basta de fingir e fugir sob o julgo de olhos vadios.
E seu eu clonasse o passado?
Bobagem! Eu preciso ser essa mulher pior a cada dia.
Todas as drogas do mundo!
Pretérito do futuro subjetivo.
Cambaleante...
Nada para adorar, pouco para amar.
Se eu subisse me libertaria?
Não, desgraçada! O inferno é logo ali.
Deus não hesitaria em chutar seu traseiro nuvem abaixo.
Cante comigo os Cânticos de Salomão.
Não!
E esse sol noturno?
É doido!
Sexista.
Coisa de perseguição contra a lua e suas fases.
Invejoso!
Um velho morreu sufocado embaixo de suas cobertas.
Julho?
Sim, praia, piscina, férias, sorvete...
Janeiro?
Não, fevereiro.
Tudo bem! Gente normal, morre assim: cai, se afoga, sufoca no verão sob cobertas de inverno, toma surra, tiro, paulada, veneno, nojo de viver.
Morre vivendo...
Morre vivendo.
Edite morreu durante a extração de seus seios.
Entrou no centro cirúrgico como Tito Basco só para ser devolvida morta, duas horas depois, como Edite mesmo.
O pai de Edite agradeceu a Deus por se compadecer de sua reputação.
Viva a morte de Edite! Gritou dançando no corredor do hospital.
O hospital é aquele sustentado pelo povo e todo decorado com anjos e santos de olhos azuis?
Simmmmmm!
EEEEEEEEEEEEEEE...
Você não dorme?
Sim, estou esperando amanhecer.
Gosta da lua?
De que tamanho será o p@u do pai de Tito Bastos?...
O quê?...

Pai



Ontem, mais uma vez, eu refleti sobre pai biológico e seu direito a não paternidade.

Pensei numa gravidez acidental por diversas possibilidades; pensei numa mulher exultante, embora perplexa e insegura ao se descobrir grávida; pensei num homem decidido a não se tornar pai dada as circunstâncias de sua vida naquele momento, ou por não querer ter filhos pois seus projetos de vida nunca incluíram a paternidade. Ele explica sua situação à gestante, seja ela esposa, namorada, amiga, conhecida, desconhecida, a aconselha a interromper a gravidez o mais rápido possível, e, embora esteja passando por dificuldades financeiras, se compromete a procurar um profissional experiente e confiável; ela se revolta, o insulta por sua suposta insensibilidade, diz ser uma mulher religiosa, se refere à interrupção da gravidez como um ato monstruoso, afirma que jamais fará um aborto e cobrará dele todas as responsabilidades paternas em juízo.

Para mim, se trata de um assunto muito polêmico, carente de discussão.

As Orgias do Senhor DIndin


Corpo?
Presente!
Quem falou?
O espírito do morto, imagino...
Isso não existe! Foi algum pervertido, amigo dele. Talvez se considere seu mensageiro. Presunçosos e charlatões estão por toda parte.
São verdadeiros os comentários na cidade?
Não desta vez. Os boatos são inconclusivos. Eu diria melhor: insuficientes. Ele foi vítima de overdose.
Então talvez ainda esteja alucinado e o "presente" é um efeito tardio. O cérebro humano é misterioso o bastante para isso ser possível. Muitos defuntos roncam, alguns arrotam, peidam... Já falei sobre isso noutro conto.
Dindin não usava drogas. Estou falando de uma overdose de sexo, uma orgia macabra, violência extrema.
Ele continuou mesmo após ser decepado por Gilda?
Grande Gilda! Mas, e daí? O pênis é a essência de sua vida sexual?
Você sabe que não. Faço com você e já fiz com Gilda, Flora...
Flora? Flora é sua píton!
Esqueça!
Esqueça? Você está envolvida sexualmente com sua cobra de estimação? Irei denunciá-la.
Sim e não. Não deveria ter citado Flora. Veja! Temos aqui um cadáver falante, libidinoso e sem pau. E eu estou eufórica para obter mais informações. Era gay? Ou bi?
Era tudo. Seria preciso acrescentar letras ao alfabeto para definir sua sexualidade.
Vão doar a coleção de vibradores? Eu quero!
Essa pergunta é degradante! Melhor não falar sobre isso por aí. E ele detestava vibradores, usufruía de outras opções e era bem criativo.
Afinal, qual a causa da morte?
Esganadura, embolia pulmonar, as porradas, todas imploradas por ele. Havia hematomas, coágulos de diversos tamanhos por todo o corpo E encontraram grande quantidade de esperma em seus pulmões, quantidade suficiente para matar uma baleia. Seu sistema respiratório estava todo fodido: sangue, porra, cocaína, o Diabo a mil! E tem mais: um de seus tímpanos foi esfacelado, possivelmente por algum brinquedo sexual; sua língua foi perfurada dezenas de vezes por uma agulha de seringa, o legista detectou Lidocaína injetável no órgão. Otávia! Seu pênis!? Por favor! Está visível Tente contê-lo.
Estou excitada! Isso é demais para mim, para ele...
Deixe para mais tarde.
Irá me ver?
Pode ser...
Continue! Tenho certeza de que há muito mais.
Controle sua excitação. Vamos nos afastar um pouco do caixão. Em síntese e sem a mínima pretensão de concluir: seus mamilos descolaram devido a queimaduras de terceiro grau, muito possivelmente feitas por chamas de isqueiro; seu tórax parecia um cinzeiro humano, mais de duzentas feridas frescas e nem tão frescas, algumas já cicatrizadas... E o pior: a hemorragia retal.
Enfiaram um cactos no cu dele?
Não! Uma garrafa de cerveja. O imbecil não satisfeito em transbordar o cu do Dindin, tentou tirar a garrava para enfiar no próprio orifício, estava delirando de tesão, quase gozando. Gozou quando puxou pela segunda vez e viu as vísceras do aparelho digestivo de nosso bom amigo sugadas pela garrafa.
Como assim? A sucção foi capaz de extrair seu reto, intestinos, estômago, esôfago e até sua faringe?
Não tudo isso. Estou falando de uma garrafa não de um sugador de fossa. Você está empolgada demais.
Foi homicídio culposo?
Tudo foi gravado. Claro que ninguém será preso. Dindin tinha problemas com a justiça, e diversos envolvimentos sexuais com ela.
Ela? A justiça?
Indiretamente. Era amante do Coronel J.B. Lobo, da Juíza Telêmaca. Há outros, mas esses são suficientes.
Alguns deles estavam lá? Ou um ao menos?
Dois. E não direi seus nomes. Dois e ponto.
Tudo bem. Estou pensando: será que ele gozou?
Quem?
O Dindin?
Imagine! Gozou muitas vezes. Morreu gozando.
Como sabe? Estava lá? Estava?
Cale a boca!
Estava?
Sim.
E o que faz aqui?
Metade dos presentes estava lá. Todos fantasiados, góticos mascarados e muito bem maquiados. Você não imagina o poder de certos tecidos, cremes, maquiagens... Dão trabalho à justiça, entende?
Sim, e não me importo tanto com isso. Estou preocupada com seus minutos finais. Ele gritou? Pediu para parar?
Ele gritou muito, vociferou num delírio fascinante de prazer e horror extremos. O cara da garrafa era um sádico, enorme mas com um pinto de musaranho.
Musaranho?
Musaranho, um mamífero menor que um camundongo, seu pênis mede 5 milímetros. O incrível foi ver aquele desgraçado ejacular como um elefante e uivar como um lobo. Foi tão assustador que um vizinho decidiu chamar a polícia. O filho do tal vizinho estava lá, e um de seus irmãos nos avisou. Partimos para o plano emergencial. Dindin e a desconhecida foram deixados para trás. O socorro logo chegaria.
De que desconhecida está falando?
Uma jovem estranha para mim. Ela estava passando muito mal, sangrando muito, foi levada para o hospital e, durante os exames, os médicos identificaram diversas lesões sérias iniciadas no monte de vênus, passando pelas trompas de falópio até chegar ao útero, onde encontraram o negócio dele num tubo quebrado.
O que encontraram? Como essa infeliz tinha "o negócio dele" num tudo em cacos dentro de si? Que "negócio" era esse? Você está omitindo informações.
Não estou, não! Tenha paciência! Após Gilda tê-lo mutilado naquela noite, nosso dedicado amigo foi hospitalizado, tratado... e, quando voltou para casa, trouxe seu pau num tubo feito sob medida: 18 centímetros de comprimento e 4 de diâmetro. Seu companheiro permaneceu firme e ativo até dois dias atrás. Talvez tenha sido por maldade, afinal, eu sei, o tudo era muito resistente. Por isso DIndin não gostava de vibradores. Era como se seu pênis tivesse vida própria após ter sido separado de seu corpo. Ele não o ofenderia de modo algum; costumava protegê-lo num segundo tubo durante esses encontros, ou essas orgias furiosas.
Olhe! A porta! O padre está chegando? Terá missa de corpo presente.
Privilégios de um homem com muitos amigos íntimos.
O padre?...
Sim. O padre.

Cântico dos Cânticos: Vertigens


Eu o avistei em minha varanda: meu amante.
Santo Daime me possui.
Ó, suco leitoso direito de seu bulbo em minha boca: hul gil.
Estou banhada, sedada, serena e vigorosa.
Me mantive vigilante esperando a casa adormecer,
Agora meu sexo pulsa com a aproximação do meu amado.
Ele se aproxima da porta,
Não o esperarei bater, meu adorável afrodisíaco, minha volúpia, meu caramanchão errante,
Entre! Sua presença é um orvalho que umedece meus lábios. Meus lábios - gotas da noite.
Ele me liberta de minhas roupas, e eu das suas.
Avança sobre meu corpo; eu sobre o seu.
Acaricia as frestas de minha intimidade.
Estremeço e abro as portas de meu corpo para que penetre meus cômodos.
Sinto seu doce aroma além das aldravas de minha libido.
Sua respiração: Hálito do Diabo
Minha alma desfalece.
Onde está meu amor?
Por que não me responde?
Divago pela noite a sua procura, não o encontro;
Sou encontrada, meus olhos são vendados, uma fita lacra meus lábios, sou espancada, ferida, estuprada, abandonada.
"Oh, doce gazela, não somos nós melhores do que seu amado?".
[...]
Teria eu sido desagradável ao meu amor?
Por que partiu?
Quem eram aqueles soldados?
Seriam eles seus enviados para fazer sua justiça contra minha insensatez?
Me sinto enferma e confusa, meus ossos doem,
Meu noivo acordará e procurará por mim.
Serei castigada por minha infidelidade?
Pele clara, face rosada, cabelos crespos,
Terá sido o ultimo após dez mil?
Canteiro de bálsamo, flores perfumadas, lírio gotejante;
Anéis de ouro e berilos, dentes de marfim, boca de safira;
Colunas de mármore, bases de ouro, líbanos, cedros;
Voz suave e sedutora, insaciedade, flama.
O meu amigo, o meu amado, o meu amante...
Necromancia.

Sol Noturno


Quando o impossível se apresenta sem que ninguém o perceba,
O tempo evapora.
O tempo esse, este, serial killers, justiceiro, debochado, um inconsequente a serviço de Deus.
Quantas terezas teremos matado eu, Deus e o tempo?
Olhe o calor fazendo sexo oral nas poças!
Lama seca trincada no céu de minha boca.
Deixo?
O porquinho Prático está embalado em minha geladeira.
Cícero e Heitor?
Tocam flauta na floresta.
Olhe! O vento dança flertando com a poeira quase rente ao solo...
Que humildade!
Que venha um furacão!
Por quê? C@r@lho! Basta de fingir e fugir sob o julgo de olhos vadios.
E seu eu clonasse o passado?
Bobagem! Eu preciso ser essa mulher pior a cada dia.
Todas as drogas do mundo!
Pretérito do futuro subjetivo.
Cambaleante...
Nada para adorar, pouco para amar.
Se eu subisse me libertaria?
Não, desgraçada! O inferno é logo ali.
Deus não hesitaria em chutar seu traseiro nuvem abaixo.
Cante comigo os Cânticos de Salomão.
Não!
E esse sol noturno?
É doido!
Sexista.
Coisa de perseguição contra a lua e suas fases.
Invejoso!
Um velho morreu sufocado embaixo de suas cobertas.
Julho?
Sim, praia, piscina, férias, sorvete...
Janeiro?
Não, fevereiro.
Tudo bem! Gente normal, morre assim: cai, se afoga, sufoca no verão sob cobertas de inverno, toma surra, tiro, paulada, veneno, nojo de viver.
Morre vivendo...
Morre vivendo.
Edite morreu durante a extração de seus seios.
Entrou no centro cirúrgico como Tito Basco só para ser devolvida morta, duas horas depois, como Edite mesmo.
O pai de Edite agradeceu a Deus por se compadecer de sua reputação.
Viva a morte de Edite! Gritou dançando no corredor do hospital.
O hospital é aquele sustentado pelo povo e todo decorado com anjos e santos de olhos azuis?
Simmmmmm!
EEEEEEEEEEEEEEE...
Você não dorme?
Sim, estou esperando amanhecer.
Gosta da lua?
De que tamanho será o p@u do pai de Tito Bastos?...
O quê?...

Sol de Sangue


Quando o impossível se apresenta sem que ninguém o perceba,
O tempo evapora.
O tempo esse, este, serial killers, justiceiro, debochado, um inconsequente a serviço de Deus.
Quantas terezas teremos matado eu, Deus e o tempo?
Olhe o calor fazendo sexo oral nas poças!
Lama seca trincada no céu de minha boca.
Deixo?
O porquinho Prático está embalado em minha geladeira.
Cícero e Heitor?
Tocam flauta na floresta.
Olhe! O vento dança flertando com a poeira quase rente ao solo...
Que humildade!
Que venha um furacão!
Por quê? C@r@lho! Basta de fingir e fugir sob o julgo de olhos vadios.
E seu eu clonasse o passado?
Bobagem! Eu preciso ser essa mulher pior a cada dia.
Todas as drogas do mundo!
Pretérito do futuro subjetivo.
Cambaleante...
Nada para adorar, pouco para amar.
Se eu subisse me libertaria?
Não, desgraçada! O inferno é logo ali.
Deus não hesitaria em chutar seu traseiro nuvem abaixo.
Cante comigo os Cânticos de Salomão.
Não!
E esse sol noturno?
É doido!
Sexista.
Coisa de perseguição contra a lua e suas fases.
Invejoso!
Um velho morreu sufocado embaixo de suas cobertas.
Julho?
Sim, praia, piscina, férias, sorvete...
Janeiro?
Não, fevereiro.
Tudo bem! Gente normal, morre assim: cai, se afoga, sufoca no verão sob cobertas de inverno, toma surra, tiro, paulada, veneno, nojo de viver.
Morre vivendo...
Morre vivendo.
Edite morreu durante a extração de seus seios.
Entrou no centro cirúrgico como Tito Basco só para ser devolvida morta, duas horas depois, como Edite mesmo.
O pai de Edite agradeceu a Deus por se compadecer de sua reputação.
Viva a morte de Edite! Gritou dançando no corredor do hospital.
O hospital é aquele sustentado pelo povo e todo decorado com anjos e santos de olhos azuis?
Simmmmmm!
EEEEEEEEEEEEEEE...
Você não dorme?
Sim, estou esperando amanhecer.
Gosta da lua?
De que tamanho será o p@u do pai de Tito Bastos?...
O quê?...

Orgasmo dos Emasculados


Seus olhos suspensos contornando sua cabeça;

Minha várzea gravitacional, meio louca, meio oca.

Seria vingança  de alguma ave de rapina?  Se foi, por que não os devorou?

Indulgência autoerótica

É uma afronta andar por aí assim desviando pensamentos, Despertando o pior de nós.

Ouviu aquela mãe?

“Não olhe, filho! Só agradeça a Deus por sua saúde e perfeição”.

Psiu! Ainda posso ouvi-los.

O quê dizem?

O menino quis saber se durmo em pé como cavalo.

E ela?

Perdi a sintonia…

Sinto desejo por suas cavidades.

Tesão?

Sim, seria bom ver seus quatro lobos, todos mortos, engasgados com minha porra.

Você é meu único sobrevivente. 

Você mata meus personagens, mata suas vítimas estupradas.

Estou só. Estou muito só.

Sinta: os dedos do Doutor Falco, eles pulsam apontados para suas pálpebras.

Sim, o indicador e o maior. Gosto do dedo maior do Doutor Falco.

Elas, minhas pálpebras, convulsionam: ereção psicogênica, reflexogênica, noturna

Está chorando, querido?

Não! Lubrificacão cerebral. Vamos! Trespasse  minha mata ciliar, inunde minhas cavernas. Cuspa nelas! Cuspa muito e muito nelas. Eu quero uma tempestade de porra nos confins de minhas catacumbas. 

Onde está seu pênis?

Protegido em meu crânio, guardado pelos quatro lobos. E o seu?

Adoeceu, apodreceu, um abutre levou.

Cântico dos Cânticos: Vertigens


Eu o avistei em minha varanda: meu amante.
Santo Daime me possui.
Ó, suco leitoso direito de seu bulbo em minha boca: hul gil.
Estou banhada, sedada, serena e vigorosa.
Me mantive vigilante esperando a casa adormecer,
Agora meu sexo pulsa com a aproximação do meu amado.
Ele se aproxima da porta,
Não o esperarei bater, meu adorável afrodisíaco, minha volúpia, meu caramanchão errante,
Entre! Sua presença é um orvalho que umedece meus lábios. Meus lábios - gotas da noite.
Ele me liberta de minhas roupas, e eu das suas.
Avança sobre meu corpo; eu sobre o seu.
Acaricia as frestas de minha intimidade.
Estremeço e abro as portas de meu corpo para que penetre meus cômodos.
Sinto seu doce aroma além das aldravas de minha libido.
Sua respiração: Hálito do Diabo
Minha alma desfalece.
Onde está meu amor?
Por que não me responde?
Divago pela noite a sua procura, não o encontro;
Sou encontrada, meus olhos são vendados, uma fita lacra meus lábios, sou espancada, ferida, estuprada, abandonada.
"Oh, doce gazela, não somos nós melhores do que seu amado?".
[...]
Teria eu sido desagradável ao meu amor?
Por que partiu?
Quem eram aqueles soldados?
Seriam eles seus enviados para fazer sua justiça contra minha insensatez?
Me sinto enferma e confusa, meus ossos doem,
Meu noivo acordará e procurará por mim.
Pele clara, face rosada, cabelos crespos,
Terá sido o ultimo após dez mil?
Canteiro de bálsamo, flores perfumadas, lírio gotejante;
Anéis de ouro e berilos, dentes de marfim, boca de safira;
Colunas de mármore, bases de ouro, líbanos, cedros;
Voz suave e sedutora, insaciedade, flama.
O meu amigo, o meu amado, o meu amante...
Necromancia.

A.Outra


Os meus problemas não são como os problemas de alguéns os quais eu sequer sei quem são, onde e como vivem;

Eles não têm as mesmas origens das angústias sofridas por vidas sobre as quais eu não posso opinar, pois não as identificaria em multidão alguma, em deserto algum;

Eu não nasci em suas famílias, não cresci em seus lares, não convivi com seus parentes, amigos, conhecidos;

Eu não vivi ou sofri suas experiências, não dormi em suas camas, não comi em suas mesas, não acendi e apaguei as luzes de seus quartos, não ouvi bom dia, boa tarde, boa noite, adeus, até mais... de seus outros;

Eu não frequentei suas escolas, não me identifico com suas amizades, amores, desafetos ou colegas de transporte;

Eu nunca tive um lugar ao seu lado em suas mesas, não questionei acontecimentos de seus dias, não o contradisse, e estou certa sobre minha indiferença com relação as suas atitudes;

Minha mordida é única, meus cabelos sãos únicos, assim como meus dedos, minhas unhas, a cor da minha pele,  dos meus olhos, das minhas roupas e maquiagens. E eu estou me referindo a homens e mulheres, tal como se definem.

Tudo em mim, tudo ao meu redor, em meu corpo, em meu cérebro, é meu! Tenho o meu jeito de olhar e de ignorar; de ver, fingir ausência ou me importar.

Eu não gosto de festas, não gosto de comemorações, de surpresas, de encontros ou reencontros casuais, de abraços longos, de conversas ocas, de concordar para não decepcionar;

Sinto uma infinidade de nojos, tantos nojos que nem conseguiria criar uma lista completa de meus nojos.

Eu não sou uma pessoa ruim, mas estou muito distante dos padrões de bondade determinados por maldosos disfarçados de bondosos.

Eu sou outra pessoa, outra mulher, outra mãe, outra filha, outra avó, outra tia, outra irmã, outra amiga, outra namorada, outra amante, outra esposa, outra outra.

Sim!

Muito prazer: Outra, ou A.Outra.

As Orgias do Senhor DIndin


Corpo?
Presente!
Quem falou?
O espírito do morto, imagino...
Isso não existe! Foi algum pervertido, amigo dele. Talvez se considere seu mensageiro. Presunçosos e charlatões estão por toda parte.
São verdadeiros os comentários na cidade?
Não desta vez. Os boatos são inconclusivos. Eu diria melhor: insuficientes. Ele foi vítima de overdose.
Então talvez ainda esteja alucinado e o "presente" é um efeito tardio. O cérebro humano é misterioso o bastante para isso ser possível. Muitos defuntos roncam, alguns arrotam, peidam... Já falei sobre isso noutro conto.
Dindin não usava drogas. Estou falando de uma overdose de sexo, uma orgia macabra, violência extrema.
Ele continuou mesmo após ser decepado por Gilda?
Grande Gilda! Mas, e daí? O pênis é a essência de sua vida sexual?
Você sabe que não. Faço com você e já fiz com Gilda, Flora...
Flora? Flora é sua píton!
Esqueça!
Esqueça? Você está envolvida sexualmente com sua cobra de estimação? Irei denunciá-la.
Sim e não. Não deveria ter citado Flora. Veja! Temos aqui um cadáver falante, libidinoso e sem pau. E eu estou eufórica para obter mais informações. Era gay? Ou bi?
Era tudo. Seria preciso acrescentar letras ao alfabeto para definir sua sexualidade.
Vão doar a coleção de vibradores? Eu quero!
Essa pergunta é degradante! Melhor não falar sobre isso por aí. E ele detestava vibradores, usufruía de outras opções e era bem criativo.
Afinal, qual a causa da morte?
Esganadura, embolia pulmonar, as porradas, todas imploradas por ele. Havia hematomas, coágulos de diversos tamanhos por todo o corpo E encontraram grande quantidade de esperma em seus pulmões, quantidade suficiente para matar uma baleia. Seu sistema respiratório estava todo fodido: sangue, porra, cocaína, o Diabo a mil! E tem mais: um de seus tímpanos foi esfacelado, possivelmente por algum brinquedo sexual; sua língua foi perfurada dezenas de vezes por uma agulha de seringa, o legista detectou Lidocaína injetável no órgão. Otávia! Seu pênis!? Por favor! Está visível Tente contê-lo.
Estou excitada! Isso é demais para mim, para ele...
Deixe para mais tarde.
Irá me ver?
Pode ser...
Continue! Tenho certeza de que há muito mais.
Controle sua excitação. Vamos nos afastar um pouco do caixão. Em síntese e sem a mínima pretensão de concluir: seus mamilos descolaram devido a queimaduras de terceiro grau, muito possivelmente feitas por chamas de isqueiro; seu tórax parecia um cinzeiro humano, mais de duzentas feridas frescas e nem tão frescas, algumas já cicatrizadas... E o pior: a hemorragia retal.
Enfiaram um cactos no cu dele?
Não! Uma garrafa de cerveja. O imbecil não satisfeito em transbordar o cu do Dindin, tentou tirar a garrava para enfiar no próprio orifício, estava delirando de tesão, quase gozando. Gozou quando puxou pela segunda vez e viu as vísceras do aparelho digestivo de nosso bom amigo sugadas pela garrafa.
Como assim? A sucção foi capaz de extrair seu reto, intestinos, estômago, esôfago e até sua faringe?
Não tudo isso. Estou falando de uma garrafa não de um sugador de fossa. Você está empolgada demais.
Foi homicídio culposo?
Tudo foi gravado. Claro que ninguém será preso. Dindin tinha problemas com a justiça, e diversos envolvimentos sexuais com ela.
Ela? A justiça?
Indiretamente. Era amante do Coronel J.B. Lobo, da Juíza Telêmaca. Há outros, mas esses são suficientes.
Alguns deles estavam lá? Ou um ao menos?
Dois. E não direi seus nomes. Dois e ponto.
Tudo bem. Estou pensando: será que ele gozou?
Quem?
O Dindin?
Imagine! Gozou muitas vezes. Morreu gozando.
Como sabe? Estava lá? Estava?
Cale a boca!
Estava?
Sim.
E o que faz aqui?
Metade dos presentes estava lá. Todos fantasiados, góticos mascarados e muito bem maquiados. Você não imagina o poder de certos tecidos, cremes, maquiagens... Dão trabalho à justiça, entende?
Sim, e não me importo tanto com isso. Estou preocupada com seus minutos finais. Ele gritou? Pediu para parar?
Ele gritou muito, vociferou num delírio fascinante de prazer e horror extremos. O cara da garrafa era um sádico, enorme mas com um pinto de musaranho.
Musaranho?
Musaranho, um mamífero menor que um camundongo, seu pênis mede 5 milímetros. O incrível foi ver aquele desgraçado ejacular como um elefante e uivar como um lobo. Foi tão assustador que um vizinho decidiu chamar a polícia. O filho do tal vizinho estava lá, e um de seus irmãos nos avisou. Partimos para o plano emergencial. Dindin e a desconhecida foram deixados para trás. O socorro logo chegaria.
De que desconhecida está falando?
Uma jovem estranha para mim. Ela estava passando muito mal, sangrando muito, foi levada para o hospital e, durante os exames, os médicos identificaram diversas lesões sérias iniciadas no monte de vênus, passando pelas trompas de falópio até chegar ao útero, onde encontraram o negócio dele num tubo quebrado.
O que encontraram? Como essa infeliz tinha "o negócio dele" num tudo em cacos dentro de si? Que "negócio" era esse? Você está omitindo informações.
Não estou, não! Tenha paciência! Após Gilda tê-lo mutilado naquela noite, nosso dedicado amigo foi hospitalizado, tratado... e, quando voltou para casa, trouxe seu pau num tubo feito sob medida: 18 centímetros de comprimento e 4 de diâmetro. Seu companheiro permaneceu firme e ativo até dois dias atrás. Talvez tenha sido por maldade, afinal, eu sei, o tudo era muito resistente. Por isso DIndin não gostava de vibradores. Era como se seu pênis tivesse vida própria após ter sido separado de seu corpo. Ele não o ofenderia de modo algum; costumava protegê-lo num segundo tubo durante esses encontros, ou essas orgias furiosas.
Olhe! A porta! O padre está chegando? Terá missa de corpo presente.
Privilégios de um homem com muitos amigos íntimos.
O padre?...
Sim. O padre.

As Orgias do Senhor DIndin


Corpo?
Presente!
Quem falou?
O espírito do morto, imagino...
Isso não existe! Foi algum pervertido, amigo dele. Talvez se considere seu mensageiro. Presunçosos e charlatões estão por toda parte.
São verdadeiros os comentários na cidade?
Não desta vez. Os boatos são inconclusivos. Eu diria melhor: insuficientes. Ele foi vítima de overdose.
Então talvez ainda esteja alucinado e o "presente" é um efeito tardio. O cérebro humano é misterioso o bastante para isso ser possível. Muitos defuntos roncam, alguns arrotam, peidam... Já falei sobre isso noutro conto.
Dindin não usava drogas. Estou falando de uma overdose de sexo, uma orgia macabra, violência extrema.
Ele continuou mesmo após ser decepado por Gilda?
Grande Gilda! Mas, e daí? O pênis é a essência de sua vida sexual?
Você sabe que não. Faço com você e já fiz com Gilda, Flora...
Flora? Flora é sua píton!
Esqueça!
Esqueça? Você está envolvida sexualmente com sua cobra de estimação? Irei denunciá-la.
Sim e não. Não deveria ter citado Flora. Veja! Temos aqui um cadáver falante, libidinoso e sem pau. E eu estou eufórica para obter mais informações. Era gay? Ou bi?
Era tudo. Seria preciso acrescentar letras ao alfabeto para definir sua sexualidade.
Vão doar a coleção de vibradores? Eu quero!
Essa pergunta é degradante! Melhor não falar sobre isso por aí. E ele detestava vibradores, usufruía de outras opções e era bem criativo.
Afinal, qual a causa da morte?
Esganadura, embolia pulmonar, as porradas, todas imploradas por ele. Havia hematomas, coágulos de diversos tamanhos por todo o corpo E encontraram grande quantidade de esperma em seus pulmões, quantidade suficiente para matar uma baleia. Seu sistema respiratório estava todo fodido: sangue, porra, cocaína, o Diabo a mil! E tem mais: um de seus tímpanos foi esfacelado, possivelmente por algum brinquedo sexual; sua língua foi perfurada dezenas de vezes por uma agulha de seringa, o legista detectou Lidocaína injetável no órgão. Otávia! Seu pênis!? Por favor! Está visível Tente contê-lo.
Estou excitada! Isso é demais para mim, para ele...
Deixe para mais tarde.
Irá me ver?
Pode ser...
Continue! Tenho certeza de que há muito mais.
Controle sua excitação. Vamos nos afastar um pouco do caixão. Em síntese e sem a mínima pretensão de concluir: seus mamilos descolaram devido a queimaduras de terceiro grau, muito possivelmente feitas por chamas de isqueiro; seu tórax parecia um cinzeiro humano, mais de duzentas feridas frescas e nem tão frescas, algumas já cicatrizadas... E o pior: a hemorragia retal.
Enfiaram um cactos no cu dele?
Não! Uma garrafa de cerveja. O imbecil não satisfeito em transbordar o cu do Dindin, tentou tirar a garrava para enfiar no próprio orifício, estava delirando de tesão, quase gozando. Gozou quando puxou pela segunda vez e viu as vísceras do aparelho digestivo de nosso bom amigo sugadas pela garrafa.
Como assim? A sucção foi capaz de extrair seu reto, intestinos, estômago, esôfago e até sua faringe?
Não tudo isso. Estou falando de uma garrafa não de um sugador de fossa. Você está empolgada demais.
Foi homicídio culposo?
Tudo foi gravado. Claro que ninguém será preso. Dindin tinha problemas com a justiça, e diversos envolvimentos sexuais com ela.
Ela? A justiça?
Indiretamente. Era amante do Coronel J.B. Lobo, da Juíza Telêmaca. Há outros, mas esses são suficientes.
Alguns deles estavam lá? Ou um ao menos?
Dois. E não direi seus nomes. Dois e ponto.
Tudo bem. Estou pensando: será que ele gozou?
Quem?
O Dindin?
Imagine! Gozou muitas vezes. Morreu gozando.
Como sabe? Estava lá? Estava?
Cale a boca!
Estava?
Sim.
E o que faz aqui?
Metade dos presentes estava lá. Todos fantasiados, góticos mascarados e muito bem maquiados. Você não imagina o poder de certos tecidos, cremes, maquiagens... Dão trabalho à justiça, entende?
Sim, e não me importo tanto com isso. Estou preocupada com seus minutos finais. Ele gritou? Pediu para parar?
Ele gritou muito, vociferou num delírio fascinante de prazer e horror extremos. O cara da garrafa era um sádico, enorme mas com um pinto de musaranho.
Musaranho?
Musaranho, um mamífero menor que um camundongo, seu pênis mede 5 milímetros. O incrível foi ver aquele desgraçado ejacular como um elefante e uivar como um lobo. Foi tão assustador que um vizinho decidiu chamar a polícia. O filho do tal vizinho estava lá, e um de seus irmãos nos avisou. Partimos para o plano emergencial. Dindin e a desconhecida foram deixados para trás. O socorro logo chegaria.
De que desconhecida está falando?
Uma jovem estranha para mim. Ela estava passando muito mal, sangrando muito, foi levada para o hospital e, durante os exames, os médicos identificaram diversas lesões sérias iniciadas no monte de vênus, passando pelas trompas de falópio até chegar ao útero, onde encontraram o negócio dele num tubo quebrado.
O que encontraram? Como essa infeliz tinha "o negócio dele" num tudo em cacos dentro de si? Que "negócio" era esse? Você está omitindo informações.
Não estou, não! Tenha paciência! Após Gilda tê-lo mutilado naquela noite, nosso dedicado amigo foi hospitalizado, tratado... e, quando voltou para casa, trouxe seu pau num tubo feito sob medida: 18 centímetros de comprimento e 4 de diâmetro. Seu companheiro permaneceu firme e ativo até dois dias atrás. Talvez tenha sido por maldade, afinal, eu sei, o tudo era muito resistente. Por isso DIndin não gostava de vibradores. Era como se seu pênis tivesse vida própria após ter sido separado de seu corpo. Ele não o ofenderia de modo algum; costumava protegê-lo num segundo tubo durante esses encontros, ou essas orgias furiosas.
Olhe! A porta! O padre está chegando? Terá missa de corpo presente.
Privilégios de um homem com muitos amigos íntimos.
O padre?...
Sim. O padre.

Pai


Ontem, mais uma vez, eu refleti sobre pai biológico e seu direito a não paternidade.

Pensei numa gravidez acidental por diversas possibilidades; pensei numa mulher exultante, embora perplexa e insegura ao se descobrir grávida; pensei num homem decidido a não se tornar pai dada as circunstâncias de sua vida naquele momento, ou por não querer ter filhos pois seus projetos de vida nunca incluíram a paternidade. Ele explica sua situação à gestante, seja ela esposa, namorada, amiga, conhecida, desconhecida, a aconselha a interromper a gravidez o mais rápido possível, e, embora esteja passando por dificuldades financeiras, se compromete a procurar um profissional experiente e confiável; ela se revolta, o insulta por sua suposta insensibilidade, diz ser uma mulher religiosa, se refere à interrupção da gravidez como um ato monstruoso, afirma que jamais fará um aborto e cobrará dele todas as responsabilidades paternas em juízo.

Para mim, se trata de um assunto muito polêmico, carente de discussão.

A Estranha que passa


Eu nunca a procurei.
Será sua rotina, disciplina ou obsessão?
Será você mais um monstro em meus pesadelos?
Ou será sua normalidade intrigante para mim?
Eu passei por muitos lugares.
Vi e conheci tantas de você!
Eu posso ser uma recordação sua, não minha, esteja certa.
Me sinto dotada de boa memória, porém, não há nada associável a mim em você.
Frequentamos a mesma escola? Fomos amigas ou vizinhas? Caminhamos no mesmo horário pela mesma rua? Utilizamos o mesmo transporte? Amamos a mesma pessoa? Dividimos a mesma cama?
Seria você uma de minhas assassinas?
Seria você alguém além de você? Desse corpo? Dessas roupas? Desses passos?
Decidi: não nos falaremos! Nem bom dia ou boa tarde...
Esta é a primeira vez que penso em você além da rua, além da janela.
Logo seguirei.
Se você ficar, se você continuar...
Eu não me importarei.