Escuto o sentir das palavras e então esculpo-as nos meus silêncios, dando-lhes vida forma e cor. Desejo-as, acalento-as, acolho-as,embelezo-as sempre com muito, muito amor…
Nas páginas do tempo, o tempo flui desalmado Suspira apregoando uma ladainha de emoções destemidas Como se agigantam as palavras quase ferozes, quase coagidas
Nas páginas do tempo cada hora fenece atribulada e retraída Quedam-se congeladas, hibernando nesta solidão carcomida Contaminam a memória com saudades corrompidas e tão denegridas
Nas páginas do tempo os silêncios castram os sonhos fugidios No imenso horizonte vago e vazio só se ostentam lamentos bravios Não há prazo, data ou termo para o fim destes ais sempre tão vadios