Escuto o sentir das palavras e então esculpo-as nos meus silêncios, dando-lhes vida forma e cor. Desejo-as, acalento-as, acolho-as,embelezo-as sempre com muito, muito amor…
Como me amedronta este silêncio andrógeno musculado e sublime Como esconder a escuridão que num breu estático se comprime Ao aromatizar com incensos este eco que somente um afago redime
Como estreitar e retocar esta solidão amistosa eloquente e ostentosa Como derivar consolo quando a noite saltita pungente latente e dengosa Até se perder na nudez de cada palavra inspiradoramente charmosa
Entre dormentes e desabrochantes desejos penetra um ilusão graciosa Deixa que um simples verso sucumba infiltrado numa rima gulosa E por fim me aconchegue no leito de cada gargalhada arfando tão virtuosa