Valter Bitencourt Júnior
Meu ego
Quero muito mais
Do que um café com açucar,
Quero um café amargo,
Que penetre em minha
Memória, e leve-me além,
Muito além da minha
Imaginação.
Ou quem sabe uma dose
Qualquer,
Que rasgue a minha garganta,
E faça eu dizer
– Coloque outra,
Hoje chegarei em casa embriagado!
Quero muito mais do que beijos,
Cafuné, um simples consolo
De que nem tudo é como
Deve ser, que tudo pode mudar
Ao longo do tempo,
E que o tempo sabe falar,
E quando fala é sábio.
Quero muito mais do que uma pedra,
A argumentar o que se passa no
Mundo – não quero saber de nada!
Quero tudo o que eu tenho direito,
Quero principalmente o coração
Do universo, quero tudo
Para depois entregar-lhe de presente,
E doar-me a você.
Quero muito mais, e o seu querer,
Quero o seu querer,
E juntos vários quereres a se
Complementar – eu e você!
Quero tudo àquilo que for puro,
Quero a água da cisterna
Para beber,
E depois me benzer,
E seguir em frente.
Quero que a minha mente
Regresse apenas
Para ver os melhores momentos
Da minha vida, e quanto aos piores,
Ahhhh, quero sorrir, e dizer,
Que muito tenho vencido na vida.
Meu eu egoísta, quer muito mais,
Quero o que de fato me pertence,
Quero possuir o que de fato me
Pertence, ou tudo àquilo
Que creio eu me pertencer:
– Quem sabe o seu amor?
Oh, vida, de quimeras!
Um asilo já não nos caberia
Mais.
Valter Bitencourt JúniorDestino
O passado bate em minha porta feito chamas
Carregadas por um furacão,
Enfurecidas lembranças.
Jamais separaria os meus erros dos meus fracassos,
Há coisas que não queremos que sejam eternas
Como a realidade dos seus braços:
É como comprar alguém
E não querer ser comprado;
Explorar e velar um diamante tão raro...
Mas a joia mais cara do mundo não existe
O destino está voltado pra todos
Ou simplesmente estou triste.
Valter Bitencourt Júnior Abandono
O teu silêncio
E tua descoberta
Cobre todo o ser
E o mundo,
E um cais de areia
Em sangue,
Um aborto profundo...
Valter Bitencourt Júnior À noite
Baseado em fatos reais
À noite é bela
E o mundo exala seu aroma,
Quem sabe na beleza da noite
O disfarce do perigo.
À noite bela e sua fragrância,
Traz as estrelas e a lua nua,
Na praça dois casais namoram
E sorriem
Como se o dia não terminasse.
À noite está fria,
Os seres se isolam também,
Meninos, adolescentes, homens
Meninas, adolescentes, mulheres,
Deitados em papelão
Todos juntos buscando se esquentar,
Seres abandonados.
À noite é bela…
Ratos saem da toca,
À rua traz outras fragrâncias
De esgoto, pessoas a fazerem o mal,
Assalto, homicídio,
Mães chorando na esquina.
E a noite sempre a encantar
O olhar dos poetas, que escrevem
A paisagem, e os turistas a
Tirarem fotos das fontes,
Onde não tem moradores de rua tomando
Banho.
À noite é bela,
Em Sete Portas, dois casais num
Colchão sujo, infecto,
Se abraçando, um beijando o outro,
Como se estivesse em casa,
Na verdade estavam em casa:
– Meu Deus, eles moram na rua.
Mulher pedindo moeda
Para fumar crack,
E a noite não mais
Parecia bela,
E todos admiravam o casal,
Deitados no colchão,
Namorando, não se incomodavam
Com o passar das pessoas, dos carros,
Da moto…
E tocava uma música,
Que sintonizava os dois ali,
Em cima do colchão.
E a noite é bela,
Fui roubado,
Mas, não levaram
Todo o meu dinheiro:
– Graças a Deus.
Valter Bitencourt JúniorSistema
Crianças tão inocentes
Brincam de barquinhos
De papel, e avião de plástico,
E... Como pode?
Ter um ser assim
Tão poeta...
Os jovens são tão
Ligeiros, e degustam
Tantas coisas novas,
Como pode?...
Serem tão poetas.
O adulto que corre
Em busca de coisas sérias
Que perdem tanto ao estado,
Mas às vezes tanto reclamam
Como pode?
Poetas que vivenciou a vida,
E esse sistema que quer ver
Os nossos olhos fechados.
Valter Bitencourt Júnior Casamento
Um dedo e uma aliança,
Um juramento, em elos,
Que não pode ser quebrado.
…
Mas muitos quebram,
Lindo seria, se vivessem
Eternamente…
Valter Bitencourt JúniorÀ procura
Procuro algo em mim
Entre duas pedras
Dentro de um vulcão voraz.
Procuro meu ser poeta,
Que só o meu destino
Pode encontrar!
Onde não sei...
Vejo tudo em neblinas.
Valter Bitencourt Júnior Aurora
Era uma flor de jasmim,
Lança! Lança… O perfume
O néctar os poros da vida.
Era uma jovem na flor da pele,
Era um florescer, um raio sem fim.
Um jovem, sua amada…
Juntos uma noite
Um lençol de sangue.
Valter Bitencourt JúniorArtista não se vende
À poesia foi subordinada,
Não, não, na verdade
Compraram os poetas,
Compraram os escritores,
Compraram os pintores,
Compraram os cantores,
Compraram os artistas.
Compraram as palavras,
A poesia não foi subordinada,
Subordinada foi os poetas,
Os escritores, os compositores,
Os pintores, os cantores,
Os artistas.
Todos foram divididos,
Cada um com seu partido,
Cada um com suas ideias,
Cada foi comprado,
Alguns se maqueiam,
E outros tentam mostrar
Transparência.
Não, não, na verdade
Estes não são poetas,
Escritores, compositores,
Pintores, cantores...
Estes na verdade não se subordina,
Busca vencer a vida,
Busca quebrar barreira,
E todas as palavras
Escritas, quando vem
De quem foi subordinado,
Não tem cor, não tem gosto,
E mata o tempo,
Engana os seres...
Poetas, escritores, compositores,
Cantores, artistas,
Não se subordinam,
Mas uma coisa se sabe:
- Nem todo cristão é fiel.
Existe quem haja
Com má fé!
Valter Bitencourt Júnior Brasil
Ser grande ou pequeno
Ser grande ou pequeno?
Ser grande e matar
O ego, ser pequeno
Sem ser arrogante,
Não importa o tamanho.
Matar a vaidade,
Viver cada momento
Em conjunto,
E quando sozinho,
Continuar vivendo.
Não importa a fama,
Não importa os bens materiais,
O que importa é a vida,
O trabalho, e um bem maior
Chamado família.
Ser grande ou pequeno?
Não importa o tamanho,
Buscar o conhecimento,
Ganhar a inteligência,
Desenvolver os dons,
Coletivamente ou individualmente.
Ser grande ou pequeno?
Não importa! Espalhar
Os bons sentimentos, e assim
Sempre seguir em frente.
Valter Bitencourt Júnior Amigo Gil
A Gilberto Nogueira de Oliveira
Suas obras primas
São feitas em casa
Poeta independente
Produz, não tem o ego
Em si, simples
E verdadeiro,
Esse é o Gil de Nazaré/BA
De todos os brasileiros.
Em todos os cantos
Do mundo,
Deveria existir um Gil,
Que compartilha poesias
Nesse mundo em guerra,
Meio que doentio.
Poesia de amigos
- Gil compartilha!
Livros da própria autoria
- Gil envia!
Em troca não cobra
Nada,
Muitos o desvaloriza
... Pouco importa ao Gil.
O bem maior da sociedade
É a escrita
- Isso sim, Gil, valoriza.
Valter Bitencourt Júnior Quero mesmo é um disco voador
Quero na minha loucura sair saltitando por ai,
E assim dizer que o que passou
Passou, que o mundo é dos loucos,
Sobrevive o que menos tiver cérebro.
- Não quero ser o responsável
Pela guerra!
- Muito menos quero matar um mosquito!
- Não quero saber da criação da Bomba
ATÔMICA!
Quero mergulhar em um livro,
E depois sair babando
Feito um debe mental,
E dizer que - tudo o que eu sei
É que nada sei.
Não quero falar através das redes
Sociais com meus amigos loucos,
Quero falar com eles pessoalmente,
E ligar o som, e depois desligar,
Ligar o som e depois desligar,
Ligar o som e depois
Dançar, e dançar, dançar...
Quero fazer de conta que sou o presidente,
E moro em becos, e tenho um cavalo
De pau, e assim posso brincar
Com meu barquinho e avião de papel,
E meu carro de lata,
Eu quero ser louco,
Para não saber o nome de tudo aquilo
Que me fere, e que me faz sentir dor - E isso é uma eutanásia aplicada
Em sentimento,
Ou quem sabe excesso de loucura,
- Quero ser louco e ter coração,
E sentir o que meu semelhante sente.
- Não quero ser o dono da verdade.
Quero mesmo é um disco voador!
Valter Bitencourt Júnior Acontecimento da vida
Nunca vi
Nada tão escuro
Como hoje.
Talvez entrara
Em uma ilusão,
E os acontecimentos
Da vida
Ajudaram.
Valter Bitencourt JúniorAprendiz
As lágrimas
Dos olhos
De uma criança
Que aprendeu
A amar um time
Escorreu ao ver
A vitória do rival.
A criança
Aprende desde cedo
Que em jogo de futebol
Não é somente de ganhos:
- Um dia ganha, um dia perde,
Um dia ganha...
Assim também é a vida.
Valter Bitencourt JúniorAmor vagabundo
O seu corpo molhado
Banhado por cachoeira,
Sua pele macia
Entrelaçado a minha!
Laço árduo...
Corpo quente...
Beijos ardentes...
... Alma inspirada!
...
Aonde vai voando
Deixa-me lasso?
Valter Bitencourt Júnior
Sede
Quero uma poesia que penetre em minh'alma,
E me faça por entre lágrimas
Sentir o gosto do riso:
- Nada foi perdido!
Quero mais que uma poesia,
De amor, - não quero poesia
Sem lâmina, sem sabor,
Sem cheiro, sem sangue,
Sem o pulsar de coração,
Sem elementos de vida,
De esperança. (Quem sabe apenas
Um ponto - o silêncio,
Menos suspiro e reticência
- ataque fulminante).
Quero mais do que palavras,
Quero o abraço que faça-me
Perder o fôlego, me sentir ofegante.
Quero licença poética,
E quebrar a censura, e ser livre
Para poder mandar alguém
Para onde eu quiser,
E também ser mandado
Ao bel prazer.
Quero o "vá ser livre",
E "vamos sermos livres juntos"
(E que a liberdade não nos separe),
Quero a vírgula fora do lugar,
Só para confundir
E ser confundido.
Quero poder falar na forma
Que eu quero e bem entender,
E dizer que a gramática
Não me contaminou
Por inteiro,
- Quero ser critico
Da minha própria pessoa!
Quero uma poesia
Que sinta a minha dor,
E chore comigo,
Como se hoje fosse
O último dia,
- Hoje já passou...
Amanhã quero um conhaque,
Um cigarro qualquer,
E uma mulher,
Que não viva me fazendo
Juras de amor,
E minta todos os dias
Me amar.
Quero sentir o perigo da rua,
Da curva da poesia,
E da amada.
Embriagado, quero
Mais que poesia,
Muito mais do que poesia.
- Hoje vamos nos divertir!
- Até chegar no espaço!
- Fecha os olhos.
- Esquece esse mundo.
Palavras soltas,
Sem dono,
Em busca de serem encontradas.
Valter Bitencourt Júnior A miséria
Oh! Dores
Que me pegam me prende
Saem ou não dos meus pecados?
Oh! Deus.
Cai do céu uma cachoeira
Devorando casas
Sai dos telúrios
Uma quentura
Oh!Meu senhor nos castiga por quê?
Somos seres impetuosos
Governados por tiranos,
Fazemos muitas das vezes
As nossas próprias lástimas
Não deixando de ser ambicioso
Oh! Vida
A terra está se tornando
Um sofrimento
Fabricado por nós mesmos,
A miséria.
Valter Bitencourt JúniorA esperança perdida
Quem sou?
Não sei.
Talvez o vento
Levou o meu nome.
Só não sei pra onde.
Valter Bitencourt JúniorMeu aniversário
Meu aniversário, 25 de junho,
21 anos, anos atrás nascia
Em 1994, e o tempo passa
Sou poeta, e continuo vivo
Passar de 21 anos, não é muito
Neste tempo de poetas maior
De idade, que sobrevive
O tempo em nossa contemporaneidade
E vejo dentro do meu ser
A confiança de que cresci
E ganho autonomia
Vivo cada instante e momento
Quero todo dia,
Poder respirar poesia.
Valter Bitencourt Júnior, 2015Decisão
-Dizei-me poeta,
Uma palavra
Mais bonita
Que avante?
-Doravante!
É mais
Que uma decisão,
Para seguir
Rumo ao futuro,
Trilhando os sonhos!
Além da utopia!...
Valter Bitencourt Júnior Mistério
Exala no hálito
A brisa o frescor!
Há tantas coisas fugidias,
Em um cerco de maltrapilhos...
Neblinas que prendem o ver.
Estar e não estar.
Almas que flutuam
Como algodões
Cada um de nós morreremos
Para nascer de novo.
...
A vida renasce em Cristo
Em cada Natal!
Valter Bitencourt Júnior Esperança
O meu verde
Confunde sua visão
Quando estou entre as palmeiras
Em sua casa, no quebrar de um
Copo em vez de azar
Levarei esperança
Ao seu
Sentir sem sorte.
Valter Bitencourt Júnior A sua boca
Quem sou eu
Para escarrar a sua boca,
Se sou, fascinado
Por ela!
Valter Bitencourt Júnior
Dia de hoje
No outro rumo,
No amor, a separação
Te torna uma mentira
Igenua, convencional
Que te consome e absorve
Até tu te integrar
Por inteiro
Por um ser que
Te enlouquece,
Te aquece,
Te adora
Dos dedos dos pés
Deslizando até o pescoço
Te alimenta
E cresce contigo o fogo,
Faz do branco das nuvens
Inesquecível rascunho
Desse explendido
Dia de hoje!
Valter Bitencourt JúniorMundo
No mundo circula uma grande corrente
De sentimentos,
Este mundo que sequer conseguimos
Abraçar.
E ela é mais um mundo
Que penso ser pertinente
Ao meu coração.
Seu olhar faceiro,
Seus lábios cor de lis
Meu mundo confuso,
Seres em guerra,
Disputa por entre a vaidade e o ego,
Seus cabelos soltos
Brincando com o vento.
O mundo é grande, não dar
Para abraçar, o mundo governado,
Pessoas limitada em seus quereres,
Censura. E ela,
A despertar meus desejos,
Sequer percebe
O que meu olhar diz,
E meus lábios sequer solta
Palavras.
O corpo dela é o mundo
Onde penso navegar,
O mundo de curvas,
Por entre o perigo
O prazer.
O mundo é louco,
Os seres também,
O mundo meu e o mundo dela,
O oposto se atraem - diz o ditado.
Países brigando entre se
- Nem sempre o ditado é o que diz,
Bombardeio, crianças e adolescentes
Mortas, escolas fechada,
O mundo gigante,
Precisa de um abraço,
Sozinho jamais poderei abraçar
O mundo.
E ela, aquela mulher na esquina
Foi embora,
E eu sozinho, percebo que o meu
Mundo desaba...
Ali distante a fome,
A vida não é um romance,
A vida é efêmera
Viver torna a vida durável
- Feliz aquele que escolhe a vida,
E sabe viver.
Ela não se foi,
O mundo não acabou em 2000,
Neblinas vejo
Por entre a memória,
Onde ela caminha,
Para onde não sei.
Valter Bitencourt Júnior Fuga
Fugirei dos seus braços
Ao perceber que, diante do gatilho,
Estou completamente perdido por você,
Desculpa! Se estiver sendo baixo
Só não quero corromper
As montanhas,
Tenho medo da neblina.
Seja minha ninfa!
Mas quero um pouco
Curtir a vida...
Um dia a farei
Meu universo, minha rainha
Serei seu dia,
Por enquanto
Da paixão serei de você
Uma fuga.
Valter Bitencourt Júnior Onde está o teu corpo
Ao sentir o teu corpo perto do meu
Senti calor.
Olhei nos teus olhos,
Ganhei confiança
Nessa noite serena me apaixonei...
Ao sentir teu corpo perto do meu
Comecei a te admirar
Observei tua boca,
olhos,
orelhas,
nariz...
De cima a baixo
Começo quase sem fim...
Porque em um certo dia,
Não cheguei a ver nem os teus pés.
Mas onde esta o teu corpo
Que estava perto de mim?
Valter Bitencourt Júnior Flor do dia
Como o sol nascendo,
Você se aproxima,
Flor do dia!
Valter Bitencourt JúniorNostalgia
Uma escrita em rastros
De lágrimas...
Um bilhão de despedida
Em cem encontros,
E um sofrer em distância.
Somos acostumados
A viver, e a sofrer
Em distância,
E no fundo nem sempre
Há solução.
Valter Bitencourt Júnior Coração fantástico
Se a vida
Fosse a magia do natal,
Viveríamos num coração
Fantástico!
Valter Bitencourt JúniorRenascimento
A beleza do vento
O vento que passa,
Que deixa o perfume,
E cura o ser por dentro
Como é gostoso o vento?
O vento que passa...
E, tudo inicia de novo.
Valter Bitencourt Júnior O silêncio
O silêncio foi o sufoco
Por entre a escuridão,
O cérebro este labirinto
Via palavras, como se
Fossem escaneadas,
Do presente ao pretérito.
O café em adrenalina
Corria pelo corpo,
Olhos vidrados,
Em pânico. Fantasma
Da vida, podem vim
Em formas de lembranças.
Um terremoto,
Visões, a busca do entendimento
Do eu e do não eu.
Retratos cortados,
Espelhos quebrados.
Fumaças em forma de neblina,
O conhaque não era
Mais o mesmo.
A caneta falhava,
As palavras não mais
Era o consolo.
Noites perdidas,
E uma poesia que
Não quer sair.
O poeta sofria a escrita,
Sofria a vida, a miséria,
A desgraça humana,
A guerra. Tudo foi
Bombardeado,
O Software não mais
Armazenavam os arquivos,
E muito menos processavam.
A poesia queria esconder
A dor, as palavras
Se camuflam para se tornar
Em poesia. Não
Mais se tinha regra,
Métricas foram ultrapassadas.
Apareceram carros,
Postes, prédios,
Pistas, e lembranças impagáveis.
Quero um sorvete,
Neste dia de pouco sol,
Para refrescar a memória
Ou suicidar-me no gelo.
Valter Bitencourt JúniorBeleza
Mulheres que se apaixonam
Por flores,
É mulher
Que se semeia,
E nasce a cantar!
Mulheres de vários amores,
Mulheres sem se apaixonar!
Valter Bitencourt JúniorSegredo
Armação em lentes
Sobre o ofato,
E tudo olha a distância...
O poeta sensível brinca
Com o invisível,
Diante de seus olhos
Real, e muitas
Ficções, que jamais
Será visto na visão
De um humano,
E somente
Do olhar mortal daquele
Poeta, mas em fim imortal
No coração...
Valter Bitencourt Júnior Parodia de uma contradição
Um ponto apenas num esparadrapo,
Uma mancha de sangue
No céu e nada mais.
A vida, constrói continuidade,
Um polissíndeto numa palavra
Repentina, uma canção, uma
História, uma prosa, uma...
Uma princesa em cavalo,
E um príncipe a esperar!
A princesa vira um sapo...
Um lobo constrói uma casa,
E os porquinhos assopram,
Até a casa cair, e um dia eles
Viram amigos, e tudo volta ao
Normal os porcos com lobo,
E a chapeuzinho com a vovó.
Valter Bitencourt Júnior Doce Pecado
Nasce uma flor inusitada
Bela delirante
Curvosa...
Seu perfume é um cristal
Vindo das colinas,
Inspira o céu
Me transmite tranquilidade...
O tempo passa,
Tudo muda,
Ludibrias os meus olhos,
Me enlouquece,
E me perde
Nas profundezas
Da paixão.
Doce pecado
Que me pega por baixo
E me faz de surpresa,
Sufoca, lassa, faz de mim fatias
Me deixando em pedaços...
Valter Bitencourt Júnior Exercício
Subi a ladeira
Desci a ladeira
Subi a ladeira
Desci a ladeira
Salvador, Bahia, Brasil
Faz bem ao coração.
E assim subo ladeiras,
Desço ladeiras,
Entro em becos
Saiu de becos,
Subo ladeira
Desço ladeira
E em cada esquina
Uma música
Um reggae
Um rap
Um funk
Um pagode
Um samba
E vou seguindo
Subindo ladeira
Descendo ladeira
Entrando em uma esquina
Saindo em outra.
Salvador, Bahia, Brasil
Pulsa em meu coração.
Pertenço
A Bahia.
Valter Bitencourt Júnior E assim continuemos juntos
Quero nada mais nada menos que palavra escolhida,
Quero olho no olho e toda a verdade do mundo,
Quero todo o querer e poder estar junto,
Menos distante, poder beijar,amar, viver cada dia
Em flor. Quero que transborde em nossa vida
Poesia, poesia em toda a nossa volta, circulando
E circulando, circulando... Quero poder sempre
Viver cada dia, e assim poder experimentar cada momento,
Cada segundo, cada instante, como se estivesse
A degustar uma taça de vinho, olhando sua doce face
De mulher, quero não apenas dizer eu lhe amo,
Como quero viver em seus braços eternamente.
Que nada seja efêmero, que ao menos fique em nossa
Memória, todo o retrato,do que se passou,
E que renovemos, meu bem, e assim continuemos juntos!
Valter Bitencourt Júnior Dominados pelo medo
É muito mais fácil criarem cadeias, criarem um sistema de opressão do que investirem na instrução pública, muito mais fácil prender do que instruir, é muito mais fácil prender um para meter medo no outro, uma sociedade que vive no medo, vitima do estado, pagadora de imposto, para o sustento do governo.
Eles não ligam, pouco querem saber se existe o pobre, sabe-se que existe o pobre, e as suas classes, muitos hoje em dia não encontra-se em um estado de pobreza, mas o sistema mesmo assim escraviza-o, através do trabalho, o ser tem de trabalhar, esse é o papel do "cidadão", muito trabalho pouco lazer, e ao longo do tempo quem sabe a decepção, de chegar em uma certa idade e ser abandonado.
É muito mais fácil bater, jogar gás lacrimogênio, atirar bala de borracha, do que ouvir a sociedade. Primeiro instalam o medo, e depois buscam dizerem que estão ouvindo, enganam o povo, fazem uso da mídia, convence boa parte da pessoa a ir contra os seus próprios direitos, e ganha a maioria. A sociedade acredita que necessita de um representante, para fazer por ela, e não acredita ser capaz de representar a si mesma através dela, através de organizações livres e independentes, através da coletividade, ação direta e autogestão.
A burguesia por sua vez, quer tomar a frente enquanto quem deveria lutar perde a voz, devido ao medo, de perder o emprego, o medo de receber porrada do sistema, com medo de ser excluído na sociedade, uma sociedade que também marginaliza o próprio filho(a), uma sociedade também marginalizada.
Este não é apenas o Brasil, é o mundo; governado pelo interesse de quem governa-o, pela ambição de quem subordina e quem é subordinado. E enquanto isso criam milhares de cadeia, e estamos todos presos nessa cadeia, dominados pelo medo.
Valter Bitencourt Júnior Metafísica
Uma moufada,
Um garoto,
Dorme...
Dorme debaixo
Da árvore
Dorme com a
Moufada e a
Natureza.
Valter Bitencourt Júnior Dia de hoje
No outro rumo,
No amor, a separação
Te torna uma mentira
Igenua, convencional
Que te consome e absorve
Até tu te integrar
Por inteiro
Por um ser que
Te enlouquece,
Te aquece,
Te adora
Dos dedos dos pés
Deslizando até o pescoço
Te alimenta
E cresce contigo o fogo,
Faz do branco das nuvens
Inesquecível rascunho
Desse explendido
Dia de hoje!
Valter Bitencourt Júnior Monólogo
Gostoso é o nosso
Expressar:
Íntimo, quente, prazeroso, suave…
Nos lastimáveis momentos
Subitamente nos afastaremos
Para não fustigar as flores
Para não romper as rosas…
Quero enfatizar o amor,
Fantasiar a nossa vida.
Rapidamente não te avisto
Bato-me com os dentes
Faz-me derreter os olhos,
Não conseguindo
Avistar beleza.
E faço a minha vida
Um monólogo
Sombrio sem respostas.
Valter Bitencourt JúniorVezo
Furtarei a tua fragrância...
Sinto todos os dias
O teu aroma!...
Vou me banhar no teu corpo,
Todas as noites de jasmim!
Só para degustar o teu
Perfume.
Valter Bitencourt JúniorInusitado
Voou o beijo no vento
Posou como uma borboleta
Numa flor…
Voou o beijo no tempo
Posou em forma de lágrimas
(Amor?)
Voou o beijo no vento…
Voou o beijo no tempo…
Belo mesmo é a flor!
Valter Bitencourt JúniorNão me esqueça
Venhas pros meus braços
Não se aflija!
Quero sentir a essência
Do seu perfume de jasmim,
Quero designar
A cor dos teus olhos.
Teus olhos são o azul do céu
Mesclado com o amarelo
Das flores
E resultam nos verdes dos rios
Venha meu amor,
Saciar minha sede,
lembrar momentos
Perdidos
Que sequer sabemos
Onde achar!
Valter Bitencourt Júnior Flores
Tu olhas pros céus
Estando nas nuvens?
O amor floresce.
Valter Bitencourt JúniorGozação do amor
O amor pinta o céu
E o rubro vira guerra.
...
Gozo com os ares.
Tudo vira uma sátira.
A vida se entristece.
Valter Bitencourt JúniorFragmento lasso
Quero arrancar
Os teus lábios
Dos meus...
Quero traçar
O teu corpo,
No meu!
Louco sozinho
À noite!
Quero teu corpo.
Cachoeiras
Descem
Nos seixos
Delírio nós dois
Feito cometa
No cais...
Nós dois grudadinhos
Na chuva, no mar!
Valter Bitencourt JúniorDesculpa!...
Desculpa!
Se o meu amor por ti
Não é eterno,
Passamos as mãos
Em uma ilusão contínua,
Mas tudo quer dar um basta.
Desculpa!
Se não sei ou não soube
Dar-te meu amor,
Apesar de existirem
Muitos afetos...
Valter Bitencourt JúniorGostoso
Gostoso é um beijar
De abstinência,
Quando tudo está
Perdido.
É um traçar de guerra
Em toda amplidão,
Enquanto o beija-flor
Pede a paz vizinha.
É um colar de pérolas
No teu pescoço
Para realçar o batom.
Valter Bitencourt JúniorA Paixão
Tudo fica sem nexo
Quando triscamos
Em um rubro, a paixão!
Nos deixa fora de nós
É uma fisgada!
Que nos pega com garras
De dragões
Tudo entra em chamas.
A paixão é uma loucura
Instantânea
Nem sempre
Dá pra segurar.
Valter Bitencourt JúniorAbismo, infinito
Tudo sai de si,
E a vida chuta
Desmancha-se de lágrimas
A única coisa
Que lhe resta.
Lágrimas! Lágrimas! Lágrimas!
Arde por dentro o coração.
Tudo corta deprimidamente
E o que vem a cabeça
A morte?
Você se encontra no esmo
É como uma pista
Em buracos
Desviando carros
Nessa vida tropeço
Em abismo
E caio no infinito.
Valter Bitencourt JúniorGuerra das estrelas
O mar,
O luar,
Serena noite.
Nós dois
Retrato de uma noite
Que passa!...
Eu só...
Nós dois
Mortos de amor
Nas areias
Do cais.
Valter Bitencourt JúniorSem rumo
Amor sem rumo,
Você dá o de se:
Corre, chora, proclama...
E mesmo assim
Fica sem nexo...
Chega a hora
Em que você se cansa
Assim como ela aparece,
Sem rumo,
Feito bolhas de sabão,
Se desfaz...
E mesmo assim
Fica a solidão,
Dentro de si...
Valter Bitencourt JúniorGeração
Bem vindo ao mundo
Suas primeiras palavras
- O choro...
Amamentou-se...
Bem vindo em casa
Sorria,
E assim aprendeu
A sorrir (que lindo!).
Não há mais boas vindas?
Já veio ao mundo!
(Amanhã e depois
Vai começar a sua história,
A nossa história... - Família)
O universo é uma escola
Imensa (boa sorte!).
Logo lhe jogam
No mundo
Para continuarem
Dando novas
Boas vindas.
Valter Bitencourt JúniorNova esperança
Onda que vai e vem,
Traga-me algo
De bom
Pra esse mundo
Em guerras,
Mas não leve o melhor
De volta,
Uma nova esperança.
Valter Bitencourt JúniorTraços
Rastros
Que se vão...
Por ir...
... São teus,
Mulher errante!
Encontro-me
Numa pane
No fundo
Esvairado...
Me congelaste...
Moça de vida fácil?...
Virgem dos lábios núbeis
De olhares soslaios
-cheiro de traição:
Minh´alma se confunde
Duas mortes
Num só luar
Eu e tu...
Valter Bitencourt JúniorVícios
Entra de cabeça e pés
Em um caminho sem saída
Sua vida iguala um forte rubro
Sem paz!
Faz da vida um jogo
Que flutua e desce
Nas águas cristalinas
E se transforma
Em sofrimento singelo
Se perde nos vícios asquerosos
Quando tudo esta pra ser tarde
Você se isola, se entrega
Sequer vislumbra vontade
Se debate com crise
De abstinência, pertinência
Dias depois tudo parece ser bem.
É solto!
Mas o que vem a sua cabeça
Alimenta-se dos seus vícios
Deixando tristes lágrimas
Descendo pelas cachoeiras?
Valter Bitencourt JúniorRosa
Nascem botões
Brotam
Fascinam,
Encantam
Reconciliáveis
Quando tudo
Está ao avesso.
Valter Bitencourt JúniorEternamente
Peguei na mão da amada
Comecei a cantar uma velha canção,
Os olhos dela brilhavam,
Se derretia de amor, minha menina.
O dia em sol, nós respirava,
Cerveja e muita poesia,
Eu já não cantava
O som vinha da esquina.
Namoramos e firmamos
Nossos sonhos de eternidade
Hoje somos jovens
Amanhã ou depois
Em maior idade.
- Queremos nosso amor, pra toda vida.
Valter Bitencourt JúniorDia de hoje
No outro rumo,
No amor, a separação
Te torna uma mentira
Igenua, convencional
Que te consome e absorve
Até tu te integrar
Por inteiro
Por um ser que
Te enlouquece,
Te aquece,
Te adora
Dos dedos dos pés
Deslizando até o pescoço
Te alimenta
E cresce contigo o fogo,
Faz do branco das nuvens
Inesquecível rascunho
Desse explendido
Dia de hoje!
Valter Bitencourt Júnior Nova antologia, organizada por Valter Bitencourt Júnior
Estou preste a publicar em qualquer momento mais uma antologia, dessa vez com novas participações, diferente da anterior em que visava convidar poucas pessoas para que participassem, e também antologia Germinando Poesia, foi o início de um trabalho que vou buscar desenvolver, assim não apenas levando o meu nome como também o nome de amigos poetas e poetisas que vem trilhando esse rumo da escrita.
Nessa antologia também publicarei algumas das minhas poesias, da mesma forma que tenho feito com a antologia anterior, e quero fazer melhor, porque quando a gente dar início a algo, a gente busca aperfeiçoar cada vez mais, as poesias da minha autoria que será publicada na antologia vai ser:
* Sede
* Meu ego
* Quero mesmo é um disco voador
* Meu aniversário
E teremos grandes participações, de amigos (as), que vivem nesse rumo da escrita, da arte de fazer poesia, de brincar com as palavras e também de ser sério, nessa antologia segue o nomes das poesias e dos poetas:
* Incertezas - Josue Ramiro Ramalho
* Quem dera - Josue Ramiro Ramalho
* Fragmento - Josue Ramiro Ranalho
* Alvorecer - Josue Ramiro Ramalho
* Minha penedo - Josue Ramiro Ramalho
* Nossa estória - Josue Ramiro Ramalho
* Despedida - Josue Ramiro Ramalho
* Um presente chamado hoje - Marly Ramos
* Pétalas, versos e lágrimas - Marly Ramos
* Intensidade - Marly Ramos
* Sutilezas de amor - Marly Ramos
* Sinto logo escrevo - Marly Ramos
* Versos que fluem - Marly Ramos
* Porta do céu - Marly Ramos
* Divino - Gilberto Nogueira de Oliveira
* Evasão - Gilberto Nogueira de Oliveira
* Flores para um casal feliz - Gilberto Nogueira de Oliveira
* A rota, a corda e as portas - Leandro Flores
* Sem título - Almandrade
* Sem título - Almandrade
* Essa tal felicidade - Sonia Lobo
* Os Olhos de Marcelo - Sonia Lobo
* Soneto para meu neto - Sonia Lobo
* Crepúsculo além do mar - Conceição Ferreira
* Mulher - Conceição Ferreira
* O amor - Tassiane Bitencourt
Na antologia ainda quero trazer novidade quanto ao prefácio, tudo depende também da pessoa aceitar, ela aceitando ou não a antologia tem de ser publicada, quanto ao nome da antologia, ainda não vou disponibilizar para o público, mas que fiquem atento, amigos (as) leitores.
Uma rosa
Miro em minha frente
Uma rosa falsa,
Talvez uma rosa,
Feita por uma mão
Delicada!
Miro uma rosa
Sem espinhos,
Uma rosa completamente
Rosa.
Valter Bitencourt JúniorSiga o seu coração
Não quero ficar por baixo
E nem ficar por cima
Só quero mostra-lhe
Que dentre esse seu ser excessivo
O excesso não a levará a nada
A não ser ao pior
A desgraça não vem só pro pobre,
Mas também para o rico
Do seu ser sem amor
Não há proveito.
Mudarei os meus passos
Que fazem tempestades, redemoinhos,
Furacões...
Para um novo caminho
Que faça o branco
Se transformar em cores
Fantásticas.
Valter Bitencourt Júnior Coração de pedra
Quero amolecer seu coração
De pedra,
Mostrar que a vida,
Nem sempre é tão dura
Quanto parece ser.
Vamos aproveitar
Segundos, minutos, horas, o fim, o começo
Como estivéssemos vivenciando
O gosto do último gole
De um prazeroso vinho
E passar a sentir a essência
De um grande perfume
Vou mostrá-lo que a vida
Não precisa ser tão longa
Para ser tão amada
Mas ela é curta
Para se ter
Inimigos.
Valter Bitencourt JúniorSolidão
Solidão é uma crise de abstinência
Contraria.
As luzes dos céus
Jamais se abrirão
Por completo
Na escuridão da noite.
Constelação noturna
De todos os atritos inesquecíveis,
A constelação mirada
Por dois amores
São estrelas dissidentes
De todas as posições separativas
Dos laços distantes
Que se tornam distinto.
Valter Bitencourt Júnior Nostalgia
Pra mim o rio já te cansou;
A maré te levou;
O passado te machucou
O hoje já morreu
O ontem sequer ressuscita
Os seus prantos se secaram
As cachoeiras se afugentaram
Por te verem as nuvens
Desmancharam-se
E a pergunta fica
O que tanto te fustiga?
Valter Bitencourt Júnior Sou poeta
Escuto, escuto a vida
Ando no horizonte...
Traço do passado.
Canto para ninar
Meu coração de todas as lembranças
Sinto cheiro de telúrio molhado
Neste dia poético
Sou poeta!
Valter Bitencourt Júnior Violência
Tudo se choca.
Tudo se derrete.
A vida muda
E os rumos
Se perdem.
Valter Bitencourt JúniorIngenuidade
Beija flor és tão bela
Que me fascina!
Nostalgia, euforia
Fico indeciso
Com a nostalgia
E a euforia
Não sei se escrevo noites
Não sei se escrevo dias!
Valter Bitencourt JúniorTriste
Triste, triste é você
Voltar atrás e estar
Tudo perdido.
Triste é você morrer
Sem o amor,
Sequer florescer.
Triste é você
Olhar o mundo
Em lágrimas...
Difícil entender!
Triste é esconder
O que está
Escondido
Entre montanhas
Imaginarias.
Triste é viver
Desabitado
Ou delírios constantes.
Valter Bitencourt JúniorPara conquistar uma mulher
Para conquistar uma mulher
Tem que ter lábia,
Mas, será que é verdade?
Será que um olho no olho
Não seria capaz de roubar
Um coração?
E o amor a primeira vista?
Será que o amor a primeira vista
Existe? Dizem que para
Conquistar uma mulher
Tem que ter atitude,
Mas, o que é mesmo ter atitude?
E se tudo acontecer sem
Que ao menos perceba?
Nem tudo é como um romance
Ou quem sabe uma novela...
Isso é meio que gozado,
Para conquistar uma mulher,
Tem de fazer-se galã,
E querer todas,
E quem sabe até mesmo
Quebrar a cara, até
Encontrar uma que seja
Quem sabe a razão do viver,
Ou apenas um estar junto,
Quem sabe muito mais
Que isso.
Para conquistar uma mulher
Não precisa ser romântico,
Os românticos sofrem a solidão.
Para conquistar uma mulher
Não precisa ter diploma,
Para o amor não tem diploma,
Principalmente quando
Estar-se preso
Um ao outro.
Valter Bitencourt Júnior Lágrimas
Pena que o dia
Não foi como
Meus passados!
Mesmo assim
Elas tentam
Me inspirar!
Valter Bitencourt JúniorO Cálice do Chico
O cálice do chico
Não foi feito pra beber
carrega a censura
De homens fardados no poder.
O cálice do chico
Traz em seu olhar
Uma canção, dá pra ver a tristeza
Que passa em seu coração
O cálice do chico
É um protesto
Um pedido
Mais que humano
"Pai afasta de mim esse cálice"
E a ditadura buscava calar
E já calou diversos artistas
E esse trocadilho de palavras
Dá força a música
Transforma a canção
Em poesia, penetra na mente
De quem raciocina
E busca fazer a revolução
Um cálice, de muitos cálice
Muitos sangues já foram
Jorrados no chão
Até hoje nos querem
Empregar
O cálice, maldito,
Que mete medo na nação.
Valter Bitencourt Júnior Mesmo que distante
Trilhar um longo percurso
Na busca da essência.
Vê-la distante, e acompanhá-la.
Assim… Querer-lhe perto
Em cada momento.
O desejo faz parte de quem
Tanto se quer, e quando
Se quer, vai na busca
Vou partir… – em sua busca,
Somente não sei qual destino tomar.
Não desistirei em momento algum.
Lá, em algum lugar a encontrarei
Para matar a minha sede
E a minha angustia.
Valter Bitencourt Júnior
Ilusão
Penetro na sua dor
Como gelo
Nessa noite
Vaporosa.
– É pedra!
Magoar um coração
Que tanto ama?!…
Sinto um tédio,
Num estado esquizofrênico,
Te vejo
Entre lírios neblinosos
Cantando fantasias.
Vida nebulosa!
Tudo me rodeia
Esvaecido,
De overdose,
De amor…
– Fugaz!
Valter Bitencourt JúniorInjustiça
Vem em forma de bicho feroz,
Dirigido por um ser subordinado
Porque devoras sonhos
Realizados
Se a minha vida é o meu trabalho
Agora destruído?
Joga meus esforços
Por águas abaixo
Injustiça!
Nessa vida me sinto perdido,
A maré me sufoca
Os pássaros me beliscam,
Os meus olhos já não brilham...
O que me resta,
O que me falta
Nesses duros e cansados dias?
Valter Bitencourt JúniorMomento
Numa aventura lancei-me no papel
Na perspectiva de encontrá-la
Coloquei-me a escrever
Palavras soltas como o seu cabelo
Ao relento e puras como a sua face.
Fechei os olhos ao ponto de sentir
A sua fragrância
Que vinha à longa distância.
Parei no tempo e levantei-me:
-Olhei pela janela e deixei
Toda a poesia me contagiar.Escreverei
Escreverei faísca
Quando tudo
Estiver de cabeça
Pra baixo!
Escreverei chamas
Para todas as paixões!
Escreverei angústia
Para todas as nostalgias.
Valter Bitencourt JúniorAurora
Quero me alimentar no amanhecer
E sentir a aurora em formas de
Vento, e ver o por-do-sol
Por entre os montes.
Quero criar imagens de poesias.
Quero escrever palavras escolhidas.
Sei que tudo pode ser passageiro
Em tudo aquilo, que nem sempre,
Pode se condensar pelo ar.
Valter Bitencourt JúniorO Político Não é Meu, O Político Não é Seu
O político não me pertence
O político não lhe pertence.
O político não é meu
O político não é seu.
Abre a mente!
Ele sabe falar,
Ele tem lábia,
Ele nos enrola
Na fala.
Estamos cegos.
Precisamos acordar!
O político não é meu
O político não é seu.
O político não lhe pertence
O político não me pertentece.
Ele faz e nos enrola,
Ele não faz e nos enrola.
Política partidária
É jogo de xadrez,
Somos piões nessa
História, a briga
É entre gigantes.
O político não é meu
O político não é seu.
O político não me pertence
O político não lhe pertence.
Nesse jogo somos
Marionetes,
Conduzido pelo Estado,
Massacrados pelo sistema.
O político não é meu
O político não é seu.
O político não me pertence
O político não lhe pertence.
A sociedade em si é autonoma,
Controlada pelo sistema.
O político não é meu
O político não é seu.
O político não me pertence
O político não lhe pertence.
Por que não desconstruir
Essa farça?
Valter Bitencourt Júnior Quando morrer a filosofia
À Iraney Gonçalves Garcia
Sempre vai
Existir
Perguntas,
À vida
Ensina
O ser
A ser
Filosofo.
Quando
Matarem
A filosofia,
À vida
Vai perder
O tesão,
O ser também.
Quando parar
De questionar
Nada
Vai fazer
Sentido.
As perguntas...
É tudo o que
Move o mundo,
Na busca
Da resposta.
Valter Bitencourt Júnior Amor inefável
É inefável
A tua clemência!
O teu martírio, inexorável...
É mister
Saber cuidar-se.
Nem sempre
Se encontra uma mão,
Cuidado!
O seu coração
Que tanto
Sofre
Ficará lasso
Constantemente.
Valter Bitencourt JúniorAmor
Não! Pode levar-me
Nessa sonoridade
Eterna
-quero ir contigo.
Valter Bitencourt JúniorMalandragem
Vem do nada...
- Diga ai, cara!
Como vai “broder”...
E eu respondo
Vou indo, mano...
Como vai a mina?
A desconfiança responde
- A nega esta estirando
Os cabelos chapa.
- E a sua mãe,
Broow, como vai?
- A coroa vai levando
Meu...
-(Chega à bisteca).
...Beijos...
-seus cabelos, hem!...
Gata estilo rock hooll
Mana...
E o amigo dá no pé
No dia seguinte
Surge do nada
-diga ai, cara!...
Valter Bitencourt JúniorLuz do dia
Desvenda-me como um poeta.
Na minha vida
Jamais avistaria isto
Neste meu ser crítico, lasso, lamentável...
Farei com que a poesia entrelace
No meu ser triste,
Pra que possa avistar sentimentos abstratos
A que não dou mínima importância
Que, no fundo, é uma alexandrita
Quando na luz do sol o seu verde
Traga-me esperança
Na luz artificial da noite o seu vermelho
Dê-me amor!
Oh! Luz do dia dê-me
Do meu ser poeta
Um dia de alegria
Pra que possa
De verdade amar
Meus semelhantes.
Valter Bitencourt JúniorFragrante
Assim como o aroma
Você me transforma!
Mirando o universo
Deixa-me no ar
A cada vento
De todos os momentos,
Não me esqueço
De você inadmissível
Fragrância
Vinda de todas
As partes do universo!
Valter Bitencourt JúniorEm meu coração
No meu coração
Já morou um papel vazio.
Quando iniciei a escrita
No meu coração
Nasceu papéis rabiscado,
Rasguei muitos dos papéis
Meu ser meio fragilizado
Tornando-se forte
A cada traçado.
Engolindo palavras
E palavras,
Descobrindo as acentuações
E locais das virgulas,
Em meu coração
Já estava cabendo os clássicos.
Assim, fiz-me poeta
Sem que ao menos soubesse
Toda a poesia
Que continha em meu coração
Vazio… Meu coração
Sente falta de algo,
E a escrita não preencheu!À flor da pele
Onde foram os espelhos
Da comparação
Pra me fazerem
Lembrar o passado lasso,
Ver todas as diferenças
Retratadas
A beleza é uma quimera estética
O que vale é o que reflete
Por dentro.
Manchas rubras se derramaram
Nesta terra
Nossa raça é cerúlea
Por ironia.
Somos de garbo,
Vencemos muitas prendas!
Valter Bitencourt JúniorSolilóquio
Como as pessoas
Se isolam facilmente,
Volto a mim
E vejo que estou
Sozinho!
Valter Bitencourt JúniorO dia raiou
A flor no chão,
A flor... Oh! Querida,
Era para ti, era...
O mundo virado,
Virado... O mundo!
Guerra no ar,
O teu lenço no chão,
No chão... Trêmula
Está. Mãe carrega
O meu ser em teus braços.
Carregue... Quero viajar
No mundo dos sonhos.
Viaja meu bem
Para todo lugar
Caminha no além
Vamos voar.
Pego a flor, e pego o lenço
Umedecido.
Valter Bitencourt JúniorTempo
Tempo passa!
Tempo! Passa tempo,
Anda tempo,
Voa tempo,
Muda o tempo!...
Saudades tenho
Valter Bitencourt JúniorO que é poesia?
Poesia é arte!
A tua clemência,
É a misericórdia
Do dia a dia!
Mas, o que é poesia?
Poesia é vida!
Poesia é amor!
Poesia é ardor!
Poesia é sexo
Mas, mesmo assim...
De tudo, o que será poesia?
Poesia é musica!
Poesia é uma dança!
Poesias são quadros!
Poesia é o inefável...
O que será? Que será?
É poesia!
Poesia é um temperamento,
É um sofrer,
É um desejar
É um escrever humano
Mas, mesmo assim...
O que será a poesia?
É tudo que está fora
Do nosso alcance...
Mas esta entre nós.
Valter Bitencourt JúniorAventureiro
Subo degraus
Com medo.
Sou o vento,
Perdido
Num ambiente fechado.
Carrego peso
Do passado lasso,
Em minhas mãos.
Valter Bitencourt JúniorOlhar poeta
Vejo cheiro de terra
Molhada.
Neste estado apaixonado,
Sinto-me presa
Dos seus braços
Suados, quentes...
Miro tudo de formas
Diferentes; vezo botões
Se transformarem
Em flores.
Veto seus beijos
Em outro
...
Beijo vagabundo.
Olhar poeta.
Valter Bitencourt JúniorAmor em distância
Anda nos ares
Olhando o infinito
Se procura vitória
Que vença.
Valter Bitencourt JúniorSuspiro
Tu!
De onde vens?
Dessa forma
De onda...
Me deixas mágoas
Ficas!
Não vás...
Estou cansado
Das tuas indecisões
Nós!
Suplicamos amor eterno...
Somos cachoeiras,
Se quebrando
Nos rochedos
Lá estamos
Eu e tu,
Nas cortinas
Ilusórias
Do céu!
Valter Bitencourt JúniorAmor desmanchado
Fecharei os meus olhos
E abrirei,
Quando a esperança
Surgir.
Valter Bitencourt JúniorViver em sombras
Lamentável!
É viver em sombras.
A única coisa
Que vem a cabeça
É a morte!
Valter Bitencourt JúniorTudo que você...
Como eu queria tanto
Os seus lábios,
E tudo que você
Desejar!...
Valter Bitencourt JúniorTudo está azul
Sinto um lindo cheiro no ar!
Alguma coisa vem de longe
Caminhando como uma dança
Cheiros de mar
Dentre as nuvens
De todos os meus sonhos
Ilusão...
É a essência do dia
Que me desfaz de todos os tormentos!...
De todos os momentos
Enquanto isso passa,
Tempo!
Valter Bitencourt JúniorTempo
Carro, pra que tantas
Velocidades
Se os dias voam?
Se as sensações
Forem gostosas!
Me leve contigo.
Valter Bitencourt JúniorA literatura foi feita para todos
Para muitos homens, intelectuais de épocas passada, a mulher não tinha o direito de ser escritora, a literatura era feita apenas para homens e a mulher por sua vez tinha de fazer os seus afazeres doméstico, muitos dos homens não permitiam que a mulher entrasse em suas discursões sobre literatura, não permitiam que elas colocassem seu ponto de vista, muitos eram boêmios, alguns viviam por sua vez pelas serenatas da vida (poetas e escritores também), alguns verdadeiros paqueradores de mulheres.
Em alguns países somente no século XVIII que as mulheres foram passando a fazer parte da literatura, assim ganhando o direito de serem escritoras, e dedicar-se a literatura. O engraçado que hoje em dia, muita gente acredita que poesia é coisa de mulher, assim como romance também, quem sabe por este motivo que levava os intelectuais acreditarem que a escrita era coisa de homem e não de mulher. Tive essa conclusão quando estudante de escola pública, perguntava algumas pessoas se gostavam de lerem, a maioria dizia que não, alguns tinham escritores como homossexuais, a escreverem romance, novelas, poesia, prosa, “versinhos”, o mesmo via na fala de algumas pessoas de escola privada, e até universitários que passaram a ler livros de literatura e a se interessar pela leitura depois que entrou na faculdade.
A literatura por sua vez nasceu para todos, é conhecimento de mundo, é leitura e interpretação, a literatura nasceu para o homem, para a mulher, para crianças de ambos os sexos, para homossexuais, para negro, branco, amarelo, vermelho (pessoas de todas as etnias), para pessoas ricas e pobres, hoje a literatura não é somente para a nobreza e o clero, assim como também não é somente para a burguesia. A literatura por sua vez também faz parte da cultura, é conhecimento do mundo e do universo, é a história de um povo ou mais.
Tratando-se de estética a mulher por sua vez enfrentou algumas dificuldades para se encaixar na literatura, coisa que não a tornou inferior aos homens, porque a mulher touxe a literatura para um novo ângulo que complementou a literatura e a tornou mais forte, algumas optando com um tema doméstico, outras com temas de tristeza, melancolia, solidão, religião, desprezo, amor, alegria, prostituição; e para quem ler poesias de Florbela Espanca, e prestou atenção ela aborda ambos os temas, e inclusive a prostituição, a mulher que se prostitui no amor “amar, amar, e não amar ninguém”, a questão da morte, do suicídio, que a vida também pode ser passageira, o “eu”.
A poesia ganhou musicalidade (não que antes já não tinha), temos como exemplo as poesias da Cecília Meireles, poesia com estética, temos como exemplo a Adélia Prado, comparada até com o Carlos Drummond de Andrade, autora do livro Bagagem (e o que digo pode ser visto neste livro), na prosa temos Lygia Fagundes Teles, Nélida Piñon, dentre outras. E na poesia novamente temos Maria da Conceição Paranhos, Myriam Fraga, Gláucia Lemos e tantas outras que vem se destacando na literatura, muitas super premiadas, acadêmicas conhecida pelo mundo a fora.
A literatura não pode ser dividido apenas em literatura masculina e literatura feminina, a literatura por sua vez não apenas se tornou o conjunto de ambos, como também é o conjunto de ambos (sempre foi…), a literatura é universal, e para todos, e para quem se dedica a ela, e quem não se dedica a ela por sua vez também faz parte da literatura em alguma forma, não em uma questão de obrigatoriedade, porque literatura é história, é palavra, é escrita, é leitura, interpretação e se encontra na cultura e na arte.
Valter Bitencourt JúniorO amor
Acabou!
E tudo, tudo
Se desfaz
Em gotículas
Angustiadas!
Valter Bitencourt Júnior
Perfume
O vento corrupia
Sobre as rosas
Trazendo o cheiro da aurora.Foi amor
Não sei como
Mas tudo rolou,
Me entreguei a você
Da cabeça aos pés.
Tudo foi chamas
Que hoje se apagaram,
E só me restam
Lembranças.
Valter Bitencourt JúniorMeu aniversário
Sei que foi
Tudo feito
Com amor.
Mas meu coração
É bobo,
E tentam não ver isso.
Será que é
Ignorância
Ou medo?
Tudo é visível
Para minha visão
Boba...
Não mereço
Tanto cortejo
E afeto
Mas como tudo,
Mesmo em neblinas
Ficou belo.
Valter Bitencourt Júnior
25/06/2011, Junho 2011
Às 08h15minSolidão
Deslumbra-se uma rosa delicada,
Os seus espinhos a isolam.
E o que deixa?Querer
Quero o seu corpo,
Você deixa-me
Fora de mim
Causo transtornos
Ao universo, o mundo...
Quero você por completo!
Ser inesquecível!
Valter Bitencourt JúniorMusicalidade
Vem distante
Não sei de onde,
É suave,
Não sei como
Esta caminhando
Pelos ares...
É uma música
Que vem
Da primavera.
Valter Bitencourt JúniorO amor
Os raios do sol nasceu,
Transbordando
Nas cachoeiras.
À vida surgiu
Em ciclo de
Perfumes de jasmins,
E a poesia nasceu.
Gostoso! é degustar
Cada partícula do dia,
E saber regar
As sementes
semeando ao solo.
gozar! À vida,
O amor, à amplidão,
E acima de tudo
ver, e saber Mirar e fitar
A alegria de um
Outro ser
Admirando
De tudo o filho
Nascendo numa
Manjedoura.Monólogo de um ser apaixonado
Não agüento ficar distante
De você,
É como estar faltando
Alguma coisa em mim.
Não sei o quê!...
Gostaria de traçá-la
Nas nuvens,
Mas mesmo assim
Triste!
Pois sei que elas se desmancham!
Não sei se suporto
A sua distancia
Mas queria
Morrer abraçado
Com você!
Valter Bitencourt JúniorPontuação da vida
Interrogar a vida,
Exclama o nada,
Parênteses nas
Duvidas,
Reticência no
Passado.Te amo
Sai facilmente
A palavra:
Te amo;
Com um toque
Brilhante em sua face
Seguindo, e vindo,
E controlando...
O seu sorriso
Constelar
Linda despedida
Da manhã!
Valter Bitencourt Júnior
Ilusão
Nuvens em neblinas,
Quebras de mar
Na areia
Ondas de ir
E voltar.
Seres de segredos,
Mundo de brinquedos,
Quimeras de poeta
Em um novo lar.
Valter Bitencourt JúniorPileque
Desgraça alheia
Oh! Vida insignificante
Pra que tantos passos errantes?
Passos que deixam rastros
Não laváveis,
Sua euforia é disfarce.
Sequer
Sabe-se o fim
Terminados em discussões ou distorções
Por que nos fustigas,
Descabível pileque?
Desgraça do homem
Desse seu sorriso
Prefiro distância
Distância que me deixará
Marcas.
Valter Bitencourt JúniorTristeza
Do jeito
Que hoje estou.
Meus poemas
Desceram
Lagrimas!
Valter Bitencourt JúniorDistante a mirar!
Águia que olha distante,
Já sofreu tanto
Quanto sofri?
Um olhar distante
É o que me resta!
Será que somos
Dois diamantes sem brilho,
Ou esquecidos, ignorados,
Menosprezados, não
Lapidados, desvalorizados o que há?
Só fico aqui sentado pensado
Distante a mirar!
Valter Bitencourt JúniorO impossível
O meu coração
Não vai derreter
Como gelo,
Você não vai
Embora no outono
Espere ao menos
As minhas flores
Que tenho para
Lhe dar.
Se estivermos
Juntos não
Morreremos
No inverno.
Nos dois juntos
Se refrescando
No gelo
Em um verão
sem fim.
Valter Bitencourt JúniorVoando, infinito
Venha, não se perda de mim,
Sinto saudades...
Você é minha rainha,
Meu universo,
Mas hoje as vezo
Como um pássaro
Voando no infinito!
Valter Bitencourt JúniorDestino
Nem tudo tem que ser assim,
Do sol, ao vento derrubando
Acalantos.
Nunca menti pra você
Nunca lhe disse a verdade.
Cada parte, cada traçado, cada
Momento, cada lamento, cada
Tormento em ternuras.
Só quero está aos seus
Braços e sentir cada aroma
Em brisas balsâmicas
E gozar os seus cabelos
Na lira.
Quero cada passo um abraço.
Cada laço uma moldura.
Cada compasso os seus cabelos um conforto.
E fitar a cachoeira batendo
Nos seixos... Feito
O sol se pondo ao céu
Deixando pequenos olhares
Nas estrelas.
Valter Bitencourt Júnior
Protesto
Não tem coração?
Despeja os que
Nada tem,
Ser impiedoso!...
Você! Você...
Você sabe o quanto
A vida é um sofrer!
Não, não melhor,
Senhor.
Autoridade que tem
Esse direito
De desmanchar
O que já esta feito
Por outras mãos,
Pois é, não luto pelo
Projeto, e sim!
Pelos pequenos
Corações que vivem
Dele.
Pessoas de olhares
Sofridos e lassos,
Desse mundo injusto!
Valter Bitencourt JúniorSe tudo for um contraste
Cristais,
Brilho do dia
Luz da vida
Diamante.
Luz da noite
De todos os amores.
Alexandrita
Se torna tragédia,
Cedo mais tarde,
Vira esperança.
Volto à terra
Os seres são tesouros
Cheios de brilho,
Mas distantes
Sem valor.
Valter Bitencourt JúniorMusicalidade
A sua ingenuidade
E beleza singela
São os meus erros
Autográficos,
Paixão sonora
Me mexe
Como concha
Perdido no paraíso.
Valter Bitencourt JúniorO abraço
Lindo o abraço,
O abraço que acolhe,
O abraço que desaba
O ser em lágrimas,
O abraço que conforta.
Lindo o abraço que marca,
O abraço que surge,
O abraço de quem
Ama,
O abraço é lindo.
Nem todos resistem
Ao abraço.
O abraço, o abraço
É poderoso,
O abraço tem poder,
O abraço cura o ser.
O abraço que nem sempre
Recebemos.
O abraço, que nem sempre
Se é dado.
Ah, o abraço, o abraço
De mãe, o abraço de pai,
Da avó, do avô, tio,
Tia, amigo, amiga, colega, irmão
Irmã…
O abraço
É benéfico.
O abraço é raro,
O abraço passa energia,
O abraço torna o ser
Mais humano.
Valter Bitencourt JúniorContraste
Se o iniciar
De um ano novo
Fosse o iniciar
De boas ações,
Seria gostoso.
Assim como um poeta
Escreve coisas puras,
Se o mundo fosse verdadeiro
Seria tanto gostoso,
Quanto triste
O mundo sempre
Nos prega contraste.
Valter Bitencourt JúniorMãe terra
Salve a mãe terra,
A mãe terra que nos habita,
Salve!
Salve a mãe terra,
Que nos alimenta,
Salve a mãe terra
Que nos nutre,
Salve!
Salve a mãe terra,
Terra que nos cria.
Salve a mãe terra,
Com amor.
Salve a mãe terra
Que muito quer esbanjar beleza.
Salve a mãe terra,
Que muitos estão destruindo!
Salve a mãe terra!
Tenhamos consciência,
A mãe terra faz parte
Da nossa existência!
Valter Bitencourt JúniorLaço
Quero saciar seus lábios
Trocar saliva
Roçando a minha língua
Na sua
Feito o movimentar
Das folhas de uma árvore
Ao bater aquele prazeroso ventinho
Da aurora
Fazendo-nos arrepiar
Os últimos fios de cabelo.
Quero me aprofundar
No seu ser carismático
E dentro dele formarei
Um laço
Que só você pode designar
E dele fazer do nosso amor
Uma eternidade.
Valter Bitencourt JúniorSelvagem
Suas pernas a serpentear
Minhas pernas num só laço,
Seu ser na flor da pele
A sensibilizar-me
Ao som da quimera.
Seus cabelos feito cachoeiras
A transbordar em minha face,
Nossos lábios a degustar-se,
Meu paladar no seu paladar.
Mãos sem controle, ais e desejos,
Nossos olhos penetrando
Um no outro, em forma
De diálogo, e dialogávamos
Por telepatia,
Seu gemido em meu gemido - poesia
Seu gozo em meu gozo - vida
E tudo que germina
Floresce, quando ainda
Resta amor, e nos amamos,
Apaixonadamente,
A noite fala, e nós
Seguimos o nosso instante.
Valter Bitencourt JúniorO relógio
Você olha várias vezes
O relógio,
Pra ver se o tempo
Passa,
Ele não passa,
Ele voa
Como você anda!
Valter Bitencourt JúniorE você canta
Belas cortinas
Estampadas no seu sorrir,
Disfarce do seu dia,
Ilusão da sua noite.
O silêncio fala
E você canta!
Valter Bitencourt JúniorMaravilha
Nesses dias,
Mergulho em poemas.
Valter Bitencourt JúniorMonólogo de um ser apaixonado
Não agüento ficar distante
De você,
É como estar faltando
Alguma coisa em mim.
Não sei o quê!...
Gostaria de traçá-la
Nas nuvens,
Mas mesmo assim
Triste!
Pois sei que elas se desmancham!
Não sei se suporto
A sua distancia
Mas queria
Morrer abraçado
Com você!
Valter Bitencourt Júnior
Destino
Corria no asfalto
Feito um carro
Sem roda,
Derrapa...
Des-
li-
za
no
as-
fal-
to...
Volta,
Vai,
Fica
Foge...
Indecisão
Da vida
Tudo
Foge
Tudo
Fica na vida
De um jovem.
Valter Bitencourt JúniorPassos
Teus olhos estão ao vento,
Descendo cachoeiras,
Ao mar feito pingos
De chuva.
Tento avistar cada elemento;
Tento gozar cada momento;
Tento beijar cada movimento,
Lasso ao sol até cada crisântemo
Tenho de avistar tudo
Em um clarão
E ver tudo em neblina
Mentir para continuar;
Partir para atenuar;
Progredir para averiguar;
Cada passo inusitado
Vou gritar ao mundo.
Cada poesia feita em chamas
E vou murmurar cada
Perda e ternura.
Valter Bitencourt JúniorLiberdade
Exercitar o coração poético
Quando tudo está a saltar;
E proteger o coração terno
De todo o mal estar;
E superar a vida
Jogar na sorte de um sonhar;
E saber do nada meditar
Meditar a paz na alma.
É saber de tudo ser livre
Mesmo que não exista
Liberdade.
Valter Bitencourt JúniorIndecisão
Viver,
Morrer,
Ressuscitar
Extremos da vida
Tudo vai do que
Fica, tudo
Foge...
Em tormentos
Mas, no fundo,
Tudo é vício,
Tudo é droga
Coca-cola
Deita e rola
Num papel de cetim
E eu vou
E nunca fico...
Valter Bitencourt JúniorTeu pensamento
És uma partícula
Menosprezada,
Assim como
Uma gota
De água
Pelas terras secas.
Não há nada que se
Equipare ás tuas
Angústias infinitas!
E mesmo assim,
Num olhar distante
O gritar
De uma gaivota...
Não sei se é o teu
Pensamento.
Valter Bitencourt JúniorMaravilha
Desejo alegrias a todos
Neste mundo que derrama
Sangue tão negro.
Desejo as sete maravilhas,
Para ver o seu sorriso
De acalanto.
Desejo sorte, para ressuscitar
Os seus olhos distantes,
Que não querem enxergar
O belo.
Desejo o progredir, o amém,
Para você...
Porque sei que é preciso
Amar a si mesmo,
Amar a vida,
E erguer uma bandeira
Na amplidão.
Valter Bitencourt JúniorDia
Fisga no peito o som da concha,
Serpenteia o ser na aurora.
Da fuga – desespero;
Da fisgada – refúgio;
Da penumbra – assombro;
Do escombro – reencontro.
Lá fora a chuva e o girassol
No olhar o brilho do sol
E todo um amarelo de náusea.
No óculos gotículas de lágrimas
E todo um papel vazio.
Sem poema,
Sem prosa…
O nada.Amor eterno
Como assim?
Não sei...
Pra que lado
E direção...
Posso te laçar!Geração
Bem vindo ao mundo
Suas primeiras palavras
- O choro...
Amamentou-se...
Bem vindo em casa
Sorria,
E assim aprendeu
A sorrir (que lindo!).
Não há mais boas vindas?
Já veio ao mundo!
(Amanhã e depois
Vai começar a sua história,
A nossa história... - Família)
O universo é uma escola
Imensa (boa sorte!).
Logo lhe jogam
No mundo
Para continuarem
Dando novas
Boas vindas.Não me dê o fim!...
Quero entrelaçar o infinito
No nosso gozo
Quente, fulgurante de chamas.
Quero me ausentar,
Presentear
Quando preciso.
...
Não bata os olhos,
E não me dê o fim!...