Escuto o sentir das palavras e então esculpo-as nos meus silêncios, dando-lhes vida forma e cor. Desejo-as, acalento-as, acolho-as,embelezo-as sempre com muito, muito amor…
Sentenciada a noite escurece tão revoltada Além um fanático lamento remanesce aviltado O medo algema aquele breu introspectivo e exultado
Muda-se o que tiver de ser mudado diz o povo confinado À virose da solidão abespinhada, iracunda e indignada O soro de cada lágrima flui pelas células de uma emoção agoniada
Sobram do silêncio restos de um olhar tristemente amedrontado Enferrujadas as horas comungam excêntricas palavras espezinhadas Da memória jorram sonhos amarfanhados e gargalhadas tão desalentadas