Geme além um rumor triste e indigno
Escapa pelas frestas de um eco quase maligno
Estatela-se na calçada do tempo que fenece fidedigno
Indomável possante e enraivecida a noite vagueia
A bordo de um pranto indecente, árido e enraivecido
Saboreia cada fétido lamento viciado e escarnecido
Ao longe ouço desintegra-se aquele silêncio entristecido
A escuridão exposta a esta imensa solidão quase esquecida
Adormece nos braços de um endurecido sonho tão enfurecido
Frederico de Castro