Escuto o sentir das palavras e então esculpo-as nos meus silêncios, dando-lhes vida forma e cor. Desejo-as, acalento-as, acolho-as,embelezo-as sempre com muito, muito amor…
Desliza silenciosamente pelas bermas do tempo Uma maresia refrescante, harmónica e vibrante Indiferente o dia asfixia acetinado, colorido e purgante
Com seus refluxos a jusante a maré espraia-se tão frisante Em cada brisa reflete-se a miragem de uma carícia abrasante Em cada onda apazigua-se aquela hora eternamente revigorante
Reprimida e deprimida a solidão naufraga além quase extenuante No ancoradouro da vida cada prece pulsa e flameja trepidante Assim se embriaga o silêncio, consolado, confortado, tão abundante