Escuto o sentir das palavras e então esculpo-as nos meus silêncios, dando-lhes vida forma e cor. Desejo-as, acalento-as, acolho-as,embelezo-as sempre com muito, muito amor…
Uma fluorescência tão cósmica embrenha-se nesta solidão Quase petulante, absurdamente sonora, conivente e crónica Dos tentáculos do tempo desprende-se uma hora inerte e afónica
Nesta via rápida das emoções reprimidas e mais catatónicas flutuam Ilusões e palavras desgarradas, descomplexadas e quase platónicas Assim se enamoram as gargalhadas provindas de preces tão arquitectónicas
Num canto a solidão sobe cada degrau da esperança inescrutável Sobre o charco dos silêncios a vida espelha qualquer lamento tão instável Inalcançável todo o horizonte naufraga saciado, inebriante e confortável