Em ser nem alegre e nem triste
transformo o pouco de meu em lava
Sofro as pulhadas de lanças em riste
abandonada nas ondas bravas
Em ser nem alegre e nem triste
brinco de ser o deus do universo
Crio anjos e demônios se não existe
cavo fundo a dor sobre versos
Em ser alegre no sol de setembro
beijo as flores do caminho escuro
Apago meus passos e não me lembro
das dores murchas do destino duro
Em ser triste nas noites ermas
clamo alto pelo canto das sereias
Corro a qualquer abismo que me queira
choro lágrimas de espanto por minhas veias
Em ser o meio do nada
sem ponta fim dimensão
Sou feito pluma alada
bailando acima de Nãos