Escuto o sentir das palavras e então esculpo-as nos meus silêncios, dando-lhes vida forma e cor. Desejo-as, acalento-as, acolho-as,embelezo-as sempre com muito, muito amor…
Na hora H o poente estende-se enlanguescido, tão robustecido Sublime e consumado o tempo como que fenece poético e desinibido No aconchego do silêncio dormita um breu tão casto e estarrecido
Na hora H geme um cântico colorido, vibrante sensual e comovido Inebria de desejos cada verso escorregadio, arisco e quase seduzido Fustiga um perfumado alísio refulgindo num aguaceiro ali espargido
Na hora H a vida suplanta com gargalhadas as alegrias mais enérgicas Calca e recalca todas as luminescências avassaladoras e tão sinérgicas Em sigilo espreita e corteja a sensualidade das mil escuridões analgésicas