O Músico, poeta cantor e compositor CARLOS SILVA, segue a trajetória de cantadores utilizando o canto falado em seus shows, palestras e apresentações em unidades de ensino fundamental e superior.
Na base do “Control C” Eu vivo a copiar Já não sei me expressar Vou colar no “Control V” Eu sou franco a você Que isso me compromete Mas aos outros não compete Se estou certo ou errado Voltei a ser um desletrado Por conta da Internet
São dois esses ou é C cedilha? Eu não sei mais escrever Vou ter que reaprender Reestudar a cartilha No Excel minha planilha A soma me compromete Meu PC deu um Reset Deu erro no resultado Voltei a ser um desletrado Por conta da internet
Cebola salsa seringa Passeio passo passado Maço macio amassado Marrenta marreta moringa Resto restinho e restinga Tesouro testa tiete Caniço coçar canivete Pra escrever tenha cuidado Voltei a ser um desletrado Por conta da internet
Açougue açude aguada Peço no preço desconto Tontice é coisa de tonto Um torto torando a tourada Apressa passando a passada O teclado tecendo compete O dedo passeia e remete Tentando novo aprendizado Voltei a ser um desletrado Por conta da internet
Com X ou com CH Enxoval encher enxada Desfechar porta fechada Sendo aqui ou acolá Pra li pra lá ou pra cá Verbo averbado ou verbete Paz faisão ou toilete O tema é complicado Voltei a ser um desletrado Por conta da internet
Exceto ou exceção Espoleta e excremento Esmeralda experimento Espaço estrondo explosão Enxada enxofre expropriação Entorse entorta intromete Exploração ou omelete Cada palavra um dobrado Voltei a ser um desletrado Por conta da internet
Eu uso abreviaturas Para me comunicar BLZ pra confirmar Mudo as nomenclaturas Desrespeito estruturas Onde a leitura compromete Pois a mim já não compete Viver desinformatizado Voltei a ser um desletrado Por conta da internet
O linguajar atual Perdeu de vez o sentido Eu deixei de ser sabido Por tanto erro virtual Mouse e teclado são um mal Que o nosso viver acomete Quem não souber não compete Fica fora do mercado Voltei a ser um desletrado Por conta da internet
Já escrevem sem acento Não fazem pontuação A gramaticalização Não ensina a contento O pobre do elemento Tanto erro já comete Na vida leva bufete Torna-se ignorado Voltei a ser um desletrado Por conta da internet
A minha memoria RAM Virou sapo de lagoa Pronuncia ficou atoa Acordo pela manhã Juízo meio tantan Já gritei pra Risonete Quer me deletar delete Mas não vou ficar calado Voltei a ser um desletrado Por conta da internet
Shift Wake Power Sleep Page up Page down No teclado é normal Parece língua de hippie Ou cabra que pega gripe Quando a friagem acomete E a palavra se repete Torto e desaprumado Voltei a ser um desletrado Por conta da internet
Vou encerrar o meu texto Sem muita abreviação Isso já nem cabe não Fica fora do contexto Eu invento um pretexto Chega o juízo derrete Invento um novo verbete Pra não ficar isolado Voltei a ser um desletrado Por conta da internet.