Talvez me sobrem das palavras
Uma inspiração quase indisciplinada
Assim jorre ali cada rima revoltada
Talvez da manhã renasça a vida apaixonada
Toda ela qual terramoto de alegria fascinada
Dando à luz a poesia melodiosamente rimada
Talvez nos silêncios flutue um eco feliz e resignado
Primeiro amanheça confinado a um desejo obstinado
E depois…depois, acalente cada verso devorante e danado
Talvez na escuridão da noite vislumbre uma oração a fecundar
Ao acordar inspire cada sonho frenético pronto a delapidar
Colorindo toda a vida repleta de caricias por deslindar
Frederico de Castro